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o aos alterou 0 Decreto n. 6170/2007 sobre transferéncias de recursos da Unio, mediante convénios e contratos de repasse de recursos. ‘As OSCIPs sio organizegbes privadas cujas atividades o Poder Pilblico reconhece serem de interesse puiblico, na execugio de projetos, programas, pianos de agoes correlatas, por meio de doagdes de recursos fisicos, humanos € financeiros ou ainda na prestagdo de servigos intermedisrios de apoio a outras onganizagoes sem fins lucrativose a orgios do setor estatal que atuem, ‘em reas afins, podendo, no entanto, auferir renda de prestagao de servigog ¢ remunerar seus dirigentes. Sob tais requisites, nao integram as entidades ce onganizagies de assisténcia social 6. Organizagées Sociais — 05s ‘Apés a reforma administeativa, 1n.19/1998, de tendéncia privatista, instituiu-se 0 modelo de gestdo associada de servigos pu blicos, conforme o art. 241 da Constituigaio Federal, prevendo a transferéncia total ew parcial de encargos, servigos, pessoal e bens essenciais, coma seguiin: teredacio: \plementada pela E¢ Art. 241. A Unito, os Estados, 0 Distrito Federal e os Municipios disciplinardo, por meio de le, 08 cons6rcios puiblicos os comeénios de cooperagio entre os ents federados, sutorizando a gest associa de servigas public, bem comoa transferencia ttal ow parcial de encargos, serzigos, pessoal ¢ bens essenciais & continuidade dos servigas Iransferitos. Na esteira dessa reforma, a Lei n, 9,637, de 15/05/1998, instituiu as organizagoes sociais, assegurando a remuneracdo de seus diretores (art. 4°, inciso V), 0 que inviabiliza sua qualificagao como entidades beneficentes de assisténcia social Aonganizacio social é uma pessoa juridica de direito privado e sem fins lucratives, criada por particulares, sob forma societaria, que se habilita, pe- rantea administragéo puiblica, a obter sua qualificagio, por meio da qual é declarada como entidade de interesse social ¢ utilidede piblica. Atua nas areas de ensino, satide, pesquisa cientifica, desenvolvimento teenol6gico, protegio € preservagio do meioambiente e cultura. Seu 6rgiio de deliberacdo superior ‘aR. 0 DORA SOCAL o 60 Conselho de Administragao, que deve contar com a participagio de re- presentantes do Poder Publico e membros da comunidade. Regra geral, aS passa a exercer servicos publicos (como, por exemplo, aadministragdo de unidades de satide) até entio atribuidos & administra direla estatal, correspondente a frea de atuagio, que apenas passa a super- vvisioné-los por meio de um contrato de gest, no qual sao descritas as respec- tivas atribuigdes, responsabilidades e obrigagées. Este contrato estipula o programade trabalho e as metas a serem atin- gidas pela organizagao, i da avaliagio de seu desempenho. Para tanto, recebe financiamentode recur- 08 ptiblicos, podendo ter permissao de uso de bens piiblicos e até mesmo a cessio de servidores puiblicos. A lei diz. que deve ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas do ente fede- rativo respectivo e que, na hipétese de descumprimento das obrigagoes contratuais, pode ser desqualificada, iso é, revogada a sua condigio de en- tidade de interesse social e de utilidade publica No Estado de Sio Paulo, o Tribunal de Contas baixou as Instrugies n. 1 (é1ea estadual) e n. 2 (dea municipal), nesse sentido. Leis estaduais e mu- nicipais devem seguir os mesmos critérios da lei federal. No muni Sio Paulo, a Lei n. 14.132/2006 estabeleceu os critérios para a qualificag de entidades sem fins lucrativos como organizagies sociais (Decreto muni- cipal n. 49.462/2008), Desde a Lei n. 9.637 /1998, algumas OSs vém sendo criadas, noentanto, segundo oportunidades de iltima hora. A inexigéncia de licitagae publica, nas condigies contratuais indicadas, propicia o conluio de interesses, mit gando o papel do Estado e estimulando a do érgio pablico antecessor, que presiava o respectivo servigo, Nos meios juridicos, por isso, passaram a denominar-se de entidades consti hoc, algumas com sede e patriménio priprio fieticios, vivendo exclusivamen- te por conta do contrato de gestio (ver PARTE I. inciso IIL item 3), clusive o prazo de execugio ¢ 0s critérios objetivos inimizagao ou mesmo extingio las ad 7. AParceria Publico-Privada — PPP A instituigio do sistema de parcerias entre o Poder Pablico e pessoas juridicas de direito privado foi desenvolvida, originariamente, pelo governo da primeira-ministra Margaret Thatcher, na Inglaterra (1992), como: algo em torno de 10 bilhoes de reais por ano, com um salario medio de investimento do setor privado no setor publico, sob cs fundamentes, tro saldrios minimos para uma carga de 40 horas semanais (Folha de litica publica do neoliberalismo. Em 1993, essa politica foi seguida p Paulo, 2001) verno portugués naconstrugio da central termoelétrica do Pejo (Alves, Nessa década, generalizou-se rapidamente. Amaior procura ¢ por profissionais com conhecimentos em informatica walinguaestrangeira, visto que sua receita provém geralmente de agéncias Coratitui-se em um sistema adstrito a falta de recursos publicog acionais de cooperagio; capacitados para captar recursos, gerenciar financiamento de obras de infraestrutura material, sob a justificativa q © retorno econdmico e social seria maior do que se tais recursos f retamente investidos pelo Poder Publico. Segundo essa concepeao, a cipagio do capital privado em investimentos de infraestrutura, ness ojetos € prestar contas as mantenedoras estrangeiras. Essas agencias S40, stian Aid, a Ford Foundation, a UNICEE, a W. K. Kellogg Found: Oxfam, 0 Movimento Laiei América Latina eo ECLC seriiracs péblices O idioma mais exigidlo &0 inglés para es postos de marketing e planeja to, visto que as entidades c organizages vim perdendo recursos inter por meio de um contrato de parceria puiblico-privada entre a admin‘ Fas es cual Baap oe a aie oe publica e empresas privadas, com a finalidade de implantacao ou g Ce ee total ou parcialmente, de servigos, empreendimentos ¢ atividades de ing F hentar seus custos operacionais, inclos. Como nao tam fins F308 externos ¢ tendem a au se ptiblico, em que financiamentoe a ce exploregto incumbem ao parceiro privado. Prev# indmeras cléusulasil Geralmente as pessoas que trabalham em tempo parcial, sob regime curatérias, em principio, do interesse piblico. emporio, vinculadoa determinados projetos, foomados em gestio social, No Estado de Sao Paulo, as PPPs foram instituidas pela L Jima nova disciplina de administragao, que os capacita aoacessoa fontes de de 19/05/2004, ¢ regulamentadas pelo Decreto n. 48.867 /2004, que eri financiamento, puiblicas e privadas, nacionaise estrangeiras. © SESI nacional, inclusive, a Companhia Paulista de Parcerias, empresa estatal, com 0 obj spor exemplo, lancou um curso a distincia de gestao de iniciativas sociais, vo de viabilied-las em projetes de infraestrutura (malha rodovidrla e fea %m parceria com a UFR), voltado para os seus funciondrios, mas aberto ao vidria, aeroportos internacionais, transpaitecoletivo intermunicipal e outrd blico, com possibilidade de opgiio por exensao, treinamento ou especia- iza¢a0 (Jornal da Tarde, 2002, p. A15). A maioria, além da capacitagao técnica, Constata-se, assim, que sio parcerias pom empresas queassumem r ii eee eee deve aderi & instituigao em uma atuagao que geralmente exige dedicagio e ‘econdmicos em investimentes de obras e servicos, proprios das afividad re ee i 4 empresariais, a serem amortizados em certo prazo. Essas parcerias, por is gailitancia, opc6es politicas ¢ até mesmo religiosas, 0 inaplicdveis As politicas de assisténcia social. As relagdes de trabalho nas entidades eorganizagoes sem fins lucrativos nio se diferenciam, salvo algumas peculiaridades a seguir expostas das de- ‘mais pessoas juridicas de direito privado, VIII — Relagées de Trabalho nas Entidades e Organizagoes Oconceito de relagao de trabalho é genérico, envolvendo indiserimina- damente a todos os que trabatham nas atividades desenvolvidas pela enti- O mercado de trabalho nas entidades e organizagSes é um dos que mai dade. Abrange, portant, desde o trabalho dos seus dirigentes até o de ter- tem crescido nes tiltimos anos, especialmente para administradores, contadgilceiros, prestadores de servicos, diretamente contratados ou por empresa bilistas, advogados, psicologos, assistentes sociais e educadores. Ela pont interposta, passando pelos empregados, eslagidrios e voluntérios, em suas para um contingente de 1 milhao de trabalhadores nesse setor, movimentan4il_ diversas modalidades contratuais, Numa visao mais ampla, configuram-se, inicialmente, entre essas rela ', dois grandes grupos: o primeiro, constituido dos seus dirigentes o. administradores, eleitos ou nomeados, cujas relagbes so peculiares, cong formea natureza juridica da entidade ou organizagao; o segundo, constitu do das demais pessoas que para cla trabalham, vineuladas & diresio d b voluntirios, estagisrios, auténomos, terce sua vez, por prazo determinado ou indeierminado, em regime de temy parcial ou integral). primeiros, prestando-Ihes servigos, s iversas relugies juridic izadose empregados (estes, px Passamos, portanto, aexaminaro regime juridico de trabalho das viri -spécies de dirigentes e de dirigidos. 1. Dirigentes das Associacies e Fundacées (O trabalho dos dirigentes ou administradores (art. 47 do CC) configui um complexo de direitos e deveres bastante organizagoes, porém com algumas peculiaridades derivadas de sua nature za juridica 7 Nas associagoes, 0s dirigentes sio eleitos pelos associados, em assem bleia geral (art. 59, 1 do CC), para a Diretoria e Conselho Fiscal (e eventual: mente outros érgaos), segundo as previsbes eos procedimentos estatutatios, para o exercicio de um mandato, cuja duragao varia conforme os estatutos Siio representados por seu presidente ou delegado, conforme os estatutes Nao recebem remuneragio (in pecunia) ou indireta (in natura), pelo seu tra balho, salvo no caso das OSCIPs, em certas condigées (art. 4°, Vda Lei n. 9.790 /1999). Mas podem receber pelas despesas que comprovadamente! efetuarem, eventual (reembolso) ou mensalmente (ajuda de custo), a servign da associagao. Nas fundagies, seu dirigentes sio os integrantes do Conselho Curador (cleitos dentre osindicados inicialmente pelo instituidos), do Conselho Diretor e do Conselho Fiscal (eleitos pelo Conselho Curador), para exercicio de um mandato, geralmente de dois anos ou outra duragio prevista em seus esta- tutos. O presidente do Consetho Diretor é 0 seu rpresentante legal, Esses dois drgios executam as diretivas doConselho Curador e podem, inch responder civil ¢ penalmente, por atos les ive, 108 a terceiros ou a propria enti- eso CORED DO SRACESOCK. « dade, praticados com dolo ou culpa. Em qualquer hipotese, no entanto, nao poclem receber remuneragio pelo exercicio de seus mandatos,salvo eventual reembolso de despesas. Em principio, segundo os estatutos, os dirigentes que exercem cargos com mandato, quando decorrentes de eleicdo, somente poclem ser exonera- dos pelos mesmos procedimentos eletivos, asseguracle a ampla defess. Jos {que exercem cargos por nomeagio sio demissiveis ad rutum, Ein qualquer hipstese, nao so empregados da entidade. Cabe ao Consetho Dicetor, no administrativos e ténico-operacionais, sob regime da CLT; assim como ou manto, contratar ¢ demitir empregados es, como centabilisias, {ros profissionais, cob regime de prestagao de ser advogados e consultores (art. 593 a 609 do CC). 2.0 Trabalho Voluntario As entidades e organizagdes sociais estaio submetidas as exi gais, jf examinadas, para auferirem determinados privilégios legais, espe Galmente imunidadese isengdes tributarias ou receberem dotagoes ogamen- tarias e subvengoes privadas. Seus servigos sao prestados segundo os diversos regimes legais em vigor, seja pelos dirigentes, seja por meio da contratasio de empregados, segundo as regras da CLI legislagio comple- mentar ou pelo regime de prestagaio de serviges (arts. 593 a 609 do CC). A par destas duas itimas modalidades, vem de longa tradigio a pres- tagdo de servigos voluntitios, originados, historicamente, no Brasil, nas igrojas, escola confessionais e hospitais, sem qualquer vinculo profssional, no fimbito de relagies de servigos de religiosos e leigos. Formouse, nesse campo, tum regime préprio de servicns, regido por obrigagies de é, que no se integram aqueles dois regimes legais. A Lei. 10.170/2000 acrescentou os panigrafos 12 ¢ 13 ao art. 22 da Lei n, 8212/1991, dispensando as instituigdes religiosas do recolhimento da contribuigdo previdercidia patronal, incidente sobre os valores pagos aos ministros de confissio religiosa, membros de instituto de vida consa- grada, de congregagao ou de ordem religiosa. O pardgrafo 12 foi velado pelo presidente da Reptiblica, mantido, porém, 0 pardgrafo 13, com a se- guinte redagio:

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