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Fundação Municipal de Cultura

apresenta
III Semana da Fotografia de Belo Horizonte

Exposições - Instalações - Palestras - Debates - Projeções


19 a 23 de agosto de 2015
Fundação Municipal de Cultura
apresenta
III Semana da Fotografia de Belo Horizonte

Exposições - Instalações - Palestras - Debates - Projeções


19 a 23 de agosto de 2015
apresentação
Uma breve história da fotografia
em Belo Horizonte

O presente texto pretende pontuar brevemente alguns momentos importantes cadas em séries de cartões-postais e álbuns, além de serem veiculadas na imprensa
da história da fotografia em Belo Horizonte. À época do Brasil Imperial, a difusão ilustrada, favorecendo a estabilização de casas de suprimentos fotográficos. Campos
da fotografia caracterizou-se pela itinerância na qual os retratistas buscavam ser- (2008) relata que por volta da década de 1920 e principalmente em 1930, o mercado
viços circulando pelo Estado para sobreviver no ofício, em meio a uma sociedade segmenta-se em estúdios e ateliês, em laboratórios fotográficos e em lojas de produ-
fortemente estratificada1. Neste momento, a fotografia como forma de repre- tos fotográficos, e ainda, em locais que concentravam todos estes serviços. Das trans-
sentação ficou restrita ao registro da elite econômica e política, assim como os formações da cidade junto aos avanços tecnológicos da fotografia, como câmeras de
eventos públicos, as posses e as vistas das cidades. pequeno formato e filmes flexíveis, decorreu o desenvolvimento da prática amadora,
Entendida como símbolo da modernidade, a fotografia sempre esteve ligada à noção ainda que muitos profissionais exercessem outros ofícios. O início da especialização do
de progresso. Uma grande quantidade de fotografias foram produzidas para o registro setor acontece em torno de 1930, com a abertura da filial da Casa Lutz Ferrando que
da desconstrução do Arraial de Curral d’El Rey para a edificação da Cidade de Minas, aumentou a oferta de produtos fotográficos na cidade. Posteriormente, em 1935, Elias
primeiro nome da nova capital mineira. O Gabinete Fotográfico da Comissão Cons- Aun, imigrante libanês estabelecido na nova capital, inaugura o Photo Elias, em 1939,
trutora da Nova Capital, que funcionou entre 1894 e 1897, realizou o trabalho foto- o Barão Herman Von Tiesenhaussen funda a Casa da Lente, colaborando para a difusão
-documental de memória e futura propaganda da capital planejada sob a égide da da prática fotográfica em Belo Horizonte.
modernidade. Após a inauguração de Belo Horizonte em 12 de dezembro de 1897, a No Brasil, a expansão do fotoclubismo ocorreu a partir da década de 19403. O
fotografia aos poucos ampliou seu papel na cidade que demandava costumes pauta- Foto Clube de Minas Gerais, fundado em 25 de agosto de 1951 por um grupo de
dos por valores modernos. De acordo com Luana Campos (2008), a fotografia é um profissionais liberais, até a década de 1960 seguiu os mesmos pressupostos dos
artefato que se configura como produto e produtor de hábitos sociais. Neste aspecto, a fotoclubes nacionais e internacionais, promovendo salões e viagens fotográficas
cultura fotográfica em Belo Horizonte pode ser compreendida como uma prática social de fins de semana, seguindo a estética do movimento pictorialista4. Entre os pri-
que envolve tanto a experiência profissional dos fotógrafos e o campo da fotografia meiros nomes que figuraram estão Câncio de Oliveira e Wilson Baptista. Segundo
como o modo de representação do mundo e da sociedade, característico do princípio Menezes (2011), em 1953 foi realizada a Primeira Exposição Fotográfica de Moti-
da visibilidade moderna2 (ver e ser visto). Assim, as fotografias passaram a ser publi- vos Belorizontinos pelo clube em parceria com a Prefeitura. Em 1961, outra par-
ceria com o Museu de Arte da Pampulha promoveu a V Exposição Internacional de composto por Tibério França, Eugênio Sávio, Guto Muniz, Paulo Baptista (filho de
Arte Fotográfica que repercutiu positivamente no meio fotoclubístico nacional. O Wilson Baptista), entre outros. No início de 2010, fotógrafos mineiros se mobili-
Foto Clube de Minas Gerais foi um dos primeiros espaços de formação de fotógra- zaram para a discussão de políticas públicas voltadas para o setor da fotografia
fos em Belo Horizonte, ao menos até a década de 1980, ao facilitar a circulação de e artes visuais nas leis de incentivo à cultura. Uma das importantes conquistas
manuais e revistas fotográficas especializadas importantes para o aprendizado deste fórum foi o não fechamento do Instituto Moreira Sales que, em parceria
autodidata, além de promover a troca de experiências, própria das iniciativas de com a Secretaria de Estado da Cultura, ainda permanence funcionando. Outra
associação. A partir dos anos 1980, de acordo com Borges (2009), outro espaço de conquista foi a realização da I e II Semana da Fotografia de Belo Horizonte em
debate e reflexão surgiu neste cenário: as oficinas de artes visuais dos festivais de 2011 e 2012, festival que objetiva mapear e apresentar a produção fotográfica
inverno da UFMG. Na noite de 8 de agosto de 1983, na galeria principal do Palá- mineira. Tibério França, realizador da Semana, afirma que a iniciativa que come-
cio das Artes, foi realizado o 1º Encontro Mineiro de Fotografia, organizado por çou espontânea, sendo realizada por iniciativa dos envolvidos, a partir de 2012
Beatriz Dantas. Este foi um dos momentos mais importantes da fotografia mi- passou a ser financiada pela Prefeitura de Belo Horizonte, através dos editais da
neira, que reuniu alguns membros da chamada geração Blow-up (expressão Lei Municipal de Incentivo à Cultura, mudando suas caracteristicas e objetivos.
cunhada por Rui Cézar dos Santos), entre eles Miguel Aun (filho de Elias Aun), Eis que a III Semana se realiza procurando ampliar o pensar sobre a fotografia e a
Cristiano Quintino, Luis Felipe Cabral e Ilana Lansky. O 2º Encontro Mineiro de imagem na contemporaneidade, sua permanência e dispersão, sem no entanto
Fotografia veio a acontecer quase 28 anos depois, organizado por Eugênio Sávio alcançar a mobilização que lhe deu origem.
e apresentado durante o Festival Foto em Pauta Tiradentes em 2011. A mostra
apresentou o resultado da articulação do Fórum Mineiro de Fotografia Autoral Gelka Barros
1- ARRUDA, Rogério. O ofício da fotografia em Minas Gerais no século XIX (1845-1900). Belo Horizonte: Edição do autor, 2013.
2- CAMPOS, Luana Carla M. Instantes como este serão seus para sempre: práticas e representações fotográficas em Belo Horizonte (1894 – 1939). Dissertação (Mestrado em História).
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
3- MENEZES, Luca Mendes. Prática fotográfica amadora em Belo Horizonte – entre aficionados e apertadores de botão (1951-1966). In: Simpósio Nacional de História – ANPUH, 26., 2011, Anais…
4- BORGES, Maria Eliza L. . Trajetórias de Fotógrafos: arquivos de uma geração. Revista do Arquivo Público Mineiro, v. 01, p. 68-83, 2009.
selecionados
Exposições
CentoeQuatro
Coletivo Vértice
Praça Ruy Barbosa 104 - Centro Daniel Pinho
19 de agosto a 10 de setembro
Segunda a sábado | 10h às 22h Daniela Paoliello
Domingo | 10h às 19h
Fred Karklin
Gabriel Nast
Henrique Marques
Leonardo Costa Braga
Lucas Alameda
Pedro Sales
Rafael Carneiro
Rodrigo Zeferino
Rosceli Vita
Thais Guimarães
Walmir Monteiro
Zezinho Faria
Entre Fotografia e Imagem

“Acho isso tudo (Instagram, Pinterest, Tumblr, Flickr...) muito interessante, acho, porém, que não é fotografia, senão imagem”.
Sebastião Salgado1

“O que realmente me interessa são as imagens, e a câmera é só o instrumento necessário”.


Gregory Crewdson2

Uma polaridade: qual é o lugar (ou então o não-lugar) da fotografia na grande Foi esse o desafio mais instigante que enfrentamos na hora de selecionar entre as
família desse universo que chamamos a Imagem? Qual é o seu gênio particular, se centenas de projetos inscritos no edital da III Semana da Fotografia, aqueles que
é que ele existe? Vejo na polaridade que representam as duas declarações opostas melhor representem este recorte, que expressem essas polaridades, esses lugares
do cabeçalho (fotografia versus imagem em Salgado, fotografia igual imagem e não-lugares da fotografia: o fotográfico, a imagem como fotografia, a fotografia
em Crewdson) todo o potencial da imagem fotográfica: entre o seu “dever” e a sua como imagem e o ato fotográfico como forma de pensar, acionar e expressar o
“natureza” como registro e documento e a suas relações iniludíveis com os uni- mundo como visualidade, como documento, como pensamento e como imagem.
versos da pintura, da escultura, do desenho e da criação estética e imagética em
geral. Um exemplo mínimo desses paradoxos: apesar da suposta libertação da fo-
tografia digital em relação à “natureza” arquivística, jornalística da fotografia dita
“química” ou “analógica”, termos como “arquivo”, “registro” e “captura” continuam
intimamente ligados ao vocabulário e à prática do fotógrafo. Adolfo Cifuentes
1- Em resposta concedida na abertura da exposição Gênesis, no Palácio das Artes, em junho 2014, quando questionado sobre o que ele pensa sobre a proliferação da fotografia no universo contemporâneo das
redes sociais. Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado em Palácio das Artes/BH - Sempre um Papo 2014.
2- Gregory Crewdson em entrevista concedida para a BBC no capitulo número seis (Snap Judgements) da serie The Genius of Photography (2007-2009). Salgado não precisa de apresentação, Gregory Crewdson,
no nosso contexto, talvez sim: é um dos fotógrafos mais representativos da cena contemporânea da fotografia no contexto das artes visuais, além disso é professor de fotografia na faculdade de artes de uma
das mais prestigiosas universidades do mundo, a Yale Univertsity.
Coletivo Vértice
Ultrapassado

Na visão de Daniel Protzner e Henrique Cosenza, a sociedade de consumo,


a obsolescência programada, a exaustão dos recursos naturais e a criação
permanente de novos desejos têm levado a efemeridade a novos patama-
res. Relações são pautadas por anúncios. Desejo e necessidade se confun-
dem. Corremos atrás de um tempo sempre à nossa frente. Partindo destas
premissas e do verbete que dá nome ao ensaio, o fotógrafo Daniel Protzer
e o poeta Henrique Cosenza - ambos artistas visuais - criam uma narrativa
provocadora: a cidade é o cenário que, deslocado, passa a ser tela para a
poesia ao mesmo tempo em que torna-se parte da composição.
Único trabalho coletivo selecionado para esta edição da Semana da Foto-
grafia, a série inédita contém, a um só tempo, poesia, pixo e fotografia.
Desenvolvido entre 2013 e 2015, é fruto do trabalho do Coletivo Vértice,
composto pelos dois artistas. “Ultrapassado” é o primeiro trabalho finali-
zado do duo, que prepara outras ações envolvendo técnicas mistas ainda
para este ano.
Daniel Pinho
Fallen

Movido pela potência técnica e histórica de uma foto intitulada


“The Falling Man” publicada na contracapa de um jornal em Allentown
(Estados Unidos), no dia seguinte ao atentado ocorrido no Word Trade
Center no dia 11 de setembro de 2001, o fotógrafo Daniel Pinho criou
“Fallen”. A série inédita homenageia as pessoas que precisaram tomar a
derradeira decisão de suas vidas ao saltar de um edifício de mais de 500
metros de altura em chamas.
São 50 imagens em que os personagens retratados mergulham em queda
livre, de cabeça para baixo, em clara alusão às vítimas que saltaram ou
foram lançadas do edifício naquele fatídico dia.
Além da série fotográfica, um exemplar do jornal que veiculou “The
Falling Man” estará exposto e os visitantes poderão, ainda, assistir a um
curto vídeo que mostra o descenso acelerado de um elevador do World
Trade Center, ajudando-os a compreender a velocidade da queda das víti-
mas, que durou, em média, 9 segundos.
“Fallen” trata de um tema que existe no imaginário coletivo e se materiali-
za nas imagens criadas pelo autor. O acontecimento marcou toda a huma-
nidade e deixou suas marcas, não somente no povo norte-americano, mas
também em todos aqueles que vivenciaram, de uma forma ou de outra,
o acontecimento mais midiático da história humana contemporânea.
Daniela Paoliello
Sem Título

Na série apresentada, Daniela Paoliello instala seu próprio corpo em


posição de pertencimento na paisagem, integrando-se a ela, desnu-
dando-se para vestir-se de algo maior. Quando o sujeito se coloca na
vastidão da paisagem, ele aprende algo grandioso e muito superior a
ele em extensão de matéria, produzindo, nessa conexão entre homem
e natureza, uma visão: ser-paisagem. A série, composta por cinco foto-
grafias, é um convite à entrada para estes mundos internos, íntimos e
potentes capazes de evocar sentimentos contraditórios.
Fred Karklin
Natural

Primeiro projeto fotográfico individual do artista, “Natural” foi totalmente


concebido e executado por Fred Karklin. Não poderia ser diferente: a série
é o retrato dos sentimentos experienciados pelo autor durante o que ele
define como o período mais conturbado já vivido. “Natural” soa como um
exercício para aplacar a dor e evocar outros sentimentos sem, no entanto,
esconder ou desviar da angústia. Paradoxalmente, ao tratar de emoções
íntimas e próprias, Natural torna-se universal.
A série é composta por 14 autorretratos, sendo que cada uma das ima-
gens recebe um título, ou melhor, uma narrativa complementar à foto-
grafia. É como se o autor ainda precisasse falar além da imagem - em
silêncio e de si para si - sobre tudo que ocorre à sua volta, sobre o que
o corrói por dentro.
Gabriel Nast
Alma não tem cor

Com a série “Alma não tem cor”, o artista Gabriel Nast percorre o trajeto
de um país que não foi descoberto em 1500. Para tanto, dispõe seu corpo
à constante prática de decifrar a mestiça matriz do Brasil, colocando-o a
serviço da imagem, integrando-se a ela. Em um exercício poético, elabora
a narrativa de um corpo-porto que acaricia o presente com suas ferramen-
tas ancestrais. O artista se põe à sombra de uma árvore frutífera e re-
descobre a raiz de seu corpo-café, de seu corpo-caju, de um corpo-cacau.
Essas árvores integram sua ancestralidade - tornam-se genealógicas,
matriciais. Com olhar cuidadoso e carinho com a rica expressão simbólica
da cultura brasileira, Nast orquestra uma peça para múltiplas vozes. O re-
sultado é um projeto de redescobrimento territorial onde seu corpo toma
ciência “de que sua terra é onde o sol se esconde”. Os autorretratos soam
como colagens, em que os elementos, as cores, a luz, o rasgo do papel e o
uso de tinta nas bordas, somados ao suporte de madeira trazem uma sutil
desconstrução da imagem. Esse ato de colar a fotografia num suporte de
madeira (construídos a partir de retalhos de caixotes de feira), marca o
início de uma pesquisa de tridimensionalização da fotografia.

Maré de Matos
Henrique Marques
Deserto de Ferro

Mais de 75% do Nióbio do mundo é retirado das montanhas de Minas Ge-


rais. Uma significativa quantidade de minério de ferro também. Na verda-
de, parece que Minas nunca deixou de ser uma simples mina de extração.
Do ouro ficaram as cavernas, como atração turística. Do ferro, ficarão os
desertos também como atração turística?
Deserto de Ferro parece saltar da fotografia bidimensional, ganhando
forma, densidade, peso e textura. A série desnuda a realidade das mon-
tanhas de Minas Gerais, historicamente transformadas pelo homem por
meio das mais diversas formas de extração.
O artista caminha em diferentes áreas de mineração, se fundindo ao ce-
nário. A cada passo, a linha do horizonte se transforma em uma divisão
apenas entre céu e terra. Não é possível avistar outra coisa, a sensação é
de estar numa paisagem desertificada, como já anunciava o poeta Carlos
Drummond de Andrade. Do reconhecimento do espaço à efetiva fusão,
Marques estabelece uma relação cada vez mais profunda entre corpo e
paisagem. A mostra traz, ainda, “Diário de Terra”, um livro objeto de sen-
sações composto por pigmentos criados a partir da coleta de pedras nas
áreas percorridas.
Leonardo Costa Braga
RGB

A cor é um sujeito assim como o homem, o objeto e a natureza. Entre as


teorias das cores da ciência de Isaac Newton, da filosofia de Goethe, da
pintura de Leonardo Da Vinci e das novas descobertas da física quânti-
ca - que consegue fotografar partículas que nunca viram a luz - estamos
num processo de revelar que a cor é um sujeito da existência. Esse fato
possibilita um outro diálogo de percepção com tudo que a reflete ou que
a assimila neste universo. A fotografia pode expandir esse debate quando
se apropria da liberdade estética para construir imagens que invertem a
função do sujeito na imagem. Assim, RGB propõe que, ao invés do ho-
mem, do objeto, da natureza ou mesmo de um conceito artístico serem o
discurso principal, a cor toma este lugar e possibilita outras compreensões
para os estados da imagem. Vale lembrar que os olhos humanos têm três
cones internos que são sensíveis às cores vermelhos e laranjas, azuis e vio-
letas, verdes e amarelos, se assemelhando, assim, ao sistema de cor das
máquinas digitais RGB (Red, Green and Blue).
Lucas Alameda
Jovens

“Jovens” surge a partir de questionamentos do autor acerca do cotidiano,


do tempo, da (i)mobilidade, do íntimo e de tudo aquilo que não é percep-
tível. A série vai contra as generalizações ao propor um recorte da juven-
tude, época que sugere energia e vivacidade, a partir de universos que
não pertencem a esses rótulos. Por meio de uma linguagem que mescla
documentário e ficção, o fotógrafo cria novas diagramações de mundos
para cada um dos personagens retratados.
Assim, trabalha a relação destes jovens mesclando-os às suas casas, lu-
gar em que é possível traçar perfis e intimidades e onde as relações de
artefato e corpo se misturam, o corpo perde sua função, ou melhor, ele se
nega. Ao serem fotografados nestes ambientes tão próprios, Lucas Alame-
da aproxima-se do registro documental. Em contraponto, a identificação
com o espectador que se sente próximo da situação ou com o espaço que
não o pertence, garante o caráter ficcional da obra.
A montagem de Jovens, composta por imagens de tamanhos distintos,
traz duas delas acopladas a monóculos. A experiência pessoal e intrasferí-
vel do observador, neste caso, aproxima a intimidade retratada e parado-
xalmente, amplia e reduz este momento doméstico e universal.
Pedro Sales
Intratom

O universo corporativo tem suas peculiaridades: pessoas confinadas em


um espaço, sala, corredores, baias, espaços de convivência, divisórias,
enfim, um arranjo espacial próprio. Nesse cenário, muitas vezes o que
interessa está inserido em um espaço que não é o físico, mas o virtual.
Cada um com seu computador e sua tela, concentrados para executar sua
demanda. No entorno, uma infinidade de objetos e mobiliários tentam
passar certo conforto e intimidade àquelas pessoas.
Ao lançar uma espécie de zoom para os detalhes do mundo corporativo,
Pedro Sales amplia fragmentos à sua volta: Intratom - O verbo no infinitivo
interferindo e criando novos significados à imagem - registra tudo aquilo
que não está no centro, que não é o foco das atenções. A descoberta deste
mundo paralelo dentro de uma mesma superfície, somada à inserção de
verbos no infinitivo funciona como um denominador, evocando outros
significados para a imagem, ora ampliando, ora limitando sua leitura. A
série inédita, composta por 30 imagens, é um desdobramento de uma
pesquisa imagética dos espaços do cotidiano realizada pelo fotógrafo e
que já lhe rendeu outros trabalhos acerca do tema. O resultado de Intra-
tom altera estes ambientes a tal ponto, que eles se tornam, em um só
tempo, lugar e não-lugar, entre o imaginário e o ficcional.
Rafael Carneiro
Órbita

A série surge do acaso: fotografias da retina humana foram encontradas


em um hospital abandonado. Nas mãos de Rafael Carneiro, contudo, elas
são ressignificadas e ganham uma interpretação cosmológica ao serem
expostas tridimensionalmente, como planetas em órbita.
Ao identificar as similaridades entre a retina - camada fina de tecido fo-
tossensível localizada no interior do olho, que transforma luz em estímulo
nervoso e o envia ao cérebro - com o filme na câmera fotográfica, o fotó-
grafo propõe reflexões acerca do olhar fotográfico, sobre o microcosmo,
sobre o macrocosmo e sobre o princípio hermético da correspondência,
que coloca essas realidades em paralelo, evidenciando analogias entre os
fenômenos universais e as artes visuais.
Composta por 12 imagens de tamanhos variados que formam um polípti-
co, a montagem forma uma elipse onde as molduras se fundem à parede,
ressaltando a órbita formada pelas retinas.
Rodrigo Zeferino
Aqui de perto você me vê melhor

Se a intimidade é o desafio do documentário, a missão do documen-


tarista reside em provocá-la naturalmente. Chegar perto, infiltrar-se,
tocar antes de fotografar. Quanto mais próximo, mais o fotógrafo pode
perceber o objeto de seu estudo, seja ele uma coisa, um acontecimento,
um animal, uma pessoa.
Detalhes contam histórias. No ensaio “Aqui de perto você me vê melhor”,
essas narrativas são contadas nas cicatrizes que só o menino do mato
em sua peraltice desbravadora, em seu contato íntimo com a natureza,
sabe colecionar; na pele do lavrador manchada pelo sol; nos adereços
corporais típicos e cotidianos. Para que a atenção se concentre nos de-
talhes, Zeferino optou por descartar os olhos - janelas que evidenciam
sentimentos e ganham a atenção de quem vê - de seus retratos: o foco
volta-se para as minúcias fragmentadas no corpo dos fotografados. As-
sim, o objeto se posta também como sujeito, ao convocar o espectador
para dentro de seu mundo, para a sua história.
Esta série, composta por seis fotografias, é um desdobramento do do-
cumentário “Arredores do Aço”, trabalho realizado nas zonas rurais das
cidades que integram o Vale do Aço Mineiro, que mostra os hábitos e
costumes do povo da região, bem como as interferências causadas pela
ampliação do espaço urbano e da industrialização.
Rosceli Vita
Intimidade

A paisagem é uma vivência humana que parte da observação e interpreta-


ção do mundo que nos cerca. Ela resulta sempre do encontro de um espaço
com o olhar, não podendo existir sem um observador. Consiste na reflexão
e entendimento subjetivo da pessoa que observa. E para a artista ela vai
muito além: as vistas se transformam em material a ser apropriado e res-
significado, para então ser apresentado e compartilhado.
Rosceli capta imagens de Belo Horizonte, com foco no crescimento desor-
denado dos centros urbanos e periferias, na falta de espaço, no caos, na
cidade que, muitas vezes, se transforma em lugar de passagem e não de
permanência, em uma rede de estruturas cada vez mais fragmentada e
complexa, que maximiza a impessoalidade, sufoca o indivíduo.
“Intimidade” propõe, assim, a reflexão acerca da relação que estabele-
cemos com o espaço e com a vida cotidiana. Nesse sentido, as imagens
são apresentadas em pequenos formatos (3,5 x 2,4 cm), e soam como um
convite à aproximação. Para o observador, a obra se transforma em uma
experiência que carrega aspectos da própria cidade: é necessário chegar
perto para realmente ver; e, para notar os detalhes, chegar ainda mais
perto e gastar mais tempo observando.
Thais Guimarães
3/Quartos

“3/Quartos” surge a partir do impacto que a exposição “Pour L’amour de Pa-


ris” do fotógrafo Brassai, causou na artista a alguns anos atrás. Impulsionada
pela vontade de desvendar um universo até então desconhecido e ainda
bastante velado pela sociedade, Thais Guimarães parte para sua pesquisa,
que desmembra-se em outros trabalhos e neste, ainda inédito para o pú-
blico. O cenário macro são dois hotéis localizados na Rua Guaicurus, reco-
nhecida região boêmia da capital mineira. Ao se aproximar do ambiente, ela
lança suas lentes para as cenas que se desenvolvem em três quartos desses
hotéis onde mulheres trabalham e homens sobem e descem as escadas. Eles
batem às portas sedentos à procura de sexo. Corredores longos, iluminados
por luzes de neon, luz vermelha, colchão rasgado, armário pequeno e talvez
até espelhos são alguns dos elementos marcantes desses micro universos.
Ao retratar os ambientes, 3/Quartos revela paisagens impessoais, mas que
carregam histórias e acontecimentos íntimos que somente as mulheres que
vivem e trabalham nesses cenários conseguem perceber e experenciar. As
fotografias transpassam por quartos vazios, não habitados no momento dos
registros, até chegar a um último quarto, que desvela rastros de pertenci-
mento. O projeto original, realizado em 2012, resultou em um pequeno livro
com as imagens destes quartos.
Walmir Monteiro
Brasileiros

“Brasileiros” narra, por meio de retratos de personagens anônimos, as


mudanças ocorridas no país a partir de 2003, ano que inaugura uma
série de mudanças sociais, políticas e econômicas. Neste período, a na-
ção vê surgir uma nova classe média. Com o poder de compra ampliado,
produtos antes inacessíveis passam a fazer parte do cotidiano de muitos
brasileiros: os celulares estão nas mãos dos jovens, o acesso à Internet e
à universidade determinaram a inclusão de uma geração que pertencia,
anteriormente, à classe pobre.
Ainda na rota do crescimento, mas não mais econômico, a maior nação
católica do mundo vem apresentando um aumento recorde no número
de evangélicos: segundo o IBGE, em 10 anos, o número de novos fiéis
aumentou 61,45%.
A partir de 2013, a euforia promovida pelo crescimento econômico
perde espaço para a desaceleração, embora várias conquistas já es-
tejam consolidadas.
Este cenário, tão diverso, levanta a pergunta: E agora, qual é a cara do
novo Brasil? Realizar um ensaio fotográfico que dê conta de responder
essa questão é o que move o fotógrafo Walmir Monteiro, que apresenta,
nesta exposição, um pouco deste Brasil contemporâneo, de seu ponto de
vista. Brasil emergente, Brasil que é notícia, Brasil das novas classes so-
ciais, da esperança, das dúvidas e, porque não, ainda, Brasil do futebol.
Zezinho Faria
Além

Composta por 15 fotografias que utilizam filtros para explicitar cenários


oníricos presentes no cotidiano, “Além” se concretiza a partir do indetermi-
nado, daquilo que a imagem contém, mas nos nega: os erros do mundo em
detalhes, o movimento singelo, a cor vermelha predominante e as distorções
ampliam nossa sensação de lidar com o cotidiano como lugar do irreal, de
tudo aquilo que está, de fato, além. A série, produzida em 2015, registra ce-
nas feitas na sala de casa, mas que poderiam ser registros de qualquer lugar.
O incômodo - olhar desfalcado e veloz - é proposital e serve para ampliar
sensações de pertencimento. Quem de nós nunca se viu entre o real e o ima-
ginário? Os não-lugares apresentados por Zezinho Faria partem do artista
para perpetuar em cada um e em todos os espectadores.
onde encontrar?

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08 11

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1- ALMG - Assembleia Legislativa de Minas Gerais 11- Sou Café – CCBB
Rua Rodrigues Caldas, 50 - Santo Agostinho Praça da Liberdade, 450 - Funcionários

2- Associação Médica de Minas Gerais 12- Museu de Artes e Ofícios


Av. João Pinheiro, 161 - Centro Praça Rui Barbosa, 600 - Centro

3- BDMG Cultural 13- Museu da Imagem e do Som


R. Bernardo Guimarães, 1600 - Lourdes Av. Álvares Cabral, 560 - Centro

4- Café com Letras 14- Passo das Artes


Rua Antônio de Albuquerque, 781 - Funcionários Praça João Pessoa, 200 - Funcionários

5- CâmeraSete 15- Praça 7


Av. Afonso Pena, 737 - Centro Av. Afonso Pena - Centro

6- CentoeQuatro 16- Teatro do ICBEU


Praça Ruy Barbosa 104 - Centro Rua da Bahia, 1723 – Centro

7- Centro de Referência de Moda - CRModa 17- Universidade FUMEC


Rua da Bahia 1149 - Centro Rua Cobre, 200- Cruzeiro

8- Coreto Praça da Liberdade 18 - UFMG - Escola de Belas Artes


Escola de Belas Artes UFMG Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha
Av. Antonio Carlos, 6627, Pampulha

9- Funarte link Google maps:


Rua Januária, 68 - Centro https://www.google.com/maps/d/
edit?mid=z2mNHK1PW4k4.
10- Memorial Minas Gerais Vale kgoMmgWiPMZQ&usp=sharing
Praça da Liberdade, 640 - Funcionários
convidado
Nilmar Lage
Paixão
Fotografia e vídeo-instalação
Ensaio vencedor do Show de Likes - Erro99
Ocupação Cemitério do Peixe - junho 2015

“Paixão” é inspirado em uma experiência particular do artista Nilmar


Lage que inicia quando sua mãe acompanha seu irmão em processos
que envolvem sofrimento, amor, dedicação graças a um câncer diag-
nosticado. Amor e esperança. Morte. Além de Edilamar, mãe do fotó-
grafo, outras seis mulheres gentilmente compartilharam suas histórias
com o artista. Apresentado em 2014, o trabalho vem se desenhando
desde 2009, ano que Nilmar Lage, em viagem por Córdoba, se deparou
com estampitas da Virgem Maria. Contudo, o processo de revisitar as
memórias e partir para a concepção final, só ocorreu alguns anos de-
pois. O ‘happy end’ (final feliz), pressuposto de sucesso para a indústria
cinematográfica, ficará em cada um.
homenageada
Ana Regina Nogueira
Retrospectiva
Curadoria e Texto: Pierre Devin

O “Hino à Alegria” acolhe-me em sua casa. Tendo conhecido uma grave crise exis- pela obra do fotógrafo Gil Prates que se tornará seu primeiro marido. Apaixona-
tencial, ela dá-se a conhecer verdadeiramente. Desde 1991 dedica-se a serviços -se, também, pela tecnologia ligada à fotografia.
voluntários. Entretanto, Ana Regina vem de um meio culto e confortável. Tanto a Em 1972, abandona seu curso de psicologia na Universidade Jussieu em Paris.
arte como a fotografia fazem parte de suas preocupações. Nascida em Belo Ho- Autodidata, como a maioria dos fotógrafos de sua geração, torna-se fotógrafa
rizonte no ano de 1948, atravessa a adolescência interessada pelo mundo e pela profissional. Assume, ela mesma, seu trabalho de laboratório em preto e branco.
prática artística. Vive um ano nos Estados Unidos onde realiza seus primeiros ins- Em 1973, Ana Regina Nogueira, equipada de uma Nikormat, viaja pelos Estados
tantâneos. A cultura livresca não lhe basta e segue cursos de arte. Interessa-se Unidos e México. Tal viagem permitiu-lhe realizar seu primeiro portfólio.
Neste pós 1968, aborda grandes temas: justiça, amor, preconceito, beleza... Visita locais inacessíveis do Norte, Nordeste e Sul
do Brasil, assim como Argentina e Chile. Leva uma vida cosmopolita entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paris, Londres, Milão,
New York. Trabalha para a revista Vogue, para o teatro. Os grandes objetos dos quais se ocupa então, e que chama de sócio-
-antropológicos, são: as religiões, as medicinas populares, os homossexuais, a oligarquia brasileira, os pescadores...
A autobiografia jamais está ausente de suas preocupações. Em um dado momento, esta autobiografia fotográfica fará parte
de sua reconstrução pessoal após uma crise existencial, que ela qualifica como uma passagem pelo inferno. “A Noite Escura da
Alma” revela esse período de sofrimento e loucura. A fotografia tem grande força e surge como um grito. A série “Purificação”
fala do início de seu caminho interior.
Em 1994, deixa o Rio de Janeiro para viver em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Deixa de fotografar durante cinco
anos e se reconecta com a Natureza aprendendo a levar uma vida altruísta. Sempre amei fotografar pessoas em movimento e
fazer retratos. Troquei várias vezes de moradia. Morei em metrópoles, mas a Natureza me atraia... Retornar, após 30 anos, às
minhas origens, penetrar no interior do estado de Minas, permitiu-me encontrar harmonia e paz”. Em 1999 a fotógrafa volta
à fotografia.
Sua nova casa em Lavras é também instrumento de trabalho para continuar a produzir e a ensinar fotografia. Em 2000, partici-
pa de Photofest em Houston. Durante todo o ano de 2002 realiza um amplo documentário fotográfico sobre a região do Funil,
ao Sudoeste de Minas Gerais, antes e durante a construção de uma hidrelétrica. Foram produzidas mais de 11.000 imagens da
natureza, construções e vida cultural do local. Elas perpetuam uma vida e paisagens perdidas.
O itinerário de Ana Regina Nogueira é duplo. Percorreu o mundo... Tal itinerário desdobra-se em um interior apaixonante. A
cada etapa a forma fotográfica foi sendo trabalhada como conseqüência natural. A câmera escura, a luz, a revelação, além da
função que lhes é própria, adquirem para Ana Regina um sentido metafísico.
convidado
Gustavo Lacerda
ADA

Os cantos da memória podem ser a paisagem do deserto ou do mar sem fim. A É o lugar do sensível em alguém. Resistimos precariamente ao que pensamos
paisagem não é apenas um lugar para que o olhar encontre o horizonte retilíneo, estar guardado nos rincões afetivos pela experiência da presença.
a natureza tranquila como se fosse um porto seguro. A paisagem vai além da con- Ada, ensaio poético de Gustavo Lacerda, atravessa pela fotografia a vasta atmos-
templação, da lonjura na qual se perde a vida pelo tempo; domestica a distância fera simbólica de certo espaço familiar. Vai assim ao encontro do que podemos
solene da infância, e a separação madura. Ela nunca cessa em nos invadir pelos nominar de apoderamento ao que resistirá em nossa lembrança, mas não à ruína,
seus lados visíveis e obscuros. A paisagem vagamente irá se tornar um território à disfunção do ser o lugar. Quando a morada das coisas e suas pessoas se rompe,
de símbolos se não a bordarmos na memória. A paisagem é uma casa. O sobrado. olhar e apreender esse fenômeno significa conservar pela imagem, abarcá-la en-
A paisagem é uma mulher. quanto ritual de passagem.
Respeita-se as coisas de um lugar, pela sensação sagrada do pertencimento.
Salvaguardar imagens, ver por último, amainar a nostalgia e voltar pela recor-
dação para sua própria história é ato de restituição de território, de dar sentido
para a vivência de outrora. Diriam os filósofos que a paisagem é o espaço do
sentir. Diria então, diante de Ada, que voltar a determinada paisagem afetiva
é dar chance às metáforas nas quais a nossa memória flutua no mar sem fim
de sentidos para a saudade.
Georgia Quintas
convidado
Daniel Moreira
Catadores

Homem-motor, homem-tração, homem-animal. dividem o conceito estabelecido entre homem e bicho. A série Catadores dia-
As imagens não ilustram estas relações; elas fazem sentir. As fotografias apre- loga com indivíduos que, recortados da paisagem cotidiana, induzem a uma
sentadas no contexto da obra tencionam e refletem sobre as fronteiras que linha tênue de percepção definidora das noções de ficção e realidade. Homem
e animal formam um só corpo, que se equilibra em meio ao contexto caótico, o público, buscando um aprofundamento sobre a condição do processo arcaico
criando condições de equivalência em uma reflexão sobre degradação e resis- como força de trabalho. A conexão entre catadores, artista e fragmentos cons-
tência. O trabalho pretende estabelecer a relação entre o participante da obra e tituem a poética que conduz à criação.
convidado
Missão: Gandarela
Instalação

A Serra do Gandarela tornou-se nos últimos anos um símbolo da luta contra a A criação, em outubro de 2014, do Parque Nacional da Serra do Gandarela, a pri-
exploração predatória e imediatista do patrimônio natural de Minas Gerais. A meira Unidade de Conservação Federal de proteção integral em região de interes-
resistência da sociedade às tentativas de implantação de grandes projetos de se minerário, foi mais um passo importante na luta pela proteção deste santuário
exploração minerária na região vem conseguindo, desde 2008, inúmeros avan- natural. Entretanto, a exclusão dos limites do PARNA Gandarela, por pressão das
ços, tais como: ajudar a proteger as últimas áreas remanescentes significativas da empresas mineradoras, de grande parte dos atributos da região deixa desprotegi-
região central do nosso Estado, auxilar a proteção do geossistema de formações das áreas de recarga e aquíferos fundamentais para a garantia de abastecimento
ferruginosas que inclui grande quantidade de reservas hídricas e uma enorme de Belo Horizonte e cidades vizinhas, colocando em risco a segurança hídrica de
diversidade de flora e fauna, cenários que constituem algumas das mais belas uma população de mais de dois milhões de pessoas. A ampliação da proteção
paisagens do entorno de Belo Horizonte. aos aquíferos e a restrição ao licenciamento de atividades minerárias na região
continua a exigir da sociedade um esforço gigantesco pela garantia da qualidade
de vida das gerações futuras.
O coletivo Missão: Gandarela, que reúne trabalhos em fotografia e vídeo, vem
desde 2011 organizando mostras e ações em um projeto colaborativo de apoio
à conscientização e mobilização popular pela preservação da região. Integram Sáiba mais:
a mostra deste ano Alice Okawara, Danilo Siqueira, Layne Juh, Lucas Araújo,
Luisa Azevedo, Marcelo Andrê, Maurílio Nogueira Júnior, Pedro de Fillipis e Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
Robson de Oliveira, com a coordenação geral do professor Paulo Baptista, da www.aguasdogandarela.org
Escola de Belas Artes da UFMG. www.facebook.com/missaogandarela
Paulo Baptista
convidado
Baita Profissional
Retrato Incerto

Edy Kolts
Fábio Del Re
Fabrício Barreto
Paulo Backes

Convidados: Eterno tema na fotografia, o retrato é uma arte que extrapola a parte objetiva da
fotografia e exige o subjetivo, o imponderado, a relação entre sujeito e fotógrafo,
olho no olho. Essa troca faz com que a obra seja, de certa maneira, coautoral.
Claudia Tavares Difícil um bom retrato sem o envolvimento do retratado com o fotógrafo. E nada
melhor que usar um filme tosco-cult como Shanghai, que remete aos primórdios
Danilo Christidis da fotografia. Shanghai exige, por parte do fotógrafo, uma postura de desapego
técnico devido as suas imperfeições. Existe uma direção, uma intenção, mas que o
filme pode levar para outro lado. Aparece o imponderável. Alguns autores flertam
Edu Simões intencionalmente com esse “imprevisível” do filme que nem sempre se manifes-
ta. Shanghai e sujeito se somam no incerto e enriquecem o processo. Os BPs usam
Fernanda Chemale o filme desde 2009, como uma veia de escape à tecnologia eletrônica. O uso do
filme obriga a um mergulho no conhecimento artesanal, nos seus processos, o
Leo Caobelli que o torna também um dos sujeitos da fotografia.
O Baita Profissional é formado por Edy Kolts, Fábio Del Re, Fabrício Barreto e
Paulo Backes. Nesta edição convidaram Claudia Tavares, Danilo Christidis, Edu
Leo Siqueira Simões, Fernanda Chemale, Leo Caobelli, Leo Siqueira e Tiago Coelho fizeram
essa imersão no universo analógico e imponderável da fotografia de retrato,
Tiago Coelho com filme Shanghai!

Paulo Backes
Fábio Del Re
eventos
Show de Likes Festa do Erro99
Coordenação e Realização: Erro99
Duelo de ensaios fotográficos aberto a todos com algumas fotos e muita coragem. Freestyle Erro99
Fotógrafos podem inscrever um ensaio de até 10 imagens para ser projetado e Style com os MCs Douglas Din e Vinicin
julgado pelo público. O autor é convidado para falar sobre si mesmo e sobre o e com os Photo-Jockeys convidados do Selva SP
ensaio e, após a projeção, o público se manifesta através dos bordões #FICA ou
MC Kdu dos Anjos
#VAZA e de plaquinhas de “Like” e “Dislike”. Os ensaios que recebem o sonoro
#VAZA são eliminados enquanto os restantes continuam sendo projetados e jul- Pocket Show com os Mcd Douglas Din,
gados, até que restem apenas três premiados. Kdu dos Anjos e Vicinin
DJ Giffoni

CentoeQuatro Convites a venda no local


Praça Ruy Barbosa 104 - Centro
21 de agosto | 21 h
Victor Schwaner
Bruno Figueiredo

Queimão Fotográfico
Coordenação e Realização: Erro99
Qualquer pessoa pode levar uma imagem impressa para ser leiloada e as fotos
que não recebem lance são queimadas. Os autores das fotos só são revelados
após a venda ou queima, colocando fotógrafos renomados, desconhecidos,
profissionais e amadores em um mesmo patamar - julgados apenas pelas
obras e nada mais. O Queimão Fotográfico é o famigerado leilão popular de
Praça Sete de Setembro
fotos que põe fogo no mercado da arte. Aberto a todos, as fotos são leiloadas
anonimamente e queimadas publicamente caso não recebam o lance mínimo Av. Afonso Pena esquina com av. Amazonas - Centro
estipulado pela coordenação. 22 de agosto | 21h
colecionismo instalação
Troca de Olhares Projechão
Mostra audiovisual
Coordenação: Cau Pansardi

Projechão é uma projeção coletiva e constitui um site specific, ou seja, é uma obra
Marco Aurélio Prates

que acontece em lugares e momentos determinados e que dialogam com o meio


circundante. A proposta liga-se ao conceito de arte ambiente, que sinaliza uma
tendência da produção contemporânea de se voltar para o espaço – incorporan-
do-o à obra e/ou transformando-o -, seja ele o espaço da galeria, o ambiente
natural ou áreas urbanas. Dez séries de um minuto de duração foram seleciona-
das pelos curadores da proposta, Cleber Falieri e Marco Aurélio Prates, para serem
projetadas perpendicularmente ao solo. Todas as imagens obedecem à premissa
de terem sido clicadas em perspectiva, sempre apontando a câmera para baixo.

Fotografias: Caio Vita, Caroline Gandra, Cláudio Nadalin, Felipe Lessa Sampaio,
Goretti Nunes, Gui Guimarães, Guilherme Bergamini, Júlio Toledo, Márcia Cabral,
Rafael Carneiro, Raylander Mártis, Rogério de Souza e Rosceli Vita.
Proposta em que os participantes têm a oportunidade de, ao mesmo tempo, ex-
por e trocar suas obras, promovendo permuta de imagens que incentiva o colecio- CentoeQuatro
nismo. O anonimato entre as partes é o ponto alto da iniciativa. Praça Ruy Barbosa 104 - Centro
A exposição coletiva é composta por fotografias enviadas pelos participantes ins- 19 a 23 de agosto
critos previamente sem que haja menção dos autores. No último dia da mostra,
os inscritos podem escolher, dentre as fotografias expostas, aquelas que desejam

Pedro Rennó
trocar. Uma vez escolhida a fotografia, o nome do autor é revelado àquele que
será o novo dono da imagem.

CentoeQuatro
Praça Ruy Barbosa 104 - Centro
20 a 22 de agosto
Todos os dias | 10h às 22h
Domingo | 10h às 19h
Troca: 22 de agosto | a partir das 14h.
passeio fotográfico
FotoaPé FOTOTECH
street photographer

Para encerrar a Semana da Fotografia com estilo, a Fototech MG promove um


passeio fotográfico pelas ruas da capital mineira com o objetivo de exercitar o
Local de encontro/saída:
olhar street photographer. A proposta é simples: basta se unir à equipe Fototech
no horário e local combinados munido de uma câmera fotográfica (vale celular!) Coreto da Praça da Liberdade
para sair pela cidade clicando, clicando, clicando, clicando... 23 de agosto | 8h

Gui Guimarães
palestras lançamentos
Teatro ICBEU
Rua da Bahia, 1723 – Centro
20 de julho | 19h às 22h
As associações profissionais de fotógrafos
Leo Drumond e Breno Matias
Debate entre Leo Drumond, atual presidente daARFOC-MG, Associação dos Re-
pórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais e Breno Matias, diretor
regional da Associação de Fotógrafos FOTOTECH, sobre a atuação e importância
das associações de fotógrafos na defesa de interesses da classe. Mediado por Ti-
bério França, o encontro tem entrada franca

A Regulamentação da Profissão de Fotógrafo Revista Ensaio Fotográfico


Uma visão jurídica | Rafael Neumayr Lançamento da primeira edição da publicação cujo objetivo é promover a pro-
dução fotográfica autoral e a crítica fotográfica de Belo Horizonte no cenário
28 de julho | 19h às 22h nacional e internacional.Distribuída gratuitamente em formato eletrônico, é um
O advogado Rafael Neumayr, com mediação de Tibério França, apresenta uma espaço onde fotógrafos poderão expor seus ensaios autorais e críticos poderão
visão jurídica do Projeto de Lei em tramitação no Congresso, que trata da regula- publicar seus textos reflexivos.O projeto é financiado com recursos da Lei Munici-
mentação da atividade profissional do fotógrafo. pal de Incentivo à Cultura. Nesta primeira edição, foram selecionados os ensaios
fotográficos Exílio, de Daniela Paoliello; Educação para todos, de Guilherme Ber-
gamini; Esse novo lugar, de Helena Rios e Hotel Esplêndido, de Laura Fonseca.
Universidade FUMEC Os ensaios sobre fotografia são assinados por Isabel Florêncio (Fotografia e veloci-
Rua Cobre, 200 - Cruzeiro dade: o paradoxo do olhar) e Alexandra Simões (Fotografia, Mediação e Pesquisa
11 de agosto | 19h Biográfica: uma experiência de ensino em artes visuais)
Quatro produtores e realizadores culturais mineiros debatem sobre os Festivais
de Fotografia: Daniel Iglesias, do Erro99, Eugênio Sávio, fotógrafo e idealizador
do Festival de Fotografia de Tiradentes, Gui Cunha, do Festival Internacional de Exílio, livro de Daniela Paoliello
Fotografia e Tibério França, realizador da Semana da Fotografia. CentoeQuatro
22 de agosto | 14h
O livro é produto final do projeto contemplado pelo XIII Prêmio Funarte Marc
Memorial Minas Gerais Vale Ferrez de Fotografia (categoria ensaios fotográficos experimentais). Tal prêmio
Praça da Liberdade, 640 - Funcionários fomentou a continuação de um ensaio em andamento e a produção do livro. O
20 de agosto | 19h ensaio presente em Exílio foi produzido durante dois anos no interior de Minas
Os curadores Adolfo Cifuentes, Fabiana Figueiredo, Francilins Castilho Leal, João Gerais, em uma mata localizada no cerrado mineiro.
Castilho e Tibério França apresentam os conceitos e critérios que nortearam a O ensaio que compõe o livro traz o olhar da fotógrafa, que coleta elementos da
comissão julgadora para a seleção dos trabalhos inscritos na Semana da Fotogra- paisagem ao mesmo tempo em que se oferece para sua câmara, provocando uma
fia de 2015. Em pauta, a fotografia contemporânea mineira, eventos e festivais. indiferenciação entre sujeito e objeto da fotografia. O corpo da artista ensaia a si
O bate-papo, aberto ao público e com entrada franca, visa manter a transparên- próprio em suas lentes e a paisagem é esse campo onde explora as tentativas de
cia da Semana da Fotografia sobre a seleção dos trabalhos, além de fomentar a seu corpo e seu engajamento nas tentações da floresta. Os textos são assinados
discussão sobre o tema. por Priscilla Menezes de Faria, artista e doutoranda em Artes (UFRJ).
oficinas
Fotozine Tina Descolada
Flavio Valle Gui Machala e Marta Alencar

Oficina que tem entre seus objetivos o desenvolvimento de um conjunto coerente Tina Descolada, personagem criada por Marta Alencar, dissemina atitudes inclu-
e coeso de imagens, tarefa que apresenta desafios para muitos fotógrafos habitu- sivas de pessoas com deficiência na sociedade. Nesta oficina voltada para adoles-
ados a pensar as imagens de forma isolada. Aqui, o participante será incentivado centes da Associação Mineira de Reabilitação (AMR) ela propõe, em parceria com
a se apropriar de algumas ferramentas conceituais de edição de ensaios fotográ- Gui Machala, a sensibilização do olhar por meio da fotografia e da vivência do
ficos por meio da produção de um fotozine. ato fotográfico criativo. O grupo vai experimentar práticas em duplas e exercícios
Ministrada pelo produtor cultural especializado em projetos fotográficos, pro- que interagem com a Semana da Fotografia e ao final, os participantes terão suas
fessor Flávio Valle, a oficina divide-se entre aulas teóricas e práticas, totalizando produções fotográficas impressas e expostas para o público. Espera-se que os 12
12h/aula. Ao final, os participantes terão como produto final um fotozine em participantes se envolvam com o ato fotográfico e passem a vê-lo como forma de
formato A3 diagramado e impresso, prontos para serem distribuídos. expressão e como instrumento para ações transformadoras.
O resultado pode ser conferido no CentoeQuatro no dia 22 de agosto, a partir das 14h.
18, 20, 21 e 22 de agosto | 19h às 22h CentoeQuadro
Praça Ruy Barbosa 104 - Centro
Flavio Valle

Data da oficina: 07, 14 e 22 de agosto | 14h40 às 16h30


Exposição dos trabalhos: 22 de agosto | 14h

Nereu JR
cidade afora
CameraSete
Av. Afonso Pena, 737 - Centro

Gestos, relatos, escritas e autoficções


Curadoria: Mariano Klautau Filho

Otctavio Cardoso
Diferentes vertentes da produção fotográfica contemporânea estão reunidas 106 fotografias, sete livros/dissertações e seis vídeos distribuídos em 25 obras de
na mostra Gestos, relatos, escritas e autoficções, que tem curadoria de Mariano 18 artistas de sete estados brasileiros.
Klautau Filho. São trabalhos que buscam evidenciar a fotografia como um pro-
cesso similar ao de produção escrita, no qual as obras não são necessariamente
inacabadas, mas demonstram as estruturas de construção de relatos. A exposi- 29 de julho a 12 de setembro
ção, que foi apresentada em março no Festival de Fotografia de Tiradentes, reúne Terça a sábado | 9h30 às 21h
Sou Café - CCBB
Pça. da Liberdade, 450 - Funcionários

A.TRAVESSA
Fotografias: Amanda Coimbra, Daniela Drumond, Filipe Tavares, Helena
Teixeira Rios, Jacqueline Dantas, Juliana Wildhagen, Lúcia Machado, Luiz Zanon,
Natália Gomes, Rebeca Penido, Renato Cota e Tânia Leal.
Realização: Cultivarte
A exposição A.TRAVESSA apresenta ensaios fotográficos dos alunos da primeira O corpo docente desta turma foi compost pelos professores José David Aguilar,
turma do Programa de Desenvolvimento Profissional (PDP) em Fotografia, Arte e Leo Drumond, Paola Rettore, Ana Amélia Arantes, Henrique Ribas, Tibério França,
Cultura da PUC Minas. Os ensaios tem como tema principal “Cultura e Liberdade” Rafael Neumayr, Rafaela Cappai e Guto Muniz, coordenador do curso.
e apresentam diferentes olhares que atravessaram os caminhos da Praça da Li-
berdade em busca do cotidiano de seu visitantes e de seus personagens, em seus
atos e relações com praça e a arquitetura urbana de seu entorno. Visões pessoais
carregadas de sentidos, sentimentos e simbolismos, dessas atitudes que formam 23 de julho a 07 de setembro
dia-a-dia a cultura de uma cidade e de seus moradores. Todos os dias, exceto às terças | 9h30 às 21h

Filipe Tavares
cidade afora
FUNARTE
Rua Januária, 68 - Centro

Áreas de Intermitência A exposição “Áreas de Intermitência” de André Hauck, projeto contemplado pelo Prêmio Funarte de Arte Contemporâ-
nea 2014 propõe, através de registros fotográficos, um questionamento sobre como os habitantes dos grandes centros
Exposição André Hauck urbanos moldam e configuram os espaços onde vivem. As fotografias foram realizadas entre 2010 e 2014 no território
Curadoria: Júlio Martins metropolitano de Belo Horizonte e seu entorno. A proposta tem como objetivo instigar o pensamento sobre os diversos
de 02 de agosto a 14 de setembro aspectos das territorialidades desta cidade, enfatizando as dinâmicas de integração e fragmentação do espaço urbano.
Na exposição serão apresentadas as séries “Desvios, Limítrofe e Sombras”. Em “Desvios”, André Hauck procura pensar a
Todos os dias, das 10h às 18h
ocupação da cidade pela arquitetura vernacular construída por não-arquitetos. Já em “Limítrofe” a intenção foi realizar
Lançamento catálogo: 12 de setembro | 15h um arquivo fotográfico a partir do mapeamento de diferentes zonas urbanas do entorno de Belo Horizonte. Finalizando
em “Sombras” o objetivo foi produzir registros fotográficos indiretos que proponham uma reflexão sobre a condição dos
moradores de rua para, através dos vestígios, fazer pensar a situação de visibilidade e invisibilidade destes indivíduos.
Galeria BDMG Cultural
Rua Bernardo Guimarães, 1.600 - Lourdes

Exposição 4x4
Mostra coletiva de fotografia
Adolfo Cifuentes e Rosceli Vita, Gualter Naves, Jade Liz , Thierry Carré.
“Toda arte ambiciona ser fotografia”. A provocativa frase proferida por Phillippe estando fortemente apoiada em aspectos simbólicos e culturais. A exposição
Dubois pavimenta o caminho percorrido pela arte ao longo do ultimo século. apresenta uma fotografia multifacetada tematicamente, plural em abordagens
Apesar da breve existência, a fotografia como processo de geração de imagem, e universal em significados. Pertinente com o momento histórico que vivemos.
migrou de sua condição nativa de documento histórico para o ambiente da re-
07 de agosto a 07 de setembro
presentação subjetiva e interpessoal, própria das questões abordadas pela arte,
Todos os dias | 10h às 18h
cidade afora
Memorial Minas Gerais Vale
Pça da Liberdade, 640 - Funcionários

O Mundo em Minas
Fotografias: Renato Weil
Textos: Glória Tupinambás
Curadoria da exposição: Tibério França

“O Mundo em Minas” é resultado de vários casamentos bem sucedidos: o pri- planeta que remetem ao que há de mais arraigado na cultura mineira. O diálo-
meiro, e mais longevo, é entre o fotógrafo Renato Weil e a jornalista Glória Tupi- go entre o local e o global se faz presente em ofícios, crenças, folclores, retratos,
nambás. Desta união é que surge outra parceria: ele fotografa e ela escreve sobre transações, ruínas e horizontes, convidando o público a viajar pelas belezas da
uma das paixões que os une há mais de uma década: viajar para conhecer outros Terra e pelos confins do estado. O projeto rendeu livro homônimo viabilizado pela
cenários e culturas. Viajar para conhecer, reconhecer, se reconhecer. Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que será lançado na abertura da exposição.
Em viagens por 59 países, o casal encontrou o equilíbrio perfeito entre “esse
mundo de meu Deus e as Minas de todos nós”. A exposição “O Mundo em Mi- 12 de agosto a 27 de setembro
nas”, apresenta, assim, flagrantes e instantes captados em lugares remotos do Terça a domingo | 8h às 17h
Circunstâncias
Fotografias: Vera Godoi
Curadoria: Tibério França

Vera Godoi é uma street photographer. Seu interesse está na rua, no mundo e nas pessoas,
que fotografa com ética e comprometimento. Acredita no poder transformador das imagens,
além de considerá-las uma forma de expressão poética. Trabalhou como fotojornalista nos
12 de agosto a 15 de novembro
principais jornais da cidade e atualmente é professora universitária, levando seu conceito de
vida para outras gerações de fotógrafos. Terça a domingo | 8h às 17h
cidade afora
Assembléia Legislativa de Minas Gerais
Rua Rodrigues Caldas, 50 - Santo Agostinho

999 olhares sob o olhar


Fotografias: Marco Tota Novaes
17 a 28 de agosto
Segunda a sexta | 08 às 18h

999 Olhares sob o Olhar é o resultado de uma série de fotografias realizadas, por
meio de convocatória, por Marco Tota Novaes: o publicitário fez retratos de anô-
nimos até chegar a exatas 999 imagens de pessoas de diferentes idades, classes
sociais, gênero e etnia.
Associação Médica de Minas Gerais
Av. João Pinheiro, 161 - Centro

Ofícios - Seis Momentos em P&B


Fotografias: Elmo Alves, Ronaldo Almeida, Júlio Cardoso, Walmir Monteiro, A fotografia de filme, também conhecida como
Rafael Carneiro, Marcos Toledo fotografia de base química ( ou analógica) respira
Curadoria: Cleber Falieri hoje a liberdade da criação, do experimentalismo
e de uma certa resistência. Uma redescoberta
03 a 31 de agosto
saudosista. Uma prática de expressão autoral e
Segunda a sexta | 8h às 20h alternativa na vasta gama de possibilidades que é
o mundo da imagem fotográfica. A reeducação do
olhar e do clicar através das limitações impostas
na câmera de filmes. As características muito es-
pecíficas da imagem no grão de prata. São muitos

Walmir Monteiro
os fatores que levam o fotógrafo a continuar ex-
plorando a tal “fotografia analógica”.
Talvez não exista diferença, ao olho leigo, para
imagens fotográficas. Tanto faz se ela vem de
uma matriz química ou digital. Talvez, para esse
o que importa é somente a imagem, a compo-
sição. É natural... Mas o fotógrafo compulsivo,
autoral, não se limita. Ele busca descobertas, ex-
periências e desafios. E nesse sentido, fotografar
com uma câmera de filme faz muita diferença.
É imbuído desse espírito que os fotógrafos Elmo
Alves, Ronaldo Almeida, Júlio Cardoso, Walmir
Monteiro, Rafael Carneiro e Marcos Toledo se
reúnem há quatro anos para exercitarem a prá-
tica da fotografia de base química, produzindo
a cada ano um ensaio sobre um tema determi-
nado. Desta vez, o assunto escolhido foi “Ofício”,
uma visão pessoal e poética, onde cada um bus-
cou retratar esse ‘sentimento’ em um determina-
do tipo de trabalho ou trabalhador.

Cleber Falieri
cidade afora
Museu de Artes e Ofícios Centro de
Praça da Rui Barbosa 600 - centro

Escassez / Desperdício
Referência de Moda Rua da Bahia 1149 - Centro
SustentaB.I.lidade
Fotografias: Cláudio Vieira Rocha

SustentaB.I.lidade reúne fotografias registradas em torno da mobilidade urbana


e do transporte sustentável, enfatizando os usuários de bicicletas (ou B.I.’s, como
são conhecidas). O trabalho autoral desenvolvido por Cláudio Vieira Rocha volta-
-se à fotografia de rua: seus retratos e registros de anônimos em lugares públi-
cos contém forte carga dramática sem, contudo, perder a irreverência. Cláudio é
tradutor, intérprete, músico e produtor cultural. A fotografia entra neste rol
de habilidades em 2010, ano que passou a estudar os processos fotográficos,
trabalhando com nomes importantes da fotografia atual. Em 2014 fundou a
Promovida pelo “Prêmio Syngenta de Fotografia”, a exposição é fruto da segunda HiFiPhotographia com a fotógrafa Fernanda Coronado.
edição da premiação internacional promovida pela Syngenta, que busca por meio
18 a 25 de agosto
da fotografia estimular o diálogo e promover a conscientização sobre desafios
Terça a sexta | 9h às 21h.
globais de alimentar e prover energia a um mundo em crescimento, mas com
Sábado e domingo | 10h às 14h
recursos limitados. Realizada originalmente em Londres, na Somerset House, a
exibição já esteve em São Paulo, e fica em cartaz de 5 a 23 de agosto em Belo
Horizonte, seguindo depois para o Rio de Janeiro.

5 a 23 de agosto
Terça e sexta | 12h à s19h
Quarta e quinta | 12h às 21h
Sábados, domingos e feriados | 11h às 17h
Mais em: www.syngentaphoto.com.br
Passo das Artes
Praça João Pessoa, 200 - Funcionários
Café com Letras
Rua Antônio de Albuquerque, 781 – Funcionários

Percurso A Morte das Bicicletas


Fotografias: Juliano Baeta Fotografias: Bruno Senna
Curadoria: Amanda Lopes
A exposição traz imagens de bicicletas descartadas pelas ruas da Holanda, Alema-
nha e Itália, geralmente abandonadas em locais públicos. Por meio das imagens,
o fotógrafo propõe uma reflexão sobre o paradoxo entre o crescente incentivo ao
ciclismo urbano e o descarte promovido nesses países europeus. Outra questão
abordada na mostra pontua está na diferença percebida entre Europa e América
Latina. No Brasil, por exemplo, há uma cultura de restaurar, consertar, trocar pe-
ças ou doar as bicicletas. Já na Europa o custo é muito baixo e elas acabam virando
lixo nas ruas. Uma das cenas marcantes para o artista é a imagem de uma árvore
que cresceu em torno de uma bicicleta, algo que ele conclui como sendo “a vida
engolindo a morte”.

4 a 25 de agosto
Segunda a quinta | 12h a 0h
Sexta e sábado | 12h à 1h
Domingo | 17h às 23h

Guardar memórias de instantes que, por algum motivo, são especiais, fazem par-
te de uma necessidade do ser contemporâneo marcar o seu lugar no tempo e dei-
xar história. Atento a isso, Juliano Baeta fotografa, em preto e branco, pontos de
interesse no mundo à sua volta. Os registros são feitos diariamente, passando do
interior da casa para a cidade, da particularidade dos objetos para as edificações
monumentais, da construção à ruína. Usando a câmera de um aparelho celular, o
artista explora as possibilidades estéticas desse recurso, tanto na captura quanto
na edição e compartilhamento das imagens nas redes sociais. Interessa-lhe, por-
tanto, muito mais um diálogo do que uma apreensão da realidade.
03 a 26 de agosto
Segunda a sexta | 08h às 09h30 | 10h30 às 12h | 14h às 15h30 | 16h30 às 18h
cidade afora
Escola de Belas Artes Museu da Imagem
Av. Antonio Carlos, 6627, Campus Pampulha

Olhares, um encontro com a


e do Som
poética fotográfica
Coleção Pedro Mordente
Exposição coletiva
Av. Alvares Cabral, 560 - Centro
Organização: Françoise Imbroisi

As superfícies do mundo das atualidades devem conter imagens que apresen-


tem o homem e não mais o representem como ocorria na sociedade clássica.
A reformulação estrutura-se na compreensão de que as imagens tornam-se
dialógicas com o propósito e a colaboração de todos. A partir disso, a mostra
reúne os trabalhos desenvolvidos pelos alunos durante a disciplina de Foto-
grafia Básica, no primeiro semestre de 2015, e tem como propósito demons-
trar a diversidade das sensações, das experimentações e da compreensão
sobre o ato fotográfico.

7 de agosto a 7 de setembro
Segunda a sábado | 10 às 19h.

A mostra conta com parte do acervo criado por Pedro Mordente, empresário mi-
neiro fundador do Pedro Cine Foto em 1967. Colecionador desde os anos 1960,
Mordente deixou um acervo de cerca de mil câmeras. Por meio da exposição, é
possível transitar por parte da história das máquinas fotográficas, com destaque
para as mudanças e as transformações tecnológicas ocorridas durante esses anos.

Até 28 de agosto
Segunda a sexta | 9h às 18h
Ficha Técnica

Realização: Projeto e Produção Gráfica:


NossAgente Empreendimentos Culturais Elio Silva
Coordenação Geral: Assessoria de imprensa:
Tibério França Mariana Tavares
Giovanna Almeida
Conselho Curador:
Adolfo Cifuentes Produção, edição e revisão de textos:
Fabiana Figueiredo Val Prochnow
Francilins Castilho Leal Impressão:
João Castilho Bigráfica Editora
Tiberio França Iluminação:
Conselho Consultivo: Flavio Vignoli
Gelka Barros Marcos Lustosa (Marcolino)
Val Prochnow Foto da capa:
Elio Silva Câncio de Oliveira
Projeto expositivo: Foto da Logomarca:
Mario Suarez
Tibério França
Curadoria do Projechão:
Web Master:
Cleber Falieri
Vinicius Silva
Agradecimentos

Ana Regina Nogueira Rafael Neumayr


Pierre Devin Daniel Iglésias
Gustavo Lacerda Gustavo Campos
Daniel Moreira Breno Matias
Jade Liz França Bruno Figueiredo
Maristella Medeiros Frederico Samarane
Wagner Tameirão Gui Guimaraes
Guilherme Horta André Luppi
Rodrigo Vivas Gustavo Tavares
Ricardo Mordente Marco Aurélio Prates
Fabrício Barreto Roner Moura
Chico Batista Atayde Vaz
Flávio Valle Vitor Amaro
Leo Drumond Alexandre Lopes
Renato Weil Marlon Franco
Glória Tupinambás Luiza Serrano
Maurício Gino Fausto Coimbra

As exposições da homenageada Ana Regina Nogueira e dos convidados Gustavo Lacerda, Daniel Moreira e do coletivo Baita Profissional não serão realizadas no
período da III Semana da Fotografia, devido a greve dos servidores técnicos administrativos da UFMG. Uma nova data será marcada posteriormente.
III Semana da Fotografia de Belo Horizonte - 2015

Apoio

Patrocínio

Projeto 568/2012

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