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Levantamento Estatístico da Inspecção, diagnóstico e

Reparação de ETICS em paredes


B. AMARO, D. SARAIVA, J. DE BRITO, I. FLORES-COLEN
barbara_vaa@hotmail.com; dmssa@hotmail.com; jb@civil.ist.utl.pt; ines@civil.ist.utl.pt
Caracterização da amostra
Distribuição geográfica Distribuição no tempo Orientação das fachadas
Norte (Região do Porto): 19.400 m2 > 20 anos : 20 fachadas Norte: 8.200 m2 Sul: 6.700 m2
Centro (Coimbra): 5.250 m2 Entre 10 e 20 anos : 84 fachadas Nordeste: 935 m2 Sudoeste: 2.095 m2
Sul (Grande Lisboa): 11.780 m2 < 10 anos: 42 fachadas Este: 6.150 m2 Oeste: 10.935 m2
CONTEXTO Total Portugal: 36.430 m2 Total inspeccionado:146 fachadas Sudeste: 940 m2 Noroeste: 475 m2
O sistema de isolamento térmico pelo exterior ETICS (External Thermal Insulation Composite System) é considerado uma boa solução do ponto de vista energético e construtivo não
só para obra nova, mas principalmente para a reabilitação de edifícios degradados ou com isolamento térmico insuficiente. Ao longo dos anos, o sistema tem vindo a ter uma maior
expressão a nível nacional, reflectindo-se, actualmente, na necessidade de reavaliação das capacidades funcionais de ETICS aplicados e análise das suas debilidades.
No seguimento da elaboração de um sistema de inspecção, diagnóstico e reparação de ETICS em paredes, realizou-se um levantamento estatístico com o objectivo de validação do
sistema proposto e adicional aquisição de conhecimentos sobre o comportamento deste tipo de isolamento térmico, nomeadamente sobre as principais sensibilidades do sistema durante
o seu período de utilização.

A-M1.2 - Fissuração não A-M2 - Deterioração do recobri- A-M3 - Destacamento do A-M4.1 - Descolamento parcial A-M4.2 - Descolamento total do
A-M1.1 - Fissuração orientada A-M5 - Lacuna de material A-C1 - Eflorescências A-C2 - Escorrências
orientada mento da canoneira de reforço acabamento do sistema sistema

A-C5 - Crescimento A-C6 - Outros tipos de A-P2 - Irregularidades na A-P3 - Visualização das juntas A-P4 - Empolamento do A-P5 - Empolamento das
A-C3 - Manchas de oxidação A-C4 - Graffiti A-P1 - Deficiência de planeza
biológico alteração de cor superfície entre placas acabamento placas
Frequência cada anomalia na amostra (valor absoluto)
ANOMALIAS Probabilidade de ocorrência da anomalia numa fachada (%)
0 20 40 60 80 100
A propensão para o desenvolvimento das anomalias A-C.5 - As anomalias cromáticas / estéticas (A-C) são as que mais A-M.1.1
Fissuração orientada (A-M1.1) 32,2%
crescimento biológico (concretamente microorganismos), atingem o sistema (49%), quer em termos de regularidade A-M.1.2
Fissuração não orientada (A-M1.2) 7,5%
A-M.2
Det. do rec. das cantoneiras (A-M.2) 3,4%
A-C.6 - outros tipos de alteração da cor (especificamente periódica, quer de extensão, com especial relevo para A-M.3
Destacamento do acabamento (A-M.3) 4,1%
A-M.4.1 0,7%
manchas de sujidade e humidade) e A-C.2 - escorrências A-C.2 - escorrências e A-C.5 - crescimento biológico; Descolamento parcial do sistema (A-M4.1)
A-M.4.2
Descolamento total do sistema (A-M4.2) 0,0%
é um dos pontos fracos do sistema (Figura 1); A-M.5
Lacuna de material (A-M5)
A-C.1
Eflorescências(A-C1) 1,4%
28,8%

A-C.2
Marcas de escorrências(A-C2) 43,2%
A-C.3
Manchas de oxidação (A-C3) 4,1%
CAUSAS A-C.4
Graffiti(A-C4)
A-C.5
Crescimento biológico(A-C5)
8,2%
55,5%
A-C.6
Outros tipos de alteração da cor (A-C6) 48,6%
As acções exteriores (C-H) e ambientais (C-A) constituem (A-P), como se pode deduzir pela observação do gráfico A-P.1
Deficiência de planeza (A-P1) 26,0%
A-P.2 32,9%
os principais factores influência no aparecimento e das principais origens de anomalias de rotura dos materiais Irregularidades na superfície (A-P2)
A-P.3
Visualização das juntas entre placas (A-P3) 15,8%
desenvolvimento de anomalias (Figura 2). e de planeza, representado na Figura 3. Empolamento do acabamento (A-P4)A-P.4 8,9%
A-P.5
Empolamento das placas (A-P5) 4,8%
Contribuição de cada grupo para a totalidade de anomalias registadas:
Estas acções, associadas à exposição do sistema (A+H), Em geral, a resistência superficial dos sistemas aplicados A-M - Rotura dos materiais A-C - Cromáticas/Estéticas A-P - Planeza
originam principalmente anomalias cromáticas (Figura é insuficiente para as exigências dos impactos em 24% 49% 27%

3), sendo a sua ocorrência dificilmente evitada sem um utilização. Os dados obtidos, em campo, demonstram que Figura 1 - Contribuição das anomalias e grupos de anomalias na amostra
9%
adequado plano de manutenção. a soma das frequências de atribuição de causas de C-H.1 - Concepção
Concepção (C-C)
(C-C)
24%
perfuração e C-H.2 - impactos, que produzem resultados 26%
Execução
Execução (C-E)
(C-E)

Por outro lado, com um correcto projecto e uma cuidada semelhantes, é de 17,8%, relativamente ao número total Manutenção
10% Manutenção (C-U)
(C-U) 21%
14%
Acções
Acções Ambientais
Ambientais (C-A)(C-A)
execução, poderá diminuir-se a frequência de ocorrência de anomalias, correspondendo em conjunto ao segundo 10% 21%
Selecção
Selecção dosdos 14% (C-M)(C-M)
Materiais
Materiais
11%
das anomalias de rotura dos materiais (A-M) e de planeza lugar das principais causas de anomalias em ETICS. Acções
Acções Exteriores
Exteriores (C-H)(C-H)
33%14%
57%
16% 65%
TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 33%
57% Rotura dos materiais anomalias cromáticas / estéticas
Figura 2 - Contribuição de cada grupo de causas na amostra
65%
Identificou-se um padrão de associação de grupos técnicas Assumida a necessidade de ensaios in situ para o auxílio 10%
Rotura dos materiais
21%
anomalias de planeza
anomalias cromáticas / estéticas
32%
de diagnóstico e grupos de anomalias, cujo conhecimento do diagnóstico, deve optar-se por técnicas de baixo
14%
anomalias de planeza

permite simplificar a atribuição de ensaios em campo. custo, resultados rápidos e pouco intrusivas, sendo o 32%
44%
ensaio de medição da humidade D-E.1 - humidímetro de 33%
57%
As técnicas devem complementar-se para a obtenção contacto aquele que melhor se adequa a estas limitações 65% 44% 24%

de um diagnóstico mais preciso, sendo de especial e justificando, em parte, a preferência por este ensaio em PrincipaisRotura
Origens
dos das Anomalias
materiais anomalias
Principais cromáticas
Origens das Fase inicial (c+e)
/Anomalias
estéticas exposição
Principais (a+H) das
Origens outros (U+m)
24%
de Rotura dos materiais Cromáticas/ Estéticas Anomalias de Planeza
interesse o complemento através da D-T.1 termografia de campo (Figura 4). 32%
anomalias de planeza
Fase inicial (c+e) exposição (a+H) outros (U+m)

infravemelhos ou D-E.1 - humidímetro de contacto. Figura 3 -Relação entre as fases das causas e os tipos de anomalias

TÉCNICAS DE REPARAÇÃO 44%

0 50 100 150 200


24%
Comparador de fissuras (D-S.1)
D-S.1 52 A técnica de reparação mais necessitada em ETICS é TR-A1 Existem relações simples entre os grupos de anomalias e os
Fase inicial (c+e) exposição (a+H) outros (U+m)
Medidor óptico (D-S.2)
D-S.2 7 - limpeza, devendo-se este facto à frequência de anomalias grupos de técnicas de reparação e apartir do seu conhecimento,
Fissurómetro (D-S.3)
D-S.3 50 cromáticas verificadas nos sistemas (Figura 5). facilita-se o processo de decisão;
Sondagem (D-S.4)
D-S.4 45
Ensaio de choque de esfera (D-M.1)
D-M.1 26
Ensaio de penetração (D-M.2)
D-M.2 21 OUTRAS ESTATÍSTICAS
Ensaio de arrancamento “pull-off” (D-M.3)
D-M.3 10
Ensaio de tudo de Karsten (D-H.1)
D-H.1 34 A quantidade de anomalias identificadas por fachada é A orientação das fachadas tem influência no desenvolvimento
Termografia de infravermelhos (D-T.1)
D-T.1 159 relativamente constante em ETICS até 15 anos de vida de microorganismos e na acumulação de poeiras. As
Humidímetro de contacto (D-E.1)
D-E.1 155 útil, indicando que é indiferente a idade do sistema para o fachadas orientadas a Norte possuem maior probabilidade
Humidímetro de agulhas (D-E.2)
D-E.2 28
Ensaio de ultra-sons (D-U.1)
D-U.1 49
desenvolvimento de certas anomalias (Figura 6); de acumulação de humidade devido à baixa temperatura e
Fitas colorimétricas (D-Q.1)
D-Q.1 13 menor exposição solar das paredes (Figura 7);
Kit de campo (D-Q.2)
D-Q.2 13 Por outro lado, a partir dos 15 anos de serviço, a frequência de
anomalias vai aumentando, sugerindo que, algumas anomalias As áreas rodeadas de vegetação também verificam
Figura 4 - Frequência absoluta das técnicas de diagnóstico da amostra estão directamente associados à idade do sistema, havendo uma aceleração no desenvolvimento destas anomalias,
uma tendência para aumentar a velocidade de degradação especialmente em ETICS mais antigos, cujo biocida do
Contribuição de cada grupo na totalidade de técnicas de reparação a aplicar na amostra:
TR-A - Superfície TR-B - Camada de acabamento TR-C - Sistema
(Figura 6); acabamento já perdeu a eficácia;
45% 34% 22%
0 50 100 150 200 250 300
80%
6,0
TR-A1
Limpeza (TR-A.1) 240 6,0 70%
5,5
Aplicação de protector de superfície (TR-A.2)
TR-A2 124 5,5 60%
5,0 50%
Preenchimento/colmatação de fissuras (TR-B.1)
TR-B1 41 5,0
4,5 40%
Substituição integral/parcial do acabamento (TR-B.2)
TR-B2 127 4,5
4,0 30%
Aplicação de novo acabamento sobre o existente (TR-B.3)
TR-B3 92 4,0
3,5 20%
Protecção de cantos salientes (TR-C.1) 3,5
TR-C1 10 3,0
10%
Colmatação de lacunas de material/perfurações (TR-C.2) 3,0
TR-C2 25 2,5
0%
Reparação de juntas (TR-C.3) 2,5 NW N NE E SE S SW W
TR-C3 12 2,0
Aplicação de novo material adesivo e/ou fixadores mecânicos 2,0 sujidade/humidades microorganismos marcas de escorrências
TR-C4 5
95

01

06
05

07

09
99

03
88
89
90
91
92
93
94

96
97
98

00

02

04

08

10

(TR-C.4)
19

20

20
20

20

20
19
19
19
19

20
19
19
19

19
19
19
19
20

20

20

20

20

TR-C5
Correcção de disposições construtivas geométricas (TR-C.5) 97
Substituição integral/parcial do sistema (TR-C.6)
TR-C6 31
Figura 7 - Relação entre a orientação da fachada
Figura 6 - Número médio de anomalias verificas por fachada,
Figura 5 - Valor absoluto das técnicas de reparação na amostra e e a presença extensa de sujidade/humidade,
segundo o ano de aplicação do sistema ETICS
contribuição de cada grupo de técnicas (em cima, %) microorganismos e marcas de escorrências

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