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EPILEPSIA: DEFICIÊNCIA?
ESTUDO
OUTUBRO/2011
A EPILEPSIA ................................................................................................................................. 3
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................... 4
TRATAMENTO ........................................................................................................................... 5
A DEFICIÊNCIA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL ................................................... 7
COTAS DE EMPREGO PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA.......................................... 11
PROPOSITURAS EM TRAMITAÇÃO ..................................................................................... 13
COMENTÁRIOS FINAIS .......................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 17
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EPILEPSIA: DEFICIÊNCIA?
A EPILEPSIA
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DIAGNÓSTICO
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O diagnóstico da epilepsia é clínico na maioria das vezes, mas pode
também exigir exames complementares. A eletroencefalografia (EEG) é o principal exame,
sendo utilizado tanto para o diagnóstico quanto para o acompanhamento da evolução do
caso (Brasil, 2010).
Além da EEG, são indicados também exames de imagem, como
ressonância magnética (RM) de encéfalo, prioritariamente, e tomografia computadorizada
(TC) de crânio. Esses exames têm a função de descartar alterações estruturais, sendo
decisivos inclusive para a indicação de procedimentos cirúrgicos (ibidem).
TRATAMENTO
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A DEFICIÊNCIA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL
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ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao
desempenho de função ou atividade a ser exercida.
Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra
nas seguintes categorias:
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida,
exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o
desempenho de funções;
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ,
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor
que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor
correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual
em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea
de quaisquer das condições anteriores;
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.
Pelo acima exposto, resta claro que o Decreto traz definição ampla
de deficiência (art. 3º, I), mas estabelece concisa e exaustivamente os critérios utilizados para
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a caracterização de uma pessoa com deficiência. Lista quadros bastante específicos,
impedindo extrapolações sobre o tema. Cabe salientar que a classificação não se baseia no
diagnóstico etiológico apresentado pelo sujeito, mas sim em seu efetivo quadro clínico,
independentemente da possível causa.
Tanto a Lei 7853/89 quanto o Decreto 3298/99 permanecem em
vigor. Todavia, mais recentemente, o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 incorporou
à nossa legislação a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Cabe
salientar que esse Decreto possui status de emenda constitucional (CF, art. 5º, § 3º).
A Convenção define deficiência em seu art. 1º. Também privilegia a
situação real da pessoa, independentemente do diagnóstico apresentado:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
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Um exemplo extremo seriam os denominados erros de refração –
miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Trata-se de situações usualmente
controláveis e com pequeno impacto, mas que implicam potencial prejuízo para seu
portador.
Se for aceita uma definição tão ampla, virtualmente toda a população
fará jus aos benefícios destinados às pessoas com deficiência, inutilizando-os. Isso
desvirtuaria totalmente seu objetivo e levaria a grande prejuízo para aqueles que
efetivamente necessitam proteção especial do Estado.
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No Brasil, existem diversos benefícios estipulados em lei para as pessoas com deficiência. Em especial,
citamos isenções e imunidades tributárias – tanto no nível federal quanto no estadual e no municipal – e
benefícios de ordem previdenciária. Para maior aprofundamento desse tema, sugerimos leitura dos estudos
relacionados anteriormente.
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sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no
concurso.
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Disponível em http://www.mte.gov.br/noticias/conteudo/9496.asp, acesso em 19.10.11.
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pela Fiscalização do Trabalho no exercício da atividade de fiscalização do trabalho das
pessoas portadoras de deficiência”. A IN também não define deficiência, mas retoma a
Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que afirma, em seu art.
1º:
Para efeito desta Convenção, entende-se por pessoa deficiente "todas as
pessoas cujas possibilidades de obter e conservar um emprego adequado e
de progredir no mesmo fiquem substancialmente reduzidas por deficiência
de caráter físico ou mental devidamente comprovada.
PROPOSITURAS EM TRAMITAÇÃO
COMENTÁRIOS FINAIS
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Finalmente, lembramos que o PL 7699/06, que cria o Estatuto da
Pessoa com Deficiência, tramita com mais de 200 apensados e está pronto para Pauta no
Plenário. Dessa forma, qualquer nova propositura sobre o assunto teria sua tramitação
prejudicada.
Pelo exposto, concluímos pela não elaboração de propositura para
estender ao paciente com epilepsia os benefícios assegurados às pessoas com deficiência.
Colocamo-nos, contudo, a disposição para quaisquer outras providências julgadas
pertinentes.
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REFERÊNCIAS
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