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Análise de fotografias (Geo-História)

SOUZA, André Restier Lima de. RU 2379027

Polo Ubá-MG

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE UBÁ NA PERSPECTIVA DA


GEO-HISTÓRIA

FOTO 1:

Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil. Disponível em:


http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_mg_tresrios_caratinga/uba.htm
FOTO 2:

Fonte: IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/uba/historico

1. INTRODUÇÃO:

O trabalho busca analisar a importância da estação ferroviária de Ubá,


município de Minas Gerais, no início da década de 1920 até o final da década
de 1950, e as relações estabelecidas ao longo destes anos ao possuir papel
fundamental de conexão à importantes cidades, como Rio de Janeiro, Bicas
e Cataguases. Ambas as fotos são da localidade, tendo sido realizadas em
momentos distintos. A primeira, data de 1922 e a segunda, de 1958.
2. DESENVOLVIMENTO

 Categorias utilizadas
Dentre as categorias geográficas, destacamos as noções de espaço e região,
conceitos muito utilizados pela escola geográfica francesa de Vidal de La
Blache, posteriormente sendo uma ferramenta de grande valor para Lucien
Febvre e Fernand Braudel, da Escola dos Annales.
Em suma, enquanto o espaço seria definido como uma área indeterminada
existente na materialidade física, a região já seria um espaço definido através
de uma identidade criada por meio da cultura e sociedade vigentes naquela
localidade. Destacamos também os processos de “curta, média e longa
duração” propostos por Braudel, onde podemos analisar as modificações
físicas e culturais ocorridas ao longo dos anos.

 Contexto de produção
No contexto nacional, dentre os acontecimentos em destaque no ano de 1922
- no qual foi realizada a primeira foto – ocorreram a Semana de Arte Moderna,
a décima eleição presidencial e o decreto do então presidente Epitácio
Pessoa, no qual oficializa a letra do Hino Nacional Brasileiro.
A cidade de Ubá, em 1922, possuía como principal fonte de renda o café,
fumo, açúcar e cereais. Neste período, sua população era de 45.000
habitantes e seu prefeito era Pedro Xavier Pires. O motivo da aglomeração de
pessoas na estação visto pela imagem, foi devido o embarque do Núncio
Apostólico, Dom Henrique Gasparri.
Já no contexto nacional de 1958, destacamos o primeiro título da Seleção
Brasileira de Futebol numa Copa do Mundo e a inauguração do Palácio da
Alvorada, sede oficial do presidente da República.
Em Ubá, damos ênfase à criação de diversas escolas estaduais e a
construção de quarenta casas para bancários e ferroviários, no bairro
Eldorado. José Pires da Luz era o prefeito deste ano.
 Elementos no espaço urbano

Podemos observar que ao lado esquerdo da linha do trem, havia uma


vegetação com uma casa mais adiante. Já ao lado direito da estação, embora
não seja possível observarmos através destas imagens, podemos destacar
um dos pontos mais emblemáticos da cidade de Ubá até os dias atuais: a
Praça Guido Marliere, onde são realizados diversos eventos. Sabendo que na
mesma praça, em épocas próximas aos acontecimentos das fotos, houve um
sobrevoo de um Zeppelin, podemos assim afirmar que este ponto da cidade
sempre foi muito ativo em questões culturais.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Relação espaço-tempo e projeto político para o Brasil


De acordo com o período no qual identificamos as imagens, as ferrovias eram
a principal fonte de transporte comercial, levando aos grandes centros
urbanos toda produção agrícola e mineral produzida no interior do estado.
Além do transporte comercial, havia o transporte de passageiros.
Embora os veículos automotores já estivessem em voga, nem todos possuíam
condições para adquiri-los, permanecendo as estações pelo Brasil como uma
das formas mais eficazes para se chegar rapidamente a outras cidades e,
consequentemente, adquirir uma amplitude nos círculos sociais e culturais.

4. REFERÊNCIAS

BARROS, José D´Assunção. Geografia e História: uma interdisciplinaridade


mediada pelo espaço. Geografia, v. 19 n. 3. Londrina: 2010.
BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história ou o ofício de historiador.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

RIBEIRO, Guilherme. A arte de conjugar tempo e espaço: Fernand Braudel, a


geo-história e a longa duração. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio
de Janeiro, v.22, n.2, abr.-jun. 2015, p.605-639.

RIBEIRO, Guilherme. A Geografia testemunha a História: paisagem, região e


interdisciplinaridade em Marc Bloch. Revista de História Regional 14 (2): 7-28.
Ponta Grossa: 2009.

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