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RESÍDUOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Construção Civil
Profª Clívia Almeida
Resíduos Sólidos

 A crise ambiental
 Crescimento Populacional
Taxa bruta de natalidade é aproximadamente 2,3 vezes maior
que a taxa de bruta de mortalidade;
Taxa de crescimento da população é de cerca de 1,13 % ao
ano.
 Consumismo
O aumento no consumo acarreta, consequentemente, uma
tendência de aumento na geração de resíduos;
Cada pessoa produz, diariamente, cerca de 0,6 kg de resíduos.
Em países desenvolvidos este valor pode ultrapassar 1kg.
Resíduos Sólidos
 Panorama atual
 Cerca de 15% do PIB brasileiro é
do setor da construção;
 Os RCD’s estão se tornando um
dos principais agentes de
poluição ambiental;
 Embora hoje em dia as questões
ambientais não possam mais ser
desprezadas, infelizmente tais
preocupações ainda não fazem
parte da cultura do setor
(Construção Civil).
Resíduos Sólidos
 Gestão x Gerenciamento
É necessário diferenciar gestão dos Resíduos
de Construção e Demolição (RCD’s) do seu
gerenciamento.
 Gestão:
É um processo amplo, composto por políticas
públicas, leis e regulamentos que balizam e
direcionam a atuação dos agentes do setor;
 Gerenciamento:
Se ocupa das atividades operacionais cotidianas e
do trato direto com os resíduos. Assim, aborda ações
desenvolvidas por empreendedores e construtores,
no sentido de controlar e gerir a manipulação destes
resíduos em suas obras.
Resíduos Sólidos
 Breve Histórico
 Nossos antepassados já utilizavam fontes
de energia e recursos naturais como fogo
para o abate de árvores com as quais
construíram pontes sobre rios, ferramentas,
armas, etc.
 Surgimento da moeda: desenvolvimento
do comércio e consumo;
 Revolução industrial: produzir “mais em
menos tempo”;
 Cacique Seatle (1855); Primavera
silenciosa (1962); ECO 92;
Resíduos Sólidos
 Breve Histórico
 Após a Segunda Guerra Mundial, escombros
de diversas cidades europeias, devastadas
nos bombardeios, foram utilizados como
agregados para produzir concreto e asfalto;
 Em função da escassez de petróleo das
décadas de 1950 e 1970, utilizou-se asfalto
velho para a produção de novas camadas
de pavimento;
 Em 1989, com a queda do muro de Berlim, os
restos do muro foram, e ainda são, vendidos
como souvenir.
Resíduos Sólidos
 Definição de Resíduos Sólidos
 Segundo NBR 10004, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), podemos definir
resíduos sólidos como:

 São resíduos nos estados sólidos ou semi-sólidos, que resultam


das atividades da comunidade (...). Consideram-se também
como resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’água (...).
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
Normalmente os resíduos sólidos são classificados
em:
 Urbanos:
Incluem o resíduo domiciliar gerado nas residências
(restos de alimento, embalagens, papel higiênico, etc)
Resíduo comercial, produzido em escritórios, lojas,
hotéis, supermercados, restaurantes, etc.
Limpeza pública, provenientes de limpeza dos
logradouros (varrição, capinação, limpeza de feiras,
etc)
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Industriais:
Gerados nos diversos tipos de indústrias e processamentos.
Sua composição é variada, dependendo do ramo da
indústria.
Resíduos de Classe I (perigosos): pelas suas
características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade e patogenicidade;
Resíduos de Classe II (não inertes): incluem-se nessa
classe os resíduos potencialmente biodegradáveis ou
combustíveis;
Resíduos de Classe II (inertes): incluem-se nessa classe
os resíduos inertes e não combustíveis.
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Serviços de Saúde
Produzidos em Hospitais, clínicas médicas e veterinárias,
laboratórios de análises, farmácias, etc.
Todo o seu manuseio (acondicionamento, coleta,
transporte, tratamento e destino) exige muita atenção,
devido ao seu potencial risco à saúde pública.
Resíduos comuns: restos de alimentos, papéis,
invólucros, etc;
Resíduos sépticos: constituídos de restos de salas de
cirurgia, áreas de isolamento, centros de hemodiálise,
seringas, etc
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e
Ferroviários
Constituem os resíduos sépticos que podem conter
organismos patogênicos, tais como: materiais de
higiene e asseio pessoal, restos de alimentos, etc.
Risco de contágio de doenças de outras cidades,
estados e países.
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Agrícolas
Das atividades de agricultura e pecuária;
Embalagens de adubos e agrotóxicos, ração, restos
de colheita, esterco animal, etc.
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Radioativos
Provenientes dos combustíveis nucleares. Seu
gerenciamento é de competência exclusiva da CNEN
– Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Resíduos Sólidos
 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
 A lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, também chamada de
Lei da PNRS, propõe a disciplinar os resíduos sólidos de uma
forma bastante ampla, abrangendo desde medidas para
diminuir sua geração até as relativas à sua gestão, incluindo
disposição final de rejeitos.
 Primeira Lei brasileira de resíduos sólidos, ou ao menos, a
que trate o tema de forma tão abrangente;
 Antes da PNRS, municípios e estados podiam editar
normas sobre resíduos sólidos de maneiras bastante
distintas entre si, sem seguir critérios específicos.
Resíduos Sólidos
 Responsáveis pelo Gerenciamento de cada tipo
de resíduo
Resíduos Sólidos
 Classificação dos resíduos sólidos
 Construção Civil
Originado nas obras de construção civil, contendo
restos de demolições, solo de escavações, madeira,
restos de tijolos e argamassas, etc.
Resíduos Sólidos
 Resíduos da Construção Civil - RCC
Resíduos provenientes de construções,
reformas, reparo e demolições de obras de
construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais
como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., chamados de entulhos de
obras, caliça ou metralha.
Resíduos Sólidos
 Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA
 Órgão cuja função é estabelecer normas, limites
e/ou padrões federais de poluição ambiental, que
deverão ser observados pelos Estados e
Municípios, visando resguardar a salubridade
ambiental.
 Desta forma, Estados e Municípios somente
podem estabelecer outros padrões ou limites à
poluição desde que em maneira restritiva, de
modo a não se opor a legislação federal.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 - CONAMA
 No que diz respeito aos resíduos sólidos, talvez esta
seja a resolução mais importante do órgão.
Definição e conceitos;
 Estabelecem-se definições, diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos sólidos
da construção civil. Nela se encontram:
 Classificação dos resíduos;
 Definição das responsabilidades de cada um dos
envolvidos no processo;
 Previsão para a elaboração de PGRCC para os
grandes geradores
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 - CONAMA
A resolução CONAMA nº 307 foi
posteriormente complementada e alterada
por algumas outras resoluções;
 Resolução 348/2004
Esta resolução inclui o amianto na categoria
de resíduos perigosos;
 Resolução 431/2011
Alterou o Art. 3º da referida resolução,
estabelecendo nova classificação para os
resíduos de gesso.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 - CONAMA
A resolução CONAMA nº 307 foi
posteriormente complementada e alterada
por algumas outras resoluções;
 Resolução 448/2012
Trouxe nova nomenclatura para os entes do
sistema de gestão de resíduos da
construção.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Geradores:
Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou
privadas, responsáveis por atividades ou
empreendimentos que geram resíduos de
construção civil, reforma, reparos e
demolições de estruturas e estradas, bem
como por aqueles resultantes da remoção
de vegetação e escavação de solos.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Resíduos da Construção Civil
Resíduos provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção
civil, e os resultantes da preparação e da
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas,
metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc., chamados de
entulhos de obras, caliça ou metralha.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Transportadores
Pessoas físicas ou jurídicas, encarregadas da
coleta e do transporte dos resíduos entre as
fontes geradoras e os locais de disposição final.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Agregados Reciclados
É o material granular proveniente do
beneficiamento de resíduos de construção que
apresentam características técnicas para a
aplicação em obras de edificação, de
infraestrutura, em aterros, sanitários ou outra
sobras de engenharia.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Gerenciamento de Resíduos Sólidos
É o sistema da gestão que visa reduzir, reutilizar
ou reciclar resíduos, incluindo planejamento,
responsabilidades, práticas, procedimentos
recursos para desenvolver e implementar as
ações necessárias ao cumprimento das etapas
em programas e planos.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Conceituais:
 Reutilização
É o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação
do mesmo;
 Reciclagem
É o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido
submetido à transformação;
 Beneficiamento
É o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que
tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que
sejam utilizados como matéria-prima ou produto.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Classificação dos Resíduos da Construção
Civil
 CLASSE A
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis
como agregados, tais como: de
construção, demolição, reformas e reparos
de pavimentação e de outras obras de
infraestrutura e edificações, inclusive solos
provenientes de terraplanagem, tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento, etc.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Classificação dos Resíduos da Construção
Civil
 CLASSE B
São os resíduos recicláveis para outras
destinações, tais como: plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e mais
recentemente, o gesso.
 CLASSE C
Resíduos para os quais não foram
desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a
sua reciclagem ou recuperação.
Resíduos Sólidos
 Resolução nº 307/2002 – CONAMA
Classificação dos Resíduos da Construção
Civil
 CLASSE D
São resíduos perigos os oriundos do processo de
construção, tais como tintas, solventes, óleo se
outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à
saúde oriundos de demolições, reformas e reparos
de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros, bem como telhas e demais objetos e
materiais que contenham amianto ou outros
produtos nocivos à saúde.
Resíduos Sólidos
 Normas da ABNT relacionadas
 NBR 15.112
Resíduos da construção civil e resíduos
volumosos – Áreas de transbordo e triagem
– diretrizes para projeto, implantação e
operação.
 NBR 15.113
Resíduos sólidos da construção e resíduos
inertes – Aterros – Diretrizes para projeto,
implantação e operação.
Resíduos Sólidos
 Normas da ABNT relacionadas
 NBR 15.114
Resíduos sólidos da construção civil – Áreas
de reciclagem – Diretrizes para projeto,
implantação e operação.
 NBR 15.115
Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Execução de camadas
de pavimentação – Procedimentos
Resíduos Sólidos
 Normas da ABNT relacionadas
 NBR 15.116
Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Utilização em
pavimentação e preparo de concreto sem
função estrutural.
Resíduos Sólidos
 Lixão x Aterro Controlado x Aterro
Sanitário
 Lixão
 Lixão é uma área de disposição final
de resíduos sólidos sem nenhuma
preparação anterior do solo.
Institucionalizados ou clandestinos,
esses locais recebem volumes diários
de lixo que são amontoados um por
cima do outro. População civil e, em
alguns casos, a própria prefeitura,
são responsáveis por jogar o lixo
coletado no local.
Resíduos Sólidos
 Lixão x Aterro Controlado x Aterro Sanitário
 Aterro sanitário
 Aterro sanitário é um local destinado à deposição
final de resíduos sólidos gerados pela atividade
humana. Nele são dispostos resíduos domésticos,
comerciais, de serviços de saúde, da indústria de
construção, e também resíduos sólidos retirados
do esgoto.
Drenagem do chorume
Camada impermeável
Drenagem dos gases (biogás – metano e gás
carbônico)
Distância mínima: 200m
Resíduos Sólidos
 Lixão x Aterro Controlado x Aterro
Sanitário
 Aterro controlado
 O aterro controlado é considerado uma
solução intermediária entre o lixão e o aterro
sanitário. É uma tentativa de transformar
lixões em aterro.
Cobertura do lixão com manta asfáltica;
Grama;
Implantação de chaminés para os gases;
Bombeamento do chorume.

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