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A ESCOLA DE

FRANKFURT

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O HISTÓRICO

◼ A escola de Frankfurt está voltada para uma análise crítica dos problemas
do capitalismo, dando início à chamada Teoria Crítica;
◼ Gênese: Criação do Instituto de Pesquisa Social (03.02.1923), vinculado à
Universidade de Frankfurt, na Alemanha;
◼ Principais integrantes: Adorno, Horkheimer, Benjamin, Marcuse e Habermas;
◼ Raiz teórica:

Marxistas não ortodoxos, distantes do marxismo-leninismo clássico;


contrários ao determinismo economicista e à religião de Estado em que se
converteu o marxismo na Rússia; 2
◼ Área de Estudo: a superestrutura, que compreende o Direito, o Estado e a
Ideologia (a moral, a política, a religião, a cultura, a subjetividade etc);

◼ O contexto histórico: Desenvolve-se principalmente na Europa e na


Alemanha da década de 30 e do pós-guerra;

◼ Filiais do Instituto: A partir de 1931 surgem filiais em Genebra, Londres e


Paris;

◼ Mudança para Genebra: Em 1933 o Nazismo


decreta o fechamento do Instituto, confiscando
os 60.000 volumes do acervo de sua biblioteca;

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◼ O confronto com o Nazismo: A tentativa de regimes fascistas se legitimarem
a partir de pressupostos “racionais e científicos” era algo comum na Europa
das décadas de 30 e 40 do século passado;

◼ Na Alemanha nazista, a limpeza racial passava pelo corpo, buscava a beleza


e a perfeição física nos moldes que deveriam construir o “super-homem”
ariano. As obras de Charles Darwin tornam-se o sustentáculo científico de
antigas ideias eugenistas.

◼ Exemplos:
- Lei de Imigração (EUA), fruto da pressão dos eugenistas nórdicos;

- A edição de 1937 do Manual da Juventude Hitlerista estava repleta da


teoria e genética darwinianas;

- Tribunais de saúde genética (Nazismo): infanticídio dos recém-nascidos,


portadores de deficiências físicas e mentais;

- Programas de Extermínio em massa (Nazismo). 4


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◼ A integração da teoria marxista com o freudismo: Isto ocorreu devido a
uma valorização do fator subjetivo da história na tentativa de explicar
cientificamente o enigma do surgimento das massas;

◼ A ideologia que legitima a dominação: A Revolução Russa de 1917 e o


Nazismo foram momentos históricos sobre os quais debruçaram-se os
sociólogos da Teoria Crítica para entender o funcionamento psíquico da
servidão das massas;

◼ Autores da psicologia: Wilhelm Reich e Eric Fromm.


- Reich: bloqueios à sexualidade e à afetividade como causa das neuroses;
- Fromm: a personalidade é fruto de fatores pessoais e biológicos.

“A onipotência do sistema capitalista, reificado no mito da modernidade,


estaria deturpando as consciências individuais, narcotizando a sua
racionalidade e seduzindo os indivíduos ao sistema”

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◼ Fase de Emigração: 1934 a 1950 (EUA: N. Iorque e Califórnia);

◼ Hebert Marcuse e o MAIO de 68 francês:

- Eros e Civilização;

- A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional;

Sua proposta era libertar o homem da extrema sistematização da


sociedade, para devolver-lhe sua autonomia. Era um partidário da “new
left”, que entendia ser a revolução necessária não somente no campo da
economia, mas no da cultura em geral, daí a ênfase para a sexualidade,
para a rejeição de normas e regras. A ideia era investir em formas de
poder gerir a própria vida.

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O IDEÁRIO
◼ A RAZÃO INSTRUMENTAL
A razão iluminista foi abortada; a razão científica é uma razão
instrumental que conduz a humanidade à barbárie e não à liberdade.
Somente uma dialética do esclarecimento é capaz de devolver nossa
autonomia;

◼ REJEIÇÃO ÀS SENTENÇAS E CONCEITOS UNIVERSAIS


- Há a refutação de uma concepção da razão científica como única,
universal e “verdadeira”, a favor de uma compreensão histórica dos
fenômenos, dos indivíduos e das sociedades;

- Surge uma crítica à autonomia e autodeterminação da ciência, que até


então era concebida como uma esfera autônoma e desligada da
totalidade social. O perigo residia em separar a ação do pensamento;

- O sujeito do conhecimento tende, assim, ao conformismo, à negação do


pensamento, permanecendo condenado à alienação e ao imobilismo.
Ele termina por perder sua capacidade de crítica, análise e reflexão.

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◼ A REPRODUÇÃO AMPLIADA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL
A reprodução ampliada acarretou o aumento da burocratização,
regulamentação e ideologização da vida, tornando-a ADMINISTRÁVEL em
todos os seus aspectos.

Consequências:
- Excessiva sistematização da vida humana;
- Declínio da capacidade crítica (perda de autonomia, deserção política);
- Advento de novas formas de dominação (via tecnologia);
- Cerceamento da liberdade;
- Processo de homogeneização dos indivíduos e das consciências;
- Surgimento de uma sociedade de controle.

◼ TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA (Contra a razão autônoma e universal):


Entende a razão como fruto de um processo de interação dialógica entre
os atores sociais. Diversas “pretensões de verdade” são confrontadas
entre si e todas podem ser contestadas através de argumentos.

RAZÃO + CRÍTICA + DIÁLOGO = VERDADE (PROCESSUAL)

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◼ A INDÚSTRIA CULTURAL

- A revolução tecnológico-industrial (com a reprodução em série)


provocou a dissolução da obra de arte e da cultura, pois os bens culturais
converteram-se em bens de consumo de massa;

- A arte transformou-se em mercadoria (cedeu lugar ao valor de troca);

- A obra de arte perde a sua unicidade e singularidade, banalizando-se


através da reprodução tecnológica;

- Ela ganha um novo valor, um valor de consumo que a faz disponível e


acessível a um grande número de pessoas;

- Os bens culturais deixam de ter o caráter único, singular, deixam de ser


a expressão da genialidade, do sofrimento ou da angústia de um artista
para se tornar apenas um bem destinado à venda;

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- Sua função passa a ser a de ocupar o espaço de lazer que resta ao
operário e ao trabalhador assalariado após um longo dia de trabalho
(uma forma de escapismo da realidade);

- Para a Teoria Crítica, o consumidor não é o soberano, não é o sujeito da


indústria cultural, mas seu objeto;

- A reprodução e a estandardização da indústria cultural fazem da


moderna cultura de massa um poderoso meio de controle psicológico;

- O cenário é de inércia intelectual, empobrecimento da reflexão, da crítica


e do pensamento;

- O indivíduo da indústria cultural não consegue interpretar os fenômenos


sociais na sua complexidade, antes permanece atado aos clichês, aos
estereótipos, ao entretenimento embrutecedor.

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◼ A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA

- Walter Benjamim vê a arte e a cultura como formas de politização da


sociedade. Para ele não havia, assim, a perda da sua dimensão crítica.

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O PÓS-MODERNO
◼ CARACTERÍSTICAS ___________________________

→ Sedução → Revolução molecular/micropolítica


→ Hedonismo
→ Niilismo
→ Narcisismo
→ Ecletismo
→ Estetização
→ Desreferencialização do real
→ Simulacro
→ Hiper-real
→ Espetacularização
→ Desmaterialização da Economia
→ Pastiche
→ Neo-individualismo
→ Fragmentação do sujeito 23

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