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CURITIBA SETEMBRO 2006

Trabalho referente à disciplina de tópicos de comunicações do Curso Superior de Tecnologia


em Eletrônica do 7º período da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e realizado pelos
alunos: Gustavo Theodoro Laskoski, Maicon Marcondes e Oscar Szeremeta.

Orientado pelo: Drº Jean Carlos Cardozo da Silva.

CURITIBA SETEMBRO 2006

Nesse trabalho serão apresentados os conceito básicos sobre modulação digital. A modulação
é uma técnica utilizada para transmitir informação através de uma portadora com
características favoráveis para a propagação do sinal no canal de comunicação.

Com avanço tecnológico e o desenvolvimento das comunicações digitais, foram desenvolvidas


técnicas de modulação capazes de transportar informaçao digital por meio de um sinal
analógico. Além disso, as técnicas da teoria da informação aumentaram a capacidade de
transmissão e tornou a transmissão de informação economicamente viável.

No trabalho serão descritos as principais modulações digitais existentes, são elas: modulações
por chaveamento de amplitude (ASK), utilizado atualmente em meios com baixa quantidade de
ruído; modulação por chaveamento de frequência (FSK), utilizado inicialmente em sistemas de
fax-modem; modulação por deslocamento de fase (PSK) e por quadratura e amplitude (QAM)
utilizado na comunicação de modens.

Palavras chaves: Modulação digital, modulação chaveada, comunicação de modens.

FIGURA 1 – SINAL MODULADO BASK


FIGURA 2 – ESPECTRO DE FREQUÊNCIA DA MODULAÇÃO BASK
FIGURA 3 – SINAL MODULADO ASK – OOK
FIGURA 4 – SINAL MODULADO MASK – DIBIT
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO MODULADOR FSK
FIGURA 6 – RESPRESENTAÇÃO DO DEMODULADOR FSK
FIGURA 7 – SINAL MODULADO BFSK
FIGURA 8 – SINAL MODULADO MFSK
FIGURA 9 – DEMOSTRAÇÃO DO FILTRO GAUSSIANO
FIGURA 10 – REPRESENTAÇÃO DA MODULAÇÃO PSK
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS DA MOD. DPSK
FIGURA 12 – DIAGRAMA FASORIAL DA MODULAÇÃO PSK
FIGURA 13 – MODULAÇÃO DIFERENCIAL PSK
FIGURA 14 – EXEMPLO DA MODULAÇÃO PSK-8
FIGURA 15 – DETECÇÃO COERENTE PARA A MOD. PSK-8
FIGURA 16 – DIAGRAMA DE CONSTELAÇÃO QAM-16
FIGURA 17 – DIAGRAMA EM BLOCOS DO MODULADOR QAM
TABELA 1 – PRINCIPAIS TIPOS DE MODULAÇÕES EXISTENTES07
LISTA DE TABELAS TABELA 2 – REPRESENTAÇÃO DO PADRÃO V.29
................................................. 23
RESUMO 03
LISTA DE FIGURAS 04
LISTA DE TABELAS 05
1 INTRODUÇÃO 07
2 MODULAÇÃO ASK 08
2.1 Modulação OOK 10
2.2 Modulação MASK 10
3 MODULAÇÃO FSK 12
3.1 Modulação BFSK 13
3.2 Modulação MFSK 14
3.3 Modulação GFSK 15
4 MODULAÇÃO PSK 16
4.1 Modulação QPSK 19
4.2 Modulação DPSK 20
5 MODULAÇÃO QAM2
6 CONCLUSÃO 24
SUMÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................
25

1 INTRODUÇÃO

A modulação corresponde a um processo de conversão de sinais para fins de transmissão,


sendo definido como um sistema que recebe duas entradas ( informação e portadora) e
fornece um sinal de saída que será utilizado no transporte da informação. Os tipos de
modulações existentes são definidos de acordo com a natureza dos sinais de entrada do
sistema, na tabela 1 são descritos os principais tipos de modulações existentes.

TABELA 1 – PRINCIPAIS TIPOS DE MODULAÇÕES EXISTENTES MODULAÇÃO


INFORMAÇÃO PORTADORA EXEMPLOS

Analógica Analógica Analógica AM, FM, PM

Digital Digital Analógica ASK, FSK, PSK Pulso Analógica Digital PAM, PWM, PPM Fonte:
Autoria própria

A portadora é o sinal de entrada do sistema responsável pelo transporte de informação no meio


de transmissão, de acordo com a tabela 1 a portadora poderá ser um sinal analógico
(geralmente correspondente a um sinal senoidal) ou digital.

As principais características da modulação são: redução de ruído e interferência, facilidade de


irradiação eletromagnética, ou seja, a portadora tem como característica possuir uma
frequência maior que a frequência do sinal de informação, diminuindo o tamanho das antenas.
Além disso, a modulação possibilita uma melhor designação de frequência, ou seja, permite
selecionar uma determinada portadora com frequência favorável para um determinado projeto.

A modulação digital utiliza uma portadora analógica que tem uma ou mais características
alteradas de acordo com uma informação digital, sendo chamada também de modulação
chaveada.

2 MODULAÇÃO ASK

A modulação por chaveamento de amplitude (ASK) consiste em alterar o nível de amplitude da


portadora em função de um sinal de entrada com níveis de amplitude discretos.
O princípio da modulação ASK pode ser definido pela modulação por chaveamento de
amplitude – binário (BASK), ou seja, o sinal modulante assume um dos dois níveis discretos
existentes da fonte de informação (nível lógico “0” ou “1”). Na figura 1 é apresentado um sinal
modulado BASK, a menor amplitude corresponde ao nível lógico “0” e a maior amplitude
corresponde ao nível lógico “1”.

FIGURA 1 – SINAL MODULADO BASK

Fonte: Unisinos. Disponível em: <http://w.inf.unisinos.br/~roesler/disciplinas/


0_comunicdados/10_modula_analogico/tp_modula.pdf> (2006)

O sinal BASK pode ser definido de acordo com a equação 2.1, podendo ser representado por
uma função com frequência frequência fundamental fixa correspondente ao sinal da portadora
e com variação de amplitude correspondente ao sinal de infomação do sistema em funçào do
tempo.

Considerando que a entropia da cada símbolo da modulação BASK é de 50%, ou seja, a


quantidade de informação corresponde a uma unidade e a probalidade de ocorrência é de
50%, pode-se definir que a amplitude média do sinal modulado corresponde a média entre os
níveis de amplitude de cada símbolo. Portando o índice de modulação é definido pela equação
2.2.

O sinal BASK pode ser obtido pelo produto de uma portadora cossenoidal e uma onda
quadrada. Na figura 2 é apresentado o espectro de frequência do sinal BASK, a banda mínima
de transmissão é definida como Bmín.
FIGURA 2 – ESPECTRO DE FREQUÊNCIA DA MODULAÇÃO BASK

A banda mínima necessária para a transmissão de informação varia do resultado entre a


diferença da frequência da portadora e do sinal de informação até a soma entre a frequência
fundamental da portadora com a frequência do sinal de informação.

Considerando a utilização da banda mínima necessária (Bmín na figura 2) para a transmissão


de informação, pode-se definir o sinal BASK conforme a equação 2.3.

2.1 Modulação OOK

A modulação ASK – OOK é um caso particular da modulação BASK. Nesse modulação a


portadora assume um determinado nível de tensão para o nível lógico “1” e nível de tensão
nulo para o nível lógico “0”. Portanto, o módulo do índice de modulação é unitário. Na figura 3 é
apresentado um sinal modulado ASK – OOK.

FIGURA 3 – SINAL MODULADO ASK – OOK Fonte: USP. Disponível em:


<http://w.lsi.usp.br/~volnys/courses/redes/pdf/04MULT-col.pdf>

2.2 Modulação MASK

A quantidade de informação transportada pela modulação chaveada pode ser aumentada pelas
técnicas da teoria da informação. Um método simples para aumentar a capacidade de
transmissão de um canal é o aumento da variedade de uma fonte de informação. A variedade
de um fonte é descrita na equação 2.4.

v = m log2 n (equação 2.4) Sendo:

- m: número de posições de bits. - N: números de elementos da fonte.

Para o sistema um sistema BASK, a variedade corresponde a uma unidade, ou seja, existe um
bit de variedade, podendo assumir um dos dois valores da fonte de informação. A modulação
multi-nível ASK (MASK) tem variedade maior que uma unidade, apresentando maior
quantidade de níveis discretos de amplitude, na figura 4 é apresentado um sistema dibit de um
sinal modulado MASK.
FIGURA 4 – SINAL MODULADO MASK - DIBIT

Fonte: Unisinos. Disponível em: <http://w.inf.unisinos.br/~roesler/disciplinas/


0_comunicdados/10_modula_analogico/tp_modula.pdf> (2006)

A modulação MASK aumenta a variabilidade do sinal, porém diminui os intervalos de decisão


dos níveis de amplitude, diminuindo a imunidade aos ruídos e interferências do sistema de
comunicação. Outra definição da modulação MASK pode ser associada a modulação por
amplitude de pulsos (PAM). Apesar do sinal PAM ser resultante da modulação entre uma
informação analógica e uma portadora digital, o sinal PAM pode ser utilizado como sinal de
informação da modulação MASK pois tem níveis de amplitudes discretos.

3 MODULAÇÃO FSK

O processo de modulação por chaveamento de frequência (FSK) consiste em variar a


freqüência da onda portadora em função do sinal modulante, no presente caso, o sinal digital a
ser transmitido. Diferente da modulação FM, o FSK desloca a freqüência entre apenas dos
pontos fixos separados. O modulador FSK é formado por dois moduladores ASK, sendo que
um deles produz pulsos modulados na freqüência F1 para cada bit 1, enquanto que o outro
produz pulsos modulados na freqüência F0 para cada bit 0. A saída dos moduladores é
combinada e transmitida, conforme representado na Figura 5.

FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO MODULADOR FSK

O demodulador FSK (Figura 6) é formado por um divisor de sinais cujas saídas são aplicadas a
filtros passa-faixa centrados em F1 e F0 e posteriormente seguidos de demoduladores ASK.
Os sinais de baixa freqüência são somados com a polaridade adequada a fim de obter como
resultado um sinal BK.
FIGURA 6 – RESPRESENTAÇÃO DO DEMODULADOR FSK

O formato de modulação FSK é o que ocupa a maior largura de faixa de todos, pois os
espectros centrados em F0 e F1 não podem ser superpostos a fim de que a informação seja
preservada. A modulação FSK foi originalmente desenvolvida para enviar texto através de
dispositivos de radio teleimpressor. O deslocamento da portadora entre a marca e o espaço foi
usado para gerar caracteres no código Baudot. No receptor, os sinais Baudot foram utilizados
para produzir texto impresso para impressoras e posteriormente telas de vídeo.

Com o desenvolvimento tecnológico, a modulação FSK foi utilizada para transmitir mensagens
no código ASCII utilizados por computadores e permitiu o uso de caracteres caixa baixa e alta
e símbolos especiais. A introdução de microprocessadores tornou possível usar o FSK para
enviar mensagens com capacidade de verificação e correção automática de erros. Isto é feito
através da inclusão de códigos de verificação de erro nas mensagens, permitindo que a
estação receptora possa requisitar a retransmissão se uma mensagem ou os códigos de
verificação de erro estiverem em conflito (ou se o código não for recebido ). Entre os modos
mais comuns tais como o FSK estão a tele impressão amadora através do radio (AMTOR) e a
correção adiantada de erro (FEC). A modulação FSK é o modo mais rápido de se enviar texto
pelo radio, e os modos de correção de erro oferecem alta acuracidade e confiabilidade. O
espaço de freqüência ocupado depende da quantidade de deslocamentos, mas um sinal típico
de FSK ocupa menos que 1.5 kHz de espaço. A grande desvantagem do FSK é a necessidade
de um equipamento de recepção mais elaborado.

A principal característica da modulação FSK é a imunidade a ruídos, quando comparada com a


ASK. A modulação FSK é utilizada em modens de baixa velocidade e transmissão via radio (na
transmissão de sinais de radiocontrole).

3.1 Modulação BFSK

A modulação BFSK atribui freqüências diferentes para a portadora em função do bit que é
transmitido.

Quando um bit 0 é transmitido, a portadora assume uma freqüência correspondente a um bit 0


durante o período de duração de um bit. Quando um bit 1 é transmitido, a freqüência da
portadora é modificada para um valor correspondente a um bit 1 e analogamente, permanece
nesta freqüência durante o período de duração de 1 bit, como mostrado na Figura 7.

FIGURA 7 –SINAL MODULADO BFSK 3.2 Modulação MFSK

O sinal multi nível FSK (MFSK) pode ser produzido pela seleção de vários geradores, no
receptor podem-se usar filtros sintonizados para cada freqüência. O resultado desta filtragem
equivale a um sinal OOK e pode ser demodulado com um detector de envoltória. Segundo a
freqüência presente em cada instante, apenas a porta correspondente, de 1 a n, terá sinal
presente. As outras portas terão apenas ruído. O regenerador tem condição de reproduzir
qualquer dos estados originais e o decisor, analisando as tensões presentes nas portas, tem
condição de reconhecer qual estado deverá ser produzido pelo regenerador. O conjunto de
filtros funcionam como um dispositivo de resposta sensível à freqüência, podendo ser
discriminando no sistema FM convencional. Na figura 8 é apresentado um sinal modulado
MFSK.

FIGURA 8 – SINAL MODULADO MFSK

de 4FSK
Se forem utilizadas quatro freqüências de transmissão distintas (conforme apresentado na
figura 8) cada uma delas correspondendo a 2 bits, a modulação é chamada

A modulação MFSK apresenta o inconveniente de ocupar uma banda de freqüência bastante


alta, devido a estas variações bruscas de freqüência em função da transição de bits.
Entretanto, a utilização de múltiplas frequências aumenta a taxa de transmissão do sistema em
comparação com a modulação BFSK.

3.3 Modulação GFSK

Na modulação Gaussina FSK (GFSK) os dados são codificados na forma de variações de


freqüência em uma portadora, de maneira similar à modulação FSK. Portanto, o modulador
utilizado pode ser o mesmo que para a modulação FSK. Todavia, antes dos pulsos entrarem
no modulador, eles passam por um filtro gaussiano, de modo a reduzir a largura espectral dos
mesmos. O filtro gaussiano é uma espécie de formatador de pulso que serve para suavizar a
transição entre os valores dos pulsos. A figura 9 ilustra a transformação dos pulsos após
passarem pelo filtro gaussiano.

FIGURA 9 – DEMOSTRAÇÃO DO FILTRO GAUSSIANO

A modulação GFSK é utilizada nos sistemas Bluetooth, uma vez que provê uma melhor
eficiência espectral em relação à modulação FSK.

4 MODULAÇÃO PSK
Neste processo, ocorre a alteração discreta da fase da portadora conforme o sinal digital a ser
modulado. Portanto, pode-se por exemplo manter a fase da portadora em 0° quando ocorrer
um bit 1 e alterar a fase da portadora quando ocorrer um bit 0. Como nos casos da modulações
anteriores, também tem-se o BPSK e MPSK. Em particular para o BPSK, define-se o PRK
(phase reversal keying) como um PSK com 2 fases a 180º.

FIGURA 10 – REPRESENTAÇÃO DA MODULAÇÃO PSK

A constelação de símbolos de um modem é um diagrama com representação vetorial de cada


símbolo transmitido pelo modem. Nesse caso, cada símbolo associado ao seu deslocamento
de fase e amplitude é representado no diagrama com sendo um ponto. A distância desse ponto
ao centro dos eixos corresponde à amplitude do símbolo e sua posição angular em relação ao
eixo das abcissas (X) corresponde ao deslocamento de fase do símbolo. (Montoro, 1995)[SIL].

Símbolo

∆Φ A x

A Amplitude da portadora modulada

(∆Φ) Defasagem da portadora modulada com relação ao símbolo anterior

X A . cos (): componente da quadratura X

Y A . sen (∆Φ): componente da quadratura Y

Com o auxílio dessa representação de símbolos, é possível a construção de diagramas de


constelações para diversos tipos de modulações. O diagrama (a) da figura 1, mostra a
representação de símbolos de uma modulação DPSK-2, com símbolos em 0º e 180º. Na
seqüência, a figura 1 (b) mostra uma representação para a mesma modulação, mas com
símbolos em 90º e 270º. Os diagramas (c) e (d) mostram constelações para o

DPSK-4 e 8, respectivamente. Y

Y 90º

0º 90º
Modem V27 bis 2400 bps (1200 baud)

Modem V26 bis 1200 bps

(b) (c)

(d) FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS DA MOD. DPSK

Outra maneira de analisar a modulaçào PSK é através dos diagrmas fasoriais. Os diagramas
fasoriais para o PRK estão ilustrados na figura 12. Observa-se que a diminuição da potência de
transmissão do PSK implica no aumento da probabilidade de erro pois os círculos de indecisão
estarão mais próximos. Observa-se que a diminuição da potência de transmissão do PSK
implica no aumento da probabilidade de erro pois os círculos de indecisão estarão mais
próximos.

FIGURA 12 – DIAGRAMA FASORIAL DA MODULAÇÃO PSK

A banda do sinal BPSK é idêntico ao BASK quando o sinal modulante é bipolar. Dessa forma,
pode-se afirmar que a banda para a transmissão do BPSK é a mesma do

BASK, ou seja, B = 2f; como f = 1/σ, para os sinais binários, VS = 1/σ e B = 2f = 2(1/2σ)

= VS, ou seja, B = VS. Assim, a banda necessária em Hz é igual (em módulo) à velocidade de
transmissão de dados em bits por segundo.

(Parte 1
Assim como no caso do BASK ideal, o PRK ideal também ocuparia uma banda de
freqüências infinita. Também como naquele caso, a banda PRK pode ser limitada (filtragem)
antes ou depois da modulação.

4.1 Modulação QPSK

Pode-se definir um sinal QPSK como sendo a composição de dois PRK's em quadratura de
fase: PRK1 variando de 0º a 180º e PRK2 variando de 90º a 270º. Se τ for a duração dos
pulsos elementares do sinal quaternário, os dois PRK's necessitam da mesma banda B em
torno da freqüência da portadora, ou seja, B = 2f’= 2 (1/2τ) = 1/τ = VM Logo, o QPSK precisará
da mesma banda B = 1/τ centrada em torno da portadorea, pois é a soma dos dois PRK. Como
o QPSK é um sinal quaternário oriundo de uma codificação dibit, tem-se que o tempo de bit
corresponde a equação 4.1.

VS = VM (log24) = (VM)2 = (1/τ)2 = (2/τ) ∴ τ = 2/VS (equação 4.1)


Assim, a banda B em função da velocidade de transmissão é definida pela equação 4.2.
B = 1/τ = 1/(2/VS) = VS/2 (equação 4.2)
Sendo:

- B: largura de banda [Hz];

- Vs: velocidade de transmissão [bps];

Genericamente, para um sinal MPSK qualquer, estendendo o raciocínio anterior chega-se a


equação 4.3.

B = 1/τ = 1/(n/VS) = 1/(log2N/VS) = VS/log2N (equação 4.3)


4.2 Modulação DPSK

A Modulação Diferencial por Chaveamento de Fase (Silva, 1978) é uma variante da PSK, onde
a cada bit não se associa uma fase da portadora, mas, sim, uma mudança ou não desta
mesma fase, ou seja, para cada bit 0, efetua-se uma inversão de 180º na fase da portadora e,
no bit 1, não se altera a fase. As alterações de fase são realizadas tomando-se como
referência a última alteração produzida. Para isso, a codificação dos estados da modulação é
feita pela diferença de fase entre pulsos sucessivos. Entre as vantagens do sistema diferencial
está a dispensa, na geração local (na recepção), de uma portadora para demodular os dados
(o que se faz necessário no PSK convencional onde a portadora local deve ter coerência de
freqüência e fase com a portadora de transmissão – esses sistema são chamados de
coerentes). Além disso, o fato da modulação ser diferencial faz com que haja sincronismo na
linha de comunicação quando da ocorrência, por exemplo, de longas seqüências de bits 1.

A figura 13 ilustra uma forma de se obter o DPSK (parte a). Nesse caso, a cada momento a
entrada de sinal (binário) é comparada com a anterior, que é armazenada com um retardo igual
à duração de um pulso. Cada vez que a entrada de sinal é igual à anterior armazenada, é
produzida a saída zero no codificador; cada vez que forem diferentes, é produzida a saída um.

FIGURA 13 – MODULAÇÃO DIFERENCIAL PSK

Na recepção (parte b), o circuito opera com um retardo de um pulso. Cada trecho da portadora
no intervalo correspondente a um pulso é comparado em fase com o trecho anterior, que é a
referência de fase para a demodulação. Embora o sistema DPSK elimine a geração local da
portadora na recepção, implica no uso de uma codificação diferencial, mais sofisticada que o
normal. Na figura 14 é apresentado um exemplo da modulação PSK de 8 estados (PSK-8).
FIGURA 14 – EXEMPLO DA MODULAÇÃO PSK-8

Na figura 15 é apresentado um diagrama em blocos da detecção coerente para a modulação


PSK-8.

FIGURA 15 – DETECÇÃO COERENTE PARA A MOD. PSK-8

5 MODULAÇÃO QAM

A modulação por amplitude e quadratura (QAM) é resultante de uma combinação entre as


modulações ASK e PSK. O mapeamento por código Gray é o método utilizado na distribuição
do código binário do diagrama de irradiação, pois a distância de Hamming entre os código
adjacentes é de uma unidade. Na figura 16 é apresentado o diagrama de constelação da
modulação QAM-16. Se o diagrama for analisado de acordo com o plano de Argand-Gauss,
pode-se definir três valores de módulos distintos e três fase distintas por quadrante, ou seja,
numa representação a modulação QAM-16 tem três valores de módulos possíveis e doze
valores de fase distintos.

FIGURA 16 – DIAGRAMA DE CONSTELAÇÃO QAM-16


Para formar o sinal é utilizada um portadora que recebe nível de amplitude (q) determinado
pela informação e a portadora é defasada em 90º e recebe um nível de amplitude (i). Os dois
sinais são somados formando o sinal QAM, na equação 5.1 é descrito a função do sinal QAM.

S(t) = q . sen (ω.t) + i .cos (ω.t) (equação 5.1)


Sendo: - q e i: amplitudes com níveis e polaridades determinadas pelo código.

- ω: frequência portadora = 2. π.f [Hz]

Na figura 17 é apresentado o diagrama em blocos do modulador QAM com base na equação


2.5.

FIGURA 17 – DIAGRAMA EM BLOCOS DO MODULADOR QAM

A recomendação de transmissão V.29 definiu que o bit mais significativo do código representa
a amplitude do sinal e os três bits representam a fase do sinal, ou seja, para definir o valor do
bit que representa a amplitude deve verificar o valor correspondente a fase do sinal. Na tabela
2 é apresentado um esquema de representação do padrão V.29

Q1 Amplitude do sinal Fase do sinal

0 3.0 V

1 5.0 V 0, 90º, 180º e 270º

0 1.41 V

1 4.24 V 45º, 135º, 225º e 315º

TABELA 2 – REPRESENTAÇÃO DO PADRÃO V.29

Além do QAM-16, foram desenvolvidas modulações com maior capacidade de transmissão


como o QAM-32.

6 CONCLUSÃO

Nesse trabalho foram apresentados os principais tipos de modulação digital.

Primeiramente foram analisados os conceitos básicos de modulação e a necessidade de


utilizar essa técnica para a transmissão de informação. A primeira técnica analisada foi a
modulação ASK e as suas variações. Apesar do aumento da capacidade de transmissão pela
modulação multi nível ASK, essa modulação só pode ser utilizada em meios com baixo ruído,
podendo ser utilizada na modulação do nível de intensidade de um LED nas transmissões
ópticas.

A segunda técnica analisada foi a modulação FSK, apresentando como principal característica
um elevada imunidade a ruídos, contudo a modulação FSK possui baixa capacidade de
transmissão e a utilização de técnicas com múltiplas frequências (MFSK) ocupa uma elevada
largura de banda e aumenta a quantidade de filtros dos equipamentos.. A terceira técnica
analisada foi a modulação por deslocamento de fase, sendo muito utilizada na transmissão de
modens, essa modulação tornou-se a mais viável economicamente. Com a necessidade do
aumento da capacidade de transmissão, foi desenvolvido uma combinação das técnicas ASK e
PSK que foi adotado como padrão de transmissão para alguns modens.

Atualmente as técnicas de modulação visam aumentar a capacidade de transmissão e reduzir


a largura de banda ocupada, afim de obter a máxima eficiência do canal de comunicação.

25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[01] SCHWARTZ, Mischa. Information transmission, Modulation and Noise., 1979 McGraw-Hill
Inc.

[02] SILVA, Gilberto Vianna Ferreira da; BARRADAS, Ovídio Cesar Machado.
Telecomunicações: Sistemas de Radiovisibilidade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, Embratel, 1978.

[03] MODEM UP22BIS - Manual de Operação e Instalação Modem UP22bis. Parks Informática.
Versão 04. Montoro, F. A. MODEM. SP: Érica, 1995.

[04] ROESLER, Valter. Banda base e modulação analógica. Disponível em:


http://www.inf.unisinos.br/~roesler/disciplinas/0_comunicdados/10_modula_analogico/tp
_modula.pdf . Acesso em: 17 de setembro de 2006.

[05] MOUTINHO, Adriano. Princípios de telecomunicações I – Modulação digital. Universidade


Estadual do Rio de Janeiro. Disponível em: <http:// w.adrianomoutinho.com/trabalhos/
modulacao_entrada_digital.pdf>. Acesso em: 17 de setembro de 2006.

[06] BERNAL, Volnys Borges. Transmissão da informação – Multiplexação. USP. Disponível


em: <http://w.lsi.usp.br/~vol nys/courses/redes/pdf/04MULT-col.pdf>. Acesso em: 20 de
setembro de 2006.

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