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CONFORTO AMBIENTAL E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ‐ ST.

 7 A 12

Associação de preferências versus 
iluminação ambiental por múltipla 
correspondência

autores e instituição:
Cintia Akemi TAMURA, UTFPR
Eduardo KRÜGER, UTFPR
André José Ribeiro GUIMARÃES, UFPR

agradecimentos:
‐ Características da iluminação ambiental variam conforme a fonte;

Iluminação Natural Iluminação Elétrica
Luz com espectro cromático dinâmico  Possui predominantemente valores 
(HECHT, 2012); estáticos de intensidade e cor;
Contextualização:

Exposição a esta variabilidade é essencial  Dependendo de suas características e 
em processos de regularização de  X tempo de exposição, podem causar 
diversas funções orgânicas, como a  diversas disfunções ‐ alterações no sono, 
sincronização circadiana (BOUBEKRI,  estados de humor, entre outros (HECHT, 
2008). 2012).

‐ Foco atual: valores de iluminância (lux) em superfícies de trabalho para a 
garantia da acuidade visual;

‐ Foco proposto pela CIE (2016): impactos não visuais da iluminação em 
humanos.  
“ É possível associar estatisticamente variáveis
Pergunta da pesquisa

objetivas de condições de iluminação ambiental


diversas com variáveis subjetivas relacionadas à
percepção lumínica de indivíduos ocupantes de uma

câmara climática giratória? ”


Levantar, descrever e associar estatisticamente
variáveis objetivas de condições de iluminação
ambiental diversas com variáveis subjetivas
Objetivos:

relacionadas à percepção lumínica de indivíduos


ocupantes de uma câmara climática giratória.
Etapas da pesquisa: 

1 ‐ Caracterização dos ambientes‐teste e configurações gerais; 

2 ‐ Descrição das variáveis monitoradas e instrumentos utilizados;
Metodologia:

3 – Execução da análise estatística; 

4 – Resultados;

5 ‐ Conclusões.
2.1 Caracterização do ambiente teste e configurações gerais
Câmara climática giratória LOBSTER, propriedade do Karlsruher Institut für Technologie, localizado em 
Karlsruhe, Alemanha (49°N, 8,5°E)
Metodologia:
2.1 Caracterização do ambiente teste e configurações gerais
Coleta de dados

‐ Período de inverno, primavera e 
verão de 2015;
‐ 12 dias de testes por estação (o 
mais próximo possível do solstício / 
Metodologia:

equinócios);
‐ Total de 36 dias de coleta;
‐ Três tipos de configuração de 
iluminação: 
‐ Equatorial – Eq ‐ fachada 
envidraçada a 200°/255°;
‐ Não equatorial – Neq ‐
fachada envidraçada a 335°;
‐ Elétrica – Elet – iluminação 
elétrica.
2.1 Caracterização do ambiente teste e configurações gerais
Configurações ambientais adotadas
Metodologia:
2.1 Caracterização do ambiente teste e configurações gerais
Protocolo de coleta

‐ Amostra: 16 estudantes alemães, homens.

‐ Permanência de cinco horas (8h00 – 13h, horário local), três dias a cada estação, com 9 dias de 
coleta / indivíduo;
Metodologia:

‐ Uso de vestimenta padrão: camiseta manga curta, jeans e tênis;

‐ Ingestão de alimentos controlada: águas, torradas e frutas, sem alimentos  estimulantes;

‐ Padronização do brilho dos monitores;

‐ Vetada a alteração nas configurações de iluminação pré‐definidas;

‐ Vetada a utilização de notebooks, smartphones e quaisquer outros equipamentos que emitam luz;

‐ Uso do toalete fora das câmaras – solicitada a utilização de óculos escuros com proteção UV, a fim 
de evitar diferenciações na intensidade da luz incidente à altura dos olhos.
2.2 Variáveis monitoradas e instrumentos utilizados
Variáveis Ambientais

‐ Iluminância (lux);

‐ Temperatura de Cor Correlata (TCC);
Metodologia:

‐ Espectrorradiômetro JETI modelo Specbos 1201;

‐ Sensores posicionados sobre a mesa, com sensor a 0,75m do solo;

‐ Frequência de registro: 5 / 5 min.
2.2 Variáveis monitoradas e instrumentos utilizados
Variáveis Subjetivas – Percepção do ambiente em função das condições 
de iluminação

‐ Questionário elaborado com base no EFI – Questionário para Avaliação de Situações de Luz 
(VANDAHL; MOOSMAN; FUNKE, 2016);
Metodologia:

‐ Questionário com 10 questões relacionadas à percepção do ambiente (escala Likert);

‐ Aplicado três vezes / dia de teste: 08h50, 10h30 e 12h30;

‐ Avalia preferências quanto à claridade, distribuição da luz e ofuscamento;

‐ No trabalho, focou‐se no quesito percepção lumínica do ambiente (9 questões).
2.2 Variáveis monitoradas e instrumentos utilizados
Variáveis Subjetivas – Percepção do ambiente em função das condições 
de iluminação
Metodologia:
2.3 Protocolo de Análise
‐ Teste de Shapiro‐Wilk (FIELD, 2009) indicou a não parametricidade dos dados coletados;

‐ Dada a natureza qualitativa das variáveis (expressam a percepção de indivíduos frente a diferentes 
configurações de iluminação, estação do ano e horários) optou‐se pela Análise de Correspondência 
Múltipla (ACM) para a avaliação dos dados;
Metodologia:

‐ ACM – técnica multivariada desenvolvida para analisar relações não lineares e dados com respostas 
categóricas;

‐ Principal objetivo: agrupar variáveis altamente associadas, resultando na redução do número de 
variáveis preditoras do modelo;

‐ Produzir a representação visual das relações entre as categorias das variáveis (MINGOTI, 2005).
2.3 Protocolo de Análise
Metodologia:
3.1 Resultados das variáveis ambientais

Equatorial (Lux) Não Equatorial (Lux) Elétrica (Lux)


4500 4500 4500
500 lux E (lux) 12h30 500 lux E (lux) 12h30 500 lux E (lux) 12h30
4000 4000 4000

3500 3500 3500

3000 3000 3000

Eméd (lux) 

Eméd (lux) 
Eméd (lux) 
Resultados:

2500 2500 2500

2000 2000 2000

1500 1500 1500

1000 1000 1000

500 500 500

0 0 0
3 5 8 10 15 16 20 23 27 28 33 34 3 5 8 10 15 16 20 23 27 28 33 34 2 4 9 12 14 18 21 22 25 29 32 36

Inverno Primavera Verão Inverno Primavera Verão Inverno Primavera Verão

Equatorial (K) Não Equatorial (K) Elétrica (K)


18000 18000 < 3000 Verm.(quente) >5200<5800 Branca 18000
< 3000 Verm.(quente) >5200<5800 Branca < 3000 Verm.(quente) >5200<5800 Branca
> 6000 Azul (fria) TCC (K) 12h30
16000 > 6000 Azul (fria) TCC (K) 12h30 16000 16000 > 6000 Azul (fria) TCC (K) 12h30

14000 14000 14000

12000 12000 12000


TCC (K) 

TCC (K) 

TCC (K) 
10000 10000 10000

8000 8000 8000

6000 6000 6000

4000 4000 4000

2000 2000 2000


1 6 7 11 13 17 19 24 26 30 31 35 3 5 8 10 15 16 20 23 27 28 33 34 2 4 9 12 14 18 21 22 25 29 32 36

Inverno Primavera Verão Inverno Primavera Verão Inverno Primavera Verão


3.2 Resultados ACM

‐ Avaliação da confiabilidade interna do questionário: Alfa e Cronbach: 0,60, valor aceitável em se 
tratando de escalas psicológicas, caso do questionário EFI;

‐ Chi‐quadrado entre relações com tipo de iluminação, estação do ano e avaliação de percepção 
Resultados:

da luz ambiental nos três períodos avaliados; todas foram calculadas; apresenta‐se somente as 
relações significativas (p<0,05);

‐ Excluiu‐se a questão Q9 (preferência quanto à distribuição de luz no ambiente), pois não 
apresentaram diferenciação entre si em nenhuma situação avaliada;

‐ Excluíram‐se também as questões Q1 (grau de bem‐estar do indivíduo) e Q3 (opinião sobre a 
vista da janela);

‐ Todas as análises foram executadas nos programas RStudio®  versão 1.0.153 e no SPSS Statistics
versão 22. Considerou‐se em todos os testes resultados com um nível de significância de 0,05.
3.2 Resultados ACM
Resultados:
3.2 Resultados ACM
‐ 1: associação entre luz equatorial (Eq) à um grau 
neutro de satisfação com a iluminação (Q2) e a 
preferência a valores significativamente maiores 
de iluminância do que o predominante, tanto no 
plano de trabalho (Q5) quanto no ambiente 
Resultados:

(Q7);

‐ 2: associação da luz natural não equatorial (Neq) 
à um alto grau de satisfação com a iluminação 
em geral (Q2), e preferência à manutenção das 
condições de iluminação, tanto no plano de 
trabalho (Q5) quanto no ambiente (Q7);

‐ 3: associação da luz elétrica a um alto grau de 
insatisfação com a iluminação ambiente (Q2), e 
à preferência por uma iluminação 
significativamente mais escura do que a 
presente.
Associação de preferências versus iluminação ambiental por 
múltipla correspondência

‐ ACM: 
‐ Correspondências estatisticamente significativas, dentro dos critérios adotados, somente 
para tipo de iluminação e preferências quanto a iluminação no horário das 10h30;
‐ A utilização da ACM para levantar associações entre preferências versus iluminação 
ambiental resultou na possibilidade de se avaliar visualmente as relações entre variáveis 
Conclusões

numéricas e categóricas;

‐ Iluminação natural foi a preferida, em detrimento à elétrica, ainda que a segunda tivesse valores 
de iluminância estáticos e próximos à faixa de conforto visual (500 lux para ambientes de 
escritório), conforme DIN 5034 (DEUTSCHES..., 1997);

‐ Resultados alinham‐se à literatura consultada, corroborando a preferência humana inata pela luz 
natural.
HECHT, J. Better than sunshine: see life in an improvement light. New Scientist, 06 jul. 2012.

BOUBEKRI, M. Daylighting, architecture and health. Routledge, 2008.

COMMISSION INTERNATIONALE DE L´ECLAIRAGE. CIE Research Strategy. Viena, ago. 2016. Disponível em: 
<http://www.cie.co.at/index.php/Research+Strategy>. Acesso em: 9 out. 2017.

VANDAHL, C.; MOOSMANN, C.; FUNKE, C. Uniform assessment of lighting situations with the LiTG
Question.(5th. ed.). Boston: Allyn and Bacon.

HADLOW, N.C.; BROWN, S.; WARDROP, R.; HENLEY, D. The effects of season, daylight saving and time of sunrise 
Referências:

on serum cortisol in a large population.  Chronobiology international, v.31, n.2, p. 243‐251, 2014.

WEBB, A.R. Considerations for lighting in the built environment: Non‐visual effects of light. Energy and Buildings, 
v.38, n.7, p.721‐727, 2006.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando SPSS. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 

FÁVERO, L. P.; BELFIORE, P.; SILVA, F. L. da; CHAN B. L. Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de 
decisões. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2009.

DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG. DIN V5031‐5100: Strahlungsphysik im optischen Bereich und Lichttechnik 
‐ Teil 100: Über das Auge vermittelte, nichtvisuelle Wirkung des Lichts auf den Menschen e Grössen, 
Formelzeichen und Wirkungsspektren. Berlin, 2009. 
• Autores: Cintia Akemi Tamura; Eduardo Krüger; André J. R. Guimarães
• Orientador: Prof. Dr. Eduardo Krüger
• Grupo de estudos: Arquitetura Bioclimática
• CNPq, CAPES
Créditos:

• cintiatamura@gmail.com
• ekruger@utfpr.edu.br;
• andrejrg@gmail.com

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