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A família e o dinheiro

Antonio C. Barroon/0 comentários

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Neste Sermão vamos aprender sobre a família e o dinheiro.

Texto Referência: Mt 6.19-21; Lucas 12.15

Se você pudesse escolher seu salário, quanto gostaria de ganhar? Por quê? As finanças
exercem papel de carras¬co em sua vida? Na Bíblia, há 39 parábolas contadas por Jesus. Dentre
elas, 26 tratam a respeito de como lidar com dinheiro, ri¬quezas, ou posses. Dos 111 versículos
do Sermão do Monte, 28 mencionam algo sobre dinheiro. Estima-se que há mais de 2.000
versículos na Bíblia sobre dinheiro e posses. Compare: há 500 versículos sobre oração, menos
de 500 sobre fé. Vemos, as¬sim, que a Bíblia apresenta muitos ensinos sobre “dinheiro”. O que
isso sugere para você? Pelo menos que o tema é importante e merece sua atenção.

1. Ensino bíblico sobre o dinheiro

O ensino bíblico sobre dinheiro apresenta aspectos que parecem contraditórios, mas que são,
na verdade, complementares.

1. 1 A face sombria do dinheiro

Essa face diz respeito “à maneira pela qual o dinheiro pode cons¬tituir uma ameaça a nosso
relacionamento com Deus quanto à crítica radical da riqueza que tantas vezes encontramos nas
palavras de Jesus”

Vejamos algumas advertências bíblicas sobre a face sombria do dinheiro:

a. “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra” (Mt 6.19);

b. “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de
Deus” (Mt 19.24);

c. “mas ai de vós, os ricos! ” (Lc 6.24);

d. “tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza” (Lc 12.15);

e. “vendei os vossos bens e dai esmola” (Lc 12.33);

f. “não podeis servir a Deus e às riquezas” (Lc 16.13);

A Bíblia tem muito a nos dizer sobre os perigos do dinheiro. Segundo Richard Foster, existem
razões que nos levam a ter medo quando o assunto é dinheiro.

Podemos temer ficar sem dinheiro porque nossos pais não tiveram o suficiente. Podemos
temer o fracasso.

Podemos temer o sucesso. Nossos pais podem ter sentido ansiedades a respeito do dinheiro as
quais tornamos nossas também.

Sem diminuir a importância desses questionamentos, basta-nos saber que, à medida que
seguimos os conselhos de Deus, expressos em Sua Palavra, nossos temores se vão.

1.2 A face luminosa do dinheiro


Graças a Deus, a Bíblia não trata apenas da face sombria do dinheiro, ela também destaca sua
face luminosa, “a forma como o dinheiro pode ser usado para intensificar nosso
relacionamen¬to com Deus e beneficiar a humanidade”.

Vejamos algumas situações em que fica evidente a face luminosa do dinheiro:

a. quando Zaqueu se converteu e decidiu abrir mão de seu deus Mamom, Jesus disse: “Hoje,
houve salvação nesta casa” (Lc 19.9);

b. o bom samaritano usou dinheiro com generosidade e serviu como exemplo para o reino de
Deus (Lc 10.30-37);

c. Jesus permitiu que mulheres de posses sustentassem seu ministério; comeu com ricos;
participou da suntuosa boda em Caná (Lc 8.1-3; 11.37; 14.1; Jo 2.1);

d. o apóstolo Paulo disse ter aprendido a viver contente na escassez e na abundância (Fp 4.10-
12).

1.3 As distorções do ensino bíblico sobre o dinheiro

Os dois aspectos a seguir mostram distorções sobre o uso do dinheiro:

a. O dinheiro é visto como sinal da bênção de Deus na vida de alguém, e consequentemente, a


falta dele é sinal de que Deus não está satisfeito com a pessoa. A ideia de que o crente deve ser
rico tem levado muitas igrejas a oferecer receitas instantâneas para conseguir riquezas. A
deturpação quanto à generosidade de Deus despreza o princípio bíblico de que “uma vida
financeira equilibrada busca a satisfação no necessário de Deus!” (Pv 30.8-9).

b. O dinheiro é visto como neutro e despersonalizado.

Essa interpretação trata o dinheiro apenas como meio de troca. O dinheiro é para ser usado,
administrado e colocado a serviço de Deus. O dinheiro não é apenas um meio neutro de troca,
mas uma potestade que tem vida própria. Sobre esse assunto, a lição 3 trará mais detalhes.

Considerando o que vimos até aqui, como você avalia o uso do seu dinheiro? Você entende
quão perigoso é usar mal o dinheiro que Deus lhe confia?

2. O perigo da idolatria ao dinheiro

O ensino bíblico a respeito de dinheiro somente faz sentido quando enxergamos o dinheiro no
contexto dos “principados e potestades”. O Novo Testamento usa termos como “visíveis”,
“invisíveis”, “potestades”, “tronos”, “soberanias”, “autoridades”, para descrever certos aspectos
do âmbito do invisível (Cl 1.16). Devido ao pecado, essas potestades perderam o
relacionamento adequado projetado na cria¬ção pelo Senhor. Elas caíram e estão em estado
de revolta contra o Criador. E é por isso que trazem consigo grande confusão.

Foster afirma que “o dinheiro é uma dessas potestades”. Quando Jesus usa o termo aramaico
mamon para referir-se às “riquezas”, está conferindo a elas natureza pessoal e espiritual,
personi¬ficando Mamom como um deus rival (Mt 6.24). Ao dizer isso, Jesus deixa claro que o
dinheiro não é um meio impessoal de troca. Ele não é algo moralmente neutro, um recurso a
ser usado de maneiras boas ou más, dependendo unicamente de nossa atitude para com ele.
Mamom é um poder que busca dominar-nos.
O dinheiro é um agente ativo; é uma lei por si mesmo; e é capaz de inspirar devoção. Tal
capacidade faz sobressair o seu lado sombrio. É a realidade espiritual por trás dele que
desejamos negar tão vigorosamente! Mamom pede nossa devoção de uma forma que extrai de
nosso ser toda reserva de bondade. É por isso que grande parte dos ensinamentos de Jesus
referentes à riqueza tem natureza evangelística.

Leia Mateus 19.21. Se salvação não é pelas obras, por que Jesus faz essa exigência ao jovem
rico? A resposta é: Jesus sabia que a riqueza daquele jovem era um deus rival, que buscava a
dedicação completa do rapaz. Para Cristo, o dinheiro é um ídolo a quem precisamos dar as
costas a fim de que não nos convertamos a ele.

a. Faça uma autoavaliação:

– Você está buscando qual carreira profissional? Por quê?

– Você quer trocar seu celular, carro, roupa? Por quê?

– Você acha que uma pessoa é poderosa quando? Não é quando você vê a marca das roupas
que usa, o modelo do carro que possui, o endereço da residência, os bens adquiridos? Por que
classi¬ficamos as pessoas dessa maneira?

b. Leia 1Coríntios 10.31 e 2Coríntios 3.18. Qual é o propósito de nossa vida? O modo como
lidamos com os bens materiais vai colocar em evidência em quem depositamos nossa
confiança – em Deus ou em Mamom.

c. Leia 1Timóteo 6.10: “o amor do dinheiro é a raiz de todos os males”.

Quem idolatra o dinheiro é capaz de qualquer coisa para consegui-lo e não perdê-lo.

Quanto o desejo pela riqueza controla você?

3. A vitória sobre a face sombria do dinheiro

Ao aplicar a questão da face sombria do dinheiro, Richard Foster responde, com sete
suges¬tões, como pode o deus Mamom ser subjugado:

3.1 – Sentimentos – Entremos em contato com nossos sentimentos acerca do dinheiro. É


comum ter medo de possuir muito pouco ou demais. Deixe que o Espírito Santo o ajude a lidar
com isso por meio das Escrituras. Busque conselhos bíblicos.

3.2 – Prosperidade – Deixemos de negar nossa prosperidade por um ato consciente de


vontade. Não se compare a outros indivíduos, mas confronte-se à luz de toda a humanidade.
Afaste-se de confusões e admi-nistre sua prosperidade para glória de Deus, tenha ela o
tamanho que tiver.

3.3 – Confiança – Descubramos outra pessoa que esteja ao nosso lado na luta em nossa relação
com o dinhei¬ro. O isolamento pode provocar distorções sobre o uso do dinheiro, por isso,
busque pessoas em quem possa confiar.

3.4 – Altruísmo – Descubramos maneiras de nos manter em contato com as pessoas menos
favorecidas. Olhe para as necessidades de outros com os olhos deles e não com os seus. Isso o
manterá sensível a eles e lhe dará criatividade para ajudá-los.
3.5 – Renúncia – Experimentemos o significado da renúncia mais profunda. A principal lição
bíblica sobre renúncia é que nada nos pertence apesar de estar tudo à nossa disposição,
portanto, viva reconhe¬cendo Deus como dono de tudo que você tem (1Cr 29.10-13).

3.6 – Doação – Estejamos prontos a doar com coração alegre e generoso. O ato de nos
desprender do di¬nheiro faz algo dentro de nós – liberta-nos do poder da cobiça. Você já havia
considerado pontos tão importantes como os mencionados nesse tópico? Quais das sugestões
apresentadas você já praticava e quais nunca praticou? Pense em como vai mudar nas áreas
das quais antes não estava cuidando.

Conclusão:

Jesus ensinou no sermão do monte: “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”
(Mt 6.21).

Se você é solteiro e ainda depende de seus pais;

É solteiro e começou a ganhar seu próprio dinheiro, mas ainda não conseguiu administrá-lo
bem;

Se você ainda não escolheu uma profissão;

Se está definindo sua vocação;

Seja qual for seu caso, use esta lição para definir qual é a influência que o dinheiro terá em sua
vida. Quem será seu deus?

Glorifique a Deus por meio da sua prosperidade. Lembre-se das palavras de Jesus ao jovem
rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu;
depois, vem e segue-me” (Mt 19.21).

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