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O Gênero no Trabalho *
E ste texto p e rco rre um itin e rá rio dos c ateg o ria de t r a b a lh o 1 n a sociologia do
e stu d o s sobre o tra b a lh o fem in in o em suas trab a lh o ?
v á ria s p ro b lem áticas e abo rd ag en s, p riv i
legiando algum as e as d isc u tin d o à lu z dos
en fo q u es que ilu m in ara m a p ro d u ç ã o no 1. O Trabalho F em inino na Sociologia do
cam p o d a S ociologia e d a H istó ria Social Trabalho Brasileiro
B rasileira.
E m p rim e iro lugar, situ o os espaços do T alv ez em alg u m m om ento nos fin s da
tem a n a Sociologia do T ra b a lh o relacio- d écad a de 70 e início dos anos 80 tivesse
nando-o às p ro b lem ática s do m in an tes. Em sid o possível a firm a r q u e h a v ia no Brasil
segundo lu g ar, tra to de re co n stitu ir as c o n u m d e b ate po lítico e c u ltu ra l in te n so sobre
figurações e p ro b lem ática s nos estudos o tem a do tra b a lh o fem in in o e a té m esm o
so b re trab a lh o fem in in o e trab a lh a d o ra s, q u e, se a p ro d u ç ão sociológica não era
na sua p a rtic u la rid a d e ou nas relações com im p a c ta n te no co n ju n to d a disciplina, pelo
as ab o rd ag e n s da S ociologia do T ra b a lh o m enos p o d e ria ser c o n sid era d a pro m is
e d a H istó ria Social, a sa b e r: (a) do desen sora. 2
v olvim ento e m o d ern ização à divisão se M as, se nem do p o n to de vista q u a n ti
x ual do tra b a lh o ; (b) divisão sexual do tativ o a p ro d u ç ã o sociológica so b re tra b a
tra b a lh o : q u alificação , c a rre ira s e su b jetiv i lho fem in in o se m u ltip lic o u , com o no caso
d a d e; (c) trab a lh o s do g ê n ero n a sociolo de o u tro s países, do p o n to d e v ista q u a li
gia do trab a lh o . tativ o aconteceu a q u i o m esm o p roblem a
C ada u m a destas três v e rte n te s im plica d iag n o stic ad o p o r B. B ecalli: “a variável
q u estõ es e e n fo q u es p ró p rio s ou a rtic u la sexo n ã o tem u m e statu to c en tra l n a socio
dos u n s aos o u tro s. T ra to d e d isc u tir pelo logia do tra b a lh o ” , 3 e n e m o tem ta m
m enos alguns, sem p re te n d e r um lev a n ta pouco p a ra a eco n o m ia do tra b a lh o , o que
m ento extensivo. P a ra c o n clu ir, volto a tam b é m o c o rre na Itália c o n fo rm e o m esm o
u m a qu estão : o g ênero será m esm o um a diagnóstico.
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b) D ivisão S e x u a l d o Trabalho: as m eta e m p reg ad o s de m ão-de-obra fem in in a ou
m o rfo ses d e u m a p roblem ática m asculina. P o r o u tro lad o as tra je tó ria s p ro
fissionais se a rticu la m d ifere n te m en te com
A s p e sq u isas so b re o tra b a lh o fem in in o qualificaçõ es, p a r a o o e rário s e op erárias.
a rticu la d as à d in âm ica do m ercado de tr a E stas ten d e m a v o lta r ao tra b a lh o in d u s
b a lh o a p o n ta ra m a segregaçãç o cu p ac io n a l tria l, pa ssa d a a crise, n a ra z ã o d ireta de
— os g ra n d es “ guetos o c u p ac io n a is” da sua q u alificação . P o r o u tro la d o , os e stu
m ão-de-obra fe m in in a .18 E ste p ro b lem a se dos d a re p a rtiç ã o d o s postos d e tra b a lh o
vê re fo rç a d o pelas teses so b re a segm enta e das qu alificaçõ es m ascu lin as e fem ininas
ção do m ercad o d e tra b a lh o q u e incluiu m o stram q u e “o c o n ju n to d a m ão-de-obra
as m u lh e res n o s g ru p o s d e m ão-de-obra fem in in a n ã o e stá m arc ad o p e la p recarie
se c u n d ária — c ara cte riz ad o s p e la in stab ili d a d e e a in sta b ilid a d e e q u e as teo rias de
d a d e, baixos sa lário s e d e sq u a lific a ç ã o .19 seg m en tação a o a n alisare m a ocu p ação
O s e stu d o s so b re m ercad o d e trab a lh o fem in in a sob reestim am os m ecanism os de
incluem a v a riá v e l fem in in a, m as só aque- m erc ad o e subestim am as fo rm as d e segre
las(es) m ais p a rtic u la rm e n te p re o cu p a d as gação no processo d e tra b a lh o ” . 21
(os) com o tra b a lh o fe m in in o v ã o se in te r P a ra le la m en te , o q u e stio n a m en to e a re
ro g a r m ais d e tid a m e n te sobre a relação d efin ição d a s q u a lifica çõ e s — q u e se to r
se x o /m e rc a d o . n a rá um a q u e stã o c en tra l p a ra a sociolo
P o r o u tro lad o , n o c o n te x to d a Sociolo g ia do tra b a lh o face às m u d an ç as tecno
gia do T ra b a lh o b ra sile ira se desenvolve lógicas no pro cesso d e tra b a lh o , está igual
no início d o s anos 80 a p esquisa so b re p ro m en te su scitad o p e la divisão sexual do tra
cesso de tra b a lh o , e o rg an ização d o tra b a b a lh o ao a p o n ta r os c ritério s de qu alifi
lho fa b ril. N ão se tra ta a q u i de a n a lisa r cação m asculinos e fem in in o s — “os tale n
em d e ta lh e co m o este n ú c le o d u ro da so tos das m u lh e res e a q u a lifica çã o dos
ciologia do tra b a lh o se co n stitu i e se e x h o m en s” . O u tro tem a fo rte d a sociologia
p a n d e , as in flu ê n cia s e tra je tó ria s d e sua do tra b a lh o — as estratégias d a gestão
co n stitu içã o com o c am p o d e pesquisa. O a p o n ta m as d ifere n cia çõ e s e n tre m ecanis
c e rto é q u e p a ssa a se r u m a tem á tica im m o s d e stin a d o s a u m a m ão-de-obra m asculi
p o rta n te e o n d e os estu d o s so b re o tra b a n a e fe m inina: a im p o rtâ n c ia d iferen ciad a
lho fem in in o fa b ril e n co n tram um espaço. da fo rm aç ão d e m ão-de-obra, d o s in cen ti
A ten ta çã o p o sitiv ista sem p re p o d e suge vos sociais, d a e stab ilid a d e q u a n d o dirigi
rir que um a vez d e n tro d a fá b ric a e d ian te dos a o p e rário s ou o p e rárias.
da diferenciação en tre operárias e o p e rá M as m u ito m ais do q u e as prccisões p o n
rios, p esq u isad o res(as) fo ram levados(as) a tuais que a p ro b lem atiza ç ão em term os de
p ro b le m a tiz a r esta d iferen ciação , m as os divisão sexual d o tra b a lh o p e rm itiu p a ra
m u ito s exem plos em q u e o sexo dos(as) a an álise em p írica n a s p esq u isas n a socio
o p erário s(as) p e rm a n ec e o c u lto afasta m a logia do tra b a lh o , parece-m e fu n d a m e n ta l
ilu são p o sitiv ista . N a v e rd a d e , fo ram m u ito a p ro b lem atiza ç ão d a s q u alificaçõ es, das
m ais as(os) p e sq u isa d o ras(e s) que já e stu d a tra je tó ria s o cu p ac io n a is e d a s fo rm as de
vam o tra b a lh o fe m in in o que p ro b lem ati- g estão com o co n stru çõ e s h istó ric a s e sociais
z a ra m a div isão sexual do tra b a lh o na com o a p o n ta v a m os p rim eiro s tra b a lh o s de
f á b ric a .20 R u th M ilk m an , a o e stu d a r a in d ú stria elé
O s a p o rte s teó rico s m ais im ed iato s in ci trica e au to m o b ilística . É c erto , no e n ta n to
dem no q u e stio n a m e n to d a s teo rias do q u e p a rte d a p ro d u ç ã o , esp ecialm en te b ra
ex ército in d u stria l d e reserv a e d a segm en sileira que p ro b le m a tiz o u a d iv isão sexual
tação do m erc ad o d e tra b a lh o , n o e stu d o do tra b a lh o , o fez a in d a re la cio n a n d o d ivi
são sexua! d o trabalho e p a tria rc a d o .22 A
d a s q u a lifica çõ e s e d a gestão d a m ão-de-
fo rm u la çã o do p a tria rc a d o , m esm o relati-
o b ra . A s pesquisas d e H ira ta & H u m p h re y
v izad a p elas d iferen ciaçõ es h istó ric a s, p e r
so b re as tra je tó ria s p rofissionais o p e rárias
m an ece n o q u a d ro de referên cias a um a
no p e río d o d a crise d e 1981 a 1983 e a re to
e stru tu ra d e te rm in a n te , fu n d a d a n a s bases
m ad a eco n ô m ica após o P la n o C ru z ad o m ate ria is. D e u m a c erta fo rm a , o p a tria r
p erm itiram re la c io n a r divisão sexual do tra c ad o fu n d a a d iv isão sexual d o tra b a lh o e
balho e d in âm ica d o m ercado d e tra b a lh o é p o r sua vez fu n d a d o n a s b ases m ate
conclu in d o q u e as o p e rá ria s não são sim riais d a sociedade. O u , o q u e m e p arece
plesm ente su b stitu íd a s p o r o p e rário s, nem seguir u m ra cio cín io se m elh an te: as rela
estes p o r a q u elas. A div isão sexual do tra ções sociais o rg a n iz am as divisões d a socie
b a lh o ten d e a p re se rv a r o e q u ilíb rio e n tre d ad e e a divisão sexual d o tra b a lh o é um
em p reg o fem in in o e m asculino, c o n fo rm e a locus fu n d a m e n ta l das relações e n tre os
dinâm ica d e em p re g o d o s d istin to s setores sexos. A h isto ric id ad e d a divisão sexual do
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tra b a lh o e seu c o n te ú d o de c o n stru çã o C y n th ia C o k b u rn , “ re m e te n d o talv e z m ais
c u ltu ra l m e parecem a q u i p e rd id o s n a m e pre cisa m e n te a o p e rc u rso d a p ro d u ç ão
d id a em que se restab elecem relações de anglo-saxônia, u m a vez q u e o p e rcu rso
d e te rm in a çã o e stru tu ra l. C om o a p o n ta d a p ro d u ç ã o fran c e sa , p o r exem p lo , p assa
S heila R o w b o th a n , a p a la v ra “ p a tria rc a d o ” talvez m ais p elas fo rm u la çõ e s da psicopa-
c o lo ca m u ito s pro b lem as: re m e íe a u m a tologia do trabalho. N ã o existem á reas
form a u n iv ersal e h istó ric a d e opressão, se p a ra d a s in stitu c io n a lm e n te d a v id a social
com fo rtes m arcas biolo g izan tes ou a in d a nas q u a is as fo rm as d e c o n sciên cia se cons
p ro d u z “ um m o d elo fem in ista d e base-su- titu e m : m en ta lid ad e s e su b je tiv id ad e s se
p e re s tru tu ra ”, u m a e stru tu ra fix a, e n q u a n form am e se expressam em c ad a esfera dã
to q u e as relações e n tre h o m en s e m u lh e e x istê n c ia ” — in clu siv e no tra b a lh o e,
res sã o ta n to m u tá v e is q u a n to fazem p a rte inclusive, n o tra b a lh o tecnológico. 25
d e h e ra n ç a s c u ltu ra is e in stitu c io n a is, im V ários c am in h o s a p o n ta m p a ra as fo r
p licam re cip ro c id a d e s ta n to q u a n to a n ta m as h istó ricas e c u ltu ra is d a s relaçõ es de
gonism os. 23 tra b a lh o , e m ais a in d a p a ra a relação de
C om o co n ce ito p e rtin e n te p a ra p e n sa r tra b a lh o com o in te raç ã o q u e en v o lv e su b
as re la çõ e s no tra b a lh o — q u e são um jetiv id a d es. O gênero é u m a das d im e n
a sp ecto das relações sociais e n tre hom ens sões d e stas su b je tiv id ad e s. Q u a n d o a re la
e m u lh eres, a divisão sexual do tra b a lh o ção d e tra b a lh o se c rista liz a ou se u n iv e r
n ã o esgota a p ro b lem ática destas relaçõ es, saliza — a s e stratég ia s e m p re sa ria is e as
n a m ed id a em q u e elas co m p o rtam cons p rá tic a s d e tra b a lh o tornam -se efeito s de
truções c u ltu rais e histó ricas, in te rd e p e n lógicas a b stra ta s a p e n a s a d je tiv a d a s pela
d entes e c o m p le m e n ta re s. A s relações e n tre v id a q u o tid ia n a .
h o m en s e m u lh e res sã o v iv id as e p en sad as M as se o tra b a lh o d e ix a d e ser um a o p e
e n q u a n to relações e n tre o q u e é d e fin id o ra çã o física q u e en v o lv e u m a “ fo rç a de
com o m ascu lin o e fem in in o — os gêneros. tra b a lh o e se to rn a u m a p rá tic a c o m u n i
N este sen tid o a d iv isão sexual do tra b a lh o c ativ a, nem os gestos, nem a linguagem da
é u m dos m u ito s Iocus d a s relações d e gê gestão e d as(o s) trab a lh a d o ra s(es) p o d e ser
n ero. P o r q u e o uso do g ênero com o c a te g en eralizad a. E a gesíão m esm o c o m p re en
goria a n a lític a ? P o rq u e ju stam e n te cons d e isto q u a n d o tra b a lh a c ad a vez m ais com
trói a o m esm o tem p o u m a re la çã o s o c ia l/ linguagens in d iv id u a liz ad a s, q u a n d o apela
sim b ó lica sem estab e le c er u m a m ecânica de à p a rtic ip a ç ã o ” . O g ênero a p o n ta então
d e te rm in a ç ã o .24 p a ra esta no v a q u e stã o q u e persegue a
D e fato, a p ro b lem ática d a D ivisão S e sociologia do tra b a lh o ; a re d e fin iç ã o da
xual do T ra b a lh o se a rticu la com a c ate p ró p ria relação (ou m elh o r, in teração ) do
go ria g ê n ero e a b re e sp a ço p a ra se p en sar tr a b a lh o .20
as n o v as q u estõ es q u e p re o cu p a m a socio A qui se colocam v á ria s q u estõ es re la
logia d o trabalho: as “m e ta m o rfo se s” do tivas à fo rm a çã o d e coletivos e à possi
tra b a lh o e o seu q u e stio n a m en to , a su b b ilid a d e d e p rá tica s coletivas. T ra d ic io n a l
jetiv id a d e no trab a lh o , e as id e n tid a d e s no m en te se a p o n ta m as d ific u ld ad e s d e ações
tra b a lh o , o p ro b lem a d e ig u ald a d e e d ife coletivas e n tre as tra b a lh a d o ra s — seja
renças e as fo rm as c o n te m p o râ n e as da n o s estu d o s de greves, seja nos estu d o s
gestão e d e p o lítica s sociais. d e caso. A s p rá tic a s coletivas são pois
m esm o q u e in v o lu n ta ria m e n te sexualizadas.
c) O s T ra b a lh o s do G ênero na Sociologia assim com o as relações com a tecnologia
d o T rabalho ou com a fo rm aç ão pro fissio n al ou com
as carreiras.
A c ateg o ria n ã o é p ró p ria da sociologia A q u i, n o v a m e n te, m ais além d a descri
do tra b a lh o . P a ra ch eg a r a e la, seja-m e per ção em p írica d a s diferen ças, abre-se o ca
m itid o p e rc o rre r um cam in h o d u p lam e n te m in h o p a ra u m a p ro b lem atiza ç ão de d ife
h e tero d o x o — ao cam p o d a sociologia do re n ça s e iguald ad es.
tra b a lh o e a um c o n ju n to d e conceitos. Se as relações com o tra b a lh o e com o
P o r um lad o o conceito re m e te à cons em prego são d ifere n te s e n tre h o m en s e
tru çã o de significados c u ltu rais. N o cam po m u lh e res, isto significa q u e se devem cris
específico d a s relações d e tra b a lh o , estes ta liz a r c a rre ira s d ifere n te s, m esm o que
sig n ificad o s fo ram c o n stru íd o s na m u ltip li p a ralela s em term o s d e q u alificaçõ es, pos
cação dos estu d o s d a h istó ria social e dos tos, sa lário s, pro m o çõ es? O s e stu d o s de
e stu d o s d e c u ltu ra . F o ram estes estudos caso a p o n ta m e sta com o a so lu ção m ais
q u e g eraram u m a n o v a linguagem para fr e q ü e n te .27 P o r o u tro lad o , n o co n tex to
fa la r d a su b je tiv id ad e n o tra b a lh o , a p o n ta b ra sile iro , a p ro b le m á tic a d a igualdade,
11
d ife re n ç a n o tra b a lh o , é a in d a q u a se um a p resen tes n o m u n d o do tra b a lh o . M as, o b
re fe rê n cia te ó ric a , a tu a liz ad a a p en as no se rv a B ianca B ecalli: “ a idéia d e q u e a
tem a d a d ifere n cia çã o pela legislação do id en tid ad e co letiv a fem in in a p ossa se r um
tra b a lh o so b re a m a te rn id a d e e so b re a a sp ecto sig n ificativ o da id e n tid a d e d e clas
a p o se n ta d o ria . Q u a n d o é n ecessário con se p e rm a n ec e em g e ral a u se n te do d e b ate
te m p la r d ifere n ça s e n tre tra b a lh a d o re s e p o lítico o u d a in vestigação dos e stu d io so s”.
tra b a lh a d o ra s, q u a n d o é necessário e v ita r C y n th ia C o k b u rn , p o r su a vez, a v a n ç a a
crista liz aç ão d e d iferen ças que criem situ a h ip ó te se d e q u e “ a lu ta em q u e m uitas
ções d e d e sig u a ld a d e ? A ten d ên cia de um a m u lh eres e stão h o je engajadas b u scando
legislação p ro te to ra das m u lh e res tra b a lh a o b te r c o m p etên cia téc n ica n a ciên cia, na
do ras, e sp e cialm en te no q u e d iz respeito e n g en h a ria , n a s salas d e a u la o u n o s locais
à m a te rn id a d e é e n ra iz a d a na legislação d e trab a lh o é u m a lu ta m u ito m ais ‘pela
tra b a lh is ta b ra sile ira e am b ig u am en te, a d e sm ascu lim z aç áo ’ d o q u e p e la q u a lifica
p o ssib ilid a d e d a a p o se n ta d o ria m ais cedo ç ã o ”, 28
reforça esta proteção m esm o se sob o a rg u O q u e o c o rre é q u e tra b a lh a m o s ain d a,
m en to ju sto do re co n h e cim en to d a “ d u p la e especialm ente n a S ociologia d o T ra b a lh o
jo rn a d a ” das m u lh eres. b rasileira com con ceito s fu n d a d o s em re
O gênero fo rn ece a q u i os c ritério s p a ra lações e stru tu ra is o n d e as rep resen taçõ es
a d efinição d e p o lítica s sociais ta n to q u a n sim bólicas, as linguagens são n e u tra s: as
to p a ra as e stratég ia s d e gestão e o rgani linguagens d e classe com o as linguagens
zaç ão do tra b a lh o m esm o se a d iferen ça d o trab a lh o .
de g ênero n ã o e stá e x p lic itad a n o s d isc u r M as, se chegarm os a c o n ce itu a r as lin
sos. Logo, a n o ç ão d e gênero re m e te ao guagens do tra b a lh o , talvez o gênero, p o r
discu rso so b re o m ascu lin o e o fem inino, defin ição , ten h a fin alm en te u m lu g a r na
n aq u ilo que p a re c ia se r ex clu siv am en te um a sociologia d a q u ilo q u e v irá a se r o tra b a
re la ç ã o té c n ic o /o rg a m z a tiv a . N e ste se n tid o lho n a so cied ad e b ra sile ira .
o u so do g ênero n a sociologia d o tra b a lh o
coincide com a p ro b lem atiza ç ão das sub- (R e c e b id o para publicação
jetiv id a d es e tam bém com as id en tid ad e s e m o u tu b ro d e 1990)
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