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Se você pudesse escolher seu salário, quanto gostaria de ganhar? Por quê? As finanças
exercem papel de carras¬co em sua vida? Na Bíblia, há 39 parábolas contadas por Jesus. Dentre
elas, 26 tratam a respeito de como lidar com dinheiro, ri¬quezas, ou posses. Dos 111 versículos
do Sermão do Monte, 28 mencionam algo sobre dinheiro. Estima-se que há mais de 2.000
versículos na Bíblia sobre dinheiro e posses. Compare: há 500 versículos sobre oração, menos
de 500 sobre fé. Vemos, as¬sim, que a Bíblia apresenta muitos ensinos sobre “dinheiro”. O que
isso sugere para você? Pelo menos que o tema é importante e merece sua atenção.
O ensino bíblico sobre dinheiro apresenta aspectos que parecem contraditórios, mas que são,
na verdade, complementares.
Essa face diz respeito “à maneira pela qual o dinheiro pode cons¬tituir uma ameaça a nosso
relacionamento com Deus quanto à crítica radical da riqueza que tantas vezes encontramos nas
palavras de Jesus”
a. “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra” (Mt 6.19);
b. “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de
Deus” (Mt 19.24);
A Bíblia tem muito a nos dizer sobre os perigos do dinheiro. Segundo Richard Foster, existem
razões que nos levam a ter medo quando o assunto é dinheiro.
Podemos temer ficar sem dinheiro porque nossos pais não tiveram o suficiente. Podemos
temer o fracasso.
Podemos temer o sucesso. Nossos pais podem ter sentido ansiedades a respeito do dinheiro as
quais tornamos nossas também.
Sem diminuir a importância desses questionamentos, basta-nos saber que, à medida que
seguimos os conselhos de Deus, expressos em Sua Palavra, nossos temores se vão.
a. quando Zaqueu se converteu e decidiu abrir mão de seu deus Mamom, Jesus disse: “Hoje,
houve salvação nesta casa” (Lc 19.9);
b. o bom samaritano usou dinheiro com generosidade e serviu como exemplo para o reino de
Deus (Lc 10.30-37);
c. Jesus permitiu que mulheres de posses sustentassem seu ministério; comeu com ricos;
participou da suntuosa boda em Caná (Lc 8.1-3; 11.37; 14.1; Jo 2.1);
d. o apóstolo Paulo disse ter aprendido a viver contente na escassez e na abundância (Fp 4.10-
12).
Essa interpretação trata o dinheiro apenas como meio de troca. O dinheiro é para ser usado,
administrado e colocado a serviço de Deus. O dinheiro não é apenas um meio neutro de troca,
mas uma potestade que tem vida própria. Sobre esse assunto, a lição 3 trará mais detalhes.
Considerando o que vimos até aqui, como você avalia o uso do seu dinheiro? Você entende
quão perigoso é usar mal o dinheiro que Deus lhe confia?
O ensino bíblico a respeito de dinheiro somente faz sentido quando enxergamos o dinheiro no
contexto dos “principados e potestades”. O Novo Testamento usa termos como “visíveis”,
“invisíveis”, “potestades”, “tronos”, “soberanias”, “autoridades”, para descrever certos aspectos
do âmbito do invisível (Cl 1.16). Devido ao pecado, essas potestades perderam o
relacionamento adequado projetado na cria¬ção pelo Senhor. Elas caíram e estão em estado
de revolta contra o Criador. E é por isso que trazem consigo grande confusão.
Foster afirma que “o dinheiro é uma dessas potestades”. Quando Jesus usa o termo aramaico
mamon para referir-se às “riquezas”, está conferindo a elas natureza pessoal e espiritual,
personi¬ficando Mamom como um deus rival (Mt 6.24). Ao dizer isso, Jesus deixa claro que o
dinheiro não é um meio impessoal de troca. Ele não é algo moralmente neutro, um recurso a
ser usado de maneiras boas ou más, dependendo unicamente de nossa atitude para com ele.
Mamom é um poder que busca dominar-nos.
O dinheiro é um agente ativo; é uma lei por si mesmo; e é capaz de inspirar devoção. Tal
capacidade faz sobressair o seu lado sombrio. É a realidade espiritual por trás dele que
desejamos negar tão vigorosamente! Mamom pede nossa devoção de uma forma que extrai de
nosso ser toda reserva de bondade. É por isso que grande parte dos ensinamentos de Jesus
referentes à riqueza tem natureza evangelística.
Leia Mateus 19.21. Se salvação não é pelas obras, por que Jesus faz essa exigência ao jovem
rico? A resposta é: Jesus sabia que a riqueza daquele jovem era um deus rival, que buscava a
dedicação completa do rapaz. Para Cristo, o dinheiro é um ídolo a quem precisamos dar as
costas a fim de que não nos convertamos a ele.
– Você acha que uma pessoa é poderosa quando? Não é quando você vê a marca das roupas
que usa, o modelo do carro que possui, o endereço da residência, os bens adquiridos? Por que
classi¬ficamos as pessoas dessa maneira?
b. Leia 1Coríntios 10.31 e 2Coríntios 3.18. Qual é o propósito de nossa vida? O modo como
lidamos com os bens materiais vai colocar em evidência em quem depositamos nossa
confiança – em Deus ou em Mamom.
Quem idolatra o dinheiro é capaz de qualquer coisa para consegui-lo e não perdê-lo.
Ao aplicar a questão da face sombria do dinheiro, Richard Foster responde, com sete
suges¬tões, como pode o deus Mamom ser subjugado:
3.3 – Confiança – Descubramos outra pessoa que esteja ao nosso lado na luta em nossa relação
com o dinhei¬ro. O isolamento pode provocar distorções sobre o uso do dinheiro, por isso,
busque pessoas em quem possa confiar.
3.4 – Altruísmo – Descubramos maneiras de nos manter em contato com as pessoas menos
favorecidas. Olhe para as necessidades de outros com os olhos deles e não com os seus. Isso o
manterá sensível a eles e lhe dará criatividade para ajudá-los.
3.5 – Renúncia – Experimentemos o significado da renúncia mais profunda. A principal lição
bíblica sobre renúncia é que nada nos pertence apesar de estar tudo à nossa disposição,
portanto, viva reconhe¬cendo Deus como dono de tudo que você tem (1Cr 29.10-13).
3.6 – Doação – Estejamos prontos a doar com coração alegre e generoso. O ato de nos
desprender do di¬nheiro faz algo dentro de nós – liberta-nos do poder da cobiça. Você já havia
considerado pontos tão importantes como os mencionados nesse tópico? Quais das sugestões
apresentadas você já praticava e quais nunca praticou? Pense em como vai mudar nas áreas
das quais antes não estava cuidando.
Conclusão:
Jesus ensinou no sermão do monte: “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”
(Mt 6.21).
É solteiro e começou a ganhar seu próprio dinheiro, mas ainda não conseguiu administrá-lo
bem;
Seja qual for seu caso, use esta lição para definir qual é a influência que o dinheiro terá em sua
vida. Quem será seu deus?
Glorifique a Deus por meio da sua prosperidade. Lembre-se das palavras de Jesus ao jovem
rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu;
depois, vem e segue-me” (Mt 19.21).