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Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo Elaboracao de Escopo Do Projeto de Arquitetura e Urbanismo 1901742 PDF
Gerenciamento de Projeto em Arquitetura e Urbanismo Elaboracao de Escopo Do Projeto de Arquitetura e Urbanismo 1901742 PDF
Resumo
A concepção de um projeto de arquitetura e urbanismo surge de um escopo bem elaborado
entre o arquiteto e o cliente. – Mas, como elaborar um escopo de projeto de arquitetura e
urbanismo? Existe um guia para arquitetos? A busca de uma referência dentro da
arquitetura e urbanismo que dê base para elaboração de um escopo de projeto motivou a
pesquisa, que encontrou no Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e
Urbanismo, produzido pela AsBEA, a resposta para esses questionamentos. A partir do
estudo dessa bibliografia foi possível entender melhor o processo de elaboração de escopo e
qual o nível de refinamento técnico exigido em cada fase de projeto. A partir da busca pelo
conhecimento de como fazer um escopo, compreendeu-se que na maioria dos escritórios de
arquitetura o escopo é mal elaborado e permite que tanto o contratante como o arquiteto
fiquem insatisfeitos com o resultado. A leitura e interpretação do manual norteou o
desenvolvimento do artigo, uma vez que utilizou a metodologia que o mesmo usa para
explicar como elaborar o escopo em diferentes fases do projeto. Conclui-se com base no
manual que o escopo do projeto deve ser previamente acordado por ambas as partes
envolvidas no projeto, e que o escopo é uma ferramenta de gestão de projeto que facilita a
compreensão e auxilia o profissional de arquitetura na hora de conceber um projeto.
1. Introdução
Primeiramente apresentaremos o contexto no qual se insere este trabalho, a importância do
tema para arquitetos e urbanistas, o recorte e a delimitação do objeto de pesquisa, as
justificativas que motivaram a realização deste artigo, os questionamentos, os objetivos
propostos, as contribuições esperadas e, por fim, a formação de organização deste texto.
Pouco se é ensinado no âmbito acadêmico sobre gestão de projetos, e ainda mais voltado para
arquitetura e urbanismo. Dessa forma, ao se pensar em gerenciamento de Projeto em
Arquitetura e Urbanismo, logo nos vem em mente a compatibilização e integração dos
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
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ARTIGO: TEIXEIRA, Ana Carolina Freitas. Gerenciamento de Projetos em um escritorio de
arquitetura: Visão tradicional x Negócios baseado em projetos.
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“Stakeholder significa público estratégico. Em inglês stake significa interesse, participação, risco.
Holder significa aquele que possui. Assim, stakeholder também significa parte interessada ou interveniente. É
uma palavra em inglês muito utilizada nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação cujo
objetivo é designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de
negócios, ou seja, as partes interessadas.” Disponível em: <http://www.significados.com.br/stakeholder/>.
Acesso em: 2013 dez. 2013
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Artigo: Como gerenciar escritórios pequenos - Disponível <http://au.pini.com.br/arquitetura-
urbanismo/164/artigo66777-1.aspx> acesso em 2013-12-27
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ARTIGO: TEIXEIRA, Ana Carolina Freitas. Gerenciamento de Projetos em um escritório de
arquitetura: Visão tradicional x Negócios baseado em projetos.
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PMBOK, pág. 365
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ESCOPO
CONTRATAÇÃO RECURSOS
HUMANOS
CUSTO INTEGRAÇÃO
COMUNICAÇÃO
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PMBOK, pág. 05
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O trabalho apresenta como tema Gestão de escopo, sendo essa mais voltada para os projetos
de arquitetura e urbanismo. Tal estudo situa-se no âmbito das reflexões e análise do “Manual
de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA”. Assim iremos ater
nossas discussões sobre a elaboração de escopo do projeto dentro da arquitetura e urbanismo,
com base nessa fonte. Essa pesquisa tem por objetivo entender a aplicação da gestão do
escopo em projetos de arquitetura e urbanismo. É importante o estudo deste manual que, além
de elaborado por arquitetos, é uma das poucas bibliografias disponíveis para esse público.
Esse livro faz parte de um conjunto de manuais que foram desenvolvidos pelas “entidades
representativas do setor de projetos, ABECE, ABRASIP, AsBEA, com a participação das
entidades setoriais representativas dos contratantes de projetos do setor imobiliário e da
construção, SECOVI-SP, SINDINSTALAÇÃO e SINDUSCON-SP”7. Ao ler esse manual,
entendemos que o objetivo dos autores ao disponibilizar esse conjunto ao mercado da
construção civil, era fornecer uma ferramenta capaz de esclarecer e sanar as dúvidas sobre
como desenvolver bons projetos e cumprir todas as etapas necessárias.
Partindo desse ponto de vista, esse manual torna-se um guia, tanto para os projetistas de
arquitetura como para quem contrata os serviços de projeto de arquitetura, pois o mesmo
esclarece o que deve fazer parte dos projetos e qual o nível de detalhe requerido. Assim
entende-se que o uso desse guia evitará os desgastes, mal-entendidos e desencontros tão
comumente observados no mercado. Em defesa, o manual diz que:
[...] a ideia que sustenta essa iniciativa não é cercar a liberdade dos
procedimentos de contratação, mas facilitar esse processo, contribuindo para que os
projetos se tornem uma ferramenta importante na otimização e aumento de
produtividade dos serviços nos canteiros de obras, a partir da disponibilidade de
referências claras, corretas e completas quanto ao que deve ser executado. Manual
de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo, 2012. 8
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Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo. pág.04
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Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.04
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PMBOK, pág. 362
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com o resultado final e tem-se a impressão de que o contratante paga além por serviços que
não foram realizados, e o contratado, apesar de cumprir com todas suas obrigações e tarefas,
fica como quem ainda deve serviços.
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Produtos
gerados
Dados
necessários
Descrição
das
atividades
Segundo o PMBOK (2004, pág. 87) o escopo é desenvolvido a partir de dados fornecidos
pelo contratante enquanto a equipe técnica filtra as informações e desenvolve o escopo mais
coeso e condizente com a necessidade do projeto. A aplicação e complexidade do escopo
varia conforme a área que este será utilizado.
Aplicando essa ideia de elaboração de escopo nos escritórios de arquitetura e urbanismo,
entende-se que é importante o contratante estar ciente do projeto como um todo, pois assim
fica mais fácil definir o escopo do mesmo. Cabe ao projetista interpretar as diretrizes e
definições previamente estabelecidas em contrato para garantir uma melhor elaboração, e
assim atingir as expectativas do cliente em relação ao projeto.
O Manual de Escopo (2012, pág. 04) discute acerca da aplicação do escopo no ramo de
projeto de arquitetura e urbanismo, e os autores entendem que é preciso uma mudança
cultural no setor da construção brasileira, pois o escopo precisa de uma definição clara.
Atualmente a construção civil ainda mostra sinais de carência de programas e escopos bem
definidos, a problemática não fica somente no ramo da arquitetura, mas também nas áreas
complementares do projeto. Assim, a organização das etapas do próprio empreendimento, a
revisão na comunicação com todos os envolvidos no desenvolvimento, e a melhor definição
das responsabilidades das partes envolvidas, é o resultado da aplicação de um bom escopo em
projetos.
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ORGANIZAÇÃO DAS
ETAPAS DO PROJETO
COMUNICAÇÃO COM
BOM ESCOPO DO
AS PARTES
PROJETO
ENVOLVIDAS
DEFINIÇÃO DAS
RESPONSABILIDADES
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Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.12
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Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.13
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Artigo: Obra: sempre um (bom) motivo para uma desculpa site <http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/161/obra-sempre-um-bom-motivo-para-uma-desculpa-a-286733-1.aspx> acesso: 04 jan. 2014
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Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e Urbanismo - AsBEA. pág.15
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Descrição das
Dados necessários Produto geral
atividades
Serviços Específicos
Descrição das
Dados necessários Produto geral
atividades
Serviços Opcionais
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Descrição das
Dados necessários Produto geral
atividades
Serviços Essenciais
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Análise e Identificação das Desenhos do Terreno, Dados Relatório preliminar das
restrições legais do município legais (escritura, registro de restrições legais para
ou local de construção; imóveis, etc.), Características implantação do empreen-
Qualificar e Quantificar o específicas do local dimento;
potencial construtivo do (zoneamento, acessos, etc.), Quadro de áreas analítico das
empreendimento (Unid. Uso do solo, fotos do terreno; unidades e de todo
Habitacional, Vagas); Recursos técnicos, tecnologia, empreendimento;
Fazer uma implantação geral sistema construtivo e nível de Croquis esquemáticos de
dos volumes do projeto acabamento que o contratante implantação geral, com
pretendido; disponibiliza ou pretende usar indicação de acessos;
Conceber um modelo no empreendimento; Planta esquemática dos
imobiliário, para efeito de Informações conceituais do pavimentos e do pavimento
estudo de mercado. projeto (programa de tipo.
necessidades);
Topografia, sondagem e
análise do terreno;
Capacidade de abastecimento
e fornecimento de água e
energia.
Serviços Específicos
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Obter e Analisar as Planta de situação com Relatório e programa com
informações preliminares e topografia e fotos do entorno; croquis explicativos;
identificar e explicar as Implantação esquemática Relatório preliminar de
variáveis do projeto para o geral, Plantas esquemáticas do condicionantes locais com a
empreendedor (padrões projeto. aplicação das leis vigentes.
urbanísticos e arquitetônicos,
proximidade de equipamentos
urbanos, acessibilidade);
Obter verbalmente e analisar
as informações preliminares da
legislação que interferem no
projeto (EIA, RIMA e etc.).
Serviços Opcionais
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
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Serviços Essenciais
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Verificar e Consolidar Escolha e definição de Relatório / Documento dos
soluções adotadas em projeto materiais; principais sistemas de
(Materiais e acabamento, Projetos Complementares construção (Sistema de
Tecnologia construtiva); (formas, estrutura, hidráulico, revestimento de piso, vedações
Desenvolver desenhos mais elétrico, e etc.); e esquadrias);
elaborados da implantação, Definição de Layout das salas Desenhos de Locação da obra,
pavimentos e cobertura; técnicas, shafts verticais; área permeável e lazer; com
Desenvolver desenhos em Projeto com definição de cotas gerais e cotas de nível do
corte mais elaborados; níveis de tubulação das piso acabado de todas as áreas;
Adequar o projeto legal as instalações prediais; Desenhos mais elaborados de
definições do conjunto dos todos os pavimentos e
projetos; cobertura com indicação de
Compatibilização dos estrutura, dutos, indicação de
documentos e desenhos abertura e etc.;
gerados; Cortes Longitudinais, Trans-
versais e secções parciais para
compreensão do projeto.
Desenhos e relatórios de todas
as interferências entre os
projetos complementares;
Serviços Específicos
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Compatibilizar os projetos Projetos complementares; Adequação de todo o projeto;
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Serviços Essenciais
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Detalhamento executivo em Projeto compatibilizado, com Desenho executivo dos
escalas adequadas de escadas, as devidas especificações; detalhes do projeto juntamente
rampas, piso e acabamento, Memorial descritivo do com as especificações;
esquadrias, molduras, e etc. projeto; Desenhos de esquadrias,
Detalhamento construtivo dos Definições e Padrões. escadas, rampas e etc.;
muros de divisa, descida da Tabelas feitas em pranchas ou
pluvial; em planilha.
Indicação de todos os
materiais utilizado no projeto,
piso, pintura, revestimento,
louças e etc.
Serviços Específicos
Descrição Das Atividades Dados Necessários Produto Gerado
Diagramação/Paginação e Projetos luminotécnica e Desenho executivo com
detalhamento de forros acústico; detalhes do forro, com
específicos; Projeto definitivo com todos detalhes do piso e com
Paginação e detalhamento de os elementos fixos (bancos, indicação de sentido de
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5. Considerações Finais
Gerenciamento de projeto é um tema muito amplo e, ao se aprofundar no estudo, vislumbra-se
que todas suas atividades relacionadas, se bem entendidas e aplicadas, trazem diversos
benefícios para o escritório de arquitetura e urbanismo. Dessa forma, este trabalho apresentou
como bibliografia base o Manual de Escopo de Projeto e Serviços de Arquitetura e
Urbanismo, discutindo acerca da elaboração de escopo do projeto e expondo segundo o
manual qual a melhor forma de realizar o escopo do projeto de arquitetura.
A elaboração de escopo deve ser previamente feita com o cliente ou empreendedor, e
finalizada com um contrato que define bem as obrigações e deveres do arquiteto em cada fase
do projeto, deixando claro para o contratante qual serviço e produto irá receber após a
contratação. Dessa forma, o relacionamento contratante e contratado evitará o desgaste, uma
vez que a relação entre eles é delicada por conta de contratos e escopos mal elaborados.
A vantagem dos arquitetos usarem o manual de escopo como referência para sua elaboração
faz com que o valor cobrado pelo projeto seja justo e entendido pelo contratante. Assim o
escopo é um dos documentos básicos do projeto e deve conter os itens necessários para
elaboração do projeto, servindo como base para possíveis negociações em relação a sua
mudança.
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De uma maneira geral, para elaboração de escopo de arquitetura e urbanismo devem constar
os processos de composição do produto (desenho, imagens e etc.), as informações necessárias
(legislação, programa de necessidade definido e etc.) e quais os produtos que serão entregues
com a finalização de cada fase. Dessa forma espera-se que o contratante entenda o quão
trabalhoso foi o processo de projeto e valorize o trabalho do profissional de arquitetura.
6. Referências
CICHINELLI, Gisele C. Como Gerenciar Escritórios Pequenos. Revista aU. Editora Pini.
Edição 164. Novembro 2007. Disponível em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-
urbanismo/164/artigo66777-1.aspx>. Acesso em: 27 dez. 2013.
EGLE, Telma. Obra: sempre um (bom) motivo para uma desculpa. Revista téchne.
Editora Pini. Edição 161. Agosto 2010. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-
civil/161/obra-sempre-um-bom-motivo-para-uma-desculpa-a-286733-1.aspx>. Acesso em: 27
dez. 2013.
MELHADO, Silvio. Escopo de Serviços para Coordenação de Projetos. São Paulo, 2004.
Disponível em: <http://www.gerenciamento.ufba.br/MBA%20Disciplinas%20Arquivos/Coor
dena%C3%A7%C3%A3o%20Projetos/Escopo.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2014.
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