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Coimbra (FCTUC)
Antropologia - Evolução Social
2014/2015
Este tema tem uma elevada importância na medida em que ao estudar o comportamento
dos primatas não humanos, procura-se entender e encontrar o ponto de partida da
evolução humana.
Modelos das espécies vivas
Além dos modelos de primatas para os antepassados hominídeos, foi ocasionalmente
dito ser instrutivo estudar os carnívoros sociais, como por exemplo os leões.
Este modelo foi importante para encontrar semelhanças entre os carnívoros sociais
(leões, por exemplo) e os antigos ancestrais comuns e a forma como estes caçavam.
Babuíno da Savana
Uma espécie bastante diferente de todas as outras. Apesar de ser geneticamente menos
aparentada com os seres humanos, em relação a outros primatas, esta espécie foi
escolhida por partilhar um habitat semelhante ao dos primeiros hominíneos, a savana.
Os babuínos são cercopitecóides que vivem em grupos que podem atingir os 200
indivíduos, onde há uma relação de dominância nos machos. Existe um elevado
dimorfismo sexual e a sua organização social é multi-macho/multi-fêmea.
Babuíno Gelada
Theropithecus gelada)
(
Em 1970, o antropólogo Clifford Jolly propõe esta espécie. Esta teoria baseia-se no
estudo do comportamento alimentar deste babuíno, onde o objetivo era comparar o
Babuíno Gelada com os outros cercopitecóides.
Neste modelo podemos encontrar uma relação fundamental, a diferença de viver na
floresta e na savana.
Chimpanzé Comum
(Pan Troglodytes)
Sendo o primata que é mais parecido geneticamente com o ser humano, que realizava
algumas tarefas já um pouco avançadas, como a caça ou o uso de utensílios, o Pan
Troglodytes tinha obrigatoriamente de entrar modelo neste modelo de primatas.
Este modelo, segundo Richard Potts, apresentava algumas lacunas e cria-se uma
dicotomia entre o Pongídeo e o Humano. Como forma de exemplo, temos a comparação
entre a dentição dos pongídeos e humanos. Foi-se comparar a dentição de um
Australopithecus ao de um humano e as características do pongídeo (dentes posteriores
grandes, esmalte espesso, maxilares robustos) era totalmente diferente à do humano.
Bonobo
O Bonobo é a mais recente espécie a entrar neste modelo. Tendo sido proposto em 1978
por Zihlman, Cronin, Sarich e Cramer e mais tarde por Randall Susman, pois esta
espécie possui proporções similares às do Australopithecus afarensis e características
sociais únicas. O Pan paniscus apresenta uma organização social mais centrada nas
fêmeas, onde os membros dos grupos fazem uso do sexo como forma de reduzir as suas
tensões sociais.
o Postura ereta,
o Habilidade “inata” relativamente a atividades em meio aquático (nomeadamente
o mergulho),
o Volume cerebral três vezes superior ao considerado normal comparativamente a
primatas com o nosso tamanho corporal.
Modelo Filogenético
Este modelo foi concebido por Richard Wrangham e apresentado no final da década de
80. Neste modelo, o autor selecionou 14 características comportamentais em primatas e
procurou encontrar correspondência nestas, entre os seres humanos e as três espécies de
pongídeos africanos: os gorilas, os chimpanzés e os bonobo, de forma a tentar
encontrarem quais seriam a as que estavam presentes no ancestral comum.
Fig.1 Comparação das caraterísticas entra as espécies. (Lewin, 2005)
Estas inferências são segundo o autor, meramente uma base sobre a qual o
comportamento social dos primeiros hominíneos poderá ser construído.
Já o Homo Ergaster, este apresentaria uma dieta mais baseada à base de carne, tudo isto
porque havia uma enorme dispersão dos recursos alimentares mas existia uma maior
qualidade. Devido a esta alimentação da espécie, iria trazer alterações nesta, onde o
tamanho do crânio viria a aumentar.
Como testar os modelos?
Estes modelos apresentados centram-se em previsões acerca do passado, não podem, na
atualidade, ser observados e com isto surge como se testara estes modelos, para isso há
duas formas importantes, através do registo fóssil e da comparação do dimorfismo
sexual.
O registo fóssil fornece uma boa base para esse tipo de observações. Por exemplo, de
acordo com Lewin (1993), algumas das alterações relacionadas com o género Homo
têm por base uma mudança ecológica no sentido de recursos de melhor qualidade.
Assim sendo, os registos ecológicos e arqueológicos podem ser examinados com o
objetivo de obter evidências que comprovem esta afirmação e em que momento do
tempo ocorreu.
Conclusão
Atualmente não há um modelo no qual seja o mais indicado de forma a identificar o
nosso comportamento social.
Como podemos ver, são variados os modelos que há para analisar o nosso
comportamento humano, mas devido a alguns problemas ainda não será possível referir
que há uma modelo 100% explicativo acerca do nosso comportamento humano.
Bibliografia
Foley, R.A. 1996. An evolutionary and chronological framework for human social
behaviour. Proceedings of the British Academy 88: 95-117.