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12 – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

[Ref.2]

Principais reatores anaeróbios utilizados no


tratamento de esgoto sanitário
• Lagoas anaeróbias
• Decanto-digestores Mais usado em comunidades de menor porte ou
instalações não interligadas à rede pública de

• Filtros anaeróbios esgoto, como hospitais, pequenos conjuntos


habitacionais, hotéis, etc

• Reatores anaeróbios de manta de lodo (UASB)


• Reatores anaeróbios de leito expandido
• Reatores anaeróbios de leito fluidizado
12.1 - Reator de Manta de Lodo (UASB)[Ref.2]

• UASB: Upflow anerobic sludge blanket (Holanda)


• Várias denominações no Brasil:
– RAFA – Reator anaeróbio de fluxo ascendente
– DAFA – Digestor anaeróbio de fluxo ascendente
– RALF – Reator anaeróbio de leito fluidizado
– RAFAALL – Reator anaeróbio de fluxo ascendente
através de leito de lodo
– RAFAMAL – Reator anaeróbio de fluxo ascendente e
manta de lodo
• Semelhança com filtro anaeróbio ascendente,
porém sem material de enchimento

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Processos:
• Sedimentação
• Mineralização
da MO solúvel
• Digestão do
lodo

Cuidados construtivos
e operacionais
Representação esquemática de um reator circular
[Ref.2]
Corte esquemático de um reator tipo RALF
Câmaras de:
1. Reação
2. Decantação
3. Captura de gás

Corte esquemático de um reator tipo


RALF. Fonte: SANEPAR
Fonte: SANEPAR
Tempo de detenção hidráulico [Ref.2]
• Carga Hidráulica Volumétrica (CHV)
– Quantidade de esgoto aplicado diariamente ao reator por unidade de
seu volume
– CHV=Q/V=1/θH
• Estudos experimentais:
Para evitar perda excessiva de
– CHV < 5 m³/(m³.d)
biomassa de lodo
– θH mínimo de 4,8h
NBR 12209/11
Temperatura média do Tempo de detenção
esgoto no mês mais frio hidráulico (h)
do ano (°C) Para Vazão Média
18 – 21 ≥8
22 – 25 ≥7
> 25 ≥6

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Cargas
[Ref.2]
• Carga orgânica volumétrica (COV)
– COV = (QC)/V COV: Carga orgânica volumétrica [kg DQO/(m³. dia)]
Q: Vazão [m³/d]
C: Concentração de substrato afluente [kg DQO/m³]
– Adotada nos projetos: V: Volume total do reator [m³]
COV < 15 kg DQO/(m³.d)

• Carga biológica (carga de lodo)


– Quantidade de matéria orgânica aplicada diariamente ao reator
por unidade de biomassa presente no mesmo
– CB = (QC)/M CB: Carga biológica [kg DQO/(kg SSV. dia)]
Q: Vazão [m³/d]
C:Concentração de substrato afluente [kg DQO/m³]
– Esgoto doméstico: M: Massa de microrganismos presentes [kg SSV]
0,3 a 0,4 kg DQO/(kg SSV. dia)]

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Velocidade ascendente do fluxo [Ref.2]
• Velocidade máxima depende:
– Características do lodo presente
– Cargas aplicadas
Características do lodo Velocidades ascendentes médias
Reatores com lodo tipo floculento e cargas 0,5 a 0,7 m/h
orgânicas menores que 5-6 kgDQO/(m³.d)
Reatores com lodo tipo granular Velocidades maiores
(podendo chegar na ordem de 10m/h)

Recomendações para tratamento de esgoto doméstico:


Vazão afluente Velocidade ascendente (m/h)
[Ref.2] NBR 12209/11
(no compartimento de digestão)
Vazão média 0,5 – 0,7 ≤ 0,7
Vazão máxima 0,9 – 1,1 ≤ 1,2
Picos temporários (duração < 1,5 10
entre 2 e 4 horas)
UASB
• SANEPAR possui 211 ETEs em operação. Em 100 destas unidades, a
empresa utiliza a tecnologia do UASB, denominado Ralf (Reator Anaeróbio
de Leito Fluidizado). Valores desatualizados.
• Algumas das vantagens:
– Sistema compacto, necessitando de pouca área para implantação;
– Baixo custo de implantação e operação;
– Baixa produção de lodo;
– Baixo consumo de energia;
– Eficiência satisfatória na remoção de DBO/DQO  entre 65 e 75%.
• Desvantagens principais são:
– Possibilidade de emanação de maus odores;
– Baixa capacidade para tolerar cargas tóxicas;
– Elevado tempo para condicionamento e partida do sistema;
– Necessita de uma etapa de pós-tratamento.

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ETE ATUBA SUL [Ref.4]

• localizada à Rua Presidente Cordeiro, 1000 – Jardim Acrópole, em


Curitiba/PR
• Projetada para atender parte da população dos municípios de Pinhais, São
José dos Pinhais, Curitiba e Piraquara
• Os dados principais de projeto são os seguintes:
– População atendida: 568.194 habitantes;
– Vazão média: 1.120 litros/segundo;
– Tempo de detenção: 8 horas/reator;
– Volume do reator: 2.000 m3/reator;
– Remoção de matéria orgânica: 80%;
– Corpo receptor: Rio Atuba;
– Tratamento: Tipo anaeróbio, composto de 16 reatores tipo RALF;
– Inauguração: Junho de 1998
ETE Atuba Sul
Condições outorgadas [Ref.4]

• De acordo com a Portaria Suderhsa nº 1117/2007, as condições outorgadas para a


ETE Atuba Sul, em relação ao Rio Atuba, são as seguintes:
– Finalidade de uso: diluição;
– Vazão máxima do efluente: 2.704,9 m3/h;
– Vazão máxima para diluição: 2.704,9 m3/h;
– Concentração máxima de DBO para lançamento: 50 mg/l;
– Concentração máxima de DQO para lançamento: 125 mg/l;
– Concentração máxima de SS para lançamento: 50 mg/l;
– O outorgado deverá instalar dispositivos hidrométricos e executar o monitoramento da
qualidade do efluente e da água do corpo hídrico receptor.
• Monitoramento do efluente tratado:
1. DBO – semanal;
2. DQO – semanal;
3. SS – semanal;
4. Vazão – diário.
• Monitoramento do corpo hídrico receptor:
1. Ponto de coleta: 50m a montante e 50m a jusante do ponto de lançamento;
2. DBO – trimestral;
3. DQO – trimestral;
4. SS – trimestral;
5. PH – trimestral;
6. Oxigênio dissolvido – trimestral;
7. Temperatura – trimestral.
ETE Atuba Sul
Dados operacionais [Ref.4]

• Dados fornecidos pela SANEPAR mostram os


seguintes valores médios de operação ao
longo do ano de 2008:
– Vazão média: 774 L/s;
– Eficiência média – remoção de DQO: 58%;
– Eficiência média – remoção de DBO: 69%;
– Eficiência média – remoção de SST: 56%.
12.2 - Reator anaeróbio
de leito expandido ou fluidizado [Ref.2]
Configurações e funcionamento semelhantes

Região de retenção de
sólidos suspensos
Efluente

Região de reação

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Leito expandido – Leito fluidizado[Ref.2]

Leito expandido Leito fluidizado


Grau de expansão 20 a 30% Quase total
Velocidade de ascensão (m/h) Pode atingir > 10

V=f(geometria do reator, relação altura-diâmetro) Obs.: V UASB < 1,5 m/h


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Bibliografia

• [Ref.1] Nuvolari. Esgoto Sanitário


• [Ref.2] Campos, J.R. (Coord). 1999. Tratamento de
esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição
controlada no solo. Rio de Janeiro: ABES. Projeto
PROSAB.
• [Ref.3] Santos, Daniel. 2009. Caderno de Saneamento
Ambiental. Cap.4 – Sistemas de Esgotamento Sanitário
• [Ref.4] Longen, Sergio. Estudo de otimização e
adequação de ETE´s – estudo de caso: ETE Atuba Sul,
da Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar.
2009.

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