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Aula 02-

1) Qual a diferença entre o ambiente suficiente bom na dependência absoluta e na relativa?

O ambiente suficientemente bom na dependência absoluta é aquele que torna possível o


progresso continuado de maturação. O termo processo de maturação se refere à evolução do
ego e do self, inclui a história completa do id, dos instintos e suas vicissitudes, e das defesas do
ego reativas ao instinto. Existe, também, a preocupação materna primária, que é a devoção da
mãe ao seu bebê, é o cuidado com o bebê que de início parece ser parte dela mesma, além
disso, ela está muito identificada com o bebê e sabe muito bem como ele está se sentindo. A
mãe ilude o bebê, quando o bebê alucina o seio da mãe e ela apresenta para ele. Não é que ele
soubesse exatamente o que queria, mas o que se mostrou foi ótimo, supriu às necessidades,
ele criou o que desejava e tem a experiência de onipotente. Na dependência relativa, a mãe
começa a falhar, pois a tarefa materna é iludir e desiludir. É ainda um momento de ilusão, mas
o bebê começa a entender que há algo além dele. O bebê precisa da falha da mãe para
perceber que existe uma mãe fora dele. A falha é gradual.

 Processos de desenvolvimento – dependência absoluta (ocorrem na


concomitantemente)
1- Integração - O bebê não nasce integral, ele vive as sensações de forma
desconexas. A mãe funciona como auxiliar.
2- Personalização – Se refere ao fato de sentir, sentir o corpo como próprio. A
conquista do processo de personalização é a unidade psicossomática.
3- Adaptação à realidade (realização) – Experiência de ilusão, a mãe é um objeto
subjetivo

2) Quais são e em que consistem as principais funções maternas?

As principais funções maternas são o Holding (sustento ou sustentação) que consiste na relação
com a capacidade da mãe de identificar-se com seu bebê. Garante o processo de integração. O
Handling (manipulação) garante o processo de personalização, unidade psicossomática. A
manipulação com o bebê ajuda-o a entender que ele tem um corpo. A personalização é uma
forma de integração e está dentro de Hollding Por último, a Apresentação dos objetos dá início
à capacidade do bebê de relacionar-se com objetos.

3) Quais seriam as conseqüências da falha materna na dependência absoluta?

Se o ambiente falhar severamente o bebê passará por agonias e não terá o sentimento que
está sendo integrado, o bebê passará por angústias e ficará traumatizado. O bebê não terá uma
experiência de ilusão, trazendo uma dificuldade na adaptação do meio interno.

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4) Em que consiste a capacidade de concernimento e qual é sua relação com a culpa?

O sentimento de culpa é a ansiedade ligada ao conceito de ambivalência e implica certo grau


de integração do ego do indivíduo que possibilita a retenção das imagens de bons objetos
concomitantes com a idéia de destruição dos mesmos. Preocupação implica maior integração e
crescimento e se relaciona de modo positivo com o senso de responsabilidade do indivíduo,
especialmente no que concerne aos relacionamentos em que entram os impulsos instintivos.
Preocupar indica o fato do indivíduo de se importar, ou valorizar e tanto sentir como
responsabilidade. É a organização complexa do ego.

5) Quais as diferenças entre mãe-objeto e mãe ambiente?

A mãe objeto é para o bebê, objeto de seus ataques instintos. A mãe identificada com ele lhe
oferece os seio, propiciando a ilusão de ter criado o seio com seu impulso espontâneo. (estados
excitados). A mãe ambiente, nos estados tranqüilos, são os momentos que o bebê descansa
permanecendo não integrado. Corresponde aos cuidados da mãe-ambiente, que evita o
imprevisto e que ativamente provê o cuidado de sustentar e do manejo global.

6) Descreva o ciclo benigno e explique surgimento da capacidade de concernimento?

Quando a confiança, neste ciclo benigno e na expectativa da oportunidade se estabelece, o


sentimento de culpa relacionado com os impulsos do id sofre modificação. O lactente está
agora se tornando capaz de ficar preocupado, de assumir responsabilidade por seus próprios
impulsos instintivos e as funções que dele fazem parte. No processo de desenvolvimento foi à
oportunidade de contribuir que possibilitou à preocupação se situar dentro das capacidades da
criança. A origem da preocupação nos estágios iniciais, em que a presença continua da mãe
tem um valor específico para o lactante, isto é, para que a vida instintiva tenha liberdade de
expressão.

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7) Por que o objeto transicional se torna vitalmente importante na hora do bebê dormi?

O objeto transicional se torna vitalmente importante na hora de dormir, porque é o momento


em que o bebê está separado da mãe. Ele te um valor simbólico de representar o seio materno,
a relação mãe e bebê, esse conjunto de cuidados maternos e é exatamente por isso que acalma
a criança. Com o uso do objeto transicional na hora de dormir o bebê está unido com a mãe
simbolicamente.

8) Por que o objeto transicional pressupõe uma certa diminuição da onipotência?

O objeto transicional pressupõe uma certa onipotência, porque a sua existência só é possível
no estágio de dependência relativa. É nesse período que a mãe começa a falhar
gradativamente e intercala momentos de ilusão e desilusão. Mesmo que ainda vivencie
momentos de ilusão, o bebê começa a perceber que há algo além dele, não basta desejar para
ter. Há uma diminuição da onipotência, aqui, pois o objeto transicional tem algo que escapa à
criação do bebê. E aí que se encontra o caráter paradoxal é um objeto subjetivo e objetivo ao
mesmo tempo.

9) Por que o importante não é tanto o valor simbólico do objeto, mas, sua validade?

A importância do objeto transicional não é só simbolizar a mãe, não é só acalmar o bebê, mas é
fundamental que esse objeto pertença a realidade externa. Ao mesmo tempo em que o bebê
começa a poder se separar da mãe, ele está conhecendo uma realidade e perceber o mundo
externo, começando a perceber que existem objetos que vão além dele.
Assim, nessa relação com o objeto transicional que tem caráter paradoxal (em parte ele criou e
em parte lhe foi dada pelo mundo externo), o bebê continua no processo de conhecer a
realidade, que antes era apresentada pela mãe, e de se adaptar a ela.

 Fenômeno transicional – Winnicott observou que a criança pode se apegar a algo


externo material ou algo não material, como uma canção de ninar que acalma ele. Ou
seja, para Winnicott, o brincar infantil é um fenômeno transicional (a fantasia, o
momento e não o brinquedo)
 Objeto transional- é o objeto que a criança escolhe (geralmente macio) fralda, ursinho.
É a primeira posse que a criança não vê fundida a ela.
 Imago materno – O objeto transicional simboliza a mãe, porque já se formou no
psiquismo do bebê. Precisa ser um objeto interno vivo. Não é uma marca, uma
internalização que se dá uma vez para sempre. Tudo é um processo e esse imago
precisa ser reforçado por anos.
 Por que é mais fácil aceitar a desilusão quando foi bem iludido?
Porque se a criança começa a ter uma relação harmoniosa, sendo bem atendida em
todas as suas necessidades, é muito mais fácil aceitar a desilusão desse mesmo
mundo, porque ela confia nele.

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10) Por que para Winnicott, a brincadeira é excitante?

Compreende-se que é excitante não primariamente porque os instintos se acham envolvidos. A


importância do brincar é sempre a precariedade do interjogo entre a realidade psíquica pessoal
e a experiência de controle de objetos reais. É a precariedade da própria magia, magia que se
origina na intimidade, num relacionamento descoberto digno de confiança.
11) Como Winnicott entende o estado de quase alheiamento do brincar?

O conteúdo do brincar não importa, mas o estado de quase alheamento aparentado à


concentração das crianças mais velhas e adultas. A criança que brinca habita uma área que não
pode ser facilmente abandonada, nem tampouco admite facilmente intrusões. A criança traz
para essa área da brincadeira objetos ou fenômenos oriundos da realidade externa, usando-os
a serviço de alguma amostra derivada da realidade interna e pessoal.

12) Por que a criança se desenvolve no espaço potencial?

Esse espaço varia bastante entre as experiências de vida do bebê e da mãe. O brincar implica
confiança e pertence ao espaço potencial existente entre (o que era principio) bebê e figura
materna, com o bebê num estado de dependência quase absoluta e a tiver função adaptativa
da figura materna tida como certa pelo bebê.

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13) Por que Winnicott diz que a ênfase recai sobre o termo experiência?

As gratificações institucionais começam como funções parciais e tornam-se seduções, a menos,


que estejam baseadas numa capacidade bem estabelecida, na pessoa individualmente, para a
experiência bem estabelecida, na pessoa individualmente, para a experiência total, e para a
experiência na área dos fenômenos transionais. É o eu que tem de preceder o uso do instinto
pelo eu. É algo que pertence ao fundo comum da humanidade, para quais indivíduos e grupos
podem usufruir, se tivermos um lugar para guardar o que encontramos.

14) Qual a importância da confiança no espaço potencial?

O espaço potencial acontece apenas em relação a um sentimento de confiança por parte do


bebê, isto é, confiança relacionada à fidedignidade da figura materna ou dos elementos
ambientais, com a confiança sendo a prova de fidedignidade que está se introjetando.

15) Explique a frase da página 138: ´´ A integração entre a originalidade e a aceitação da tradição
como base na inventividade parece-me apenas mais um exemplo, e um exemplo emocionante,
da ação recíproca entre separação e união?

Não existe nenhum campo da cultura que é possível ser original. Mas, aqueles que nos
oferecem uma contribuição cultural jamais se repetem o que quer dizer que a originalidade
mais a tradição são à base de uma criação inventiva.

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16) Em que consiste a experiência de mutualidade?

Forma de descrever a comunicação direta e direta. É considerada ´´ o começo da comunicação


entre duas pessoas sendo que, nessas brincadeiras rudimentares, ´´ nascem à afeição e o
prazer da experiência ``. Não significa uma ausência de palavras ou ruídos, mas sim de uma
comunicação corporal. Baseada na respiração nos batimentos cardíacos. Para Stern é uma
sintonia afetiva. A verbalização não importa, inicialmente. Os laços entre mãe e bebê precisam
ser construídos, não é algo dado.

17) O que é comunicado pela mãe o seu bebê, nessa experiência?

Existe um holding materno, que gera um contexto de confiança, pelo fato de o bebê ser
segurado e manipulado. Assim, a mãe estaria comunicando que é confiável e devotada. Como a
mãe não é perfeita, a mãe comete erros pequenos e os corrige cuidando do bebê. Esse vaivém
de pequenas falhas e cuidados, que é o estofo da comunicação, permite ao bebê desenvolver
uma sensação de segurança e confiabilidade.

18) Como Winnicott define a elaboração imaginativa?

É necessariamente uma vivência corporal, a elaboração imaginativa será o trabalho pelo qual o
corpo, aos impulsos instintos, as sensações, os movimentos, etc- será personalizado e
integrado, adquirindo sentido. É falar de psiques.
O processo de elaboração imaginativa é realizado pela criatividade primária do bebê, embora
necessite ser sustentado pelos cuidados maternos, acrescentando que não cabe à mãe, o papel
de interprete principal.
Assim, embora o bebê só elabore imaginativamente sustentado pelo holding materno, trata-se
de uma tarefa própria do bebê, que consiste numa forma rudimentar de imaginar, integrar e
dar sentidos as funções corpóreas
O bebê vai desenvolver a organização egoica e o sentimento do si mesmo, criando um mundo
interno e um externo

 A comunicação mãe e bebê não é simétrica- Não é simétrica, porque para o bebê tudo
é uma primeira experiência. E a mãe é adulta que pode retroceder a experiência
infantil, porque já foi um bebê. (Identificação primária)
 O que o bebê comunica a mãe?
O bebê comunica a mãe algo de propriamente seu, pois sua contribuição pessoal que
diz respeito a sua espontaneidade e criatividade.
 Bases da identificação primária- O percussor do espelho é o rosto da mãe. Assim, ao
olhar da mãe, o bebê vê a si próprio. Quando a mãe não se identifica com o bebê, não
refletindo o que lhe traz o bebê não é visto, debilitando- se sua experiência de ser, já
que, quando olho, sou visto, logo existo.
 Apercepção – se refere a experiência subjetiva que o bebê tem da mãe, pois ele, nesse
momento inicial é a mãe, o que quer dizer que a mãe é um objeto subjetivo.
 Percepção – Relação com o ambiente como realidade objetiva.
###Quando a mãe não desempenha sua função espetacular, a percepção da mãe
surge precocemente, tomando o lugar da apercepção, e o lactente deve se adaptar ao
fato de não ser visto, sacrificando seu impulso criativo e espontâneo.
 Instinto – é o termo pelo qual denominam poderosas forças biológicas que vêm e
voltam na vida do bebê ou da criança, e que existe ação.
 Fantasia- Surge quando a criança é capaz de distinguir fato e fantasia, pressupondo,
portanto, a construção do mundo interno e a capacidade de usar objetos.

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