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ICMS SP 12 Custos Alexandrelima Aula 00
ICMS SP 12 Custos Alexandrelima Aula 00
Sumário Página
Apresentação 01
Informações sobre o curso 03-05
Apresentação das questões 06-19
Gabarito 19
Questões comentadas 20-83
Apresentação
3. Abordagem
Não obstante se tratar de um curso voltado para resolução de
questões da FCC, ao abordar determinados temas, apresentarei
algumas questões de outras bancas, notadamente da ESAF, CESPE e
FGV. Isso servirá para ilustrar algum posicionamento que, mesmo
não tendo sido adotado pela FCC, se mostre como uma tendência das
bancas e, assim, poderá ser objeto de questões futuras da própria
Fundação Carlos Chagas.
As questões foram ordenadas da forma mais didática possível,
o que torna possível o estudo de modo sequenciado. Você perceberá
que nas questões que introduzem determinado assunto, os
comentários serão mais prolongados, a fim de abordar da
maneira mais completa o tema. Isso ajuda aqueles que costumam
estudar a matéria através de questões, mas também permite uma
revisão completa para aqueles que utilizam as questões para firmar o
conhecimento.
4. Legislação aplicável
Como base do nosso estudo, utilizaremos frequentemente a
Constituição Federal e o Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172,
de 25 de outubro de 1966). Por isso, é recomendado que você os
tenha sempre que for acompanhar as aulas, de preferência
impressos, pois podem ser feitas anotações e destaques para
consultas posteriores. Você pode acessá-los e imprimi-los nos
seguintes links:
Constituição Federal de 1988
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm
Código Tributário Nacional
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm
5. Suporte
Por fim, prezado aluno, informo que nosso estudo não se limita
à apresentação das aulas ao longo do curso. É mais do que natural
que você tenha dúvidas, mas elas não podem permanecer até o dia
da prova, não é mesmo? Então, estarei sempre à disposição para
responder aos seus questionamentos através do fórum de cada aula.
Todos têm dúvidas. Errar é comum, quando se está tentando
aprender. O que não pode acontecer é você guardar sua dúvida ao
invés de expor a sua dificuldade.
Conte comigo!
Nada será mais gratificante para mim do que receber um e-mail
trazendo a notícia da sua aprovação.
LISTA DE QUESTÕES
Aula 00: Conceito e classificação dos tributos
As multas fiscais são distintas dos tributos, entre outras razões, porque:
a) não são passíveis de inscrição como dívida ativa.
b) obedecem ao princípio da legalidade.
c) constituem sanções por atos ilícitos.
d) observam o princípio da anterioridade.
e) são aplicadas pelos agentes da fiscalização.
Considere:
I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao
desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com
determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens
supérfluos e menor para bens necessários.
II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito
ativo desses tributos - que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades -
pessoas diversas da União, Estados e Municípios.
Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como
a) contribuições e extrafiscais.
b) parafiscais e especiais.
c) extrafiscais e parafiscais.
d) especiais e extraordinários.
e) fiscais e empréstimos compulsórios.
Julgue a assertiva.
Para se distinguir um imposto de uma taxa ou de uma contribuição, é fundamental
examinar o fato gerador do tributo, bem como a destinação legal do produto da sua
arrecadação.
Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como
muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A
outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação.
Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto
da arrecadação
a) o imposto.
b) a taxa.
c) a contribuição de melhoria.
d) o empréstimo compulsório.
e) as contribuições especiais.
Segundo o Código Tributário Nacional, a taxa pode ter como fato gerador
a) a prestação de serviço público divisível ou indivisível, prestado efetivamente ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
b) o exercício regular do poder de polícia, desde que específico e divisível, prestado
efetivamente ao contribuinte ou posto à sua disposição.
c) a realização de obra pública, como por exemplo, pavimentação asfáltica, desde
que gere valorização imobiliária ao proprietário do imóvel adjacente à obra.
d) a prestação de serviço público indivisível, ainda que só colocado à disposição do
contribuinte.
e) a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Considere as afirmações:
I. O tributo encontra fundamento de validade na competência tributária da pessoa
política, não havendo necessidade, para que ele seja instituído e cobrado, de que o
Poder Público desenvolva, em relação ao contribuinte, qualquer atividade
específica.
II. A Constituição Federal estabelece que, nos serviços públicos específicos e
divisíveis, a cobrança da taxa deve ser baseada na utilização, efetiva ou potencial
dos serviços pelo contribuinte.
III. A Constituição Federal traz expressa no seu texto a previsão de contribuição,
que por certo tem natureza tributária, obedece ao regime jurídico tributário e
possui uma única modalidade que é a contribuição social.
SOMENTE está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II.
e) III.
O tributo que tem por fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
como, por exemplo, a fiscalização dos serviços notariais e registrais, é
denominado
a) imposto.
b) taxa.
c) contribuição de melhoria.
d) emolumento.
e) contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica.
Os empréstimos compulsórios
a) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal.
b) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da
moeda em circulação na economia, desde que sejam restituídos no prazo de dois
anos.
c) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias decorrentes
de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência.
d) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública ou guerra externa.
e) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-se o
princípio da anterioridade.
Os Empréstimos Compulsórios
a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária,
nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade.
b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao
princípio da anterioridade.
c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes
políticos.
d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de
sua criação.
e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição,
a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da
despesa que fundamentou sua instituição.
Por terem natureza tributária, as contribuições devidas à OAB devem ser cobradas
dos advogados inadimplentes mediante ação de execução fiscal.
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
A C B D D D C C C E E D E D E
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C E A B C E E B C D A D D D A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
C A B D E C E D C A B C A C C
46 47 48 49 50
E D B B E
QUESTÕES COMENTADAS
Aula 00: Conceito e classificação dos tributos
Comentários
Para responder a esta questão, vamos relembrar algo que
aprendemos no estudo do Direito Administrativo: os regimes jurídicos
da Administração Pública.
O Estado existe para o atendimento do interesse público (interesse
primário). No entanto, como garantir o atingimento desse objetivo
quando os interesses particulares divergem do interesse público?
É justamente para conferir à Administração a garantia de atuar em
prol do interesse coletivo que o ordenamento jurídico lhe atribui uma
série de prerrogativas (privilégios). Trata-se do regime jurídico-
administrativo, regido pelas normas de Direito Público, onde o
Estado ocupa posição de superioridade em relação ao
particular.
Podemos entender melhor com o seguinte exemplo: em uma das
principais avenidas do Recife há a necessidade da construção de um
viaduto no local onde existem vários imóveis. Os moradores e
empresários locais têm o direito à propriedade, mas em decorrência
do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, o
Estado reveste-se de poderes que tornam possível o atendimento do
fim comum, qual seja: a construção do viaduto. Para isso, pode
desapropriar tais imóveis a fim de promover a construção e atender
ao interesse de toda a coletividade.
Por outro lado, o Estado também pratica atos em que não se reveste
de tais poderes, pois não atua em nome do interesse público, mas no
interesse da própria Administração (interesses secundários). Imagine
que a Prefeitura de Teresina pretenda alugar um imóvel para o
funcionamento de um de seus órgãos. Nesse caso, a Prefeitura não
atua em posição de superioridade em relação ao proprietário do
imóvel, eis que o ato não visa ao atendimento do interesse público
Comentários
A definição de tributo está expressa no Código Tributário Nacional.
Daí, verificamos que a definição de tributo é legal, ou seja, é
expressa em lei. Então vamos à nossa primeira consulta ao CTN.
Em seu art. 3º, o CTN assim define tributo:
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
prestação pecuniária
A expressão “prestação pecuniária” significa que o tributo é algo pago
em dinheiro. Basta imaginarmos o que pagamos como contribuintes.
Alguma vez você já pagou o ICMS das suas compras no
supermercado com parte das mercadorias? Imagine só no momento
compulsória
Temos aqui que a imposição do tributo não resulta da vontade do
contribuinte, mas, como visto, do poder de império do Estado.
A Administração Pública precisa arrecadar para custear suas despesas
e, para isso, institui os tributos, obrigando aqueles previstos em lei
(os contribuintes) ao pagamento.
Você já foi questionado alguma vez se queria pagar o imposto de
renda? Ou já chegou alguma correspondência da sua Prefeitura lhe
pedindo, por favor, que ajude com alguma doação para o IPTU?
Não, meu amigo! Isso porque o Estado não precisa pedir, por favor,
para você contribuir, pois uma vez instituído o tributo, que pela
própria definição legal é uma prestação compulsória e independente
da vontade do contribuinte, este tem o dever de pagar.
instituída em lei
O art. 5º, II, da Constituição Federal determina que ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
lei. É o conhecido princípio da legalidade.
Verificamos anteriormente que o tributo é uma prestação compulsória
e, portanto, obriga o contribuinte ao pagamento. Dessa forma, em
obediência à CF/88, há que se observar a sua previsão em lei. É
necessária, portanto, uma lei para instituir o tributo. Tal previsão
pode ser estabelecida em lei ordinária ou lei complementar, a
depender do tributo, ou, ainda, ato normativo com força de lei, que é
o caso das medidas provisórias, conforme disposição no art. 62, da
CF, caput e §2º. Dessa forma, é vedada a instituição de tributos por
atos infralegais, aqueles que se encontram hierarquicamente abaixo
das leis, como é caso dos decretos.
compulsória
TRIBUTO instituída em lei
em moeda ou cujo
valor nela se possa cobrança plenamente
exprimir vinculada
Comentários
Alternativa A – Errada. A obrigação tributária surge com a
ocorrência do fato gerador e não para punir o contribuinte. Essa é
exatamente uma das características do tributo: ele não é punição
por ato ilícito.
Alternativa B – Correta. Na definição do CTN, o tributo é uma
prestação instituída em lei. É importante observar que lei, aqui,
corresponde a ato normativo com força de lei (lei ordinária,
complementar ou medida provisória em alguns casos). Não é possível
em nosso ordenamento jurídico a exigência de um tributo que não
esteja previsto em lei, mas em um ato infralegal, como um decreto,
por exemplo.
Alternativa C – Errada. Como vimos na questão anterior, o tributo
não pode ser pago em serviços, eis que representa prestação paga
em moeda ou, excepcionalmente, em algo que possa ter seu valor
expresso e que esteja previsto no CTN. Atualmente, a única
possibilidade é a dação em pagamento em bens imóveis.
Alternativa D – Errada. A cobrança do tributo é vinculada, conforme
determinação do CTN. Ou seja, não resta qualquer margem de
decisão para a autoridade que irá efetuar o lançamento do tributo.
Todos os aspectos do tributo (fato gerador, alíquota, base de cálculo,
contribuintes) são definidos na legislação e cabe à autoridade que
efetuará o lançamento obedecer à lei. Não pode o servidor, na
atividade de cobrança do tributo, decidir qual o valor vai cobrar e de
quem vai cobrar. Ele está estritamente vinculado à determinação
legal.
Alternativa E – Errada. O CTN define tributo como prestação
compulsória. Ou seja, independente da vontade do contribuinte.
Ninguém paga tributo porque quer, mas pela imposição legal.
Gabarito: B.
Comentários
Você percebeu que esta questão é praticamente idêntica à anterior?
Já podemos observar que a FCC costuma repetir questões. Daí a
importância de resolvê-las de forma exaustiva, de modo a ganhar
pontos de maneira mais rápida nas provas.
Valem aqui os mesmo comentários efetuados na questão anterior.
Alternativa A – Errada. Tributo não é punição por ato ilícito,
dada a vedação expressa no art. 3º do CTN.
Alternativa B – Errada. A cobrança do tributo é realizada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada, e não discricionária.
Alternativa C – Errada. O tributo não pode ser pago em serviços, eis
que representa prestação pecuniária, paga em moeda ou,
excepcionalmente, em algo que nela possa ter seu valor expresso e
que esteja previsto no CTN.
Alternativa D – Correta. Afirmar que o tributo se submete à reserva
legal significa dizer que o tributo necessita de lei para ser instituído.
Essa definição se enquadra nos requisitos do art. 3º do CTN, que
acabamos de estudar.
Alternativa E – Errada. O tributo é prestação obrigatória. Independe
da vontade do contribuinte. Logo, não é facultativa.
Gabarito: D.
Comentários
Mais uma vez a FCC adota a mesma questão. Observe que foi
aplicada em 2002, 2003 e 2005. De vez em quando aparecem
questões que já foram cobradas em outros concursos. Logo, o
candidato que resolveu mais questões sairá na frente.
A FCC utiliza muito essa expressão: “tributo está submetido à
reserva legal”. Guarde-a para a prova.
Na verdade, seria mais correto dizer que a instituição de tributos está
sujeita à reserva legal, eis que nem todos os aspectos relativos aos
tributos dependem de lei em sentido estrito.
Veremos ao longo do curso que algumas disposições podem ser
veiculadas em ato infralegal. Como exemplo, temos o
estabelecimento do prazo para recolhimento do tributo, que pode ser
definido via ato infralegal.
Gabarito: D.
Comentários
Alternativa A – Errada. Tributo não é sanção por ato ilícito. Essa
afirmação decorre do próprio conceito definido no art. 3º do CTN.
Pode ocorrer a tributação mesmo quando o contribuinte praticar
atividade criminosa. A punição pela prática da infração virá na esfera
Comentários
O elemento diferenciador entre tributo e multa é a sanção por ato
ilícito, nos termos do art. 3º do CTN. A multa é exatamente aquilo o
que o tributo está proibido de ser: sanção por ato ilícito.
No entanto, os dois institutos se assemelham em outro aspecto
previsto no mesmo art. 3º do CTN: prestação pecuniária.
Alternativa A – Errada. A Constituição Federal determina que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude lei. Nessa linha, qualquer imposição deve ser veiculada
mediante ato capaz de inovar no ordenamento, vale dizer, capaz de
criar direitos e obrigações. Dessa forma, tanto tributo quanto multa
exigem a edição de lei.
Alternativa B – Errada. A cobrança, seja ela do tributo ou da multa,
representa atividade vinculada. Não pode a autoridade fiscal alterar o
valor devido com base nas normas legais por conveniência e
oportunidade.
Alternativa C – Correta. Esse é o elemento diferenciador entre
tributo e multa: a sanção por ato ilícito. O tributo não pode ter essa
característica. Por outro lado, a multa surge exatamente para se
revestir desse elemento.
Alternativa D – Errada. Ambos os institutos são prestação
obrigatória. A assertiva tenta levar o candidato ao erro pela noção de
que geralmente se recorre das multas, como por exemplo, as multas
de trânsito, o que levaria a uma decisão administrativa sobre a
Comentários
Como acabamos de ver, tributo se diferencia da multa no que diz
respeito à sanção por ato ilícito, enquanto o tributo não pode
apresentar essa característica, a multa existe justamente por
apresentá-la. No que diz respeito ao aspecto pecuniário, tributo e
multa constituem obrigação tributária principal, eis que esta
corresponde a pagamento.
Assim, temos o seguinte esquema:
ELEMENTO DIFERENCIADOR
(art. 3º do CTN)
TRIBUTO MULTA
SEMELHANÇA
(art. 113, § 1º do CTN)
OBRIGAÇÃO
Gabarito: C. TRIBUTÁRIA PRINCIPAL
Considere:
I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao
desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de
acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma
tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários.
II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem
sujeito ativo desses tributos - que arrecadam em benefício de suas próprias
finalidades - pessoas diversas da União, Estados e Municípios.
Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como
a) contribuições e extrafiscais.
b) parafiscais e especiais.
c) extrafiscais e parafiscais.
d) especiais e extraordinários.
e) fiscais e empréstimos compulsórios.
Comentários
Apesar de o CTN apresentar uma classificação para os impostos, a
separação dos tributos de maneira geral em função de alguns
aspectos tem origem na doutrina, tanto do próprio Direito Tributário
como de outros ramos do Direito, como o Direito Financeiro, por
exemplo, que estuda, dentre outros temas, as receitas públicas.
Essa questão requer o conhecimento específico da classificação
doutrinária dos tributos em função do objetivo da sua instituição.
Quanto a esse aspecto, os tributos podem ser fiscais, extrafiscais ou
parafiscais.
FISCAIS: os tributos são considerados fiscais quando seu principal
objetivo é arrecadar, ou seja, gerar renda para que o Estado possa
abastecer os cofres públicos a fim de cobrir seus gastos. Como
exemplos podemos destacar o ICMS e o Imposto de Renda.
EXTRAFISCAIS: podem ser classificados nesta categoria os tributos
cuja finalidade principal não é arrecadar, mas regular algum setor
econômico ou social, ou, ainda, estimular certo comportamento entre
os consumidores. É o caso do Imposto de Importação que, muitas
vezes, serve para proteger a indústria nacional.
Ressaltamos que o caráter fiscal ou extrafiscal de um determinado
tributo define sua finalidade principal, mas não caracteriza a sua
plenitude. É o que ensina Paulo de Barros Carvalho:
“Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer
pura, no sentido de realizar tão só a fiscalidade, ou,
unicamente, a extrafiscalidade. Os dois objetivos convivem
harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo lícito apenas
verificar que um predomina sobre o outro.” (CARVALHO, Paulo
Comentários
Questão onde o examinador busca verificar o conhecimento das
características inerentes ao IPI. No caso em questão, podemos
observar que as alterações ocorridas no imposto (redução das
alíquotas) não visam ao aumento da arrecadação, mas ao estímulo
do consumo de determinados bens, aqueles que consomem menos
energia elétrica.
Trata-se, portanto, do caráter extrafiscal do tributo. Nesse aspecto o
tributo é utilizado como forma de regular algum setor econômico ou
social.
Gabarito: E.
Comentários
Acabamos de estudar a classificação dos tributos quanto ao objetivo.
Há diversas classificações doutrinárias para os tributos, levando em
consideração vários aspectos. Veremos cada uma na ocasião mais
adequada.
Nesta questão, especificamente, foi cobrada uma classificação que
leva em consideração o fato gerador do tributo, mais precisamente a
atuação estatal na situação que dá origem ao surgimento do tributo.
Assim, temos:
VINCULADOS: são os tributos em que o fato gerador ocorre em
função de alguma ação estatal relativa ao contribuinte. É o caso das
taxas pela prestação de algum serviço público, como taxa de coleta
de lixo, por exemplo. Note, prezado aluno, que houve uma ação do
Estado para fazer surgir o tributo, sendo, portanto, classificado como
vinculado.
Grande parcela da doutrina costuma chamar os tributos vinculados de
contraprestacionais, em virtude da contraprestação estatal que
ATENÇÃO!!!!!!!
Comentários
Nós estudamos que, para ser considerada tributo, a prestação deve
atender a todos os requisitos previstos no art. 3º do CTN.
Nessa linha, a própria Constituição Federal estabelece em seu art.
145:
“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à
sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
Da mesma forma, o CTN, em seu art. 5º, estabelece que “os tributos
são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. O Código adotou a
classificação tradicional, existente à época da sua edição.
Isso já é suficiente para respondermos a questão.
Sendo tributos, impostos, taxas e contribuição de melhoria têm em
comum as características traçadas no art. 3º do CTN. Assim, temos
por correta a alternativa D.
Porém, cabe aqui um estudo mais detalhado sobre o tema.
A definição no caput do art. 145 da CF/88 e o disposto no art. 5º do
CTN levou uma parcela da doutrina a aceitar que as espécies
tributárias são apenas três: impostos, taxas e contribuições de
melhoria. É o que se costuma chamar de teoria tripartite ou
tripartida.
Contudo, há outra corrente que defende que as espécies tributárias
não são apenas três, mas cinco. Essa parcela da doutrina argumenta
que, além das três espécies citadas no art. 145, há a previsão para a
instituição de duas outras espécies: o empréstimo compulsório e as
contribuições sociais, definidos nos art. 148 e 149 da CF,
respectivamente. Daí surge a teoria pentapartida.
A segunda corrente tornou-se dominante em nosso ordenamento
após decisões do STF defendendo a pentapartição das espécies
tributárias. Vejamos o entendimento da Corte Suprema no
julgamento do RE 146.733-9/SP, no voto condutor do Min. Moreira
Alves:
“De efeito, a par das três modalidades de tributos (os
impostos, as taxas e as contribuições de melhoria) a que se
refere o art. 145 para declarar que são competentes para
instituí-los a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Comentários
Questão que requer bastante atenção do candidato. Apesar da
aparência simples do enunciado, precisamos identificar o que se
pede.
Devemos, então, ficar atentos para visualizar se é cobrada a
literalidade da lei, entendimento doutrinário ou jurisprudência. É a
partir daí que podemos responder ao que se pede.
Nessa questão, o enunciado é bem taxativo: “O art. 5º do Código
Tributário Nacional determina”.
Observe que o enunciado pede a definição do CTN. Pedindo dessa
forma, temos que nos desprender do que diz a doutrina ou a
jurisprudência. Devemos, então, seguir à risca o que diz a lei.
Numa primeira análise, um candidato que conhece as teorias
tripartite e pentapartida e sabe que hoje predomina esta última,
poderia marcar de forma precipitada a alternativa “C”.
Comentários
Acabamos de estudar que são cinco as espécies tributárias, de acordo
com a teoria pentapartida. Mas como identificar em que espécie se
enquadra um determinado tributo?
É verdade que a própria lei que institui o tributo já lhe dá um nome:
imposto sobre serviços de qualquer natureza, taxa de coleta de lixo,
etc. Entretanto, embora a lei dê um nome ao tributo, não podemos
garantir que o que a lei chamou de taxa, por exemplo, é realmente
uma taxa. Isso porque o CTN estabelece em seu art. 4º:
“Art. 4º. A natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas
pela lei.
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.”
Observamos, portanto, que, embora a lei dê um nome de taxa a um
tributo que está sendo criado, é pelo fato gerador que o
identificamos.
Fato gerador é o evento previsto na lei instituidora do tributo que,
uma vez ocorrendo no caso em concreto, gera para o contribuinte o
dever de pagar. Tomemos como exemplo uma lei que institui uma
taxa de vigilância sanitária. Na lei está previsto que o fato gerador é
a fiscalização da equipe de vigilância sanitária, após o requerimento
do contribuinte, solicitando uma vistoria, visando à emissão do alvará
de funcionamento da empresa. Acontecendo no mundo real a vistoria
no estabelecimento do contribuinte, teremos então por ocorrido o
fato gerador do tributo.
Conforme exposto acima, o CTN define que é pelo fato gerador que
se determina a natureza jurídica do tributo, não importando o nome
que a lei lhe conferiu, nem a destinação do produto da arrecadação
deste tributo. Assim, o que a lei chamou de taxa pode ser, na
verdade, um imposto disfarçado, caso seu fato gerador seja típico de
imposto.
ATENÇÃO!!!!!!!
Essa é a regra geral, definida no art. 4º do CTN, que vale, sem
ressalvas, para os impostos, as taxas e contribuições de melhoria.
Esses tributos têm fatos geradores bem característicos, como
veremos na análise de cada um deles, mais adiante.
Não obstante, parcela da doutrina defende que as contribuições
especiais e os empréstimos compulsórios podem apresentar fatos
geradores que, muitas vezes, se assemelham aos de impostos. Por
conseguinte, ficaria difícil determiná-los apenas pela análise do fato
gerador. Por isso, a própria CF/88 elegeu a destinação legal do
produto da arrecadação destas espécies como elemento
diferenciador.
Resumindo: para os impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale
todo o art. 4º do CTN. Já para as contribuições sociais e os
empréstimos compulsórios, deve haver uma análise, também, da
destinação da arrecadação. A partir desses preceitos, algumas bancas
evoluíram e passaram a cobrar essa interpretação em questões de
prova.
Em provas de concursos públicos, esse tema pode ser abordado de
três formas:
Exigindo a literalidade do art. 4º do CTN. Essa tem sido a
forma cobrada pela FCC na maioria das suas provas, onde a
resposta é: a natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador, não importando a denominação,
as formalidades ou o destino da arrecadação.
Em outras questões, exige-se que o candidato analise a
situação e conclua que a natureza jurídica do tributo é
determinada mediante um confronto entre o fato gerador
e a base de cálculo. Isso se deve ao fato de a base de cálculo
representar o aspecto que dimensiona o fato gerador, ou seja,
o quantifica, o representa em termos numéricos e, por isso,
deve guardar relação com este.
Numa última hipótese, pode ser cobrada a interpretação de que
para as contribuições sociais e os empréstimos
compulsórios, faz-se necessária, também, a verificação
da destinação legal da arrecadação como elemento
diferenciador.
Comentários
Sempre que nos depararmos com questões que abordam esse
assunto, devemos analisar, além do enunciado, as alternativas.
O objetivo é verificar se está sendo cobrada a literalidade do art. 4º
do CTN ou interpretação diversa.
Nessa questão, observamos que o enunciado não faz menção a
nenhuma espécie de tributo, sendo transcrição do caput do art. 4º do
CTN. Ademais, nas alternativas, a banca utilizou os incisos do mesmo
artigo, fazendo certo trocadilho com as palavras.
Resultado da análise: a banca exige o conhecimento da literalidade
do art. 4º do CTN. Por isso, devemos marcar que a natureza jurídica
específica do tributo é determinada pelo fato gerador, sendo
irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características
formais adotadas pela lei, bem como a destinação legal do produto da
sua arrecadação.
Gabarito: E.
Comentários
Selecionei estas questões em sequência para consolidar o que
tratamos acima: quando nos depararmos com questão que aborde
esse assunto (natureza jurídica do tributo), faz-se necessária a
análise do enunciado e das alternativas.
Observe que as questões foram elaboradas pela mesma banca (FCC)
e com apenas um ano de intervalo entre elas. No entanto, apresentou
posicionamentos distintos. Logo, não podemos definir que tal banca
apresenta determinado posicionamento sobre este tema como
verdade universal. Devemos, sim, analisar o enunciado e as
alternativas. Vejamos:
Analisando o enunciado, constatamos que ele não faz referência ao
CTN, e sim à CF/88, questionando apenas sobre o destino da
arrecadação. Indo para as alternativas, podemos ver que elas citam
várias espécies de tributos, sem citar todos os elementos contidos no
art. 4º do CTN (denominação e demais características formais).
Isso leva à conclusão de que, pelo regramento constitucional, os
empréstimos compulsórios e contribuições sociais diferenciam dos
impostos e das taxas não apenas pelo fato gerador, mas pelo destino
da arrecadação.
Gabarito: C.
Vale lembrar, caro aluno, que devemos estar atentos. Não podemos
nos precipitar em questões desse assunto. As bancas têm evoluído e
adotado entendimentos diversos. Uma questão que ilustra de forma
perfeita esta interpretação que vem sendo adotada foi elaborada pelo
CESPE, no concurso para Juiz Federal- TRF/5, em 2006:
“Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais
características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do
produto da arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de
1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais
assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações,
Julgue a assertiva.
Para se distinguir um imposto de uma taxa ou de uma contribuição, é
fundamental examinar o fato gerador do tributo, bem como a destinação
legal do produto da sua arrecadação.
Comentários
Questão interessantíssima do CESPE.
Vimos que as bancas têm se direcionado para o entendimento de que
os empréstimos compulsórios e contribuições sociais diferenciam dos
impostos e das taxas não apenas pelo fato gerador, mas pelo destino
da arrecadação.
No entanto, para diferenciar impostos, taxas e contribuições de
melhoria, vale a regra geral do art. 4º do CTN, ou seja, examinar o
fato gerador. O erro da assertiva está em definir que para diferenciar
impostos de taxas deve-se examinar o destino da arrecadação.
Comentários
Reza o art. 16 do Código Tributário Nacional:
“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte.”
A própria definição de imposto, expressa no CTN, coincide com o
conceito de tributo não-vinculado, que vimos na questão 10. Ou
Comentários
Questão bastante interessante. A ESAF exigiu muito além da
literalidade da Constituição Federal, cobrando aspectos doutrinários e
jurisprudenciais. Vejamos:
O art. 16 do CTN, ao definir imposto, está em plena consonância com
o art. 145, § 1º, da CF:
“Art. 145. §1º. Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à Administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.”
Temos aqui o famoso princípio da capacidade contributiva. Com
base nesse preceito constitucional, os impostos, sempre que possível,
devem levar em consideração o nível de manifestação da “riqueza”
que está sendo tributada, apresentando caráter pessoal. No imposto
Comentários
As questões que versam sobre taxa, apesar de bem diretas,
costumam cobrar todas as peculiaridades desta espécie tributária.
Geralmente, em cada assertiva há uma característica diferente das
Comentários
Essa questão requer bastante atenção.
Antes de analisarmos cada uma das alternativas, devemos saber
separar as duas possibilidades que ensejam a instituição das taxas:
- Prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, cuja
utilização poderá ser efetiva ou potencial.
- Exercício regular do poder de polícia.
Alternativa A – Errada. O serviço tem que ser divisível. Não há que
se falar em cobrança de taxa para serviços prestados de forma
genérica à sociedade, sem que haja possibilidade de mensuração
individual.
Alternativa B – Errada. Essa foi a grande pegadinha da questão. Os
candidatos mais desatentos tendem a marcá-la. O exercício do poder
de polícia que enseja a cobrança da taxa requer a utilização efetiva
por parte do usuário. A utilização potencial (bastando que o serviço
seja posto à disposição) é aplicável apenas para os serviços públicos
e apenas àqueles de utilização compulsória, nos termos do art. 79, I,
b, do CTN.
Alternativa C – Errada. A realização de obra pública da qual decorra
valorização imobiliária é fato gerador da contribuição de melhoria e
não de taxa.
Ademais, há que se observar outro erro na assertiva. A jurisprudência
tem se firmado no sentido de que o recapeamento de via pública não
implica valorização imobiliária, razão pela qual não dá ensejo à
cobrança de contribuição de melhoria. Vejamos:
“O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização
imobiliária provocada pela realização de uma obra pública. O
recapeamento de via pública já asfaltada não acarreta
valorização imobiliária, impossibilitando a cobrança da
contribuição de melhoria.” (TAPR, 8ª Câm., AC 73.884-9, Juiz
Lopes Noronha, out/95).
ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS
UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO
EFETIVA POTENCIAL
Gabarito: E.
Comentários
Questão bastante interessante da FCC, onde são abordados alguns
temas que comentamos no nosso estudo das espécies tributárias.
Assertiva I – Errada. Vimos que a taxa de serviço pode ser instituída
apenas se atender a todos os requisitos previstos na CF, quais sejam:
utilização efetiva ou potencial, serviços específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte os postos à sua disposição. A atividade de
segurança pública é prestada a toda sociedade de forma geral, não se
trata de um serviço divisível, pois não é possível mensurar o quanto
cada um utilizou do serviço. Você seria capaz de quantificar o quanto
você já utilizou da segurança pública? Impossível, não é? Logo, não
sendo divisível, o serviço não pode ser remunerado mediante taxa.
Nesse sentido, o STF já decidiu que tal atividade deve ser custeada
pela arrecadação dos impostos. Note que o serviço de segurança
pública não é o fato gerador do imposto. Apenas o produto da
arrecadação dos impostos já existentes será destinado, além de
outras aplicações, para custear este serviço.
Assertiva II – Correta. Essa é uma das formas de se cobrar a
natureza jurídica específica do tributo. Chamamos a atenção para
este tipo de interpretação. Como a base de cálculo corresponde ao
aspecto dimensível do fato gerador (é ela que o quantifica), deve com
este guardar relação. Nesse caso, não estava sendo cobrada a
literalidade do art. 4º do CTN.
Assertiva III – Correta. Com efeito, o STJ já decidiu que um
contribuinte não poderia cobrar do Município a realização de
determinadas obras ou serviços, pelo simples fato de ter pago o
IPTU:
“Os impostos, diversamente das taxas, têm como nota
característica sua desvinculação a qualquer atividade estatal
específica em benefício do contribuinte. Consectariamente, o
Estado não pode ser coagido à realização de serviços
públicos, como contraprestação ao pagamento de impostos,
quer em virtude da natureza desta espécie tributária, quer
em função da autonomia municipal, constitucionalmente
outorgada, no que se refere à destinação das verbas
públicas.” (STJ, 1ªT., REsp 478.958/PR, Rel. Min. Luiz Fux).
Assertiva IV – Conforme previsão nos arts. 77 e 79 do CTN, se o
serviço for de utilização compulsória, basta que ele exista e esteja à
disposição do contribuinte para ensejar a cobrança da taxa,
independentemente de o contribuinte utilizar efetivamente ou não.
Assertiva correta.
Gabarito: E.
Comentários
Diferentemente dos impostos, que constituem tributos não
vinculados, as taxas requerem uma ação estatal voltada para o
contribuinte. Sendo assim, representam tributos vinculados.
As contribuições de melhoria também constituem tributos vinculados,
porém não remuneram serviços públicos, eis que decorrem de obra
pública.
Gabarito: B.
Comentários
Comentários
Primeiramente, cumpre-nos diferenciar as modalidades de serviços
públicos.
Há os serviços públicos tipicamente estatais, prestados diretamente
pelo Poder Público e os serviços públicos que não são tipicamente
estatais, os quais são delegados pelo Poder Público e prestados por
concessionárias. Os primeiros são remunerados mediante taxa. Já os
últimos, devem ser remunerados por meio de tarifa ou preço público.
Uma lição que faz uma diferenciação perfeita entre taxa e preço
público é apresentada por Leandro Paulsen:
“Deve-se ter bem presente a diferença entre taxa e preço
público. Aquela é tributo, sendo cobrada
compulsoriamente por força da prestação de serviço
público de utilização compulsória ou do qual, de qualquer
maneira, o indivíduo não possa abrir mão. O preço público,
por sua vez, não é tributo, constituindo, sim, receita
originária decorrente da contraprestação por um bem,
utilidade ou serviço numa relação de cunho negocial em
que está presente a voluntariedade (não há obrigatoriedade
do consumo). A obrigação de prestar, pois, em se tratando
de taxa, decorre direta e exclusivamente da lei,
enquanto, em se tratando de preço público, decorre da
vontade do contratante. Por ter suporte no poder de
tributar do Estado, submetendo os contribuintes de forma
cogente, a exigência das taxas está sujeita às
limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150
da CF: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade,
vedação ao confisco). A fixação de preço público, de outro
lado, independe de lei; não sendo tributo, não está
sujeito ás limitações do poder de tributar.” (PAULSEN,
Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da
doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. Livraria do Advogado, 2010, p. 23)
(grifos acrescidos)
Comentários
Conforme estudamos, a taxa poderá ter como fatos geradores a
utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
Cumpre observar que, nos termos do art. 79 do CTN, a utilização
potencial ocorre quando o serviço é de utilização compulsória e é
posto à disposição do contribuinte.
Assim, ainda que o contribuinte se recuse a utilizar este tipo de
serviço, deverá pagar a taxa correspondente, pois se considera que
houve a utilização potencial.
É o que ocorre com o serviço de coleta domiciliar de lixo. “Mas,
professor! E seu eu mesmo fizer a coleta seletiva do meu lixo e levar
diretamente para uma associação de reciclagem??? Ainda assim terei
que pagar a taxa???”
Sim, meu amigo! O serviço de coleta de lixo é de utilização
compulsória. Caso contrário, se você, que está trancado em casa só
estudando para o concurso, esqueceu do mundo, mas continua
gerando lixo, não utilizar o serviço e deixar o lixo acumular até o dia
da prova, estará convidando uma série de insetos a participar dos
seus estudos, não acha? Isso não seria agradável para os seus
vizinhos. Por isso, este serviço é de utilização compulsória.
Alternativa A – Correta.
Alternativa B – Errada. O serviço de calçamento é prestado a toda
sociedade de forma indivisível. Não há como mensurar o valor do que
foi prestado a cada pessoa isoladamente. Logo, não está sujeito à
remuneração por meio de taxa.
Comentários
Vamos analisar a situação proposta.
Foi instituída uma taxa cujo fato gerador é ter piscina. Esse fato
gerador não está previsto como uma das situações que ensejam a
instituição da taxa, quais sejam, a prestação de serviços públicos e o
exercício do poder de polícia. Estamos diante, portanto, de um fato
Comentários
Alternativa A – Errada. A taxa, sendo espécie de tributo, é
compulsória e não facultativa. Além disso, não decorre de obra
pública. Este fato gerador diz respeito à contribuição de melhoria.
Alternativa B – Errada. O fato gerador da taxa é uma ação do
Estado voltada para o contribuinte. Representa, portanto, um tributo
contraprestacional. O que a alternativa apresenta é o conceito de
imposto.
Alternativa C – Errada. O art. 145, §2º, da Constituição Federal
estabelece que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de
impostos. A alternativa contraria ainda o disposto no parágrafo único
do art. 77 do CTN, segundo o qual, a taxa não pode ter base de
cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto
nem ser calculada em função do capital das empresas.
Alternativa D – Correta. As situações que podem ensejar a cobrança
da taxa são o exercício regular do poder de polícia e a utilização
efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados aos contribuintes ou postos á sua disposição, conforme art.
145, II, da CF/88.
Considere as afirmações:
I. O tributo encontra fundamento de validade na competência tributária da
pessoa política, não havendo necessidade, para que ele seja instituído e
cobrado, de que o Poder Público desenvolva, em relação ao contribuinte,
qualquer atividade específica.
II. A Constituição Federal estabelece que, nos serviços públicos específicos
e divisíveis, a cobrança da taxa deve ser baseada na utilização, efetiva ou
potencial dos serviços pelo contribuinte.
III. A Constituição Federal traz expressa no seu texto a previsão de
contribuição, que por certo tem natureza tributária, obedece ao regime
jurídico tributário e possui uma única modalidade que é a contribuição
social.
SOMENTE está correto o que se afirma em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II.
e) III.
Comentários
Item I – Errado. A assertiva diz que todos os tributos são não-
vinculados, ou seja, que todas as espécies independem de atividade
específica do Estado. Isso não é correto, eis que esta é característica
marcante dos impostos e não de todos os tributos.
Item II – Correto. Essa é a previsão do art. 145, II, da Constituição
Federal.
Item III – Errado. Além das contribuições sociais, a Constituição
prevê a instituição de outras contribuições: de intervenção,
corporativas e de iluminação pública.
Gabarito: D.
Comentários
Alternativa A – Correta. A taxa é tributo e somente pode ser exigida
quando o serviço for prestado pelo Poder Público, de forma direta. Já
o preço público remunera o serviço prestado por concessionárias.
Alternativa B – Errada. Sendo tributo, a taxa representa receita
derivada. Por outro lado, o preço público constitui receita originária,
eis que decorre de vontade do usuário.
Alternativa C – Errada. A taxa é tributo. Em decorrência, deve ser
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada e
não por pessoas jurídicas de direito privado. Além disso, os preços
públicos somente são exigidos por empresas delegadas de serviços
públicos, caso contrário, estaríamos diante de prestação comum de
serviços.
Alternativa D – Errada. É exatamente o contrário, conforme
comentamos na alternativa A.
Alternativa E – Errada. A taxa, por constituir espécie tributária
somente pode ser instituída por lei. O preço público, por sua vez, não
sendo tributo, não se sujeita às limitações constitucionais ao poder de
tributar.
Permitam-me trazer novamente a diferenciação entre taxa e preço
público apresentada na questão 25:
“Deve-se ter bem presente a diferença entre taxa e preço
público. Aquela é tributo, sendo cobrada
compulsoriamente por força da prestação de serviço
público de utilização compulsória ou do qual, de qualquer
maneira, o indivíduo não possa abrir mão. O preço público,
por sua vez, não é tributo, constituindo, sim, receita
Gabarito: A.
Comentários
Alternativa A – Errada. Há vedação expressa na Constituição
Federal, no sentido de que as taxas não poderão ter base de cálculo
própria de impostos (art. 145, §2º).
Alternativa B – Errada. O STF declarou a inconstitucionalidade da
instituição de taxas para custeio do serviço de iluminação pública.
Entendeu a Corte Suprema que este serviço não é divisível, razão
pela qual é incabível sua remuneração mediante taxa. Atualmente, o
art. 149-A da Constituição Federal permite o custeio do serviço
mediante contribuição específica.
ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS
UTILIZAÇÃO UTILIZAÇÃO
EFETIVA POTENCIAL
b) tributo.
c) taxa de serviço público.
d) contribuição de melhoria.
e) preço compulsório.
Comentários
Estudamos a pouco que uma das diferenças entre taxa e preço
público é que as taxas remuneram os serviços públicos tipicamente
estatais, prestados diretamente pelo Poder Público, enquanto que os
preços públicos remuneram os serviços públicos que não são
tipicamente estatais, os quais são delegados pelo Poder Público e
prestados por concessionárias.
Nesse sentido, no que diz respeito ao pedágio, o entendimento
dominante é que terá natureza tributária, da espécie taxa, apenas
quando explorado diretamente pelo ente tributante, pois, como visto,
o tributo é prestação cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Não há que se falar em natureza
tributária do pedágio quando este for cobrado por
concessionária.
Gabarito: A.
Comentários
Conforme estudamos até aqui, a taxa é o tributo que apresenta como
um dos possíveis fatos geradores o exercício regular do poder de
polícia.
Logo, o tributo cabível seria a taxa.
Apesar de simples, a questão tenta induzir o candidato ao erro.
Vejamos. O art. 236 da Constituição federal estabelece que os
serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público. Define ainda que lei federal estabelecerá
Comentários
A Constituição Federal estabelece em seu art. 145, III, que a União,
Estados, DF e Municípios poderão instituir contribuição de melhoria,
decorrente de obras públicas.
Com validade nesse dispositivo constitucional, o CTN preceitua:
“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.”
Depreende-se do texto legal que o fato gerador da contribuição de
melhoria é a valorização do imóvel, decorrente de obra pública.
Dessa forma, não basta o Estado promover a obra próximo ao
imóvel. Para fazer jus à cobrança da contribuição, há que ocorrer a
valorização do imóvel e que esta seja decorrente da obra.
A contribuição de melhoria apresenta características de um tributo
contraprestacional, já que há uma ação estatal relativa ao
Comentários
Alternativa A – Errada. A taxa representa espécie tributária e, por
isso, é compulsória e não facultativa. A contribuição de melhoria
decorre de obra pública da qual resulte valorização imobiliária e não
da prestação de serviços.
Alternativa B – Errada. Tanto a taxa como a contribuição de
melhoria são tributos contraprestacionais, vale dizer, seus fatos
geradores representam uma atividade estatal voltada para o
contribuinte.
Alternativa C - Errada. As taxas remuneram os serviços públicos
específicos e divisíveis. Já a contribuição de melhoria decorre de obra
pública da qual resulte valorização imobiliária.
Alternativa D – Errada. A contribuição de melhoria representa
espécie tributária e, por isso, é compulsória e não facultativa.
Alternativa E – Correta. Esta é elemento diferenciador mais notório
entre as taxas e contribuições de melhoria, a saber: seus fatos
geradores.
Gabarito: E.
Comentários
Questão idêntica à anterior.
Alternativa A – Errada. As taxas remuneram os serviços públicos
específicos e divisíveis. Já a contribuição de melhoria decorre de obra
pública da qual resulte valorização imobiliária.
Alternativa B – Errada. Tanto a taxa como a contribuição de
melhoria são tributos contraprestacionais, vale dizer, seus fatos
geradores representam uma atividade estatal voltada para o
contribuinte.
Alternativa C - Correta. Este é elemento diferenciador mais notório
entre as taxas e contribuições de melhoria, a saber: seus fatos
geradores.
Alternativa D – Errada. A contribuição de melhoria representa
espécie tributária e, por isso, é compulsória e não facultativa.
Alternativa E – Errada. Não é apenas a valorização imobiliária que
constitui o fato gerador da contribuição de melhoria. A valorização
tem que decorrer de obra pública. Por exemplo, a construção de um
shopping que acabe por valorizar um grupo de imóveis em
determinada localidade não ensejará a instituição da contribuição.
Gabarito: C.
d) contribuição social
e) contribuição de melhoria
Comentários
A contribuição de melhoria apresenta características de um tributo
contraprestacional, já que há uma ação estatal relativa ao
contribuinte, qual seja, a realização da obra. Exatamente por ser
contraprestacional, o valor da contribuição deve guardar relação com
o custo da obra.
Nesse sentido, o próprio CTN estatui que o valor máximo individual é
a valorização decorrente da obra e o limite global (aquele arrecadado
da totalidade dos beneficiados) é a despesa realizada pelo ente
público.
Esses limites fundamentam a atribuição do princípio do não
enriquecimento injusto às contribuições de melhoria. Com base
nesse princípio, não seria justo que a totalidade da sociedade arcasse
com os custos da obra indiretamente, enquanto que apenas um
pequeno grupo foi beneficiado com a valorização imobiliária. Por
outro lado, ao estabelecer o limite máximo a ser cobrado, o CTN
também veda ao Estado o enriquecimento sem causa, já que não
pode arrecadar mais do que foi gasto na obra.
Gabarito: E.
Os empréstimos compulsórios
a) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal.
b) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de
enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam
restituídos no prazo de dois anos.
c) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência.
d) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa.
e) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária,
observando-se o princípio da anterioridade.
Comentários
As questões que versam sobre empréstimos compulsórios,
geralmente, costumam cobrar de duas formas: questionando a sua
natureza tributária ou explorando as suas características previstas no
art. 148 da Constituição Federal.
Comentários
Alternativa A – Errada. Da própria definição de imposto, prevista no
art. 16 do CTN, decorre que se trata de um tributo tipicamente
contraprestacional, ou seja, independe de qualquer atividade estatal
específica.
Alternativa B – Errada. A taxa tem como possíveis fatos geradores a
utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e
divisíveis ou o exercício regular do poder de polícia.
Alternativa C – Correta. Apenas poderá ser instituída a contribuição
de melhoria se houver obra pública. Vale observar, contudo, que a
obra não é o fato gerador da contribuição, mas a valorização
imobiliária decorrente desta obra.
Alternativa D – Errada. Afirmar que determinado tributo é de
competência comum é o mesmo que dizer que são competentes para
instituí-lo tanto a União como Estados, DF e Municípios. Porém, no
caso específico dos empréstimos compulsórios, apenas a União detém
a competência para instituição.
Os Empréstimos Compulsórios
a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não
sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade.
b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse
caso, a observância ao princípio da anterioridade.
c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses
entes políticos.
d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as
causas de sua criação.
e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua
instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo
Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.
Comentários
Alternativa A – Correta. Esta é a previsão do art. 148, I, da
Constituição Federal.
Alternativa B – Errada. A exceção ao princípio da anterioridade é
válida apenas para os empréstimos compulsórios instituídos no caso
de guerra ou calamidade. No caso de investimento público de caráter
urgente, há que se observar a aplicação do referido princípio.
Alternativa C – Errada. A Constituição confere a competência para
instituição de empréstimos compulsórios apenas à União.
Alternativa D – Errada. A alternativa tenta confundir o empréstimo
compulsório com o imposto extraordinário de guerra, previsto no art.
154, II, da CF/88, segundo o qual, a União poderá instituir na
iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Alternativa E – Errada. Conforme estudamos, o empréstimo
compulsório é tributo de arrecadação vinculada, nos termos da
Constituição Federal, art. 148, parágrafo único.
Gabarito: A.
Comentários
Alternativa A – Errada. A instituição de contribuição de melhoria,
nos termos do art. 145, III da Constituição Federal é de competência
do ente federado que executar a obra pública de que resulte
valorização imobiliária para o contribuinte. No entanto, de acordo
com o art. 7º do CTN, a competência para instituição de tributos é
indelegável, tanto por ação como por omissão. Assim, na inércia do
ente competente para instituir a contribuição, não cabe à União
instituir o tributo.
Alternativa B – Correta. O enunciado corresponde ao texto literal do
art. 145, II, da Constituição Federal.
Alternativa C – Errada. De acordo com o art. 148, parágrafo único,
da CF, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição. Não resta opção à União para aplicação diversa daquela
prevista no texto constitucional, eis que estamos diante de um tributo
de arrecadação vinculada por expressa disposição constitucional.
Alternativa D – Errada. O art. 145, §1º, prevê que, sempre que
possível, os impostos terão caráter pessoal. Já o §2º do mesmo
artigo determina que as taxas não poderão ter base de cálculo
própria de impostos. Trata-se de vedação aplicada às taxas, não aos
impostos.
Alternativa E – Errada. Ao definir o princípio da capacidade
contributiva, em seu art. 145, §1º, a Constituição faz menção
somente aos impostos. Não obstante, trata-se de princípio que
delineia todas as espécies tributárias. No entanto, sua aplicação
Comentários
Há situações em que o Estado atua em atenção a um determinado
grupo de contribuintes. Não se trata de uma ação genérica, a toda
coletividade, a ser custeada mediante a imposição de impostos.
Também não configura uma ação específica e divisível que enseje a
cobrança de taxa, mas ações com finalidades determinadas,
estabelecidas na própria Constituição Federal como situações a serem
custeadas mediante uma forma específica de tributação: a
contribuição.
Vejamos o que diz a CF/88 em seu art. 149:
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.”
Observamos que a CF autoriza a União, e somente ela, a instituir as
seguintes contribuições:
contribuições sociais;
contribuições de intervenção no domínio econômico
(CIDE); e
contribuições de interesse das categorias profissionais ou
econômicas.
Nessa linha, a partir do disposto no caput do art. 149, podemos
assinalar uma observação importante: a competência exclusiva da
Comentários
Alternativa A – Correta. A alternativa reproduz o disposto no art.
149, §2º, I, da Constituição, segundo o qual as contribuições sociais
e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as
receitas decorrentes de exportação.
Alternativa B – Errada. O Estado muitas vezes precisa regular
algum setor econômico e, quando assim o faz, geralmente atua de
duas formas: fiscalização ou atividades de fomento, como o
desenvolvimento de pesquisas em favor deste setor. É mais do que
óbvio que a receita arrecadada seja direcionada ao setor cuja
intervenção foi direcionada e não exclusivamente para ações e
serviços públicos de saúde e desenvolvimento do ensino como diz a
assertiva.
Comentários
Alternativa A – Errada. É justamente para cobrir o custo das
atividades de fomento que a União, exclusivamente, pode instituir a
contribuição de intervenção no domínio econômico, que recai, na
maioria das vezes, sobre aqueles que compõem o setor atingido.
Entretanto, o STF tem entendido que a contribuição pode ter a sua
base imponível alargada, atingindo mesmo aqueles que se encontram
fora do setor que sofreu a intervenção da União.
Alternativa B – Errada. Nos termos do art. 149, §2º, I, da
Constituição, as contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.
Alternativa C – Correta. Assim dispõe o art. 149, §2º, II, da CF/88.
Alternativa D – Errada. A Constituição Federal não exige a edição de
lei complementar para instituição das contribuições sociais. Tal
exigência apenas atinge as denominadas contribuições residuais,
previstas no art. 195, §4º, da Constituição Federal.
Comentários
Assertiva CORRETA. A CF define as contribuições corporativas como
tributo no art. 149. No entanto, a própria Lei Maior faz alusão a outra
contribuição no seu art. 8º, IV, definindo que a assembléia geral
fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei.
A contribuição prevista no art. 8º é aquela paga mensalmente pelos
filiados de um determinado sindicato. Esta, portanto, é uma
prestação voluntária, já que, conforme previsão do inciso V do
mesmo artigo, ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato.
Nesse sentido, a Súmula nº 666, do STF:
Súmula nº 666 – “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV
da Constituição só é exigível dos filiados do sindicato respectivo.
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A questão cobra conhecimento da jurisprudência do STJ.
“1. A OAB possui natureza de autarquia especial ou sui generis, pois,
mesmo incumbida de realizar serviço público, nos termos da lei que a
instituiu, não se inclui entre as demais autarquias federais típicas, já que
não busca realizar os fins da Administração. 2. Por conta da própria
natureza e das finalidades da instituição, as contribuições anuais que recebe
Comentários
Segundo a Corte Suprema, o serviço de iluminação pública não pode
ser considerado específico e divisível, a fim de ter o seu custeio
mediante taxa. Com isso, os Municípios perderam parcela da sua
arrecadação, não podendo mais instituir taxa para cobrir tal despesa.
Desse entendimento resultou a Súmula nº 670.
Ocorre que, com a Emenda Constitucional nº 30/2002, a CF passou a
autorizar a instituição de contribuição para custear esta despesa,
autorizando os Municípios e o DF a instituírem a contribuição para o
custeio da iluminação pública.
“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que
se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”
Gabarito: D.
Comentários
Essa questão foi baseada em uma importante decisão do STF acerca
da contribuição para o custeio da iluminação pública. Vejamos:
“CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE
ILUMINAÇÃO PÚBLICA – COSIP. ART. 149-A DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL... iii – Tributo de caráter sui
generis, que não se confunde com um imposto, porque sua
receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa,
por não exigir a contraprestação individualizada de um
serviço ao contribuinte.” (STF, Pleno, RE 573.675, Rel. Min RICARDO
LEWANDOWSKI, mar/09)
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A questão se reponde pela análise do art. 149, §2º, da Constituição
Federal:
“Art. 149. §2º. As contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico de que trata o caput deste artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de
exportação;
II – incidirão também sobre a importação de produtos
estrangeiros ou serviços;
III – poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta
ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor
aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.”
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Alternativa A - Errada. O fato gerador da contribuição de melhoria é
a valorização do imóvel, decorrente de obra pública. Logo, o tributo
apenas poderá ser exigido se houver a valorização, o que poderá ser
verificado apenas após a conclusão da obra. Dessa forma, não pode a
obra ser iniciada após a arrecadação da contribuição.
Alternativa B – Errada. A fixação de tarifa ou preço público, de outro
lado, independe de lei; não sendo tributo, não está sujeito às
limitações do poder de tributar.
Alternativa C – Errada. É exatamente pela exigência de uma ação
estatal que as taxas são tributos vinculados.
Alternativa D – Errada. Os impostos são tributos não vinculados,
vale dizer, seu fato gerador independe de qualquer ação estatal.
Alternativa E – Correta. Competência prevista no art. 149-A da
Constituição Federal.
Gabarito: E.