Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUTOS Nº 023/1.16.0010059-1
EMBARGOS À EXECUÇÃO
I - SÍNTESE DO PEDIDO
1.1. Com efeito, Rejane Maria Echevarria da Silveira, fundamentou seu pedido
vestibular de execução, sob a alegação de ser credora da ora embargante, no
valor de R$ 37.137,66 (trinta e sete mil cento e trinta e sete reais e sessenta e
seis centavos), visto que na qualidade de fiadora da Sra. Maria das Graças
Medeiros Pereira, responde pelo pagamento dos alugueres e demais encargos
que esta deixou de honrar.
1.2. Requer ainda, o pagamento da importância devida, acrescida de correção
monetária, juros de mora, custas judiciais e honorários advocatícios.
II - CARÊNCIA DE AÇÃO
2.1. Carece a exequente do direito à execução, ante a falta de observância dos
pressupostos formais contemplados na lei processual civil.
2.2. Para propositura da ação de execução é necessário que o exequente exiba
o título de crédito original de responsabilidade do executado.
E fotocópia, AINDA QUE AUTENTICADA, não é título cambial, não podendo ser
objeto de execução.
2.3. No caso em exame, a exequente-embargada NÃO EFETUOU A JUNTADA
DOS DOCUMETOS ORIGINAIS, mas sim meras fotocópias.
No entanto, impugna-se as aludidas fotocópias, máxime os documentos
de fls10 à 11, os quais foram preenchidos manualmente.
IV - DA EXTINÇÃO DA FIANÇA
4.1. Em primeiro lugar, cumpre a Embargante apontar que NÃO É
RESPONSÁVEL PELO PAGAMENTO DA DÍVIDA APONTADA NA EXORDIAL
DA EXECUÇÃO, TENDO EM VISTA A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE
FIANÇA que a tornava devedor solidário ao locatário inadimplente.
4.2. Ocorre que o contrato de locação que serve como título executivo a embasar
a pretensão do Embargado previa como tempo de sua vigência entre 10/12/2008
e 09/06/2011 prevista, em seguida, na mesma cláusula, que o imóvel deveria ser
restituído ao locador até essa data.
Assim, o contrato de fiança, como pacto adjeto que era ao contrato de
locação, extinguir-se-ía na mesma data, necessária, por certo, a anuência do
fiador para que se estendesse a garantia, ao final do contrato principal.
Afinal de contas, a fiança há de ser por escrito e interpretada sempre
restritivamente, na forma do que dispõe o art.819, do Código Civil, sendo claro
que qualquer cláusula contratual em contrário a esse dispositivo legal não deve
ser encarada como válida, porque contrária à Lei.
Dessa forma, a Embargante não pode ser responsabilizada pelo débito,
realizado após o término do contrato principal e do acessório.
A Embargante não foi consultado acerca de sua disponibilidade em
permanecer como fiadora do contrato, com o advento de sua renovação por
prazo indeterminado, sendo inaceitável que permanecesse vinculada a uma
responsabilidade dessa natureza, indefinidamente, sem ser submetido à
consulta prévia.
VI - DO MÉRITO
6.1. Apesar da remota hipótese do mérito vir a ser cotejado, hodiernamente é
pragmático e consentâneo tratar do mérito, como corolário do mais salutar
apanágio do procedimento contencioso.
6.2. DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS, "O fiador demandado pelo pagamento da
dívida tem direito de exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro
excutidos os bens do devedor."
6.3. Portanto, a Execução de Título Extrajudicial contra os ora embargantes
somente seria admissível, após restar frustrada a execução contra a devedora
(locatária).
VII - DOS ALUGUERES UNILATERAIS E SEM OS REQUISITOS DO ART. 771
DO CPC
7.1. Os recibos de alugueres foram firmados unilateralmente, desprovidos de
qualquer fundamento fático ou legal, e principalmente, sem qualquer chancela
dos ora embargantes.
7.2. Na verdade, inexiste nos autos de Execução, prova do acerto das
importâncias lançadas nos recibos que instruem aquela.
7.3. Não é de ser reconhecida a exigibilidade de título executivo extrajudicial
consubstanciado em recibo de condomínio preenchido unilateralmente pelo
locador, sem a apresentação de qualquer elemento comprovador do acerto das
quantias ali consignadas
IX - AD CAUTELAM
9.1 Por derradeiro, na remota hipótese de injusta e absurda condenação dos ora
embargantes - o que admite-se apenas ad argumentandum -, a correção
monetária somente poderá incidir a partir do ajuizamento da execução (Lei nº
6.899/81) e não da emissão dos recibos, posto que inexiste nos autos prova da
certeza, liquidez e exigibilidade dos valores pleiteados.
9.1 Impugnasse os valores contidos na Memória de Cálculos juntados pela
Autora, reconhecendo que segundo o CDC o valor máximo da multa podendo
ser aplicada é de 2%, seguindo atualização correta dos valores conforme
memorial descritivo em anexo (doc.1)
DO REQUERIMENTO
Diante do exposto, requer a V.Exa., se digne em:
1) receber os embargos à execução, e autuado em apenso à execução nº
023/1.16.0010059-1, ficando a mesma suspensa;
2) a apreciação das preliminares, e por via de consequência, a extinção da
execução, sem julgamento do mérito, julgando procedentes os presentes
embargos, condenando o embargado nas cominações legais e processuais de
estilo;
3) na remota hipótese de Vossa Excelência, entender de forma diversa, protesta-
se pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente
depoimento pessoal da embargada, sob pena de confissão, testemunhal,
pericial, juntada de novos, para que ao final seja julgado procedentes os
presentes embargos, para o fim de:
4) o Benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei
1060/50, com redação introduzida pela Lei 7510/86.
Estima-se à causa, o valor de R$ 37.137,66 (trinta e sete mil cento e trinta e sete
reais e sessenta e seis centavos
Nestes Termos,
Pede Deferimento.