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Luís Paulo Neves

Metodologia
Científica

Revisada por Cláudia Fiorillo


APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Metodologia Científica,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma
apresentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 DEFINIÇÃO.................................................................................................................................................. 7
1.1 Resumo do Capítulo................................................................................................................................................... 8
1.2 Atividades Propostas................................................................................................................................................. 9

2 O CONHECIMENTO............................................................................................................................. 11
2.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................12
2.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................12

3 CIÊNCIA E PESQUISA......................................................................................................................... 13
3.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................16
3.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................16

4 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.................................................................................................. 17
4.1 Fases da Pesquisa......................................................................................................................................................18
4.2 Coleta de Dados.........................................................................................................................................................18
4.3 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................18
4.4 Atividades Propostas...............................................................................................................................................19

5 ANTEPROJETO E PROJETO DE PESQUISA.......................................................................... 21


5.1 Partes do Projeto de Pesquisa...............................................................................................................................22
5.2 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................25
5.3 Atividades Propostas...............................................................................................................................................25

6 NOÇÕES DE TEXTUALIDADE........................................................................................................ 27
6.1 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................29
6.2 Atividades Propostas...............................................................................................................................................29

7 PRODUÇÃO DO TRABALHO MONOGRÁFICO.................................................................. 31


7.1 Determinação do Tema-Problema do Trabalho.............................................................................................31
7.2 Levantamento Bibliográfico..................................................................................................................................32
7.3 Leitura e Documentação........................................................................................................................................33
7.4 A Construção Lógica do Trabalho Dissertativo...............................................................................................33
7.5 A Redação do Trabalho...........................................................................................................................................34
7.6 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................35
7.7 Atividades Propostas...............................................................................................................................................35

8 TRABALHOS MONOGRÁFICOS: CONCEITUAÇÃO, ELEMENTOS E ESTRUTURA .......37


8.1 Conceituação dos Trabalhos Monográficos.....................................................................................................37
8.2 Elementos e Estrutura dos Trabalhos Monográficos....................................................................................38
8.3 Regras de Apresentação.........................................................................................................................................44
8.4 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................45
8.5 Atividades Propostas...............................................................................................................................................46
9 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO........................................................................................... 47
9.1 Citações.........................................................................................................................................................................47
9.2 Resumo do Capítulo.................................................................................................................................................49
9.3 Atividades Propostas...............................................................................................................................................49

10 NORMAS PARA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - ABNT..................................... 51


10.1 Elementos Essenciais.............................................................................................................................................51
10.2 Elementos Complementares..............................................................................................................................51
10.3 Localização................................................................................................................................................................52
10.4 Modelos de Referências.......................................................................................................................................52
10.5 Resumo do Capítulo..............................................................................................................................................57
10.6 Atividades Propostas.............................................................................................................................................58

11 OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAÇÃO E ESTRUTURA........................................ 59


11.1 Resenha......................................................................................................................................................................59
11.2 Resumo.......................................................................................................................................................................60
11.3 Relatórios...................................................................................................................................................................62
11.4 Artigos Científicos..................................................................................................................................................64
11.5 Comunicação Científica........................................................................................................................................65
11.6 Painel...........................................................................................................................................................................65
11.7 Resumo do Capítulo..............................................................................................................................................66
11.8 Atividades Propostas.............................................................................................................................................66

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 67


REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 73
APÊNDICE...................................................................................................................................................... 75
ANEXOS........................................................................................................................................................... 77
INTRODUÇÃO

Este manual pretende oferecer-lhe subsídios para os diversos aspectos e elementos característi-
cos do trabalho acadêmico e científico. Contém conteúdos referentes à fundamentação e aplicação da
Metodologia Científica, bem como os que descrevem a normalização e padronização para referência e
apresentação dos trabalhos acadêmicos.
Como se trata de um curso de Educação a Distância, o critério para seleção e apresentação dos con-
teúdos foi o de possibilitar ao aluno a consulta, a pesquisa e o aprofundamento de forma independente.
Nesse sentido, buscou-se uma linguagem adequada e uma estrutura que facilitasse o uso e a assimilação
desses conteúdos. No fim, oferecemos a você a relação da referência consultada e outras que podem
ajudá-lo(a) a aprofundar seus estudos.
Esta é uma disciplina que tem por objetivo oferecer instrumentos para o trabalho de estudo e pes-
quisa. Nesse sentido, é de fundamental importância, pois é por meio dessas ferramentas que podemos
empenhar-nos na construção do conhecimento e na sua divulgação e partilha para os demais interessa-
dos.
O fundamental em uma disciplina como essa é a compreensão dos diversos instrumentos que pro-
piciam o trabalho de pesquisa e o entendimento dos mecanismos de referência das produções acadê-
micas decorrentes dessa pesquisa. Assim, torna-se fácil a consulta e a utilização deste manual, que está
organizado em 11 capítulos. Em outras palavras, não se pede para decorar esses conteúdos, mas para
compreendê-los e saber consultá-los, para bem utilizá-los.
Dessa forma, para que haja compreensão, abordaremos no capítulo 1 a definição de Metodologia
Científica; faremos uma análise do Conhecimento, da Ciência e da Pesquisa Científica. Promoveremos
uma análise do Anteprojeto e do Projeto de Pesquisa; da Produção do Trabalho Monográfico; e de Ele-
mentos que estruturam os trabalhos científicos. Posteriormente, discutiremos os elementos de apoio ao
texto e as normas para Referências Bibliográficas.
Certos de que esse objetivo tenha sido atingido com a apresentação deste material, desejamos bom
trabalho, empenho e muito estudo. De um bom profissional, espera-se que tenha bom domínio das suas
ferramentas de trabalho. É o propósito deste manual.
Será um prazer acompanhá-lo ao longo desse caminho.

Prof. Ms. Luís Paulo Neves

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1 DEFINIÇÃO
Caro(a) aluno(a), do e mesmo para se divertir. Ocorre que nem sem-
Neste capítulo iniciaremos as reflexões sobre pre nos perguntamos se essa forma de proceder,
a Metodologia Científica. Mas, afinal, o que é Meto- nessas e em outras atividades, é a melhor. A menos
dologia Científica? A palavra ‘metodologia’ vem de que algo dê errado ou que tenhamos um objetivo
método: o estudo e a pesquisa acerca dos métodos muito específico, não paramos para avaliar como
para as diferentes formas de trabalho científico; no fazemos o que fazemos.
caso, o aprendizado dos diversos métodos e possi- Daí a importância da Metodologia Científica,
bilidades para bem conduzir a pesquisa e alcançar que pretende apresentar e discutir o como fazer,
os resultados pretendidos. porque, ao fazermos uma pesquisa e construirmos
E método, o que é? Trata-se de uma palavra conhecimento, todos seguimos modos, caminhos
grega que, etimologicamente, pode ser assim di- consagrados pela experiência daqueles que nos
vidida: a) meta = através de; b) hodos = caminho, antecederam. São métodos que já mostraram seu
vias. Em outras palavras, método quer significar ca- valor, sua fecundidade na resolução de problemas.
minho através do qual é possível atingir um dado Além disso, a crítica e a avaliação sempre estão pre-
objetivo, um termo, um determinado fim, proposto sentes, por isso muitos métodos e procedimentos
de antemão. foram abandonados e substituídos por outros me-
lhores. Por exemplo, até pouco tempo, era comum
a extração de dentes. Hoje, esse procedimento só
Atenção
é utilizado em último caso. Tudo o que for possí-
A Metodologia Científica estuda os cami- vel fazer para recuperar um dente é feito, antes de
nhos para a busca do conhecimento. adotar um procedimento mais radical. O mesmo
poderíamos dizer de outras áreas de conhecimen-
A essa definição devemos, ainda, acrescentar to. Em outras palavras, trata-se do aprendizado das
que método se contrapõe ao acaso e à sorte, pois diversas formas de se fazer uma pesquisa, alcançar
possui uma ordem manifesta num conjunto de re- os resultados buscados e publicá-los, torná-los co-
gras que são explícitas, como também são explíci- nhecidos, pois só assim serão válidos.
tas as razões pelas quais tais regras são adotadas. Aqui entramos em outro ponto: o que signifi-
Essas regras ou normas oferecem garantias de faci- ca dizer que a metodologia é científica? Também,
lidade, rapidez, eficácia. Não é apenas um caminho, neste momento, o leitor pode se adiantar e dizer
mas algo que pode abrir outros que melhor possi- que é por se tratar de fazer ciência. Em sentido ge-
bilitem alcançar os objetivos buscados ou mesmo ral, podemos dizer que sim, porém há muitas for-
objetivos não propostos. mas de produção de conhecimento que cabem
Nesse sentido, você já percebeu que sempre nesse qualificativo de ciência. Não é a mesma coisa
se utiliza de métodos nas mais variadas atividades uma pesquisa na área de Medicina, na área de As-
do seu dia a dia e isso porque há meios, modos, tronomia e na de Literatura. São métodos muito di-
caminhos para se chegar a um dado lugar, para se ferentes. Além disso, trata-se de Metodologia Cien-
preparar um café, para tratar de um assunto delica- tífica, ou seja, dos instrumentos que irão embasar a
prática dessas e de outras áreas de conhecimento.

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E então prezado(a) aluno(a), o que propria- É claro que, durante o curso de graduação,
mente significa científico no caso da Metodologia? não se espera que o aluno diga algo absolutamen-
Segundo Umberto Eco (1999), um estudo é te original. Mesmo porque ele está aprendendo
científico quando atende a alguns quesitos. Em pri- a estudar com mais eficiência e a fazer pesquisa.
meiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível Espera-se dele que demonstre o aprendizado das
e definido de tal maneira que possa ser reconhe- habilidades requeridas para sua área de estudos.
cido por outros. Claro que não se trata apenas de Nesse sentido, não há problema em não produzir
algo físico. Quando falamos de números matemá- algo que seja diferente do que já foi dito. Aos pou-
ticos, termos de Economia – como a inflação – e de cos, e isso deve acontecer já na graduação, o aluno
questões morais, não se trata de objetos palpáveis, irá se interessar por uma dada área de pesquisa e
mas perfeitamente reconhecíveis por qualquer irá começar a produzir um conhecimento próprio.
pessoa. Começará, dessa forma, a estar apto para oferecer
Porém – permitimo-nos a utilizar o próprio uma contribuição original.
exemplo de Umberto Eco (1999) –, se nos propu- Um terceiro quesito apresentado por Eco
sermos a estudar centauros, devemos torná-los (1999) afirma que a pesquisa deve ser útil aos de-
identificáveis. Uma possibilidade é dizer em qual li- mais, e o será se os trabalhos científicos posteriores
teratura mitológica estaremos nos baseando (nes- sobre o mesmo tema tiverem de levá-lo em conta.
se caso, a grega) ou, então, levantaremos a hipóte- Por fim, como quarto quesito, a pesquisa deve for-
se de que tal criatura exista num mundo possível, necer elementos para a verificação e a contestação
deixando bem claros essa condição hipotética e das hipóteses apresentadas, ou seja, devo proce-
os limites que ela impõe. Agora, se pretendemos der de forma a permitir que outros continuem a
afirmar que queremos defender: fósseis, fotogra- pesquisa, para contestá-la ou confirmá-la.
fias, hábitos, como, por exemplo, onde e em que Com isso, esclarecemos o que significa quali-
momento eles costumam beber água etc. Enfim, ficar um método de científico. Trata-se de caminhos
deveremos apresentar todos os dados necessários rigorosos, sistematizados, ordenados, com o intui-
para que nosso objeto de pesquisa possa ser iden- to de atingir determinados fins que dizem respeito
tificado por outros pesquisadores. Percebe-se, en- à nossa busca por conhecimentos válidos. Deve-se,
tão, que a última alternativa não é cientificamente além do rigor, tornar o objeto de estudo reconhe-
válida para centauros. cível e passível de verificação pelos demais. Nesse
Um segundo quesito implica dizer do obje- sentido, são contrários à postura científica conhe-
to de estudo algo que ainda não foi dito ou rever cimentos fechados, reservados a uns poucos ditos
sob uma ótica diferente o que já se disse. Também iniciados, e saberes obscuros que não possam ser
é cientificamente válida, e muito útil, uma compila- divulgados, partilhados e questionados.
ção das opiniões e afirmações já ditas acerca de um
dado objeto de estudo.

1.1 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), neste capítulo estudamos a definição de Metodologia Científica. Vimos que a Me-
todologia vem de Método (caminho através do qual é possível atingir um dado objetivo, um termo, um
determinado fim, proposto de antemão). Vimos que a Metodologia Científica estuda os caminhos para
a busca do conhecimento e o que a caracteriza: deve tratar de um objeto reconhecível e definido de tal
maneira que possa ser reconhecido por outros; dizer do objeto de estudo algo que ainda não foi dito ou
rever sob uma ótica diferente o que já se disse, ou fazer uma compilação das opiniões e afirmações já

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Metodologia Científica

ditas acerca de um dado objeto de estudo; a pesquisa deve ser útil aos demais; e, por fim, a pesquisa deve
fornecer elementos para a verificação e a contestação das hipóteses apresentadas, verificando assim o
que significa qualificar um método de científico.
Muito bem, agora que finalizamos o capítulo, vamos verificar se você compreendeu bem o conteú-
do, realize as atividades propostas.

1.2 Atividades Propostas

1. O que caracteriza um estudo científico?

2. O que significa qualificar um método de científico?

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2 O CONHECIMENTO

Prezado(a) aluno(a), essa palavra já apareceu umas com as outras e delas extraímos informações
diversas vezes neste texto: métodos são caminhos relevantes para nossa vida, saberes de que ne-
buscados para alcançar conhecimentos de forma cessitamos para viver melhor. Sendo assim, todos
objetiva, eficaz e eficiente. Mas, e o conhecimento, aprendemos a buscar conhecimentos e a utilizá-los
como podemos defini-lo? conforme deles necessitamos. A própria busca de
A palavra ‘conhecimento’ é bastante conhe- conhecimentos nos torna mais aptos para conhe-
cida, mas, como outras palavras familiares, nem cer e para melhor utilizá-los.
sempre temos dela uma noção mais apropriada, É preciso destacar que esse processo de co-
não é mesmo? Tentemos, então, aprofundá-la. nhecimento pode se dar de forma espontânea,
como acontece em nossa vida diária, ou de forma
Dicionário mais organizada, como alguém que aprende um
ofício. Mas se, além disso, esse conhecimento for
Conhecimento: ato ou efeito de conhecer. Ex- buscado de forma mais sistematizada, com méto-
periência. Ideia. Instrução. Saber.
dos específicos e mais eficientes, com rigor cada
vez maior, então temos um tipo de conhecimento
Como os demais animais, o ser humano sabe que denominamos científico. O conhecimento en-
coisas. Ao longo de sua experiência de vida, vai ad- sinado pelas diferentes graduações é uma forma
quirindo uma série de saberes que utiliza em seu de conhecimento científico, com métodos e práti-
dia a dia, com o intuito de garantir sua sobrevivên- cas próprias, com o intuito de atingir os objetivos
cia e resolver as pequenas tarefas necessárias para específicos de uma dada área de conhecimento.
o seu viver. Caro(a) aluno(a), até aqui falamos de conhe-
Todo ser humano tem, então, saberes, fruto cimento em geral e de conhecimento científico. É
da sua capacidade para conhecer. Um lavrador ad- costume denominar senso comum a isso que aqui
quiriu conhecimentos que o capacitam a cultivar a foi chamado conhecimento geral, ou seja, essa
terra. Da mesma forma, uma mãe aprendeu como busca de conhecimento inerente a todo ser hu-
cuidar de uma criança, de maneira a garantir-lhe o mano, com o objetivo de organizar e garantir sua
crescimento. subsistência.
Percebe-se, então, que conhecimento está O senso comum é um tipo de conhecimen-
estreitamente relacionado com a vida, com a ga- to que resulta do uso espontâneo da razão, mas
rantia das condições para a existência, seja nos que também é fruto dos sentidos, da memória, do
seus aspectos materiais, seja em outras questões hábito, dos desejos, da imaginação, das crenças e
que dizem respeito ao bem-estar. Por exemplo, das tradições. Como interpretação do mundo, ele
também se aprende com a experiência a se relacio- nos orienta na busca do sentido da existência, ao
nar com os demais, qualquer que seja o nível do mesmo tempo em que nos dá condições de operar
relacionamento. Logo, podemos afirmar que o co- sobre ele.
nhecimento se dá quando vamos além das experi-
ências vividas e pensamos sobre elas, relacionamos

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Dicionário Saiba mais


Razão: fonte do raciocínio. Capacidade para de- O conhecimento científico surgiu da ne-
cidir, para formar juízo ou para agir de acordo
com um pensamento.
cessidade e do desejo de prover expli-
cações sistemáticas que pudessem ser
examinadas por meio de provas empí-
ricas.
Mesmo sendo racional, nem sempre o senso
comum faz uso refletido da razão. Por se tratar de
um conjunto de concepções fragmentadas, muitas
vezes incoerentes, condiciona a aceitação mecâni- Ocorre que o conhecimento científico busca
ca e passiva de valores não questionados e se im- métodos e sistematicidade que superem dificul-
põe sem críticas ao grupo social. Às vezes, se torna dades e preconceitos na busca de conhecimentos
fonte de preconceitos, quando desconsidera opi- objetivamente válidos. Nem sempre no dia a dia fa-
niões divergentes, porém não deve ser visto como zemos isso. Ao contrário, na maioria das vezes, o co-
algo desqualificado de valor. É um erro sobre-esti- nhecimento cotidiano se dá de forma espontânea,
mar o conhecimento científico em detrimento do sem o rigor e o controle que se busca na produ-
chamado senso comum. Qualquer pessoa que vai ção de conhecimentos científicos. Pode-se afirmar,
a uma feira fazer compras possui conhecimentos e então, que o conhecimento científico vai além do
habilidades que a capacitam para analisar e sele- senso comum e o acomoda às suas investigações.
cionar os produtos, bem como para fazer contas e
escolher o que vai levar e o que vai deixar de com-
prar.

2.1 Resumo do Capítulo

Estudamos neste capítulo sobre o conhecimento. Aprendemos que todo ser humano tem saberes,
fruto da sua capacidade para conhecer. Foi destacado também que o processo de conhecimento pode se
dar de forma espontânea, como acontece em nossa vida diária; de forma mais organizada, como alguém
que aprende um ofício; ou, se o conhecimento for buscado de forma mais sistematizada, com métodos
específicos e mais eficientes, com rigor cada vez maior, então temos um tipo de conhecimento que de-
nominamos científico. Por fim, fizemos considerações sobre o conhecimento em geral e o conhecimento
científico.
Agora que discutimos sobre o conhecimento, resolva as atividades propostas.

2.2 Atividades Propostas

1. Conceitue o senso comum e o conhecimento científico.

2. Qual a diferença entre o senso comum e o conhecimento científico?

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3 CIÊNCIA E PESQUISA

Prezado(a) aluno(a), hoje o que se conhece Dessa forma, se, no início, buscava-se a es-
com o trabalho das diferentes ciências é fruto dos sência do ser humano, depois essa questão passou
esforços de vários pensadores ao longo da história a ser vista como metafísica, ou seja, especulações
da humanidade. Se lançarmos um olhar para o pas- que não encontram seu fundamento na experiên-
sado, veremos que, na Antiguidade, os seres huma- cia sensível, no que nossos órgãos dos sentidos po-
nos eram marcados pelas diferentes experiências dem comprovar empiricamente. Esse é o paradig-
religiosas. Não que isso não ocorra agora, mas era ma que ainda hoje fundamenta a prática científica.
uma experiência que extrapolava o âmbito das ne-
cessidades subjetivas, determinando as formas de Saiba mais
relação e organização social. Isso ainda acontece
A Ciência busca conhecer, compreen-
hoje, mas de um modo menos marcante, dada a der e analisar o mundo, por meio de um
pluralidade cultural em que vivemos. conjunto de procedimentos sistemáti-
cos.
Dicionário

Ciência: conhecimento; Sistema de adquirir


conhecimento baseado no método científico; Auguste Comte, grande pensador do século
Conjunto organizado de conhecimentos relati- XIX, ao discutir essas questões, propôs uma curio-
vos à determinada área do saber. sa interpretação do desenvolvimento da raciona-
lidade humana. Pode parecer um tanto simplista,
No passado, as religiões determinavam a for- mas muito influenciou o modo de ver de várias ge-
ma como eram compreendidos os fenômenos da rações de entusiastas da Ciência e ainda o faz até
vida. Nesse sentido, eram oferecidas explicações hoje.
para o porquê dos acontecimentos e, até mesmo, Para fundamentar seu pensamento, Comte
acerca da origem do ser humano e do próprio uni- (MORA, 2000, p. 609) propõe que se pode entender
verso. a história da humanidade como dividida em três
Em seguida, o ser humano, por uma série estágios ou estados: o estado religioso, o metafísi-
de motivos que não cabe aqui discutir, passou a co e o positivo. Comte os compara às fases pelas
fundamentar-se mais na sua capacidade racional quais passa o ser humano. Na primeira fase da nos-
de compreensão do que nas suas crenças, num sa vida, somos marcados pela religião, acreditamos
primeiro momento, conciliando conhecimentos em Deus e pautamos nossa conduta por aquilo que
racionais e aqueles oriundos de suas crenças reli- nos ensina a doutrina religiosa. Na adolescência e
giosas e, depois, pautando-se cada vez mais pelas juventude, passamos a acreditar em formas ocultas
respostas que conseguia obter apenas pelo uso de e/ou de energias, essências do mundo e forças me-
suas faculdades racionais. Mesmo assim, as primei- tafísicas que interfeririam na realidade das coisas.
ras respostas que conseguiu elaborar eram ainda Por fim, na idade adulta, passamos a crer apenas
muito pautadas pelas questões de origem religio- naquilo que vemos e tocamos e já não estamos tão
sa. Só depois foi restringindo-se em questões e dispostos a prestar nossa adesão a qualquer dou-
problemas que traziam a característica de serem trina que se coloque como verdadeira; precisamos
investigados empiricamente. avaliar sua relevância.

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Da mesma forma, a humanidade passou preço, entender os porquês de determinada situa-


também por essas três fases. No estado religioso, ção, os sintomas de uma doença, o fim de um re-
predominaram instituições e formas de organiza- lacionamento e por que o arroz saiu grudado, ou
ção e explicação religiosas. Em seguida, a huma- seja, do mais banal ao mais importante. Trata-se
nidade passou para o estado metafísico, em que daquela investigação que empreendemos em bus-
as explicações religiosas foram substituídas por ca de uma resposta, de uma compreensão que nos
explicações racionais, que se propunham buscar traga luz, conforto, controle... Enfim, nos possibilite
a essência das coisas, baseando-se em forças e/ou tomar decisões de forma mais segura.
elementos invisíveis que responderiam pela ordem Depois de termos abandonado as respostas
de tudo que existe. Por fim, a humanidade teria religiosas e filosóficas de explicação do mundo,
atingido um estado maior de maturidade e entra- agarramo-nos à Ciência como a única capaz de nos
do na fase do estado positivo. Positivo pode ser en- ajudar a resolver nossos problemas de saúde, de
tendido como o que não admite dúvidas, o que se relacionamento, de organização social, de relação
baseia em fatos e na experiência, algo afirmativo, com a natureza etc. Fizemos isso de tal modo que
decisivo, certo, real. Com isso, a humanidade teria deixamos a verdade religiosa, mas, em seu lugar,
atingido o ponto mais alto de sua capacidade de colocamos a verdade científica e o fizemos de for-
conhecer, por ter chegado ao desenvolvimento do ma tão dogmática que passamos a nos apoiar reli-
conhecimento científico que o século XIX conhe- giosamente no conhecimento científico. Resultado
ceu. Todas as outras especulações religiosas e filo- disso é aquela famosa pergunta: isso é científico?
sóficas, Comte as viu como um estágio anterior de Se a resposta for afirmativa, então nos tranquiliza-
desenvolvimento, uma fase necessária para que a mos, ficamos confiantes e seguros.
humanidade pudesse crescer na sua busca por co- Isso corresponde ao que é a Ciência? Ou
nhecimento. será que corresponde mais ao modelo de colocar
Concordando ou não com Comte, essa visão alguém num programa de televisão, ou numa re-
predominou na história do conhecimento e deu vista, para opinar “cientificamente” sobre alguma
origem à distinção entre ciências humanas e ciên- coisa, como se fosse um sacerdote transmitindo a
cias naturais, sendo estas dotadas de maior objeti- verdade de um deus? Parece-nos que a Ciência não
vidade e validade. Isso já foi bastante questionado e é bem isso!
discutido, mas sua influência, às vezes, ainda se faz A Ciência tem um método rigoroso e siste-
notar. No caso do Brasil, apenas por curiosidade, a mático que lhe garante confiabilidade, pois é algo
influência do positivismo de Comte foi tão grande que pode ser controlado, repetido, questionado,
no final do século XIX, cujos adeptos participaram revisado e, se não houver contradições, confirma-
intensamente da Proclamação da República, que o do. Mas dúvidas são o que não falta nas discussões
lema positivista foi estampado na bandeira brasi- da ciência. Dogmas não fazem parte do método
leira: Ordem e Progresso. científico. Tanto é assim que constantemente esta-
Algo fundamental na Ciência é a Pesquisa. mos revendo o que já sabemos. Se o conhecimento
Algo que costuma passar despercebido é que atri- científico fosse dogmático, não seria mais preciso
buímos demasiada confiança ao que as ciências fazer pesquisas. É preciso, então, rever o conceito
são capazes de nos ensinar, a tal ponto que extra- de verdade na Ciência.
polamos o que os métodos científicos podem nos Quando se encontra uma verdade na Ciência,
oferecer quanto a certezas e garantias. Mas, como
isso significa que uma dada concepção de mundo,
assim? Não há garantias ou confiabilidade no queou seja, uma teoria, foi confirmada empiricamente,
o conhecimento científico pode produzir? Bem, a mas isso não significa que essa teoria provou que o
questão é mais complexa. O que acontece é que semundo seja “assim ou assado”. Não podemos saber
atribui à Ciência algo que não lhe cabe. como as coisas são exatamente, só podemos discu-
Pesquisa, todos fazemos sempre que temos ti-las a partir dos parâmetros de nossa capacidade
um problema para resolver, seja uma pesquisa de racional. Quando uma teoria científica é testada e
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Metodologia Científica

comprovada empiricamente, significa que, se as é a beleza do que fazemos! Lamentável é conside-


coisas não forem exatamente daquele jeito, devem rar esses e outros conhecimentos como mais uma
ser de uma forma muito próxima, uma vez que os obrigação a cumprir em busca de um diploma. O
experimentos deram certo. que fazer com um diploma num mundo em que se
Bom, se o conceito de verdade da Ciência não exige conhecimento?
pode ser entendido de forma absoluta, se os testes
empíricos não provam que o mundo seja de uma Curiosidade
dada maneira, o que se propõe, então, com o tra-
As pesquisas surgem do desejo de
balho científico? A Ciência, de fato, não pretende
encontrar resposta para uma ques-
provar que as coisas são da forma como cientifica- tão, proporcionando ao pesquisador a
mente afirmamos. Se fosse assim, encerraríamos as aquisição de um novo conhecimento.
pesquisas e não reveríamos constantemente o que
já sabemos em busca de modelos teóricos melho-
res. Muito do que já foi chamado Ciência, hoje, não
é assim considerado. Além disso, muitos procedi- Antes, conhecimentos devem ser vistos como
mentos adotados no passado foram abandonados instrumentos eficazes para resolver problemas, au-
por outros melhores. Devemos, então, ser muito mentar nossa capacidade de conhecer e melhorar
mais modestos quanto à nossa capacidade para nossa condição de vida, para ajudar pessoas a te-
conhecer. Temos muito mais dúvidas que certezas. rem qualidade de vida, para nos ajudar a ter uma
Porém, apesar desses limites, muito pode ser melhor relação com os demais seres vivos e com
feito e o fazemos. O objetivo da Ciência é melhorar o planeta. Sendo assim, ainda mais lamentável é o
a posição em que nos encontramos no mundo em intuito de cumprir uma obrigação escolar, a atitude
que vivemos. Para isso, buscamos meios eficazes de apenas copiar um trabalho feito por outra pes-
para tentar controlar os acontecimentos e prevê- soa. Além da falsidade ideológica, engana-se a si
-los, e disso retirar proveito em favor do nosso con- mesmo, por não se ter o domínio de um saber que
forto e melhor sobrevivência. Dessa forma, as teo- lhe será exigido a todo o momento.
rias e leis científicas, se não provam que o mundo Apesar de esse discurso soar moralizante, seu
tem essa ou aquela estrutura, permitem que se fa- objetivo é despertar para o prazer da descoberta,
çam explicações e previsões – ainda que com toda da construção de conhecimento, para a aquisição
a provisoriedade que lhes é inerente. daquilo que nunca será tirado: o saber.
Muito bem! Mas o que se pretende dizer com
todo esse discurso? Pretende-se ressaltar, valorizar,
destacar o valor das pesquisas científicas. Esse é o
sentido de todo este texto e do trabalho desta dis-
ciplina.
Em uma graduação, não se formam profis-
sionais apenas para reproduzir um conhecimento
que é repassado mecanicamente. Deve-se formar,
também, o pesquisador, aquele que deve questio-
nar sua própria prática e os conhecimentos adqui-
ridos em busca de outros melhores e mais eficazes.
Nesse sentido, a pesquisa é fundamental! Logo,
esta disciplina não visa apenas a ensinar meros
instrumentos a serem repetidos pelos graduan-
dos. Muito mais que isso, visa a formar aqueles que
continuarão a produzir conhecimento em sua área
específica de atuação. Esse é todo o sentido, essa
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3.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), vamos sintetizar o que acabamos de aprender? Vimos neste capítulo que o
trabalho das diferentes ciências é fruto dos esforços de vários pensadores ao longo da história da humani-
dade. Passamos brevemente pela época na qual as religiões determinavam a forma como eram abarcados
os fenômenos da vida e, em seguida, vimos como o ser humano passou a fundamentar na sua capacidade
racional de compreensão. Vimos também que, ao discutir essas questões, Auguste Comte, grande pensa-
dor do século XIX, propôs uma interpretação do desenvolvimento da racionalidade humana. Ponderamos
também neste capítulo sobre a Pesquisa, fundamental na Ciência. Pesquisa, todos fazemos sempre que
temos um problema para resolver, contudo focamos o estudo na Pesquisa Científica, com métodos que
situam e fundamentam a importância da produção do conhecimento.
Feitas essas considerações, passemos à parte prática, à descrição dos métodos que propiciam atin-
gir os objetivos buscados nas diferentes áreas do conhecimento. Mas, antes disso, vamos avaliar a sua
aprendizagem, resolva as questões propostas.

3.2 Atividades Propostas

1. De acordo com o texto, quais foram as três fases percorridas pela história da Ciência?

2. Com base no conhecimento construído acerca de Método Científico e Ciência, responda: o


que é necessário para que a pesquisa seja definida como científica?

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4 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Prezado(a) aluno(a), a pesquisa classifica-se ƒƒ Não tem por objetivo uma utilidade prá-
em: Preliminar, Teórica, Aplicada ou de Campo. Ve- tica dos resultados, mas o enriquecimen-
jamos as características de cada uma delas: to do conhecimento científico;
ƒƒ O embasamento teórico é fundamen-
Pesquisa preliminar tal para o desenvolvimento de qualquer
tipo de pesquisa;
ƒƒ Toda pesquisa tem como ponto de parti- ƒƒ O trabalho de Darwin, acerca da origem
da o conhecimento e a identificação dos das espécies, é um bom exemplo de pes-
elementos que compõem a problemáti- quisa teórica que contribuiu para a evo-
ca a ser esclarecida; lução de novas ideias.
ƒƒ Mas todo pesquisador encontra dificul-
dades na formulação de hipóteses de Pesquisa aplicada
trabalho;
ƒƒ Por isso a necessidade de uma pesquisa ƒƒ A maioria das pesquisas é feita a partir
preliminar como ponto de partida para a de objetivos que visam à sua utilização
definição do problema, das hipóteses e prática, por causa da gama de interesses
do roteiro da pesquisa; que envolve – principalmente interesses
ƒƒ É preciso, ainda, conhecer a disponibili- econômicos;
dade de recursos: tempo, recursos finan- ƒƒ Vale-se das contribuições de teorias e leis
ceiros, acessibilidade às informações, re- já existentes;
cursos técnicos e tecnológicos. ƒƒ É definida como aplicada por seu objeti-
vo ser mais imediatista, pela pressa, por
Saiba mais exemplo, do retorno dos recursos aplica-
dos;
A realização de uma pesquisa bibliográ- ƒƒ Por exemplo: tão importante quanto o
fica é fundamental em qualquer tipo de conforto que um carro oferece é o núme-
pesquisa, para conhecer e analisar as ro de quilômetros que ele percorre com
principais contribuições teóricas sobre
um litro de combustível.
determinado tema ou assunto.

Pesquisa de campo
Pesquisa teórica
ƒƒ Tem como base observar os fatos tal
ƒƒ O objetivo é desenvolver novas teorias, como ocorrem;
novos modelos, ou estabelecer novas hi- ƒƒ É necessária uma pesquisa preliminar de
póteses de trabalho; outros trabalhos e publicações para que
se possa acrescentar algo ao que já se co-
nhece;

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ƒƒ Por exemplo: para conhecer os efeitos estabelecer uma correlação entre as va-
da distribuição de renda sobre a crimi- riáveis.
nalidade, é preciso conhecer os dados e

4.1 Fases da Pesquisa

ƒƒ Antes de iniciar qualquer pesquisa, é ne- determinar cientificamente a amostra a


cessário conhecer o estágio em que se partir da qual serão tiradas as conclusões;
encontra o assunto a ser trabalhado; ƒƒ Definida a amostra, cabe ao pesquisador
ƒƒ É através da pesquisa bibliográfica que se estabelecer os critérios da coleta e do re-
pode obter tais informações; gistro das informações, com o objetivo
ƒƒ Como não é possível trabalhar com todo de dirimir as devidas conclusões.
o universo a ser estudado, é necessário

4.2 Coleta de Dados

ƒƒ Tendo em vista a pesquisa a ser realizada, aos limites, implicações e dificuldades


as informações podem ser obtidas de va- que cada estratégia apresenta;
riadas formas, segundo o critério ideal a ƒƒ Por isso, antes de aplicar qualquer forma
ser estabelecido pelo pesquisador; de coleta de dados, é preciso estudo, pla-
ƒƒ Exemplos: entrevista, questionário, for- nejamento, questionamento e prepara-
mulário. Contudo, é preciso estar atento ção adequada.

4.3 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), estudamos neste capítulo a classificação da pesquisa. Vamos retomar? Pesqui-
sa Preliminar: ponto de partida para a definição do problema, das hipóteses e do roteiro da pesquisa;
Pesquisa Teórica: o objetivo é desenvolver novas teorias, novos modelos, ou estabelecer novas hipóte-
ses de trabalho, visa ao enriquecimento científico; Pesquisa Aplicada: objetivo imediatista – a maioria
das pesquisas é feita a partir de objetivos que visam à sua utilização prática, por causa da gama de inte-
resses que envolvem; e Pesquisa de Campo: tem como base observar os fatos tal como ocorrem. Vimos
também sobre as fases da pesquisa (conhecer o estágio em que se encontra o assunto a ser pesquisado,
delimitar a amostra e estabelecer os critérios da coleta), e, por fim, vimos formas de coleta de dados.
Muito bem, agora que conhecemos a classificação da Pesquisa, suas fases e como coletar os dados
da pesquisa, responda às questões propostas para avaliar a sua aprendizagem.

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Metodologia Científica

4.4 Atividades Propostas

1. Reúna as informações dadas anteriormente a respeito da pesquisa e responda: qual é o ponto


de partida da pesquisa?

2. Quais são as fases da pesquisa?

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ANTEPROJETO E
5 PROJETO DE PESQUISA

Caro(a) aluno(a), não é possível pesquisar Essa atividade de elaboração do anteprojeto cola-
sem antes projetar, ou seja, o que transforma uma bora para o exercício do caminho da investigação:
investigação em ciência é exatamente o seu caráter reflexão, delimitação e tomada de decisão.
de planejamento, orientação, reflexão e sistemati- Para sua elaboração, um anteprojeto deve
zação considerando uma base teórica. Para comu- apresentar alguns dos elementos básicos de um
nicar os passos de uma pesquisa a ser percorrida, projeto de pesquisa, quais sejam:
realiza-se um trabalho de planejamento em duas
etapas: o Anteprojeto e o Projeto de Pesquisa. ƒƒ introdução com síntese do referencial
Vejamos as definições dessas etapas e como esses teórico – embasada na literatura;
trabalhos se estruturam.
ƒƒ formulação do problema;
ƒƒ objetivos;
Dicionário
ƒƒ hipóteses – quando houver.
Projeto: planejamento empreendido para se
criar algo.
Ante: exprime a noção de anterioridade. Projeto de pesquisa

Anteprojeto de pesquisa E o projeto? O projeto de pesquisa é mais


aprofundado que o Anteprojeto. A importância
Um anteprojeto de pesquisa se caracteriza do projeto de pesquisa está em evitar imprevistos
como uma elaboração prévia de um projeto a ser e garantir a objetividade necessária. Para tanto, é
desenvolvido. Trata-se de um texto que possui ca- preciso explicitar os passos a serem seguidos e o
ráter provisório, que assim se caracteriza por per- que se pretende alcançar com tal pesquisa.
mitir alterações no seu processo de reelaboração.
Saiba mais
Sua importância se deve a que nem sempre é fácil
determinar com bastante clareza, logo de início, o Projeto de pesquisa é o documento que
que e como se pretende investigar. planeja todas as ações a serem desen-
volvidas ao longo do processo de pes-
quisa.
Atenção

O anteprojeto serve como uma primeira


versão das ações da pesquisa e constitui Um projeto de pesquisa tem as seguintes
ponto de partida para a discussão entre
funções:
o professor orientador da pesquisa e o
aluno.
ƒƒ define e planeja para o orientando o ca-
O anteprojeto é redigido após um conheci- minho a ser seguido, as etapas e estraté-
mento prévio do assunto, adquirido por meio de gias;
leituras com base em uma bibliografia selecionada.

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ƒƒ facilita a discussão do projeto em semi- ƒƒ base para solicitação de recursos finan-


nários; ceiros;
ƒƒ facilita o trabalho de orientação: possibi- ƒƒ base para avaliação e seleção em progra-
lidades, perspectivas, desvios; mas de pós-graduação.
ƒƒ subsidia discussão e avaliação da pes-
quisa;

5.1 Partes do Projeto de Pesquisa

É preciso esclarecer que a ordem de apresen- mais geral, é necessário realizar escolhas, fazer um
tação dos elementos, exposta a seguir, pode variar recorte e selecionar um aspecto, um dado da ques-
segundo as diferentes áreas de estudo e mesmo tão, para realizar o estudo de aprofundamento: é o
instituições. Por exemplo, há modelos de projetos problema da pesquisa. Trata-se da pergunta a ser
que não inserem a formulação do problema na in- respondida, da razão de ser do trabalho.
trodução – como o faz a proposta aqui apresentada. Após a indicação dos pressupostos teóricos,
Nada disso apresenta maior dificuldade. O impor- a definição e delimitação do tema e a formulação
tante é que esses diversos elementos, necessários do problema de pesquisa, este deverá ser enuncia-
para a compreensão da pesquisa a ser empreendi- do de forma interrogativa. A pergunta deve ser cla-
da, estejam bem delimitados e explicitados. ra e objetiva, indicando os aspectos e/ou variáveis
a serem trabalhados.
Título Nesse sentido, em relação ao tema e ao pro-
blema, é preciso estar atento aos seguintes aspec-
ƒƒ Indica e sintetiza o conteúdo a ser traba- tos:
lhado;
ƒƒ Pode ser: ƒƒ caracterização, de maneira mais desdo-
brada, do conteúdo da problemática a
•• geral: indica de forma genérica o pesquisar;
teor do trabalho; ƒƒ definição dos vários aspectos da dificul-
•• técnico: é como um subtítulo que es- dade a ser estudada;
pecifica a temática. ƒƒ esclarecimento dos limites da pesquisa
e do raciocínio demonstrativo (delimita-
Introdução ção do tema e do problema);
ƒƒ dar-se conta de que, quanto mais abran-
gente for, menor a profundidade;
Tem a função de introduzir o leitor no assun-
ƒƒ ter gosto pelo assunto a ser desenvolvi-
to. Deve explicitar os pressupostos teóricos, des-
do é fundamental, mas também não es-
crevendo o que é conhecido sobre o tema e quais quecer as condições para executá-lo em
as questões já respondidas por outras pesquisas. O termos de tempo, acesso a informações
referencial teórico tem, ainda, a função de fornecer e recursos;
subsídios para a problematização do tema. Deve- ƒƒ pode-se inserir apresentação que indi-
-se esclarecer que o conhecimento acumulado não que a gênese do problema (como o au-
é suficiente para a solução do problema em foco. tor chegou a ele), como também a expli-
É o momento da caracterização e delimita- citação dos motivos mais relevantes que
ção do tema e do problema. Diante de um tema conduziram a essa abordagem;
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Metodologia Científica

ƒƒ pode-se fazer contraposição com traba- tentativa de demonstrar as hipóteses, o trabalho


lhos que já versaram sobre o mesmo pro- não fique tendencioso.
blema.
Em suma, ter em conta que:
Justificativa
ƒƒ hipóteses são proposições provisórias
Trata-se do porquê, da importância de se re- para a solução do problema;
alizar a pesquisa. Deve abranger os seguintes as- ƒƒ é em função das hipóteses estabelecidas
pectos: que se estrutura todo o caminho a ser
percorrido;
ƒƒ razão da escolha; ƒƒ a hipótese poderá não se confirmar no
ƒƒ relevância do estudo; decorrer da pesquisa, daí a importância
da perseverança do cientista na busca da
ƒƒ significação social;
verdade;
ƒƒ contribuição para o crescimento e aper-
ƒƒ pode haver hipótese geral (ideia central
feiçoamento da área;
que se propõe demonstrar) e hipóteses
ƒƒ ressaltar a importância da pesquisa num particulares (complementares);
contexto mais amplo;
ƒƒ não confundir hipótese geral com pres-
ƒƒ o contexto também pode justificar pes- suposto, que é uma evidência prévia (o
quisa que contenha abrangência mais que já está demonstrado como ponto de
restrita. Exemplo: de professor que tra- partida).
balha com comunidades no sertão do
Nordeste.
Objetivos

Formulação de hipóteses
Os objetivos devem ser centrados na busca
de respostas para as questões relevantes, identifi-
São formuladas, principalmente, para proje- cadas no problema de pesquisa e que ainda não fo-
tos de pesquisa das Ciências Naturais e da Saúde. ram respondidas por outras pesquisas. Devem ser
As hipóteses são formulações de soluções provi- bem definidos, claros e realistas, mantendo coe-
sórias a respeito de determinado problema em es- rência com o problema que deu origem ao projeto.
tudo. Portanto, são formulações que serão confir-
Os objetivos podem ser:
madas ou não, considerando a pesquisa feita.

ƒƒ gerais: indicar propósitos mais gerais,


Dicionário relacionando a importância do trabalho
Hipótese: suposição que se faz sobre algo. com o desenvolvimento do conhecimen-
to em geral;

A hipótese deve ser enunciada de forma cla- ƒƒ específicos: no âmbito da ideia e dos ob-
ra, indicando a relação entre as variáveis que deram jetivos gerais, ressaltar as ideias específi-
origem ao problema de pesquisa. Deve, também, cas a serem desenvolvidas. Nesse senti-
ser formulada com fundamento em conhecimento do, a amplitude dos objetivos gerais tem
teórico e raciocínio lógico, sendo, por isso, denomi- sua delimitação definida, indicando sua
nada hipótese científica. Faz-se necessário atentar profundidade. Definem, ainda, as etapas
para o fato de que existem hipóteses de partida (as que devem ser cumpridas para alcançar
iniciais) e de chegada (finais) e cuidar para que, na o objetivo geral, as ações que devem ser
desenvolvidas.
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Procedimentos metodológicos Referências

Deve-se apresentar o tipo de pesquisa quan- ƒƒ Textos fundamentais em que se aborda a


to à natureza, aos objetivos, aos procedimentos e problemática em questão;
ao(s) objeto(s). Nesse último caso, explicitar se a ƒƒ As referências do projeto serão enrique-
pesquisa confirma-se como de campo, bibliográ- cidas durante a pesquisa.
fica ou laboratorial. Também, deve-se informar a
respeito dos métodos de procedimento, de abor-
Plano de trabalho
dagem e as técnicas utilizadas.
É preciso apresentar quais procedimentos
serão empregados na busca das respostas às inda- O projeto deve apresentar um plano de tra-
gações formuladas. Para tanto, conforme os tipos balho contendo, de forma sucinta e objetiva, as
de pesquisa, deve-se apresentar uma definição da principais etapas (atividades) a serem desenvol-
amostra e quais técnicas serão utilizadas na coleta vidas durante sua execução em função do tempo
de dados (entrevista, observação, formulário, con- (mês, semana). Deve, também, compatibilizar as
sulta a arquivos e outros). etapas com a metodologia a ser aplicada no desen-
volvimento do projeto.
De forma esquemática, não esquecer que:

ƒƒ trata-se do como, com que, onde, quan- Orçamento


do e quanto;
ƒƒ método é o caminho a ser percorrido Este item estará presente nos projetos que
para atingir os objetivos propostos; pleiteiam financiamento para sua realização, de-
ƒƒ existem métodos gerais, aplicados a todo vendo prever: gastos com pessoal, material de con-
tipo de pesquisa, e específicos, de cada sumo, material permanente, entre outros.
área de trabalho;
ƒƒ em coerência com o tema, os objetivos, Observações
o problema e a hipótese, será definido o
tipo de pesquisa: teórica, empírica, histó- ƒƒ São incluídos anexos e apêndices, se for
rica etc.; o caso;
ƒƒ não se de deve confundir método, que é ƒƒ O projeto pode ser alterado no decor-
os procedimentos mais amplos de racio- rer da pesquisa, como consequência do
cínio, com técnicas, que são procedimen- aprofundamento, desde que devida-
tos mais restritos, que operacionalizam mente justificado;
o método com auxílio de instrumentos ƒƒ Não confundir projeto de pesquisa com
adequados. Exemplo: pesquisa de cam- plano de trabalho da monografia – um
po e entrevista com questionário. não tem necessariamente de espelhar o
outro.

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5.2 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), estudamos neste capítulo sobre o planejamento, orientação, reflexão e sistemati-
zação dos passos de uma pesquisa, com o Anteprojeto e o Projeto de Pesquisa. Vimos que o Anteprojeto
de Pesquisa caracteriza-se como uma elaboração prévia de um projeto a ser desenvolvido e quais são
seus elementos básicos. Conhecemos a importância do Projeto de pesquisa, suas funções e suas partes:
Título; Introdução; Justificativa; Formulação de Hipóteses; Objetivos; Procedimentos Metodológicos; Re-
ferências; Plano de Trabalho; e Orçamento.
Agora que conhecemos as formas de comunicar os passos de uma pesquisa a ser percorrida, com
o Anteprojeto e o Projeto de Pesquisa, vamos verificar se você compreendeu o que estudamos até aqui;
resolva os exercícios propostos.

5.3 Atividades Propostas

1. Quais são as funções do projeto de pesquisa?

2. O que é um anteprojeto de pesquisa?

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6 NOÇÕES DE TEXTUALIDADE

Caro(a) aluno(a), ‘texto’ é uma palavra bas- Mas, no campo da pesquisa científica, somos
tante conhecida. Seu sentido etimológico é muito treinados para ler com muito mais rigor, precisão e
interessante: vem de tessitura, de tecido. Como os eficácia os textos que fazem parte da nossa área de
fios entrelaçados que compõem um tecido, assim é atuação. A leitura científica é uma leitura aprofun-
o texto: um entrelaçamento de ideias, sentimentos, dada que implica análise, explicação, explicitação,
repertórios culturais, contextos e intencionalida- comentário e interpretação de ideias. Tais concei-
des; uma tessitura tal que produz muitos e variados tos são definidos e ilustrados a seguir; vamos co-
significados. Nesse sentido, a palavra ‘texto’ é mais nhecê-los?
abrangente do que um documento escrito ou oral.
Entendido dessa forma, toda tessitura que transmi- Análise
te um significado é um texto para quem o sabe ler.
Um sinal de trânsito, um som, um aviso na
É a decomposição dos vários níveis de pen-
parede, um gesto, um olhar, um silêncio... Depen-
samento que constituam sentido. Analisar é exami-
dendo do contexto, todos esses sinais podem ser
nar parte por parte de um todo. A análise se opõe
um texto para alguém. Mas se não se puder enten-
à síntese, que supõe a conjugação do que estava
der os sinais, então não haverá texto. Logo, o texto
separado. A compreensão das partes constituintes
está no entrelaçamento entre os sinais e o meu re-
de um texto é o primeiro passo rumo à desmonta-
pertório, que pode me capacitar ou mesmo atrapa-
gem dos seus vários planos expressivos e dos di-
lhar na compreensão dos sentidos dos textos que
versos elementos que o compõem.
estão à minha volta.
Ao analisar um problema financeiro, uma
conta de telefone muito alta, por exemplo, decom-
Atenção pomos todas as possibilidades e elementos impli-
Para ler um texto é preciso saber: a língua, cados nessa situação, com o intuito de saber como
a linguagem e ter conhecimentos que agir para que o valor dessa despesa seja compatí-
capacitem para tanto. vel com o orçamento de que se dispõe.

Vejamos o problema das bulas dos medica- Explicação


mentos, escritas para quem tem conhecimento
médico-farmacêutico: a maioria das pessoas não É enunciar o que há num texto: desdobrar,
consegue entender a linguagem em que são es- mostrar o que está exposto, pressuposto, impli-
critas. Assim, leitura é aqui entendida como meio cado, subentendido, suas articulações, os termos-
de conhecimento e de iniciação ao pensamento, -chave. Envolve momentos de explicitação, que é
como produção textual, porque só é possível pen- a revelação, o desvendamento do conhecimento,
sar o que se conhece. Ler um texto é repensá-lo e traduzir o que no texto está apresentado de forma
repensar é pensar. Todos fazemos isso muitas vezes simbólica ou implícita.
com os textos do nosso cotidiano.

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Quando um professor solicita a um aluno, intrinsecamente relacionado à interpretação, ao


ou a um grupo de alunos, que dê uma aula sobre ponto de vista de quem o profere.
determinado assunto, está pedindo que faça uma
explicação, que diga tudo o que está enunciado, Observações
implicado, implícito no tema a ser abordado.
Para fazer esse trabalho de explicação e ex-
Ao serem considerados todos esses procedi-
plicitação de determinado tema ou problema, é
mentos na leitura de um texto, na análise de um
preciso um bom trabalho de análise que propicie
fato, de uma situação profissional etc., esta produ-
uma adequada compreensão, para que seja capaz
zirá o(s) sentido(s) em nome do(s) qual(is) tudo isso
de fazer uma exposição. Em outras palavras, não se
é realizado. A produção de sentido não encerra o
pode falar ou escrever sobre o que não se sabe.
texto. Pelo contrário, deixa em aberto suas possi-
bilidades.
Interpretação Prezado(a) aluno(a), todos esses procedi-
mentos fazem parte do trabalho científico. Ora são
É a busca da síntese ou da reintegração das requisitados um ou outro, separadamente, ora to-
partes no todo. A interpretação encontra-se inti- dos são exigidos por alguma atividade complexa,
mamente vinculada ao ponto de vista, que varia como é o caso da monografia. Numa monografia,
segundo variam os interesses e os contextos for- há momentos que explicamos e explicitamos, em
mativos, culturais, geográficos etc. Com isso, um outros interpretamos o sentido de algo e fazemos
determinado texto pode produzir uma multiplici- comentários, avaliando aquilo acerca de que esta-
dade de interpretações. mos discorrendo.
Para dar um exemplo cultural, considere
como são interpretados os diferentes papéis so-
Atenção
ciais ocupados por mulheres, segundo as diferen-
tes culturas e até no interior de uma mesma cul- Todas essas habilidades necessitam ser
tura, como a nossa. Como no caso do aborto, que desenvolvidas ao longo da formação pro-
fissional.
é tratado como um problema de mulher. Nem no
campo jurídico, nas leis, aparece a responsabilida-
de do homem que contribuiu para a situação de
gravidez.
Está acompanhando? Vamos para o último
conceito.

Comentário

É um diálogo com o texto, procurando situá-


-lo em relação ao autor e à sua obra ou contribui-
ção. No comentário, são introduzidos acréscimos
exteriores ao texto, buscando estabelecer juízos de
valor acerca da sua produção.
Para dar um exemplo muito simples, consi-
dere os comentários de ambas as torcidas acerca
de um lance de futebol, que nem precisa ser mui-
to polêmico. Como se percebe, o comentário está

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Metodologia Científica

6.1 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), após conhecermos o sentido da palavra ‘texto’, estudamos neste capítulo pro-
cedimentos para a leitura. Assim, vimos que Análise é a decomposição dos vários níveis de pensamen-
to que constituem sentido; Explicação é enunciar o que há num texto: desdobrar, mostrar o que está
exposto, pressuposto, implicado, subentendido, suas articulações, os termos-chave; Interpretação é a
busca da síntese ou da reintegração das partes no todo; e Comentário é um diálogo com o texto, procu-
rando situá-lo em relação ao autor e à sua obra ou contribuição.
Vamos agora avaliar se você compreendeu os conceitos elencados. Antes de passar para o capítulo
seguinte, resolva as duas atividades propostas.

6.2 Atividades Propostas

1. Um texto é somente um documento escrito? Explique.

2. Com base na leitura feita do capítulo, defina:

a. Análise;

b. Explicação;

c. Interpretação;

d. Comentário.

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PRODUÇÃO DO TRABALHO
7 MONOGRÁFICO

Prezado(a) aluno(a), para a realização de trabalho monográfico é preciso percorrer alguns passos,
vejamos:

Atenção

A produção do trabalho monográfico


corresponde à fase de elaboração da
pesquisa, baseada nos conhecimentos
científicos da área de conhecimento, nos
parâmetros de cientificidade e nas orien-
tações da estrutura do trabalho.

7.1 Determinação do Tema-Problema do Trabalho

Em primeiro lugar, é preciso delimitar com análises supõem muito trabalho e deli-
precisão o tema: não é o mesmo tratar da liberdade mitação;
em geral e da liberdade psicológica ou política. Tra- ƒƒ com a tese panorâmica, o pesquisador
ta-se da perspectiva do tema. Para trabalhos com expõe-se a muitas contestações, como
finalidade didática, deve-se escolher temas já abor- omissões de temas e autores;
dados por outros, para que haja obras a respeito ƒƒ se for bem preciso, o pesquisador terá
nas quais pesquisar. um material bem conhecido e ignorado
pelos examinadores: torna-se um exper-
Dicionário to nesse assunto;
ƒƒ monografia pode ser, também, a abor-
Delimitar: indicar a abrangência do estudo.
dagem de um tema e não apenas de um
autor. Nesse caso, analisam-se alguns au-
A delimitação do tema é a maior dificulda- tores do ponto de pista de um tema es-
de apresentada pelos estudantes. A tentação é fa- pecífico. Por exemplo: o mundo às aves-
zer uma tese panorâmica e dizer muita coisa. Por sas nos poetas carolíngios;
exemplo, a Literatura hoje; a literatura brasileira do
ƒƒ tratar de um tema especificamente mo-
pós-guerra aos anos 1960. Umberto Eco (1999, p. 7)
nográfico não significa fazer algo aborre-
discute bem essa questão e apresenta algumas in-
cido, é preciso ter em conta o panorama
dicações acerca de como superar essa dificuldade:
em que está inserido e estudá-lo;
ƒƒ mas o panorama é pano de fundo, não se
ƒƒ tese panorâmica não pode fazer análises
pode confundir as relações: uma coisa é
críticas que soam como presunção. Tais

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pintar o retrato de um cavalheiro sobre o Normalmente, uma atividade de pesquisa


fundo de um campo e outra coisa é pin- perpassa três fases de amadurecimento, que são
tar campos e regatos; alteram-se técni- concomitantes nas várias etapas do trabalho:
cas, focos, perspectivas;
ƒƒ quanto mais se restringe, melhor e com 1. momento da intuição, da descoberta, da
mais segurança se trabalha. formulação de hipóteses;

2. momento da pesquisa:
A perspectiva através da qual se aborda um
ƒƒ confrontar primeiras intuições;
tema é completada com o problema: qual ques-
tão vai ser discutida ou para a qual serão buscadas ƒƒ cotejar com outras posições;
soluções. A colocação do problema em relação ao ƒƒ rever posições iniciais;
tema desencadeia formulação da hipótese geral 3. momento de amadurecimento da pri-
a ser comprovada e, de acordo com a perspectiva meira posição:
adotada, especifica o método a ser utilizado. Quan-
ƒƒ abandonam-se algumas ideias;
do o autor define por uma solução a ser demons-
trada no curso do trabalho, pode-se, então, falar de ƒƒ acrescentam-se outras;
tese a ser demonstrada pelo raciocínio. O trabalho ƒƒ reformulam-se alguns problemas;
deve: ƒƒ domínio de uma posição definitiva.

ƒƒ demonstrar uma única ideia;


ƒƒ defender uma única tese;
ƒƒ assumir uma única posição frente ao pro-
blema específico: é o seu ponto de vista,
sua tese.

7.2 Levantamento Bibliográfico

Trata-se da pesquisa em busca da documen- ƒƒ monografias e tratados sobre o assunto;


tação existente sobre o assunto. Coloca-se em ação ƒƒ textos didáticos;
uma série de procedimentos para localização e ƒƒ periódicos impressos e on-line;
busca metódica de documentos que possam inte-
ƒƒ bases de dados.
ressar ao tema discutido, que dependem da natu-
reza do tema a ser estudado.
São feitas consultas em:

ƒƒ catálogos;
ƒƒ boletins especializados;
ƒƒ enciclopédias e dicionários especializa-
dos;

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7.3 Leitura e Documentação

Plano provisório do trabalho recentes retomam contribuições do


passado, vindo a dispensar algumas
É um roteiro do trabalho a ser realizado, uma leituras. Porém, os clássicos são indis-
primeira estruturação, baseada em ideias gerais pensáveis;
que se tem do tema: ƒƒ generalidade: das obras mais gerais
(enciclopédias, dicionários, tratados)
ƒƒ é uma ideia diretriz (linhas gerais, colunas para as monografias especializadas e
mestras), sem a qual o trabalho se perde artigos científicos;
numa superficialidade; ƒƒ Não é uma mera leitura analítica de toda
ƒƒ são ideias percebidas intuitivamente obra, nem reconstituir o raciocínio analí-
pelo aluno, fruto da sugestão do próprio tico do autor;
problema e de estudos anteriores; ƒƒ Será feita tendo em vista o aproveita-
ƒƒ trata-se de um roteiro provisório, pois o mento direto apenas dos elementos que
plano definitivo só será estabelecido no sirvam para a pesquisa;
final da pesquisa. ƒƒ Às vezes, é necessária a leitura de todo o
texto, mesmo assim não se deve perder
a ideia mestra que direciona o trabalho.
Leitura

ƒƒ Realizar uma primeira triagem, para ver o Documentação


que realmente será lido e é interessante
para a pesquisa; ƒƒ Tomar nota de todos os elementos que
ƒƒ Para tanto: serão utilizados na elaboração do traba-
lho;
ƒƒ recorrer a resenhas das obras;
ƒƒ Usar citação livre (indireta) e textual (di-
ƒƒ opinião de especialistas;
reta), indicando a fonte;
ƒƒ tomar contato com a obra: sumário,
ƒƒ Documentar as ideias pessoais que fo-
prefácio, introdução, passagens do
rem surgindo durante a leitura – para não
texto;
se perderem;
ƒƒ Critérios para a leitura:
ƒƒ Elaborar fichas, arquivos de documen-
ƒƒ atualidade: dos textos mais recen- tação ou outra forma de anotação das
tes para os mais antigos – as obras ideias que irão compor o trabalho.

7.4 A Construção Lógica do Trabalho Dissertativo

ƒƒ Coordenação inteligente das ideias, con- ƒƒ A ordem lógica do trabalho dissertati-


forme as exigências de sistematização; vo pode não coincidir com a ordem da
ƒƒ Pode ocorrer reformulação do roteiro descoberta: não se pode perder de vista
provisório; a finalidade de comunicar ao leitor, que

33
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não precisa passar por todos os percalços ƒƒ Não basta que proposições tenham sen-
vividos pelo pesquisador durante sua ati- tido em si mesmas, é necessário que o
vidade de pesquisa; sentido esteja logicamente inserido no
ƒƒ Deve formar uma unidade, com sentido contexto do discurso e da redação;
intrínseco, autônomo, para que o leitor – ƒƒ Daí as três partes da estrutura formal do
que não participou da pesquisa – possa trabalho: introdução, desenvolvimento e
apreendê-la; conclusão.
ƒƒ Portanto, as partes do trabalho – parágra-
fos, capítulos etc. – devem ter sequência
lógica rigorosa;

7.5 A Redação do Trabalho

A Linguagem do Texto Os parágrafos

ƒƒ Ter estilo sóbrio e preciso. Adjetivos su- ƒƒ Parte do texto que tem por finalidade ex-
pérfluos, rodeios e repetições ou explica- pressar as etapas do raciocínio;
ções inúteis devem ser evitados; ƒƒ Sequência, tamanho e complexidade de-
ƒƒ Também deve ser evitada a forma exces- pendem da natureza do raciocínio;
sivamente compacta, que pode prejudi- ƒƒ Reproduz a estrutura do texto: apresenta
car a compreensão do texto; uma introdução, um corpo e uma con-
ƒƒ O que importa é a clareza, mais que ou- clusão;
tras características estilísticas; ƒƒ Como determina a articulação do texto,
ƒƒ Usar a terceira pessoa do singular; tendo em vista a construção lógica do
ƒƒ Usar terminologia técnica, na medida do trabalho, são iniciados por conjunções
necessário; que indicam as formas de passar de uma
ƒƒ Evitar pomposidade pretensiosa, verba- etapa lógica à outra, isto é, os conectivos,
lismo vazio, fórmulas feitas e linguagem que devem ser muito bem trabalhados.
sentimental;
ƒƒ Não cabem linguagem comum, expres-
sões corriqueiras e gírias. Infelizmente,
é comum deparar com o uso de expres-
sões e fórmulas da oralidade em traba-
lhos que requerem fórmulas próprias da
linguagem escrita e formal;
ƒƒ Quanto ao estilo, depende da natureza
do raciocínio e das áreas do saber.

34
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Metodologia Científica

7.6 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), vimos neste capítulo que para a realização de trabalho monográfico é preciso
percorrer alguns passos: determinação do tema-problema do trabalho; levantamento bibliográfico so-
bre o assunto; leitura e documentação, com o Plano provisório do trabalho e a leitura, fazendo triagem e
partindo de critérios; além disso, é preciso também dar importância à construção lógica e à redação do
trabalho dissertativo.
Caro(a) aluno(a), vimos os passos a serem percorridos para a produção do trabalho monográfico,
vamos agora avaliar se você os compreendeu? Resolva as questões a seguir.

7.7 Atividades Propostas

1. Qual a importância da leitura na produção do trabalho monográfico e como fazê-la?

2. Quais são os critérios para se realizar a leitura na produção do trabalho monográfico?

35
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TRABALHOS MONOGRÁFICOS:
8 CONCEITUAÇÃO, ELEMENTOS E
ESTRUTURA

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo conhe- cos, os elementos que o constituem e qual estrutu-
ceremos a conceituação dos trabalhos monográfi- ra apresenta. Vejamos.

8.1 Conceituação dos Trabalhos Monográficos

O trabalho monográfico é um documento ƒƒ Tese: documento escrito visando à ob-


escrito que visa à aferição do trabalho escolar em tenção do título de Doutor, que repre-
uma ou mais disciplinas, solicitado e orientado por senta um estudo científico de tema úni-
professor(es) de uma ou mais disciplinas. co, bem delimitado e original. Deve ser
elaborado com base em investigação ori-
Dicionário ginal, constituindo real contribuição para
a especialidade em questão.
Conceituar: formar conceito acerca de. Julgar.

Segundo o grau de complexidade envolvido, Saiba mais


tais trabalhos são classificados como:
Segundo a Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT, 2005), um trabalho
ƒƒ Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): acadêmico consiste em um “documento
resultado de um estudo visando à con- que representa o resultado de um estu-
clusão de um curso de graduação; do, devendo expressar conhecimento
do assunto escolhido, que deve ser obri-
ƒƒ Monografia: resultado de um estudo vi- gatoriamente emanado da disciplina,
sando à obtenção do título de Especialis- módulo, estudo independente, curso,
ta; programa e outros ministrados. Deve ser
ƒƒ Dissertação: documento escrito visan- feito sob a coordenação de um orienta-
dor.”
do à obtenção do título de Mestre, que
representa o resultado de um trabalho
experimental, de tema único, com o ob-
jetivo de reunir, analisar e interpretar in-
formações ou a exposição de um estudo
científico retrospectivo (trabalho de revi-
são de literatura). Deve evidenciar o co-
nhecimento de literatura existente sobre
o assunto e a capacidade de sistematiza-
ção do candidato;

37
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8.2 Elementos e Estrutura dos Trabalhos Monográficos

Para compor a apresentação e redação dos dem constar conforme o desenvolvimento do tra-
trabalhos monográficos, há uma série de elemen- balho. O quadro a seguir apresenta todos os itens
tos já consagrados pela prática acadêmica. Existem que compõem o trabalho acadêmico, inclusive, na
elementos que são obrigatórios e outros que po- ordem em que devem ser apresentados.

Quadro 1 - Itens que compõe o trabalho acadêmico.


Elementos pré-textuais Obrigatório Opcional
Capa com informações na lombada
Folha de rosto
Ficha catalográfica
Errata
Folha de aprovação
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe
Resumo em língua nacional
Resumo em língua estrangeira
Lista de ilustrações (quadros, gráficos etc.)
Lista de tabelas
Lista de abreviaturas e siglas
Lista de símbolos
Sumário
Elementos textuais
Introdução
Objetivos
Revisão de literatura
Métodos
Resultado
Discussão
Conclusão
Elementos pós-textuais
Referências
Glossário
Apêndices
Anexos
Índice

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Elementos pré-textuais Folha de rosto

Capa A folha de rosto é elemento obrigatório e


precisa conter as informações que seguem abaixo,
A capa é um elemento obrigatório e deve nessa ordem (cf. Anexo B):
conter as informações seguintes, nessa ordem (cf.
Anexo A): a. nome do autor, pois é o responsável in-
telectual pelo trabalho;
a. nome da instituição (opcional); b. título principal do trabalho, acompa-
b. nome do autor (deve ser colocado no nhado de subtítulo, se houver, que defi-
alto da página); na claramente o conteúdo do trabalho,
constituindo um resumo de, no máximo,
c. título e subtítulo (este se houver) (ficam 12 vocábulos, como sugere a Coordena-
no centro da folha); ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) (apud DOMIN-
d. número do volume, se houver mais de
GOS, 1999), devendo o subtítulo ser in-
um;
troduzido, após o título, por dois pontos;
e. nome da cidade em que se situa a insti-
c. número do volume, havendo mais de
tuição a qual o trabalho está vinculado;
um;
f. ano de entrega.
d. natureza do trabalho (tese, TCC e outros)
e sua finalidade, isto é, motivo que de-
O nome do autor, colocado no alto da página, terminou sua elaboração, entre outros,
significa que ele é o responsável intelectual pelo por exemplo, a aprovação em dada dis-
trabalho. Por isso, não se justifica colocar o nome ciplina;
da instituição nessa posição em trabalhos, cuja res- e. nome da instituição a que o trabalho
ponsabilidade intelectual e direitos autorais não está vinculado;
pertencem a ela.
f. o nome do orientador e sua titulação, da
cidade e da instituição e o ano de entre-
Lombada
ga.

Lombada é a parte que reúne as margens in-


O verso da folha de rosto deve conter a ficha
ternas do lado esquerdo, mantendo-as juntas quer
catalográfica, feita segundo o Código de Cataloga-
por cola, costura ou grampos, formando um cader-
ção Anglo-Americano em vigor. Este código é de
no. Ela constitui um elemento opcional, pois, quan-
competência da Federação Brasileira de Associa-
do as folhas se reúnem por espiral ou em número
ções de Bibliotecários, Cientistas da Informação e
bastante reduzido, por exemplo, a junção delas
Instituições (FEBAB). A ABNT assume o que esse
não forma lombada.
órgão dispõe.
A lombada de trabalhos acadêmicos deve
trazer o nome do autor, ou dos autores, e o título;
Modelos de notas explicativas para folha de rosto:
a de livros, além disso, precisa apresentar a logo-
marca da editora; a de periódicos deve conter os
elementos alfanuméricos que permitem identificar ƒƒ Trabalho curricular: Trabalho apresen-
o volume, o fascículo e a data de publicação. tado para avaliação do rendimento es-
colar da disciplina Introdução à Filosofia

39
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do curso de Pedagogia da Universidade c. natureza e objetivo, ou seja, tipo e por


de Santo Amaro, ministrada pelo Prof. Dr. que foi elaborado; por exemplo: disser-
Carlos Fontes Fonseca; tação elaborada como parte dos requi-
ƒƒ Trabalho de conclusão de curso: Traba- sitos do [...] para a obtenção do título de
lho de conclusão de curso apresentado [...];
ao curso de História da Universidade de d. nome da instituição a que será subme-
Santo Amaro, orientado pela Profa. Carla tido;
Carlota, como requisito parcial para ob-
tenção do título de Licenciado em Histó- e. nome dos componentes da banca exa-
ria; minadora, titulação, instituição a que
ƒƒ Monografia: Monografia apresentada pertencem e, após o resultado da avalia-
ao curso de Especialização em Biologia ção, a data e a assinatura do examinador
Vegetal da Universidade de Santo Ama- ou examinadores;
ro, orientada pela Profa. Dra. Olívia Go-
f. data da aprovação.
mes, como requisito parcial para obten-
ção do título de Especialista em Biologia
Vegetal;
A data de aprovação e as assinaturas dos
ƒƒ Projeto de pesquisa: Projeto de pesqui-
componentes da banca examinadora são coloca-
sa apresentado ao curso de Especializa-
das, nessa ordem, após o resultado da avaliação.
ção em Gestão Ambiental do Curso de
Especialização Lato Sensu da Universida- A folha de aprovação não é numerada, é contada
de de Santo Amaro, orientado pelo Prof. apenas, e não leva título.
Mário Mariano, como requisito parcial
para avaliação. Dedicatória, agradecimento e epígrafe

Errata Dedicatória, agradecimento e epígrafe são


elementos opcionais (ABNT, 2005), sendo coloca-
A errata é opcional; se colocada, porém, tem dos no trabalho, segundo o desejo do autor; de-
lugar após a folha de rosto e seus dados são apre- vem, porém, ser postos na sequência aqui apresen-
sentados do seguinte modo: tada.
A dedicatória é a folha em que o autor presta
ERRATA homenagem ou dedica seu trabalho a alguém. É
Folha Linha Onde se lê Leia-se colocada após a folha de aprovação; não leva títu-
lo; não é numerada, mas é contada.
28 2 aprovacao aprovação
Após a dedicatória, são colocados os agra-
decimentos, que devem ser feitos às pessoas que
Folha de aprovação
efetivamente contribuíram para a elaboração do
trabalho.
A folha de aprovação é um elemento obriga-
Aos agradecimentos, segue a epígrafe, que
tório a trabalhos que serão submetidos à aprova-
ção, como, por exemplo, tese e TCC, pois nela será é um excerto retirado de alguma obra, alusivo ao
registrado o resultado da avaliação do trabalho fei- assunto que será tratado. Pode ser colocada tanto
ta pelos examinadores. Por isso, deve conter: no início do trabalho quanto na abertura de cada
seção primária (capítulo). Colocada no início do
a. nome do autor; trabalho, a folha da epígrafe será contada, mas não
numerada, nem conterá título, tal qual a folha de
b. título do trabalho (e subtítulo, se hou- aprovação.
ver);
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Resumo O resumo de um trabalho, que vem inserido


nele próprio, não se faz acompanhar da respectiva
Após a epígrafe, vem o resumo. Os trabalhos referência; se, porém, for colocado em outro con-
acadêmicos, além do resumo na língua vernácula, texto, ela deve precedê-lo.
devem apresentá-lo também em uma língua es-
trangeira (graduação, mestrado) ou duas (doutora- Lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abrevia-
do); por exemplo: Abstract (inglês), Resumen (espa- turas e símbolos
nhol) e Résumé (francês).
O resumo deve conter de 150 a 500 palavras As listas de ilustrações, tabelas, abreviaturas,
e ser seguido da expressão ‘Palavras-chave’, colo- siglas e símbolos são opcionais; são, porém, bas-
cando-se após estas descritores ou palavras que tante úteis quando o trabalho acadêmico apresen-
sejam representativos do conteúdo que o trabalho ta esses elementos em quantidade, pois facilitam a
oferece. consulta ao leitor.
O resumo deve pôr em evidência o objeti- As listas devem figurar no trabalho na ordem
vo, o método, os resultados e as conclusões do mencionada e podem ser específicas de cada um
trabalho; da introdução, retira-se o conteúdo ne- desses elementos. Desse modo, pode haver uma
cessário para contextualizar a questão analisada. lista só de ilustrações, outra de tabelas, assim por
É necessário que ele seja elaborado na forma de diante, cada uma seguindo ordenação própria.
texto discursivo, usando-se o verbo na 3ª pessoa, Uma só lista de ilustrações pode mencionar
na voz ativa, formando frases concisas e afirmati- todos os tipos: mapa, fotografia, desenho e ou-
vas e compondo, preferentemente, um parágrafo tros. Quando há várias ilustrações do mesmo tipo,
apenas. Devem-se evitar símbolos e contrações pode-se fazer uma lista para cada tipo, como, por
que não são de uso corrente, bem como fórmulas, exemplo: lista de mapas, lista de fotografias etc. Se,
equações e diagramas que não são absolutamente porém, a quantidade desses elementos não justi-
necessários. Se forem incluídos, na primeira vez em ficar listas específicas, todas as figuras podem ser
que aparecerem, precisam estar acompanhados da relacionadas numa só, havendo, entretanto, para
devida explicação. cada tipo de ilustração uma ordenação numérica.

Exemplo:

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fotografia 1 - Equipe de operação 20
Gráfico 1 - Desenvolvimento urbano 23
Fotografia 2 - Assembleia Geral Ordinária ABNT 25
Mapa 1 - Região Sudeste do Brasil 30
Desenho 1 - Programa das Nações Unidas para o meio ambiente 33

Sumário texto. É, quase sempre, o último elemento pré-tex-


tual; não o será se for incluído prefácio no trabalho.
O sumário é um elemento obrigatório que Os elementos pré-textuais não são incluí-
deve proporcionar visão de conjunto do conteúdo dos no sumário, mas os títulos das seções do texto
do trabalho, trazendo relacionadas as seções que são nele colocados, utilizando-se a tipologia gráfi-
o compõem, acompanhadas do número da página ca com que aparecem no texto. Os indicativos de
em que se acham, o que facilita sua localização no seção do texto devem ser alinhados à esquerda;

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sugere-se que sejam alinhados pela margem do in- alinhando, à direita, o número das páginas em que
dicativo de título mais extenso. A paginação faz-se se acham os títulos referidos.

Modelo de Sumário:

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 15
2 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................33
2.1 Tipo de pesquisa .............................................................. 33

Elementos textuais Desenvolvimento

Os elementos textuais são a introdução, o É a principal parte do texto. Apresenta o as-


desenvolvimento e a conclusão, que constituem as sunto pormenorizado, de modo explicativo, e é
partes essenciais da monografia. Trata-se de uma dividido em seções e subseções, de acordo com a
divisão lógica. Cada um desses elementos atende a amplitude e a profundidade definidas para o trata-
uma finalidade própria e a relação que entre eles se mento de dados, sendo aconselhável que o autor
estabelece configura uma estrutura orgânica, pois se limite à quarta seção. Aqui, são expostos os ar-
juntos compõem um todo, ou seja, a estrutura mo- gumentos selecionados para defender a tese pro-
nográfica. posta, ou seja, atingir os objetivos fixados. Os argu-
mentos precisam ser explicitados logicamente, ou
Introdução melhor, é necessário demonstrar como as provas
foram alcançadas e, na falta de consenso, discuti-
-las.
Delimita o assunto, situa o problema a ser tra-
tado, isto é, mostra em que contexto ele está inseri-
do e que há conhecimento acumulado, disponível Conclusão
para isso. É chamado conhecimento partilhado por
se entender que ele é de domínio dos que atuam na Deve apresentar de forma sintetizada um re-
área, constituindo a fundamentação teórica, pois sumo da argumentação e das provas explicitadas
possibilita a definição e delimitação dos objetivos
no desenvolvimento. Além disso, deve demonstrar
da pesquisa. O nível de teorização e interpretação
logicamente a relação existente entre os argumen-
do conhecimento partilhado deve ser limitado em
tos e as provas levantadas e apresentar as inferên-
função do problema a ser tratado e da abrangência
que se deseja alcançar. cias extraídas dos resultados, com base na funda-
mentação teórica. Por isso, muitas vezes se diz que
A introdução tem como função nortear as
tarefas de investigação e sustentar a interpreta- a conclusão é um retorno à introdução.
ção dos dados levantados, relacionando-se, desse Constata-se, desse modo, que introdução,
modo, com o elemento que a segue, ou seja, o de- desenvolvimento e conclusão estão interligados,
senvolvimento. Por isso, se a seleção do conteúdo configuram uma estrutura orgânica: não consti-
do quadro teórico e sua análise não forem criterio- tuem partes independentes, mas complementares.
sas, todo o trabalho poderá ficar comprometido. Infere-se, ainda, que os elementos – ideias,
42
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propostas, conceitos, ilustrações etc. –, não obstan- Apêndices (opcional)


te o valor científico, quando não se atrelam na for-
mação da estrutura monográfica, devem ser dela De acordo com a NBR 14724 (ABNT, 2005), o
despojados, de modo a resguardar o encadeamen- apêndice é material ou texto elaborado pelo pró-
to lógico das ideias e das propostas, garantindo ao prio autor do trabalho, com o objetivo de com-
trabalho boa qualidade. plementar sua argumentação. Identificados pela
palavra ‘apêndice’ e letras maiúsculas consecutivas,
Atenção travessão e título, alinhados à esquerda. A pagina-
ção deve ser contínua à do texto principal.
Introdução, desenvolvimento e conclu-
são devem constituir uma estrutura lógi-
ca, formando uma unidade e permitindo Exemplo:
ao leitor acompanhar o raciocínio do au-
APÊNDICE A –
tor da redação do começo ao fim.
APÊNDICE B –

Elementos Pós-Textuais Anexos (opcional)

Referências Segundo a NBR 14724 (ABNT, 2005), anexo é


texto ou documento não elaborado pelo autor do
Relação das obras efetivamente utilizadas trabalho, que contribui para fundamentação, com-
como base na elaboração do trabalho. Elemento provação e ilustração deste. Identificado pela pa-
obrigatório no texto, a seção ‘Referências’ não deve lavra ‘anexo’ e letras maiúsculas consecutivas, tra-
ser numerada e seu título deve estar alinhado à es- vessão e título, alinhados à esquerda. A paginação
querda. deve ser contínua à do texto principal.
As fontes mencionadas em notas de rodapé,
ou pelo sistema autor-data, devem ser incluídas na Exemplo:
seção de referências, exceto as que indicam os da- ANEXO A –
dos obtidos por informação verbal.
ANEXO B –
Considerando que a produção de um traba-
lho acadêmico, independentemente de sua tipo-
Índice (opcional)
logia, demanda a leitura de outras fontes que vão
além daquelas indicadas nessa seção, sugere-se a
elaboração de uma lista dessas obras, se houver Segundo a NBR 6034 (ABNT, 2004), é a relação
mais de cinco itens a serem informados. Essa lista de palavras e/ou frases que, ordenadas segundo
deve ser incluída na estrutura do trabalho como determinado critério, remetem para informações
apêndice, ficando seu título a critério do autor, inseridas no texto. Para a elaboração do índice e o
podendo ser: “Sugestões de Leitura sobre o Tema”, estabelecimento de critério de ordenação, consul-
“Leitura Complementar Sobre o Tema” etc. te a NBR 6034 (ABNT, 2004).

Glossário (opcional)

Elaborado em ordem alfabética.

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8.3 Regras de Apresentação

Formato Paginação

Papel Da folha de rosto em diante, todas as demais


são contadas, devendo-se, porém, colocar algaris-
O texto deve ser digitado em papel branco, mos arábicos para numerá-las somente a partir da
no anverso de folhas A4 (21 x 29,7 cm), na cor preta; introdução. A posição do número é a 2 cm da bor-
as ilustrações, contudo, podem apresentar outras da superior e 2 cm da borda lateral direita da folha,
cores (ABNT, 2005). portanto, no alto da folha, à direita. Havendo ane-
xos e apêndice, a numeração das folhas continuará
Tipologia da fonte normalmente até a última.

A fonte a ser utilizada é a Times New Roman Nota de rodapé


ou Arial, do seguinte modo:
As notas de rodapé são digitadas dentro da
ƒƒ fonte 12 para o texto; margem inferior, em fonte 10, ficando separadas
ƒƒ fonte 11 para títulos colocados abaixo de do texto por um espaço simples de entrelinha e
figuras, ilustrações e outros; por um filete de três centímetros.
ƒƒ fonte 10 para notas de rodapé; Deve-se evitar o uso desnecessário de nota
ƒƒ fonte 11 nas citações de três linhas ou de rodapé, pois sua leitura implica interrupção da
mais; leitura do texto e, consequentemente, do raciocí-
nio que o leitor vem desenvolvendo a partir das
ƒƒ fonte 12, 14, 16, em caixa alta, negrito,
ideias expostas.
itálico e outros para diferenciar títulos de
subtítulos, ou seja, seções e subdivisões;
ƒƒ fonte 16 para título e autor, 14 para subtí- Indicativos de seção
tulo e 12 para demais elementos, na capa
e folha de rosto. Os números indicativos de seção, ou seja, das
partes que estruturam um documento (monogra-
fia), seguem ordem progressiva e são colocados à
Espacejamento
esquerda, precedendo o respectivo título ou subtí-
tulo, de acordo com a NBR 6024 (ABNT, 2003).
O texto deverá ser digitado com espaço en-
trelinhas 1,5 (um e meio); os títulos e subtítulos de
seções e subseções ficam separados do texto que Numeração progressiva
os precede e os sucede por dois espaços de mesma
medida. A NBR 6024 (ABNT, 2003a) normaliza a nume-
ração progressiva, mostrando como indicar as sub-
Margens divisões do texto; por exemplo: primária, secundá-
ria, terciária e outras, ficando, assim: 2.3 Elementos
Observam-se as seguintes medidas para as pós-textuais, em que 2 representa uma seção pri-
margens: para margens superior e esquerda, são mária e 3 a secundária (subseção, subdivisão).
deixados 3 cm; para a direita e a inferior, 2 cm.
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Os elementos textuais – introdução, desen- Exemplo:


volvimento e conclusão – compõem, cada um, uma
seção primária; o desenvolvimento, porém, poderá 1 SEÇÃO PRIMÁRIA
estar estruturado em várias seções primárias (an-
(caixa alta, fonte 14, negrito);
teriormente denominadas capítulos), divididas ou
não em subseções (títulos e subtítulos), dependen- 1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA
do do enfoque e da abrangência do tema. (parte da primária: caixa alta, fonte 12, negri-
A numeração progressiva deve mostrar essa to);
divisão com a tipologia gráfica utilizada; por exem- 1.1.1 Seção terciária
plo, as letras usadas nos títulos das seções primá- (inserida na primária e na secundária: caixa
rias serão sempre iguais e mais chamativas do que baixa, fonte 14, negrito);
as das demais seções. O mesmo tipo de seção terá 1.1.1.1 Seção quaternária
sempre o mesmo tipo de letra, tamanho e forma,
(inserida na primária, na secundária e na ter-
tanto no texto quanto no sumário.
ciária: caixa baixa, fonte 12, negrito).
A divisão em seções e subseções deve ser fei-
ta de forma lógica e de acordo com a estrutura do
Além disso, abre-se página nova sempre que
trabalho. A numeração progressiva deve demons-
se inicia uma seção primária, ficando, assim, evi-
trar a sequência das seções e subseções e o nível
dente a divisão do trabalho acadêmico em seções
de inserção – primeira, segunda, terceira seção etc.
e subseções.
–, que deve, também, ser marcado pelo uso de ti-
pologia gráfica diferente, conforme o exemplo a
seguir.

8.4 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), vimos neste capítulo a conceituação dos trabalhos monográficos: Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), monografia, dissertação e tese. Conhecemos os elementos pré-textuais, tex-
tuais e pós-textuais (os obrigatórios e os opcionais) que estruturam os trabalhos monográficos. Vimos
que os elementos pré-textuais são: capa, lombada, folha de rosto, errata, folha de aprovação, dedicatória,
agradecimento, epígrafe, resumo, listas de ilustrações, tabelas, abreviaturas, siglas e símbolos e sumário.
Os elementos textuais são: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, que constituem as partes
essenciais da monografia. E, por fim, os elementos pós-textuais: referências, glossário, apêndices, anexos
e índice. Conhecemos também as regras de apresentação dos trabalhos monográficos, subsídios funda-
mentais que estruturam a estrutura do trabalho acadêmico.
Vamos passar agora às perguntas? Responda às questões 1 e 2 antes de prosseguir na leitura da
apostila.

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8.5 Atividades Propostas

1. Conceitue os trabalhos monográficos quanto à sua natureza.

a. Trabalho de conclusão de curso;

b. Monografia;

c. Dissertação;

d. Tese.

2. Por que os elementos textuais constituem as partes essenciais da monografia?

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9 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO

Caro(a) aluno(a), veremos agora os elementos de apoio ao texto.

9.1 Citações

É a menção, no texto, de uma informação Exemplo:


obtida de outra fonte. Pode ser uma transcrição
ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou [...] era mesmo muito feliz1
oral.
A ordem das referências no sistema numéri-
co também é numérica de acordo com o número
Dicionário
que foi atribuído a cada documento.
Citação: Ato ou efeito de citar.
Citar: Mencionar ou transcrever palavras de ou-
tras pessoas. Sistema Autor-Data

As citações podem figurar incluídas no texto, Neste sistema, as citações devem incluir o
em nota de rodapé ou remetendo às referências no autor, a data de publicação e a(s) página(s) do do-
final do texto. As citações podem ser representadas cumento referenciado. No caso de a indicação de
pelos sistemas numérico ou autor-data, devendo o autoria aparecer no decorrer do texto, apenas a ini-
sistema escolhido ser mantido ao longo de todo o cial do nome deve aparecer em maiúscula e, quan-
trabalho. do a autoria se apresentar entre parênteses, todas
as letras do nome devem ser maiúsculas. Tem sido
Atenção mais utilizado nos trabalhos acadêmicos do que o
sistema numérico.
As citações apoiam as ideias e as hipóte-
ses do pesquisador.
Exemplos:

Sistema numérico Segundo Xavier (2004, p. 243) o aquecimento


global está só começando.
O aquecimento global está só começando
Neste sistema, os documentos citados são
(XAVIER, 2004, p. 243).
representados por números arábicos e em ordem
crescente, na medida em que aparecem no texto. A
ƒƒ Citação de até três autores: quando a
indicação numérica no texto deve ser feita situan-
obra for de autoria de até três pessoas,
do-a de forma sobrescrita à linha do texto. estas serão citadas pelos respectivos so-
brenomes.

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Exemplos: tores e trabalhos diferentes sobre uma


Resultado semelhante foi obtido por mesma opinião, deve-se obedecer à or-
Santos e Barbosa (1995)... dem alfabética seguida de ordem crono-
ou lógica.

A delimitação da área do projeto de Exemplo:


assentamento rural e a distribuição ... enquanto Crocomo e Parra (1979),
dos lotes devem garantir as condi- Crocomo e Parra (1985), Evendramin
ções mínimas de vida (PINHEIRO; MA- et al. (1983) e Silva (1981) verificaram
RIAN, 1997). uma oscilação de valores...
Ainda: ou
Conforme Moran, Masetto e Behrens ... (CROCOMO; PARRA, 1979, 1985;
(2002, p. 37)... EVENDRAMIN et al., 1983; SILVA,
ou 1981).

“O ver está, na maior parte das vezes, ƒƒ Citação de citação: é a transcrição de


apoiando o falar, narrar, o contar his- palavras textuais ou conceitos de um au-
tórias.” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, tor a cuja obra não se teve acesso direto.
2002, p. 37). A citação de citação é indicada pelas ex-
pressões ‘apud’ ou ‘citado por’ e deve ser
ƒƒ Citação com mais de três autores:
evitada, uma vez que a obra original não
quando a obra for de autoria múltipla,
foi consultada e há risco de falsa interpre-
deve ser citada pelo sobrenome do pri-
tação e incorreções.
meiro autor, seguido da expressão ‘et al.’,
o ano e a(s) página(s). Exemplos:

Exemplos: Marinho, citado por Markoni e Laka-


tos (1982, p. 150), apresenta a formu-
Conforme notam Rodrigues et al.
lação do problema como a fase da
(1990), a redundância, ao contrário
pesquisa, que, sendo bem delimita-
do que geralmente se acredita, nem
da, simplifica e facilita a maneira de
sempre representa desperdício ou
conduzir a investigação.
ineficiência.
ou
ou
Marinho (apud MARKONI; LAKATOS,
.... (RODRIGUES et al., 1990)
1982, p. 150)...
ƒƒ Citação de vários trabalhos do mesmo
Importante: A entrada da citação
autor publicados em anos diferentes:
deve ser idêntica à entrada estabele-
trabalhos diferentes de um mesmo au-
cida para a referência bibliográfica do
tor devem ser citados pelo sobrenome e
referido documento.
os vários anos de publicação, em ordem
cronológica, separados por vírgula (,).
Exemplo: Citação direta ou textual
Os modelos por meio dos quais foram
feitas as comparações denominadas É a transcrição fiel de grafia, redação e pon-
por nós de modelos I e II foram as ge- tuação do documento consultado. Deve ser apre-
néticas – estatísticas de cruzamento, sentada entre aspas e trazer a indicação da página
[...]. (CONSTACK, 1948, 1952). consultada.
ƒƒ Citação de vários autores com a mes-
ma opinião: para fazer citações de au-

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Metodologia Científica

ƒƒ Citação direta até três linhas: é inserida de Normalização. As Normas Brasi-


no texto, em fonte normal (Arial 12), en- leiras, cujo conteúdo é de respon-
sabilidade dos Comitês Brasileiros
tre aspas.
(ABNT/CB) e dos Organismos de
Exemplo: Normalização Setorial (ABNT/NOS),
“[...] a técnica é a maneira mais ade- são elaboradas por Comissões de
Estudo (CE), formadas por repre-
quada de se vencer as etapas indica- sentantes dos setores envolvidos.
das pelo método. Por isso diz-se que (ABNT, 2002, p. 1).
o método equivale à estratégia, en-
quanto a técnica equivale à tática [...].”
As supressões [...] e os acréscimos [ ]
(GALIANO, 1986, p. 14).
devem ser indicados por colchetes.
ƒƒ Citação direta com mais de três linhas:
a citação direta com mais de três linhas
deve ser destacada do texto, recuada a Citação indireta
4 cm da margem esquerda, digitada em
tamanho menor (fonte 11) que o texto Usada quando são reproduzidas as ideias e
principal (fonte 12), em espaço simples e informações do documento, sem transcrição das
sem aspas. palavras do autor. Não se deve usar aspas, mas
Exemplo: deve ser indicada a fonte da referência.
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional

9.2 Resumo do Capítulo

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, estudamos sobre as citações dos trabalhos monográficos, vimos
a definição, onde podem ser encontradas e como podem ser representadas (Sistema Numérico, Sistema
Autor-Data, Citação Direta ou Textual e Citação Indireta); a partir disso, elencamos diversos exemplos de
citações.
Muito bem, feitas as considerações de como fazer as citações nos trabalhos monográficos, vamos
passar agora à avaliação do capítulo, resolva as questões a seguir.

9.3 Atividades Propostas

1. O que são citações e qual sua localização?

2. Qual a importância das citações no trabalho acadêmico? 

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NORMAS PARA REFERÊNCIAS
10 BIBLIOGRÁFICAS - ABNT

Prezado(a) aluno(a), referência bibliográfica Todas as regras estabelecidas neste item se-
é o conjunto de elementos que permitem a iden- guem o preconizado pela NBR 6023 (ABNT, 2002).
tificação de documentos, no todo ou em parte,
utilizados como fonte de consulta e citados nos
trabalhos elaborados. Vamos ver como fazer essas Atenção
referências?
Só devem ser mencionadas nas Referên-
As referências bibliográficas devem ser ali- cias as fontes ou os autores que foram ci-
nhadas à esquerda e digitadas utilizando-se espa- tados no texto.
ço simples entre suas linhas. Entre uma referência e
outra, deve-se adotar espaço duplo.

10.1 Elementos Essenciais

São aqueles elementos indispensáveis à edição, local, editora e data de publicação.


identificação de um documento: autor(es), título,

10.2 Elementos Complementares

São aqueles opcionais, que, acrescentados ƒƒ Série ou coleção;


aos essenciais, permitem melhor caracterizar, loca- ƒƒ Notas especiais;
lizar ou obter publicações: ƒƒ ISBN.

ƒƒ Indicações de responsabilidade (tradu-


tor, revisor etc.);
ƒƒ Descrição física ou notas bibliográficas
(nº de páginas ou volumes);
ƒƒ Ilustrações, dimensões;

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10.3 Localização

As referências podem aparecer em notas de respeitando-se a ordem estabelecida para os ele-


rodapé, mas devem compor uma lista alfabética ou mentos pós-textuais.
numérica que estará localizada no fim do trabalho,

10.4 Modelos de Referências

A seguir, são apresentados exemplos de re-


ferências bibliográficas comumente utilizadas em
trabalhos acadêmicos.

Monografia no todo

Inclui livro, folheto, entre outros.

ƒƒ Com um autor:

ƒƒ Com dois ou três autores:

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ƒƒ Com mais de três autores:

ƒƒ Com indicação explícita de responsabilidade pelo conjunto da obra (Coordenador, Orga-


nizador etc.):

ƒƒ Referenciadas pelo título:

ƒƒ Autores com nomes que indicam parentesco:

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ƒƒ Em formato eletrônico:

Monografia considerada em parte

ƒƒ Quando o autor da parte for o mesmo da obra no todo:

ƒƒ Em formato eletrônico:

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Metodologia Científica

Dissertações e teses

ƒƒ Em formato eletrônico:

Publicações periódicas

Publicações periódicas como todo

ƒƒ Em formato eletrônico:

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Parte de publicações periódicas

ƒƒ Artigos de publicações periódicas:

ƒƒ Em formato eletrônico:

Eventos (congressos, seminários, simpósios etc.)

ƒƒ Em formato eletrônico:

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Metodologia Científica

Vídeos, DVDs, filmes, fitas de vídeo

Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico

ƒƒ Bases de dados:

10.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a), estudamos no capítulo 10 sobre as Referências bibliográficas, que permitem a


identificação de documentos, no todo ou em parte, utilizados como fonte de consulta e citados nos tra-
balhos elaborados. Vimos como as referências bibliográficas devem ser feitas, seus elementos essenciais
e complementares, sua localização e elencamos diversos exemplos e possibilidades de uso.
Caro(a) aluno(a), agora que já estudamos sobre as referências bibliográficas, vamos passar para as
questões propostas.

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10.6 Atividades Propostas

1. Quais são os elementos essenciais das Referências?

2. De acordo com a ABNT, quais dessas referências estão corretas:

a. ROMÃO, J. E. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999.

b. MACHADO, A. R.; LOUZADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, L. S. Planejar gêneros acadêmicos.


São Paulo, 2005. 116 p.

c. WERNET, M. Experiência de tornar-se mão na unidade de cuidados intensivos neona-


tal. 135f. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em <http://www.teses.usp.br/>.

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OUTROS TRABALHOS:
11 CONCEITUAÇÃO E ESTRUTURA

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo veremos mos a conceituação e a estrutura de cada um deles.
outros tipos de trabalhos científicos, conhecere- Vamos começar?

11.1 Resenha

Resenhar significa fazer um levantamento ƒƒ Exemplos: resenhas universitárias, rese-


das características de um texto, enumerando seus nhas de textos não traduzidos para o ver-
aspectos relevantes e descrevendo as circunstân- náculo.
cias que o envolvem, as condições de produção
e de recepção do discurso. O texto pode ser de
Resenha crítica ou, simplesmente, recensão
linguagem oral, visual ou digital (palestra, filme,
artigo). A resenha está incluída no rol dos textos
técnico-científicos, pela sua natureza objetiva e lin- ƒƒ Um tipo de resenha em que se formula
guagem técnica. um julgamento sobre o texto original;
ƒƒ Deve-se apresentar, primeiramente, o
resumo do conteúdo do texto original
Tipos de resenha
para, depois, proceder-se ao comentá-
rio ou apreciação crítica de seus vários
Resenha informativa aspectos: relevância do assunto, forma
de apresentação do assunto, sequência
ƒƒ Um tipo de resenha mais completa e lógica, correção e adequação da lingua-
abrangente, que apresenta um resumo gem etc.;
detalhado do texto original, ressaltando ƒƒ A crítica pode ser feita, também, ao lon-
os diferentes aspectos válidos, sem en- go do resumo, sendo esta uma opção do
trar em pormenores, pois o objetivo da resenhista;
resenha não é entrar em detalhes, mas ƒƒ Exemplo: resenhas publicadas em revis-
informar o leitor; tas especializadas e periódicos.
ƒƒ Deve ser seletiva e não mera repetição
das ideias do autor. Nela, devem ser usa-
das as próprias palavras do resenhista. Estrutura de uma resenha
Deve seguir a sequência lógica do assun-
to; Introdução
ƒƒ Pode-se dispensar a leitura do texto ori-
ginal, pela abrangência do conteúdo re- Inicia-se o texto contextualizando o assunto
senhado. exposto na obra, fazendo-se necessário levantar a

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importância dos temas tratados na obra. Na intro- em que o resenhista deve expor as principais ideias
dução, devem-se apresentar os objetivos da obra defendidas pelo autor, na mesma sequência lógica
resenhada. em que se apresentam. Vale relembrar que o autor
da resenha não deve depreciar a obra, mas infor-
Desenvolvimento mar ao leitor, de maneira polida, sobre o assunto
nela tratado, evidenciando, em primeiro lugar, a
contribuição do autor no que concerne à produção
Iniciar a resenha apresentando a estrutura da de novos conhecimentos.
obra: O artigo divide-se em... Primeiramente... No
item seguinte...
Conclusão
Na abordagem das partes do texto, o rese-
nhista deve deter especial atenção à importância
de traduzir o efeito que o autor do texto quis cau- Na conclusão da resenha, devem-se ordenar
sar no leitor, o que pode ser realizado por meio do os conhecimentos adquiridos com a leitura, apre-
emprego de verbos que demonstrem os atos do sentando as conclusões do autor. Pode-se abordar
autor, tais como: sustentar, contrapor, confrontar, a relevância dessas conclusões, de modo a eviden-
opor, justificar, defender a tese, debruçar-se, dedi- ciar os resultados obtidos com a leitura do texto.
car-se ao estudo, eleger, propor-se a, demonstrar.
Em um segundo momento, expõe-se o conte-
údo apresentado na obra. Essa etapa é o momento

11.2 Resumo

Definição ƒƒ Resumo crítico: resumo redigido por es-


pecialistas, com análise interpretativa de
O resumo é a apresentação concisa, porém um documento ou trabalho científico, no
globalizada, dos pontos relevantes de um texto. A qual se processa uma apreciação crítica
elaboração formal do resumo varia de acordo com da obra resenhada.
sua natureza.
Tipos de resumo científico: Saiba mais

Resumos indicativos das referências


ƒƒ Resumo indicativo: indica apenas os consultadas durante a etapa de elabo-
pontos principais do texto, utilizando ração dos trabalhos são instrumentos
frases curtas que destacam os elementos úteis para a recuperação das ideias e re-
mais importantes da obra. Por sua natu- flexões lidas.
reza muito concisa, não dispensa a leitu-
ra do texto original;
ƒƒ Resumo informativo: informa todos Redação do resumo
os dados necessários ao leitor para que
este possa decidir sobre a conveniência
da leitura do texto inteiro. Expõe o tema O resumo, quando solicitado de forma indi-
central, os objetivos, a metodologia, os vidualizada, compondo em si mesmo um trabalho
resultados e as conclusões do trabalho, acadêmico, deverá ser precedido de referência
podendo dispensar a leitura do texto ori- completa do texto resumido. O texto do resumo
ginal; não deve aparecer em forma de esquema, mas, ao
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Metodologia Científica

contrário, ser um texto redigido de forma cursiva, uso da terceira pessoa do singular, sem gírias ou
concisa e coerente, respeitando o texto original e expressões do senso comum. Deve-se, também,
enfatizando apenas as ideias mais importantes da evitar abreviaturas, abolindo-se gráficos, tabelas,
obra. Ainda, não se admitem acréscimos ou partes citações e exemplos, exceto os considerados im-
que não constem no original. prescindíveis à compreensão do que se resume.
Quanto à linguagem, esta deve ser clara,
com vocabulário adequado a um texto técnico e

Modelos

a. Resumo em monografias

Esta tese investiga os novos procedimentos da lírica e da pintura modernas, no momento em que a so-
ciedade coletânea se depara com o advento da realidade virtual, que traz consigo o primado da imagem.
Analisa, também, os aspectos filosóficos e estéticos que acarretaram a “crise de representação” instaurada
nas modalidades artísticas do Ocidente por meio da abordagem comparativa de artistas representativos
da poesia e da pintura na Modernidade: Baudelaire e Cézanne, Rimbaud e Dalí, Mallarmé e Mondrian. O
método consiste na análise qualitativa dos textos desses autores enquanto precursores da lírica moderna
e se concentra na pesquisa bibliográfica em fontes teóricas da crítica literária e filosófica. Os resultados
apontam para o estabelecimento de um novo estatuto da poesia e da pintura que subverte a noção clás-
sica de “mimese”, estabelecendo outros parâmetros de criação da obra artística e literária. A partir dessa
pesquisa, pode-se concluir que a crise dos paradigmas, que acometeu a vida moderna em seu clímax,
resultou numa reação expressiva da arte e da literatura em suas diferentes manifestações, gerando novos
critérios de apreensão da realidade, o que bem pode ser a ausência completa de paradigmas.
Descritores: Estéticas modernas. Metáfora. Ruptura. Baudelaire – Cézanne. Rimbaud – Dali. Mallarmé –
Mondrian.

b. Resumo em artigos científicos

O discurso de elocução feminina no romance de Lya Luft


Este artigo busca investigar o discurso de elocução feminina na obra da escritora gaúcha Lya Luft. Tam-
bém procura demonstrar, por meio dos romances As Parceiras (1980), A asa esquerda do anjo (1981) e
O ponto cego (1999) e das prosas poéticas Histórias do tempo (2000) e Mar de dentro (2002), a concep-
ção filosófico-literária do universo feminino. Destaca, por intermédio do discurso ficcional luftiano, em
cada personagem feminina, os estágios de amadurecimento psicológico desta mulher-escritora, que se
permite ser vista da ótica de uma constante metamorfose e em busca de autoconhecimento. Os resul-
tados obtidos indicam que o discurso feminino é constituído por uma temática própria e por recursos
de linguagem como a elocução simbólica, a dicção, o ritmo e o tom, que fortemente se apresentam em
Lya Luft, especialmente nas obras analisadas. Dessa forma, é possível concluir que Luft é uma agente de
transformação fundamental para a literatura feminina, não somente por dar novos rumos ao discurso
feminino, mas principalmente porque é fruto da inquietação e do desejo de autorrevelação da voz femi-
nina em nossa literatura.
Descritores: Discurso feminino. Análise do discurso. Lya Luft. Prosa de ficção. Prosa poética.

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11.3 Relatórios

Documentos formais em que se descrevem esclarecer se o trabalho constitui uma


os resultados obtidos em uma investigação ou se confirmação de observações de outros
relata a execução de experiências ou serviços. autores ou se contém elementos novos,
realçando, sempre que possível, a funda-
mentação clara das hipóteses. Na intro-
Dicionário
dução, pode estar contida a revisão da li-
Relatório: exposição escrita na qual se descre- teratura, não devendo, entretanto, incluir
vem fatos e dados.
as conclusões. A revisão de literatura tem
por objetivo sintetizar, de forma clara,
as várias ideias arroladas nos trabalhos
Relatório Técnico-Científico anteriores que serviram de base à inves-
tigação que está sendo realizada. Existe,
atualmente, uma tendência a limitar a re-
O relatório técnico-científico expõe, de forma
visão às contribuições mais importantes
sistemática, informação dirigida a especialistas da
diretamente ligadas ao assunto, dando
área, devendo apresentar conclusões e recomen-
ênfase às mais recentes, que oferecem
dações, uma vez que é elaborado com a finalidade
base para a derivação das hipóteses e a
de ser submetido à apreciação de pessoas ou orga-
explicação de sua fundamentação;
nismos. A estrutura de relatórios técnico-científicos
obedece a uma ordenação lógica dos elementos ƒƒ desenvolvimento: é, em essência, a
que a compõem, conforme descrito a seguir: fundamentação lógica do trabalho de
pesquisa cuja finalidade é expor, analisar
e demonstrar. Ainda que não haja uma
ƒƒ capa;
norma rígida sobre o desenvolvimento
ƒƒ folha de rosto; e este não constitua um item específico
ƒƒ resumo: é a apresentação concisa dos para trabalhos científicos, ele apresenta,
pontos relevantes de um texto (ABNT, em geral, as seguintes partes: materiais e
2003b), objetivando esclarecer o leitor métodos, resultados e discussão;
sobre a conveniência ou não de consul- ƒƒ materiais e métodos ou casuística e
tar o texto integralmente e acelerar o método: compreende-se o instrumen-
processo de divulgação do trabalho. O tal empregado e a descrição das técnicas
resumo deve ressaltar objetivo, mate- adotadas incluindo-se a experimentação
riais ou (casuística) métodos, resultados com pormenores. Materiais e métodos
e conclusões do trabalho; devem ser descritos de maneira precisa
ƒƒ listas (quando houver); e breve, possibilitando, assim, a repetição
ƒƒ sumário; do experimento com a mesma precisão.
ƒƒ introdução: parte inicial do texto no qual Eles devem ser apresentados na sequ-
se expõe o assunto como um todo. Inclui ência cronológica em que o trabalho foi
informações sobre a natureza e a impor- conduzido. Os métodos que já tenham
tância do problema, sua relação com sido publicados devem ser referidos ape-
outros estudos sobre o mesmo assunto, nas por citação, a não ser que tenham
razões que levaram à realização do traba- sido substancialmente modificados. Nas
lho, suas limitações e seu objetivo. Deve pesquisas com seres humanos, o título da

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seção deve ser Casuística e métodos. Po- várias conclusões, intitula-se no plural,
dem ser incluídos, também, gráficos e ta- porém recomenda-se que cada uma das
belas que ilustrem os processos seguidos conclusões seja enumerada indepen-
pelo autor: instrumentação (indicação dentemente. Atente-se para o fato que a
de testes, medidas, observações, esca- conclusão não é um resumo do trabalho;
las, questionários a serem usados); co- ƒƒ anexos e apêndices;
leta de dados (informações sobre como, ƒƒ agradecimentos;
quando, onde e por que foram aplicados
ƒƒ referências.
os processos de pesquisa) e tratamen-
to estatístico. Equipamentos, produtos
e outros materiais que estejam sendo Relatório de estágio
utilizados pela primeira vez devem ser
descritos com detalhes, inclusive com fo-
Este tipo de relatório apresenta a estrutura
tografias e desenhos. Marcas comerciais
descrita como segue:
de equipamentos, drogas e outras só de-
verão ser incluídas quando contribuírem
ƒƒ capa;
significativamente para melhor compre-
ensão e avaliação do trabalho; ƒƒ identificação: caracteriza o relatório
quanto a:
ƒƒ resultados e discussão: devem ser apre-
sentados de forma objetiva, precisa, clara •• aluno estagiário: nome completo
e lógica, utilizando-se tabelas, figuras e do aluno;
fotografias que complementem o texto. •• orientador: responsável pela orien-
Podem ser subdivididos em tópicos que tação do aluno;
correspondam a cada uma das pergun-
•• local: local de realização do estágio,
tas levantadas ou hipóteses formuladas.
considerando instituição/ cidade/es-
São apresentados tanto os resultados
positivos quanto os negativos, desde tado;
que possuam significado importante. É a •• período de execução: registrar o pe-
comparação entre os resultados obtidos ríodo (dia/mês/ano) de início e térmi-
pelo autor e os encontrados em traba- no da execução do estágio;
lhos anteriores, permitindo uma análise •• título: deve sintetizar seu objetivo
circunstanciada que estabeleça relações essencial;
entre eles e deduções das proposições
•• atividades desenvolvidas: descre-
e generalizações cabíveis. Baseada em
ver as atividades realizadas durante o
fatos comprovados, deve ressaltar os as-
pectos que confirmem ou modifiquem período de estágio;
de modo significativo as teorias estabele- •• local e data: local e data de elabora-
cidas, apresentando novas perspectivas ção do relatório;
para a pesquisa; •• assinaturas: estagiário e orientador.
ƒƒ conclusão: destina-se à demonstração
da confirmação positiva ou negativa da
hipótese. Fundamenta-se no texto e é
decorrente das provas relacionadas na
discussão. Recapitula, sinteticamente, os
resultados da pesquisa e pode trazer pro-
postas e sugestões originadas nos dados
coletados e estudados. Quando houver
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11.4 Artigos Científicos

Os artigos científicos são estudos criteriosos ou questões às quais os estudos ainda


que abordam uma questão de relevância científica, não responderam.
ou seja, manifestam o resultado de uma investiga-
ção de uma pesquisa científica sistemática a res-
Estrutura
peito de determinado assunto. Frequentemente,
decorrem da realização de pesquisas inéditas.
O artigo estrutura-se da mesma forma que os
Saiba mais demais textos científicos. Importante, no entanto,
é o destaque de alguns desses aspectos:
O artigo científico apresenta os resulta-
dos de uma investigação de forma sin-
tética. ƒƒ título: deve sintetizar seu aspecto essen-
cial;
ƒƒ autor: nome completo, titulação, segui-
Em geral, são textos publicados em revistas do do nome da instituição a que perten-
acadêmicas ou que constituem, considerando um ce, com referido endereço eletrônico;
conjunto deles, livros. Para as Ciências Humanas e ƒƒ resumo: deve ressaltar o objetivo, o ma-
Sociais, os resultados de pesquisa podem ser apre- terial e os métodos (ou casuística e mé-
sentados em forma de ensaio, que, apesar de con- todos), os resultados e as conclusões do
ter a mesma estrutura textual do artigo, apresenta- trabalho, observando o máximo de 250
-se de maneira cursiva, sem as divisões das partes. palavras, compondo único parágrafo;
ƒƒ palavras-chave ou descritores: visam à
o que pode ser conteúdo de um artigo? indexação do artigo e se destinam a des-
crever cientificamente o assunto. A defi-
O artigo pode abordar assuntos diversos, nição das palavras-chave deve ter base
considerando diferentes perspectivas, como, por em vocabulários controlados, ou seja,
exemplo: Decs/Bireme (área da Saúde), Inep (área
da Educação) e Sibinet USP (área de Hu-
manas);
ƒƒ ser um estudo criterioso para oferecer
soluções ou propostas de solução para ƒƒ introdução: deve apresentar uma ex-
um problema ou uma questão que tem posição breve do tema tratado, apresen-
gerado controvérsias; tando-o de maneira geral. Também, na
introdução, são apresentados os objeti-
ƒƒ apresentar um estudo pessoal a respeito
vos do estudo realizado e a justificativa
de um assunto, considerando dados for-
da escolha do tema. Deve-se situar o pro-
necidos por outros autores;
blema da investigação no contexto geral
ƒƒ levar ao conhecimento do público inte- da área e indicar os pressupostos neces-
ressado ou especializado um dado total- sários à sua compreensão. A introdução
mente novo, não conhecido nem explo- pode, ainda, conter conceituações bási-
rado por outros estudiosos; cas ou revisão bibliográfica;
ƒƒ discutir um assunto, relacionando po- ƒƒ material e métodos ou casuística e mé-
sições diferentes a respeito do mesmo todos: descrição de material, métodos,
tema e apontando as lacunas existentes técnicas e processos utilizados na inves-
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Metodologia Científica

tigação. Imprescindível é apresentar os que deve ser uma resposta aos objetivos
critérios de inclusão e exclusão da amos- apresentados. Também, nesse momento,
tra em estudo; é possível explicitar um ponto de vista
ƒƒ resultados e discussão: visa a discutir, pessoal, com base nos dados obtidos e
confirmar ou refutar hipóteses inerentes na interpretação realizada. Pode, ainda,
à investigação. Deve detalhar, de forma apresentar sugestões ou recomendações
objetiva e clara, os resultados da investi- para outros estudos na área;
gação, correlacionando-os com a revisão ƒƒ referências.
bibliográfica;
ƒƒ conclusão ou considerações finais:
trata-se do momento em que o autor ex-
põe, resumidamente, suas deduções, o

11.5 Comunicação Científica

Informação apresentada em congressos, sim- oral (de curta duração, entre 10 a 15 minutos) ou
pósios, reuniões científicas, academias ou socieda- em forma de painéis. Seu objetivo não é o aprofun-
des científicas em que se expõem resultados re- damento, mas a socialização de resultados.
centes de pesquisas. É acompanhada de exposição

11.6 Painel

De caráter visual, painéis são demonstrativos qual(is) pertence(em), deve(em) apre-


do resultado de pesquisas e estudos realizados nas sentar o tamanho das letras, no mínimo,
atividades acadêmicas e representam a forma de de 1,0 cm de altura, fonte Arial 20, nor-
comunicação científica mais utilizada, atualmente, mal, negrito. Para os demais componen-
nos encontros de diversas áreas de conhecimento. tes do painel, o tamanho mínimo das
Devem sintetizar, de forma clara, os principais as- letras deve ser de 0,8 cm para maiúscula
pectos relacionados ao estudo realizado. As letras e 0,6 cm para minúscula, fonte Arial 14,
dos textos e das figuras devem ser legíveis a uma normal;
distância de 2,0 metros. A dimensão do painel de- ƒƒ Introdução: deve conter informações
verá ser de 60 cm de largura por 90 cm de altura. que situem os leitores em relação ao
problema estudado e ao embasamento
Estrutura teórico que o sustenta. Podem ser feitas
citações bibliográficas e apresentar infor-
ƒƒ Título: deve apresentar letras com tama- mações relativas à justificativa, aos obje-
nho mínimo de 1,5 cm de altura, fonte tivos e à área de conhecimento;
Arial 28, caixa alta, negrito; ƒƒ Objetivo: deve ser claro, sucinto e ex-
ƒƒ Autor: o nome do(s) autor(es), seguido(s) pressar respostas às questões relevantes
da(s) respectiva(s) instituição(ões) a(s) ao problema focalizado no trabalho;

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ƒƒ Material e métodos ou casuística e ser ferramentas úteis para a descrição


métodos: descreve a metodologia em- dos resultados. A discussão deve ser fei-
pregada no estudo realizado. Em todos ta com base nos dados obtidos, deven-
os tipos de estudo, é essencial que este do estar fundamentada em uma revisão
tópico seja discutido de maneira bas- bibliográfica que pode ser comparativa
tante detalhada, deixando nítido o de- e enfocar o conhecimento obtido consi-
senvolvimento de todas as etapas do derando-se outros trabalhos na mesma
trabalho, uma vez que a validade dos área de estudo. Os resultados podem
dados obtidos está diretamente relacio- ser apresentados separadamente da dis-
nada aos métodos empregados para sua cussão, porém, muitas vezes, isso torna a
obtenção. Em trabalhos que envolvem leitura um pouco repetitiva, além de, em
um levantamento de campo, pode-se muitos casos, tornar-se difícil determinar
descrever a área quanto aos aspectos um limite entre a descrição dos resulta-
econômicos e étnicos, ambiente físico e dos e sua discussão;
formações naturais, entre outros. Infor- ƒƒ Conclusão ou considerações finais: de
mações sobre a localização geográfica da forma bastante objetiva, o conhecimen-
região em questão são fundamentais. Em to gerado considerando o estudo rea-
determinados estudos, como os realiza- lizado deve estar contido neste item. A
dos considerando revisões bibliográficas, relevância dos resultados obtidos para a
o termo ‘metodologia’ pode mostrar-se comunidade científica e/ou geral, além
mais apropriado que material e métodos; das possíveis próximas etapas do tra-
ƒƒ Resultados e discussão: os dados ob- balho executado, também pode figurar
tidos no estudo devem estar contidos neste tópico;
neste tópico. Figuras, principalmente ƒƒ Referências: este item não é obrigatório
gráficos, além de tabelas – que devem na estrutura do painel. Entretanto, quan-
ser dispostas nas laterais direita e esquer- do houver citação de autor no texto, faz-
da, numeradas, identificadas e, quando -se necessário indicá-lo.
for o caso, constarem da fonte –, podem

11.7 Resumo do Capítulo

Querido(a) aluno(a), neste último capítulo conhecemos sobre outros trabalhos científicos, conhe-
cendo a conceituação e estrutura. Assim, estudamos sobre a resenha: vimos os tipos e estrutura; resumo:
definição, tipos e redação do resumo; relatórios: tipos e estrutura; artigos científicos: conteúdo e estrutu-
ra; comunicação científica: definição; e painel: definição e estrutura.
Agora já conhecemos a estrutura de outros trabalhos acadêmicos, responda às duas questões pro-
postas para ver se você compreendeu o conteúdo do capítulo.

11.8 Atividades Propostas

1. Qual a principal característica de uma resenha crítica?

2. O que é um artigo científico e qual sua importância?

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

Capítulo 1

1. Prezado(a) aluno(a), nesta questão foi solicitado que você caracterizasse um estudo científico.
Vejamos as características: segundo Umberto Eco (1999), um estudo é científico quando aten-
de a alguns quesitos. Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível e definido. O
segundo quesito consiste em dizer do objeto de estudo algo que ainda não foi dito, rever sob
uma ótica diferente o que já se disse ou reunir as opiniões e afirmações já ditas acerca de um
dado objeto de estudo. O terceiro quesito apresentado por Eco (1999) afirma que a pesquisa
deve ser útil aos demais. Por fim, como quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos
para a verificação e a contestação das hipóteses apresentadas.

2. Nesta segunda questão, você deve colocar em jogo o que compreendeu acerca do método
científico, esclarecendo o que significa qualificar um método de científico. Caro(a) aluno(a),
qualificar um método de científico significa que foi elaborado com caminhos rigorosos, sis-
tematizados, ordenados, com o intuito de atingir a determinados fins que dizem respeito à
nossa busca por conhecimentos válidos e torná-los objeto de estudo reconhecível e passível
de verificação pelos demais.

Capítulo 2

1. Caro(a) aluno(a), conhecimento espontâneo ou senso comum são conhecimentos passados


de geração em geração, pela tradição cultural, assimilados ou transformados de forma es-
pontânea. O senso comum é empírico e desprovido de explicações, pois se baseia apenas na
experiência cotidiana, sem o rigor que a experiência científica exige. Por sua vez, o conheci-
mento científico resulta de investigação, é verificável, acompanha procedimentos científicos
e é obtido de modo racional.

2. Caro(a) aluno(a), o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. En-
quanto o senso comum deriva de conhecimentos espontâneos, o científico provém de siste-
maticidade.

Capítulo 3

1. Vamos refletir sobre as três fases percorridas pela história da Ciência? De acordo com o texto,
no passado as religiões determinavam a forma como eram compreendidos os fenômenos da
vida, oferecendo explicações para o porquê dos acontecimentos, da origem do ser humano e
do próprio universo. Em seguida, o ser humano passou a fundamentar-se mais na sua capaci-

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dade racional de compreensão do que nas suas crenças. Num primeiro momento, conciliando
conhecimentos racionais e aqueles oriundos de suas crenças religiosas e, depois, pautando-
-se cada vez mais pelas respostas que conseguia obter apenas pelo uso de suas faculdades
racionais.

2. Caro(a) aluno(a), com base no conhecimento construído acerca de Método Científico e Ciên-
cia, diga-nos: o que é necessário para que a pesquisa seja definida como científica? Pesquisa é
um processo de investigação orientado, visa a buscar determinado conhecimento e se preo-
cupa em descobrir as relações existentes entre os aspectos que envolvem os fatos, fenômenos
e situações. Para que a pesquisa seja considerada científica, é necessário que se desenvolva de
maneira organizada e com procedimento reflexivo sistemático, seguindo um planejamento
previamente estabelecido pelo pesquisador, permitindo, assim, a descoberta de novos co-
nhecimentos.

Capítulo 4

1. Querido(a) aluno(a), após reunir as informações a respeito da pesquisa, você deveria disser-
tar sobre o ponto de partida da pesquisa. Toda pesquisa tem como ponto de partida o co-
nhecimento e a identificação dos elementos que compõem a problemática a ser esclarecida.
Para tanto, é necessária uma pesquisa preliminar como ponto de partida, para a definição do
problema, das hipóteses e do roteiro da pesquisa. É preciso, ainda, conhecer disponibilidade
de recursos: tempo, recursos financeiros, acessibilidade às informações, recursos técnicos e
tecnológicos.

2. Prezado(a) aluno(a), antes de iniciar qualquer pesquisa, é necessário conhecer o estágio em


que se encontra o assunto a ser trabalhado; sendo que por meio da pesquisa bibliográfica
é possível realizar essa investigação. Posto isso, é necessário determinar cientificamente a
amostra a partir da qual serão tiradas as conclusões, pois não é possível trabalhar com todo o
universo a ser estudado. Por fim, definida a amostra, cabe ao pesquisador estabelecer os crité-
rios da coleta e do registro das informações, com o objetivo de dirimir as devidas conclusões.

Capítulo 5

1. Com base nas informações apresentadas no capítulo 5 da apostila, você foi convidado a es-
crever sobre o anteprojeto de pesquisa. Vejamos: um anteprojeto de pesquisa, redigido após
um conhecimento prévio do assunto, se caracteriza como uma elaboração prévia das ações
de um projeto de pesquisa. Trata-se de um texto que possui caráter provisório, que assim se
caracteriza por permitir alterações no seu processo de reelaboração.

2. Neste capítulo também abordamos questões fundamentais acerca do Projeto de Pesquisa.


A questão dois versava sobre as funções do projeto de pesquisa, induzindo o(a) aluno(a) a
pensar sobre a função desse documento. O projeto de pesquisa tem as seguintes funções:
define e planeja para o orientando o caminho, as etapas e as estratégias da pesquisa; facilita
o trabalho de orientação da pesquisa; subsidia discussão e avaliação da pesquisa; é base para
avaliação e seleção em programas de pós-graduação e para a solicitação de recursos financei-
ros; e facilita a discussão do projeto em seminários.

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Metodologia Científica

Capítulo 6

1. O texto é um entrelaçamento de ideias, sentimentos, repertórios culturais, contextos e inten-


cionalidades que produz muitos e variados significados. Caro(a) aluno(a), nesse sentido, a pa-
lavra ‘texto’ é mais abrangente do que um documento escrito ou oral. Entendido dessa forma,
dependendo do contexto, todos esses sinais podem ser um texto para alguém.

2. Caro(a) aluno(a), nesta questão foi sugerido que você definisse: Análise; Explicação; Interpre-
tação; e Comentário. Querido(a) aluno(a), Análise é examinar parte por parte de um todo,
é a decomposição dos vários níveis de pensamento que constituam sentido; Explicação: é
enunciar o que há num texto: desdobrar, mostrar o que está exposto, pressuposto, implicado,
subentendido, suas articulações, os termos-chave; Interpretação: é a busca da síntese ou da
reintegração das partes no todo. A interpretação encontra-se intimamente vinculada ao pon-
to de vista; e Comentário: é um diálogo com o texto, procurando situá-lo em relação ao autor
e à sua obra ou contribuição. No comentário, são introduzidos acréscimos exteriores ao texto,
buscando estabelecer juízos de valor acerca da sua produção.

Capítulo 7

1. Foi solicitado que você discorresse sobre a importância da leitura na produção do trabalho
monográfico, também perguntamos como realizá-la. É importante realizar uma primeira tria-
gem durante a leitura para ver o que realmente será lido e é interessante para a pesquisa.
Dessa forma, seguindo os critérios de atualidade e generalidade, pode-se recorrer a resenhas
das obras, opinião de especialistas e tomar contato com a obra.

2. Prezado(a) aluno(a), ao realizar a leitura você deve fazer uma primeira triagem, deve utilizar os
seguintes critérios: atualidade: dos textos mais recentes para os mais antigos (não dispensan-
do a leitura dos clássicos); e generalidade: das obras mais gerais para as monografias especia-
lizadas e artigos científicos.

Capítulo 8

1. Na questão 1 você deveria conceituar os trabalhos monográficos quanto à sua natureza. Ve-
jamos a resposta:

a. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): resultado de um estudo visando à conclusão de um


curso de graduação;

b. Monografia: resultado de um estudo visando à obtenção do título de Especialista;

c. Dissertação: resultado de um trabalho experimental, de tema único, com o objetivo de


reunir, analisar e interpretar informações ou a exposição de um estudo científico retros-
pectivo, visando à obtenção do título de Mestre;

d. Tese: documento escrito visando à obtenção do título de Doutor e que representa um es-
tudo científico de tema único, bem delimitado e original.

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2. Vamos pensar sobre os elementos textuais que constituem as partes essenciais da monogra-
fia? Prezado(a) aluno(a), já vimos que os elementos textuais são aqueles que constituem o
núcleo do trabalho. É a parte principal, na qual se apresenta o conteúdo de todo o trabalho.
Os elementos textuais são compostos por introdução, desenvolvimento e conclusão; cada um
desses elementos atende a uma finalidade própria e a relação que entre eles se estabelece
configura uma estrutura orgânica, pois juntos compõem um todo, ou seja, a estrutura mono-
gráfica.

Capítulo 9

1. Caro(a) aluno(a), citação é a menção, no texto, de uma informação obtida de outra fonte. Pode
ser uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral. As citações podem
figurar incluídas no texto, em nota de rodapé ou remetendo às referências no final do texto.

2. Nesta questão, esperamos que você tenha refletido sobre a importância das citações no traba-
lho acadêmico. Querido(a) aluno(a), as citações no trabalho científico fundamentam e emba-
sam as ideias e o raciocínio do autor do trabalho. Além disso, são importantes, pois denotam
pesquisa, reflexão e ética por parte do autor. É fundamental que elas sejam utilizadas no de-
correr do trabalho, pois denota ética e pesquisa por parte do pesquisador.

Capítulo 10

1. Caro(a) aluno(a), neste capítulo você foi convidado(a) a refletir sobre os elementos essenciais
das Referências, sobre quais deles não poderiam faltar na identificação da obra lida. Assim,
os elementos indispensáveis à identificação de um documento são: autor(es), título, edição,
local, editora e data de publicação.

2. Na segunda questão, faremos a análise das referências apresentadas, de acordo com a ABNT
são:

a. ROMÃO, J. E. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999.

Está correta. Autor com primeira letra maiúscula, título em negrito, subtítulo em fonte nor-
mal; local; editora; ano e número de páginas.

b. MACHADO, A. R.; LOUZADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, L. S. Planejar gêneros acadêmicos.


São Paulo, 2005. 116 p.

Não está correta. O nome da segunda autora não está abreviado como os demais; o título
não está em negrito; e falta o nome da editora.

c. WERNET, M. Experiência de tornar-se mão na unidade de cuidados intensivos neona-


tal. 135f. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em <http://www.teses.usp.br/>.

Não está correto. Falta a data de acesso do link mencionado.

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Metodologia Científica

Capítulo 11

1. Caro(a) aluno(a), neste capítulo foram propostas duas questões. A primeira delas perguntava
qual a principal característica de uma resenha crítica. Ao retomar a leitura do capítulo veremos
que a principal característica de uma resenha crítica é a apreciação crítica do texto original.
Após a apresentação do resumo do conteúdo do texto original, deve-se tecer comentários e
julgamentos dos seus vários aspectos: relevância do assunto, forma de apresentação do as-
sunto, sequência lógica, correção e adequação da linguagem etc.

2. Na segunda questão, buscou-se a reflexão acerca dos artigos científicos. Caro(a) aluno(a), os
artigos científicos são estudos criteriosos que abordam uma questão de relevância científica e
que, em geral, são textos publicados em revistas acadêmicas ou que constituem, consideran-
do um conjunto deles, livros.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719 Elaboração de relatórios técnico-


científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.

______. NBR 1256 Apresentação de originais. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.

______. NBR 10520 Citações em documentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. NBR 6023 Informação e documentação – Referências: elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

______. NBR 6024 Numeração progressiva das seções de um documento escrito. Rio de Janeiro:
ABNT, 2003a.

______. NBR 6028 Resumos. Rio de Janeiro: ABNT, 2003b.

______. NBR 6027 Sumário. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

______. NBR 6034 Informação e documentação, índice, apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

______. NBR 14724 Informação e documentação, trabalhos acadêmicos, apresentação. Rio de


Janeiro: ABNT, 2005.

BASTOS, D. R. Apresentação de trabalhos acadêmicos: uso das normas da ABNT. Apostila. São Paulo:
Universidade de Santo Amaro, 2008.

CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? Tradução de Raul Fiker. 3. reimp. São Paulo: Brasiliense, 1999. 225 p.

ECO, U. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza. 15. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1999. 170 p.

FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 8. ed. São Paulo: Ática, 2000. 104 p.

GUIMARÃES, E. A articulação do texto. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997. 87 p.

HEGENBERG, L. Explicações científicas: introdução à filosofia da ciência. São Paulo: Herder; EDUSP,
1969. 308 p.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14. ed.
rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997. 180 p.

LAKATOS, E.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Atlas, 1991. 270 p.

MACIEL JUNIOR, A. Pré-socráticos: a invenção da razão. São Paulo: Odysseus, 2003.

73
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Luís Paulo Neves

MANUAL de orientação para trabalhos acadêmicos. União Social Camiliana - Centro Universitário São
Camilo e Sistema Integrado de Bibliotecas Pe. Inocente Radrizzani. São Paulo: União Social Camiliana –
Centro Universitário São Camilo, 2007. 88 p.

MORA, J. F. Dicionário de filosofia. São Paulo: Loyola, 2000. Tomos I-IV.

ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 3. ed. Campinas: Pontes, 2001. 100 p.

PARRA FILHO, D.; SANTOS, J. A. Metodologia científica. 5. reimp. São Paulo: Futura, 2003. 277 p.

RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1982.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. 279 p.

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APÊNDICE

Sugestões de leitura sobre o tema

ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 9. ed. São Paulo: Loyola, 2005. 223 p.

BOAVENTURA, E. Como ordenar as ideias. 7. ed. São Paulo: Ática, 1999. 59 p.

CHÂTELET, F. Uma história da razão: entrevistas com Émile Noël. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 159 p.

FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática,
2001.

FOLSCHEID, D.; WUNENBURGER, J. J. Metodologia filosófica. Tradução de Paulo Neves. São Paulo:
Martins Fontes, 1997. 394 p.

GLEISER, M. A dança do universo: dos mitos de criação à teoria do Big-bang. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Boeira e Nelson Boeira. São
Paulo: Perspectiva, 1975. 262 p.

MARTINS FILHO, E. L. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. 3. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Moderna, 1997. 400 p.

OMNÈS, R. Filosofia da ciência contemporânea. Tradução de Roberto L. Ferreira. São Paulo: Unesp,
1996. 319 p.

POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octany S. Mota. São
Paulo: Cultrix, s.d. 567 p.

VERA, A. A. Metodologia da pesquisa científica. 7. ed. Porto Alegre: Globo, 1983.

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ANEXOS

Anexo A – Capa

borda da folha

Maria Joana da Silva

LINGUAGEM DE CRIANÇAS
EDUCADAS EM ORFANATO

borda da folha

São Paulo
2006

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Anexo B – Folha de Rosto

borda da folha

Maria Joana da Silva

borda da folha

LINGUAGEM DE CRIANÇAS
EDUCADAS EM ORFANATO

Apresentada como parte dos requisitos do


Curso de Licenciatura em Português e Inglês
da Faculdade de Letras da Universidade de
Santo Amaro – UNISA.
Orientador:
Prof. título, nome

São Paulo
2006

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