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ORGANIZANDO A ROTINA
Ao recordar que a maioria das crianças surdas chegam à escola sem uma
língua constituída, cabe ao professor planejar e organizar junto ao seu plano
de aula situações práticas do dia-a-dia para que o aluno possa interagir junto
da libras nas diferentes práticas de linguagem.
 Roda de conversa;
 Relato de alguma atividade do dia anterior vivida por cada aluno;
 Brincadeiras entre outras atividades.
O objetivo principal é integrar os alunos surdos na comunidade escolar
regular por meio de diálogos e brincadeiras, de forma a ampliar a fluência na
Língua de Sinais. Com essa proposta objetiva-se um melhor contato entre
alunos ouvintes, surdos e professores.
O início do ano é o período mais indicado para conhecer os colegas, o
professor, a equipe de funcionários que trabalham na escola, como também
todo espaço físico escolar.
Esse período é também para o aluno surdo cheio de novidades: novos
amigos, contato com crianças ouvintes, construção do vínculo com o
professor, as regras da sala de aula, entre outras.
Cada série constitui uma forte referência para o aluno. O professor necessita
capturar através do olhar os anseios e desejos do aluno quanto ao
aprendizado e suas dificuldades para que eles possam esforçar-se melhor na
realização das mesmas.
O papel do professor é fundamental para o desenvolvimento linguístico,
cognitivo e social do aluno. O professor é o mediador entre o sujeito e a
construção do seu conhecimento.
Durante o período escolar por meio de relações discursivas, a criança
aprende circular socialmente na cultura surda e ouvinte, se apropriando da
língua e do saber. É na relação com o outro que o aluno se dá conta de que
suas ações podem ter significados importantes tanto para ele quanto ao outro.
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SUGESTÃO
As orientações são necessárias para que o aluno possa se organizar sozinho,
criando sua autonomia ... indique em que página eles devem abrir o livro e
espere que eles o façam ... não faça para o aluno pois ele vai demonstrar ao
longo do tempo uma aquisição de dependência.

RODA DE CONVERSA
Não é necessário que o professor utilize desse momento no início da aula,
porém é de suma importância que o faça ... o tempo desse momento o
professor vai definir.
Importante também sempre introduzir esse momento com perguntas
interrogativas: O que, quem, quando, onde, por quê.
Pode ser trabalhado também atualidades que os afetam diretamente, os
aniversários, datas comemorativas, experiências vividas.

OBJETIVOS
 Assegurar o olhar e a atenção do aluno;
 Estabelecer diálogo com o grupo;
 Ampliar o repertório em libras;
 Descrever pessoas, espaços, objetos e espaços físicos;
O foco do professor será a reação discursiva em sala de aula, (o
compartilhamento de informações e experiências entre todos os alunos)
juntamente ao uso da língua de sinais. A criança aprende na interação
com o outro.
Nessa relação discursiva é importante colocar algumas evidencias:
 Pronomes pessoais (eu, ele, ela, nós) e possessivos também (meu, seu,
nosso).
 Advérbios de tempo (hoje, ontem, amanhã).
 Pronomes interrogativos (Quem? Quando? Onde? Por quê?).
 Dias da semana, meses e ano.
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 Espaços da escola (Parque, quadra de educação física, biblioteca,


refeitório etc.)

ENCAMINHAMENTO
O momento da roda de conversa é uma atividade diária ou semanal
permanente ao longo do ano letivo. Ela pode ser realizada no início da
semana ou em uma aula, para que todos possam participar da informação do
colega. Pode ser também de uma forma mais breve todos os dias em
pequenos minutinhos para que um aluno fale sobre alguma experiência,
recordando de dar oportunidade a todos sem repetição.
Lembre-se sempre de questionar seu aluno: Onde? – Por quê? – Quando?
Que horas? -, para que o discurso fique claro para todos na sala.

SUGESTAO DE ATIVIDADES
 Faça, com o grupo, um crachá que o represente (caso o aluno esteja
nos anos iniciais – 1º, 2º ano importante o crachá).
 Faça, na sala de aula, um mural com os nomes e sinais que representa
cada aluno. (Pode ser feito como forma de chamada, anexando ao
mural somente os alunos presentes daquele dia).
 Crie com o grupo um mural dos aniversariantes.
 Coloque em algum lugar de destaque na sala uma foto de toda a turma.
 Cole na sala o alfabeto manual da escrita de sinais para que todos os
alunos possam sempre visualizar...sendo a libras uma língua visual,
importante sempre este contato.
 Desenvolva atividades de conversação para que sejam ampliados o
uso e a fluência da libras possibilitando cada dia mais o contato entre
alunos ouvintes e surdos.
 Acrescente ao mural da sala a rotina diária.
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APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSOR


No primeiro dia de aula, inicie com a apresentação dos alunos fazendo a
DATILOLOGIA do nome de cada aluno e apresentando seu sinal caso
já tenha.
Após esta apresentação faça a pergunta: Quantos alunos temos na sala
(em libras)?
A resposta deve ser apresentada em libras também. (neste caso se tiver
cartaz com os números em libras pode pedir algum aluno para apontar).
Quantas meninas? Quantos meninos?
Importante: Se o aluno estiver nos anos iniciais (1º e 2º) e, portanto, não
tiver sinal trabalhe características para de inicio identificar cada aluno
até algum surdo mais velho batiza-lo com o sinal.
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ANEXO

ATIVIDADES DE APOIO


ALFABETO MANUAL



CIRCULE NO ALFABETO MANUAL A PRIMEIRA LETRA DO
SEU NOME.
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ANEXO

CALENDÁRIO ANIVERSARIANTES
COLE NOS MESES CORRESPONDENTES OS
ANIVERSARIANTE
8
9
10
11
12
13
14
15
16
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18
19

Se caso a escola possuir um sinal na comunidade surda, cole aqui para


que todos os alunos possam aprender


















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APRESENTAÇÃO DO SINAL PESSOAL


Este momento é importante pois assegura a atenção dos alunos,
desenvolve a memória deles e estabelece o diálogo do grupo.
Em círculo o professor ensina como se deve apresentar. Se apresenta
aos alunos e em seguida cada criança faz também sua apresentação.
Em anexo um cartaz para mostrar a quantidade de alunos presentes.


 QUANTIDADE ALUNOS DENTRO SALA



 
MENINOS MENINAS

 
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ANEXO NÚMEROS EM LIBRAS PARA RECORDAR E MONTAR


NO QUANDRO DE ALUNOS PRESENTES

1 2

3 4

5 6
22

7 8

9 10
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REGRAS DE CONVIVÊNCIA
Objetivo deste momento é criar as regras que facilitarão no bom convívio
da turma durante todo o ano letivo.


COMBINADO
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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO – ALFABETO MANUAL


ESCREVA NO ALFABETO AS LETRAS QUE FALTAM NO
ALFABETO MANUAL
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
CIRCULE OS NÚMEROS DA SUA IDADE




DESENHE NO BOLO A QUANTIDADE DE VELAS
QUE CORRESPONDE A SUA IDADE.
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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

MEU ANIVERSÁRIO

A data de aniversário é o princípio de uma identidade seja ela Surda ou


Ouvinte, assim importante conhecer a data de aniversário dos colegas...
Sabemos que não são datas para decorar, por isso vamos marcar em um
lindo painel os aniversariantes de cada mês e o dia.
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28
29
30
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ANEXOS – ROTINA
A rotina como já foi dita anteriormente é muito importante para o andamento
das atividades em cada tempo definido. Encontra-se abaixo cartazes dos dias
da semana para serem organizados as atividades diária. (Horário de aula, por
exemplo).


SEGUNDA-FEIRA
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
TERÇA-FEIRA
40


QUARTA-FEIRA
41


QUINTA-FEIRA
42


SEXTA-FEIRA

Durante a realização desse momento de rotina, é importante também


acrescentar os pronomes interrogativos: QUEM FALTOU? QUANTOS
ALUNOS ESTÃO PRESENTES? O QUE VAI ACONTECER? POR
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QUE VOCÊ ESTÁ BRAVO? ONDE VOCÊ ACHOU ISSO? QUAL


VOCÊ QUER?
Sempre em uma sequência de acontecimentos: primeiro, segundo, último,
etc. Os dias da semana, meses e o ano.... o Sinal da escola... O sinal do
professor...

ANEXOS – RELÓGIO
Seguindo a metodologia L1 e L2 ( L1 Língua Brasileira de Sinais e L2
Portugues) para a comunidade Surda...segue um modelo de relógio para
trabalhar em sala os momentos das aulas.
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ANEXOS

ATIVIDADES PARA ALUNOS

A PARTIR DO 4º ANO

CRIAÇÃO DE UMA LOGO PARA O GRUPO


O objetivo dessa atividade é elencar diversas propostas, onde os alunos
possam discutir e apresentar ideias por meio de discurso convencer o outro
a aceitar ou discordar de alguma ideia proposta.
Peça aos alunos que criem um logo, para representar a turma durante o
período letivo escolar. Cabe aos alunos a busca por ums resolução coletiva,
usando a língua de sinais para expor e debater ideias.

Registre em um espaço a logo definida pela classe


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DESVENDANDO AS DIVERSAS ÁREAS DE


CONHECIMENTO
O objetivo dessa momento é ampliar o repertório em libras, relacionando
atividades da vida diária com as diversas áreas de conhecimento. Aprender
também argumentar colocando-se como sujeito no discurso.
Peça aos alunos para pesquisar em jornais e revistas imagens que represente
as diversas áreas de conhecimento: Português, Matemática, Natureza,
Sociedade, Artes, Educação física, etc.
Solicite a cada aluno que fale um pouco sobre a imagem que ele escolheu
(escolha apenas uma área para cada um falar, pois assim possibilita a todos
apresentar).
Faça um mural com todas as imagens selecionadas pelos alunos. Peça aos
alunos que escolham juntos uma imagem de cada área e crie junto deles uma
síntese geral das idéias...faça uma cópia para cada aluno para que eles cole
no caderno.

GRADE CURRICULAR
Aqui, o objetivo é conhecer a grade curricular do ano letivo em que estiver
trabalhando. Identificar na grade o número de aulas semanais para cada área
do conhecimento. Proponha que os alunos criem uma suposta alteração nessa
grade para assim dispertar a opinião própria de cada aluno.
Ao apresentar a grade curricular aos alunos, faça as seguintes perguntas:
* É igual a quantidade de aulas para as áreas de conhecimento?
* Qual área tem menos aulas? Por quê?
* Qual áres tem mais aulas? \por quê?
* Vocês concordam?
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JOGOS TEATRAIS
O objetivo dos jogos teatrais é a interação do grupo sem planejamento
anterior, ultilizando a libras e o português em situações discursivas.
O teatro improvisado foi baseado nos jogos sugerido por (Viola Spolim). Nas
atividades de teatro improvisado, parte-se do princípio que o próprio aluno
tem o potencial para criar sua cena por meio de uma situação problema a
solucionar. Segundo Viola Spolim, todas as pessoas são capazes de
improvisar. Utilizando a simples estrutura de orientação denominada
ONDE, QUEM, QUANDO e O QUE, os jogadores colocam sua
criatividade e espontaneidade para criar uma cena com o foco na resolução
de um problema.
O teatro improvisado valoriza a união e o trabalho em grupo. É a partir deste
trabalho em grupo que o material para as cenas emerge. A maneira como o
grupo vai solucionar o problema é uma questão pessoal. O foco é avaliar se
o grupo conseguiu encontrar solução ou fugiu do problema.
O professor faz a avaliação após cada equipe acabar de trabalhar com o
problema de atuação. Esta avaliação não deve ser realizada com os seguintes
conceitos BOM, MAU, CERTO ou ERRADO. A plateia deve conseguir
identificar qual foi o problema e como foi resolvido. O objetivo final é
dramatizar a cena sem contar o problema. Nas primeiras vezes que for
realizado este trabalho os alunos com certeza terão dificuldade por se tratar
de um novo método de trabalho.
Temas sugeridos para este jogo:
1º. O que? Primeiro dia de aula
Quem? Um aluno surdo
Onde? Na escola regular com ouvintes

2º O que? Alunos percebe que o professor não sabe libras


Quem? Alunos surdos
Onde? Na escola
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JOGO AMIGO DA MEMÓRIA


Escolha um objeto para ser passado de mão em mão. Pode ser uma bolinha,
um lenço ou qualquer outro objeto. Esse será o marcador que determinará
quem está com a vez. Todos os jogadores sentam em círculo, exceto um –
que fica no centro. O jogador do centro fecha os olhos, enquanto o marcador
passa de mão em mão. Quando esse jogador levantar o braço, aquele que
estiver com o objeto na mão deve segurá-lo. O jogador do centro deve olhar
para ele e fazer um sinal em libras (pode ser cores, objeto, número, letra, etc).
Assim, o jogador que está com o marcador deve responder corretamente qual
o significado daquele sinal. Se o jogador com o marcador errar, o jogador do
centro continua, caso ele acerte, ele troca de lugar com o jogador do centro.

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