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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 29.486/2015........................................)
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o guarda mancebo da popa foi todo arrancado e o espelho da popa perdeu cerca de 10 cm
da fibra e da madeira.
III) é possível responsável direto a condutora do veleiro “FIDDLER”,
tripulante Hannah Jane Sutton, por não ter adotado as medidas adicionais necessárias
como passar a utilizar a propulsão motora e manter uma vigilância permanente e eficaz
da proa do veleiro, como forma de evitar ou reduzir as consequências de um
abalroamento e responsável indireto o proprietário e Comandante e proprietário, Kirk
Douglas Hillard, por não ter instruído adequadamente os seus tripulantes sobre os
procedimentos que deveriam ser adotados, quando da ocorrência de situações
emergenciais.
Assim a condutora e o proprietário e Comandante do veleiro “FIDDLER”
infringiram o disposto no parágrafo II, do art. 8º, da Lei nº 9.537 de 11 de dezembro de
1997 - Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário em Águas Jurisdicionais Brasileiros
(LESTA), item IV, do art. 23, do Decreto nº 2.596, de 18 de maio de 1998 - Regulamento
da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário em Águas Jurisdicionais Brasileiros
(RLESTA), e o contido nas Regras 5, 6, 7, 8, 16 e Item b da Regra 18 do Regulamento
Internacional para Evitar Abalroamento no Mar (RIPEAM).
A Procuradoria Especial da Marinha - PEM, ofereceu representação em face
dos indiciados, com fulcro no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54.
Citados os representados foram defendidos pela DPU sob o argumento da
negativa geral.
Na fase de instrução, nenhuma prova foi produzida.
Em alegações finais, manifestaram-se as partes.
É o relatório.
De tudo o que consta nos presentes autos, verifica-se que o acidente da
navegação decorreu de erro de manobra dos representados.
Tal processo é de fácil solução, visto que o comandante representado, em seu
depoimento afirmou que “houve falta de vigilância por parte de quem estava na condução
e que a Sra. Hannah não tem muita experiência pelo fato de ter feito dois meses de
treinamento desde a África do Sul e estava confiante com o seu desempenho”.
Ora, diante do fato do Veleiro estar fundeado, o tempo e mar bom e não
haver qualquer restrição de manobra no Veleiro, fica indubitavelmente demonstrado a
imperícia dos condutores representados que devem ser responsabilizados pelo acidente,
como concluíram a perícia, o relatório do inquérito e demonstraram o conjunto
probatório.
Diante do exposto, deve ser julgada integralmente procedente a
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representação.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: abalroação entre veleiro e saveiro, com
danos materiais; b) quanto à causa determinante: erro de manobra; e c) decisão: julgar o
acidente da navegação como decorrente da imperícia e imprudência dos representados,
condenando cada um à pena de multa de R$ l.000,00 (mil reais), e ao pagamento das
custas divididas, na forma dos artigos 14, alínea “a” e 121, inciso VII, da Lei n° 2.180/54.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 26 de julho de 2018.
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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2018.12.14 14:35:52 -02'00'