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Morashá - Mulheres Bíblicas - Rachel Imeinu
Morashá - Mulheres Bíblicas - Rachel Imeinu
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rachel e leah. dante gabriel rossetti, 1855. tate gallery, londres. art resource, ny
Rachel Imeinu
Rachel, considerada a mãe espiritual do Povo Judeu, simboliza o auto-
sacrifício assim como a redenção. A profecia de Jeremias dizia que a
Terra Santa seria recuperada e o povo se reuniria devido à compaixão do
Todo Poderoso por Rachel. Somente ela, que sempre demonstrara
verdadeira piedade e misericórdia, poderia invocar e receber a mesma
misericórdia do Eterno.
Mas, apesar de ter sido a esposa preferida de Yaacov, a mais amada, sua
vida foi marcada por muito sofrimento e luta, pois, por muitos anos
(segundo o Midrash teriam sido 14), não conseguiu conceber um filho.
Rachel e Yaacov
Yaacov amou Rachel assim que a viu. Nosso patriarca percebeu a beleza
de sua alma e sua imensa compaixão. Ao vê-la, ele é tomado de
profunda emoção e lhe diz que viera para se casar com uma das filhas
de Labão, seu tio, e lhe pergunta se aceitaria ser sua esposa. Rachel
aceita imediatamente. Yaacov, que representa a Sefirá de Tiferet, a Sefirá
da beleza, harmonia e compaixão – reconheceu em Rachel a mulher
destinada a ser sua parceira na Terra, aquela que o ajudaria na missão
de forjar a harmonia entre forças espirituais opostas. Ele agradece a
D’us que a colocara diante de seus olhos. Mas, chora, ao pressentir que
ela morreria prematuramente e não seria enterrada junto a si.
A Torá nos diz que os sete anos “foram, a seus olhos, como poucos dias,
tamanho era o amor de Yaacov por ela” (ibid, 29-20). Segundo o Zohar,
esse período de espera foi necessário para Yaacov inculcar suas
crenças em Rachel, pois ela havia sido criada no meio de idólatras.
Ao término dos sete anos, Yaacov exige que Labão lhe dê Rachel como
esposa. Mas, seu tio tinha outros planos. Desde a chegada de Yaacov,
não apenas Labão, mas todos os que viviam em Haran, haviam
prosperado. O Midrash nos revela que buscando aprovação para o plano
que arquitetava, Labão reuniu os homens do local e lhes disse: “Vocês
bem sabem como aqui a água é escassa. Mas desde que Yaacov vive
entre nós, tornou-se abundante. Se quiserem que ele fique por mais sete
anos, enganá-lo-ei dando-lhe Leah por esposa. Como é grande o seu
amor por Rachel, aceitará trabalhar mais sete anos para mim”. Obtendo
a aprovação dos demais, Labão põe seu plano em execução. Ele vai
substituir Rachel por Leah, ameaçando matá-la se esta se recusasse a
tomar o lugar da irmã.
Yaacov amava Rachel não apenas por ser sua esposa, esteio de sua
casa, mas também por sua personalidade e suas ações. Rachel
representa o mundo de palavras e ações reveladas. Seu temperamento
aberto e franco a ajudava a elevar ao reino da santidade o mundo a seu
redor.
Sua curta vida foi marcada por profundo sofrimento e muita luta, pois
durante anos não conseguiu dar um filho a Yaacov. Enquanto Leah
concebera logo após o casamento, dando a nosso patriarca vários filhos,
Rachel não conseguia engravidar. Sua continuada esterilidade criou um
nervosismo e impaciência excessivos em sua alma. Assim diz a Torá:
“Viu Rachel que não dava filhos a Yaacov e invejou sua irmã”.
Ao ver que suas preces não eram atendidas, ela acreditava que a irmã
fosse mais justa e merecedora do que ela. Nossos sábios afirmam que a
razão da rivalidade entre as duas irmãs – ambas profetisas – era o
ardente desejo de Rachel de ter uma maior participação na criação da
Nação Judaica.
Pede permissão a Labão para assim agir. Este reluta em deixá-lo ir,
revelando saber que “o Eterno o abençoou por sua causa” e consegue
que Yaacov permaneça entre eles por mais seis anos. Oferece-lhe
pagamento. Nos seis anos seguintes, apesar de todas as trapaças de
Labão, Yaacov, já com 11 filhos, vê milagrosamente aumentar seu
patrimônio material. Ao deixar Haran, são grandes as suas posses.
Quando Rachel novamente engravida, Yaacov não deseja que seu 12o
filho – aquele que viria a completar a família de Israel – nascesse fora
da Terra Prometida. D’us, que durante 20 anos não lhe tinha aparecido,
diz a Yaacov: “Volta à terra de teus pais”. Antes de deixar a terra do
sogro, nosso patriarca fala com Rachel e Leah. Sabendo do quanto
Labão enganara Yaacov, ambas concordam em partir, com todos os
seus filhos e toda a riqueza acumulada com o trabalho dos últimos seis
anos, sem avisar Labão.
Após três dias, Labão percebe que Yaacov havia fugido. Sai em seu
encalço e o alcança. Pretendia matá-lo, mas em sonho D’us lhe aparece
e lhe diz para não fazer nada contra Yaacov. Além do mais, sabia que
Esaú se aproximava com 400 homens e teve medo. Ao se defrontar com
o genro, Labão lhe pergunta por que fugira e o acusa de ter roubado seus
deuses. Yaacov não sabia que Rachel os levara consigo e diz: “Aquele
que encontrares com teus deuses não viverá!” (ibid 31-32). Estas
palavras selaram a sorte de Rachel.
Yaacov sepultou sua amada “no caminho de Efrat” (ibid 35-19), no lugar
exato onde morreu e ergue um monumento sobre o túmulo, onde cada
um dos 11 filhos colocou uma pedra. E ele coloca a sua sobre todas as
demais.
BIBLIOGRAFIA
Rabbi Munk, Elie, The Call of The Torah, An anthology of interpretation and
commentary on the Five Books of Moses, Bereishis, Mesorah Publications
The Chumash, The book of Genesis, with Rashi’s commentaries and
Haftoras with a commentary anthologized from rabbinic texts and the
works of the Lubavitcher Rebbe
A Torá Viva, anotado por Rabino Aryeh Kaplan, Editora Maayanot.
The Midrash Says - The Book of Bereshit
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