Projeto de Extensão: RecuperAÇÃO: da ressocialização do condenado à proteção
da sociedade”
Na busca por soluções para a precariedade do sistema prisional o projeto de
extensão visa auxiliar as comarcas próximas a Viçosa no processo de implantação do método APAC (Associação de proteção e Assistência aos Condenados), com respaldo no sucesso da experiência viçosense e o apoio do Projeto “Novos rumos da Execução Penal” do TJMG e da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados). Assim surgiu a idéia de criar este informativo em parceria com os voluntários da APAC de Ubá como forma de divulgação do método APAC e as várias ações e conquistas realizadas pelos voluntários na cidade de Ubá para conscientizar a sociedade ubaense da importância de sua participação na execução da pena. Esperamos que os leitores possam se informar e também contribuir para esta obra de DEUS cujo objetivo é alcançar a paz para os condenados, vítimas e toda sociedade.
Luciano Machado de S. Rodrigues
Projeto RecuperAÇÃO
Porque matar o criminoso?
O Que é a APAC?
A pena privativa de liberdade sofreu diversas alterações ao longo dos tempos.
Contemporaneamente, têm sido conferidas a tal modalidade de sanção três funções elementares, quais sejam: retribuição pelo delito praticado, ressocialização do indivíduo infrator e a prevenção geral, intimidando a sociedade para inibir a prática de outros delitos. No Brasil e no mundo se constata que esses objetivos não são alcançados. Os elevados índices de reincidência, girando em torno de 85% denotam que os egressos das prisões, delas não saem intimidados e praticam crimes ainda mais violentos. A propalada ressocialização não ocorre. Diante desse contexto surgiu, em 1972, a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), em São José dos Campos (SP). Um grupo de voluntários cristãos, sob a liderança do advogado Mário Ottoboni, passou a freqüentar o presídio da Humaitá para evangelizar e dar apoio aos presos. Tudo era empírico e objetivava tão somente resolver o problema da Comarca, cuja população vivia sobressaltada com as constantes fugas e rebeliões e as constantes violências verificadas naquele estabelecimento prisional. O grupo não tinha parâmetros, nem modelos a serem seguidos. Muito menos experiência com o universo do crime, das drogas e das prisões. Mesmo assim, pacientemente, foram sendo vencidas as barreiras que surgiam no caminho. Em 1974, aquela equipe que constituía a Pastoral Penitenciária concluiu que somente uma entidade juridicamente organizada seria capaz de enfrentar as dificuldades e as vicissitudes que permeavam o dia a dia do presídio, capazes de destruir e lançar por terra qualquer iniciativa. Em Minas Gerais, a APAC se implantou no início dos anos 80, em Itaúna, e em 1991 passou a administrar o regime aberto e fiscalizar as penas substitutivas. A partir de 1997, os regimes fechados e semi-abertos adotaram o método APAC. Com o apoio de voluntários, a Associação propicia a ressocialização do preso, que tem oportunidade de trabalhar dentro do presídio. Uma das vertentes do trabalho é evitar a ociosidade dos apenados, que freqüentam cursos supletivos e profissionais, e participam de atividades variadas. Em 1986, a APAC filiou-se à PFI-Prison Fellowship International, Órgão Consultivo da ONU para assuntos penitenciários. Desde então, o Método passou a ser divulgado para mais de 100 países através de congressos e seminários internacionais. Em 1991 foi publicado nos EUA, um relatório afirmando que o Método APAC, podia ser aplicado com sucesso em qualquer lugar do mundo Novos Rumos para Velhos Problemas A APAC/UBÁ hoje é realidade
A situação do sistema prisional de Ubá não se distinguia da situação da
maior parte do sistema nacional, desumana e caótica em que predomina a superlotação dos estabelecimentos prisionais e tratamentos degradantes. Diante dessa realidade, em 2007, um grupo de pessoas iniciou a implementação do método APAC, baseado na valorização humana e na participação da comunidade. No dia 10 de setembro de 2007, no Cantinho São Francisco, próximo a Paróquia de São Januário, aconteceu a primeira reunião dos voluntários para iniciar o estudo do método APAC/UBÁ, com o intuito de conhecê-lo, para futuramente aplicá-lo, sempre valendo-se das lições do idealizador do método APAC. . Com o amadurecimento com estudo do método o grupo inicial acrescido de outras pessoas que foram aderindo a causa realizou-se a primeira Assembléia para eleição da diretoria demais conselhos, sendo eleita a voluntária e advogada Luciene Rinaldi Colli, como Presidente da APAC e a voluntária e assistente social Renata Bonissate como Vice- Presidente, tendo sido empossados e eleitos os demais conselhos. Já em outubro de 2008, dando um importante passo a Associação conseguiu sua sede administrativa onde as reuniões e eventos são realizados na busca pelo grande sonho de todos: O centro de Reintegração Social onde o método poderá ser aplicado em sua totalidade.Veja um rápido resumo dessa história:
Em 10/09/2007: primeira reunião de voluntários para implantação do método APAC
em Ubá, estando presentes: Jairo Alves do Carmo, Celeida Montanha, Maria das Graças Marchand (Cacá), Maynard Marchand, Luciene Rinaldi Colli e Cláudio Ponciano. Em 03/10/2007: primeira visita dos voluntários à Câmara dos Vereadores de Ubá, para divulgar o método APAC Em 13/11/2007: Visita dos voluntários da APAC/Ubá á APAC/Itaúna Em 28/11/2007: segunda visita á Câmara dos Vereadores em Ubá para discussão dos problemas relacionados à segurança pública na cidade, com a presença de diversas autoridades locais. Em julho/08: participação do voluntário Jairo Alves do Carmo no Congresso das APAC’s em Itaúna. Em agosto/08: participação da voluntária Vitalina Francisca Marisa de Souza no Curso de Gestores das APAC’s em Itaúna Em 24/09/08: Assembléia Geral para constituição jurídica da APAC em Ubá Em outubro de 2008: primeira reunião da APAC em sua sede administrativa (sede própria) Em dezembro/08: confraternização Natalina como os voluntários da APAC Em 05/06/09: segunda visita dos voluntários da APAC de Ubá à APAC de Viçosa A equipe, coesa e disposta ao trabalho, também se propôs a estudar, no ano de 2009, os livros editados como tema da Campanha da Fraternidade 2009/CNBB com o tema “ A paz é fruto da justiça“, o que é feito semanalmente Agora, o próximo passo será com ajuda de toda comunidade será a construção do CRS da APAC de Ubá para que este trabalho tão bem sucedido em outros lugares possa também ser uma realidade em nossa Cidade. Neste ardo trabalho nunca devemos perder de vista nas sabias palavras de Mario Ottoboni “ Todo homem é maior que seu erro”.
Ilustração 1 Audiência Pública para criação da APAC de Ubá
APAC de Ubá realiza Seminário com idealizador do Método
Nos dias 20, 21 e 22 de Junho de 2008, aconteceu o 1º Seminário de Estudos do
Método APAC em nossa cidade de UBÁ com a presença do idealizador, o advogado Dr. Mário Ottoboni e sua comitiva, contando com a presença de várias autoridades da nossa cidade, alguns condenados da cadeia pública de Ubá e a sociedade em geral. Na noite de abertura, estiveram presentes o então prefeito municipal Sr. Dirceu dos Santos Ribeiro, o Juiz da Vara Criminal e Execuções Penais, Dr. Nilo Martins Jr., representantes da Câmara dos Vereadores, Dr. André Rezende Padilha, Promotor de Justiça da Vara Criminal, o Diretor da UNIPAC, entre tantas outras figuras ilustres de nossa Ubá.
Ilustração 2 Voluntários da APAC de Ubá e Dr. Mario Ottoboni, criador do Método APAC.
O objetivo foi divulgar a metodologia empregada nas atividades de recuperação de
condenados. Foram realizadas palestras sobre a dupla função da pena, os elementos fundamentais do método Apac, a importância da valorização humana e a psicologia do preso, abordando também a participação da família e da comunidade, a experiência religiosa, a assistência jurídica e à saúde contribuem para a humanização das prisões e a recuperação dos condenados. O seminário foi fundamental para formação e consolidação da APAC de Ubá que encontra-se a caminho de efetivar o método APAC.
A APAC/Ubá agradece as Doações:
A sede administrativa da APAC/Ubá é mobiliada com bens doados por diversas
empresas e pessoas físicas. Aos nossos colaboradores, muito obrigada: Mademelos (cadeiras e mesa da sala de reuniões) Itatiaia: armários Coordaco: computador e impressora Lara Móveis: sofá Vereador Vinícius Samor: mesa de telefone Guarino Colli: mesa e cadeiras, sofás e bancada Vera Lúcia Magaton Barletta: geladeira Maynard e Cacá: mesa cozinha Placa indicativa: Transporte Camilo dos Santos Prefeitura Municipal (sec. Educação): quadro para aulas/reuniões.
Grande Desafios
Venha participar deste desafio. Esperamos voces em nossas reuniões semanais em