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CURSO DE DIREITO
Ananindeua
2018
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Ananindeua
2018
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 3
3. HIPÓTESE----------------------------------------------------------------------------------- 4
4. JUSTIFICATIVAS------------------------------------------------------------------------- 4
5. OBJETIVOS--------------------------------------------------------------------------------- 5
8. CRONOGRAMA--------------------------------------------------------------------------- 14
REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------------- 15
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1. INTRODUÇÃO
2 PROBLEMA DE PESQUISA
3 HIPÓTESE
A solução para essa ineficiência do poder punitivo do estado para evitar o linchamento
inicia primeiramente com uma diagnose por meio de entrevista, cuja finalidade é buscar o
perfil psicológico dos envolvidos nos casos de linchamento, em segundo lugar é preciso que o
Estado possa estabelecer ações e políticas públicas eficientes e eficazes que tragam a
segurança e a confiança jurídica à população, e finalmente que a justiça satisfaça princípios
básicos de equidade e legitimidade.
4 JUSTIFICATIVA
Dentre todas as funções dos operadores do direito, pode-se afirmar que defender a
ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis,
fortalecendo e aperfeiçoando as condições para uma sociedade mais justa, neste trabalho,
buscando uma interdisciplinaridade, mas com foco nas áreas do direito penal, em específico
ao direito de punir do Estado.
5 OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo geral evidenciar que a ineficiência do poder
punitivo do Estado, acarreta condutas criminosas (linchamento) coletivas associadas ao
sentimento de falsa justiça, fazendo com que comunidades ditas civilizadas possam praticar
atos de violência ilegítimos para punir os infratores da lei, demonstrando que a ausência do
Estado na Cidade de Ananindeua provoca um profundo sentimento de “anomia”,
insegurança e incredulidade no poder judiciário.
a) Discutir os conceitos básicos dentro do ordenamento jurídico, tais como Estado e sua
origem, cidadão e cidadania, Teoria da anomia, linchamento, políticas públicas eficientes e
eficazes e seus contrários, poder punitivo do Estado, Equidade, Tácito contrato social,
justiça, sistema judicial e prisional.
Policia de Ananindeua, bem como obter o laudo de necropsia para analisar a violência
ocasionado pela vingança da população.
6 REFERÊNCIAL TEÓRICO
A despeito das muitas teorias sobre a origem do Estado Jellinek (2000, p.199 e 262)
afirma que há cinco necessidades: “necesidad religiosa, de una necesidad física, jurídica,
moral y psicológica”, e conclui que quanto “La doctrina de los fines del Estado”, há uma
relação íntima entre sua finalidade e sua estrutura, esta justifica o ser do Estado, enquanto
aquela justifica suas ações e ambos juntos completam o processo de vida do Estado. Portanto
é preciso haver satisfação dos cidadãos para viver neste Estado, haja vista não poderem viver
fora dele e terem obrigação moral de se submeter ao mesmo.
Para Kelsen (2006, p.316) afirma que “É usual caracterizar-se o Estado como uma
organização política. Com isso, porém, apenas se exprime que o Estado é uma ordem de
coação” Todavia, quanto a obrigação de punir do Estado Kelsen (2006, p.335) afirma que
“com dever de punição do Estado, não se exprime este dever funcional do órgão, mas apenas
se exprime um postulado ético-politico endereçado à ordem jurídica: o de ligar uma conduta
socialmente perniciosa uma pena, a título de sansão”.
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Para Dalmo Dallari (1998, p. 24) o Estado é responsável pelos valores éticos, pelos
fatos concretos e pelas normas técnicas e formais e ainda define que a finalidade do Estado é
“o bem comum de um povo situado em determinado território”, culminando no fato de que o
todas as condições de vida social devem favorecer o desenvolvimento integral da
personalidade humana. Dallari (1998, p. 07) em sua introdução demonstra que há três
diretrizes fundamentais sobre as orientações do Estado:
O que se vê diante de tais orientações é que atualmente o Estado extremou sua conduta
gerando conclusões unilaterais e imperfeitas, prejudicando sua relação com seu povo, gerando
sentimento de anomia, ai o poder punitivo do estado se torna ineficiente, ou seja, o bem
comum que serviria para desenvolver a civilidade por meio da criação de condições sociais,
permitindo que cada cidadão conseguisse seus respectivos fins particulares, ao contrario o
próprio Estado, acaba por se tornar fator de injustiça, provocando cidadãos de bem a terem
que determinar suas próprias leis, sua própria justiça.
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Para Sandel (2012, p.349) Justiça depende de uma visão igualitária liberal inovando o
pensamento político, cuja concepção baseia-se na visão kantiana de autonomia, portanto, as
escolhas que fazemos, são contingências moral e arbitrárias, e que, portanto, não agimos com
real autonomia. A prática da justiça não é concepção de virtude ou valores morais, mas as
escolhas feitas sob um “véu de ignorância”, ou seja, sem que ninguém soubesse a qual classe,
credo, cor e raça pertencem, de modo que não ocorresse nenhuma forma de desequilíbrio
moral tendencioso, pois todos estariam à mercê de suas próprias decisões. A justiça
desenvolvida em cada cidadão, mesmo quando o Estado for ausente, a autonomia, uma lei
interiorizada em cada indivíduo, permitirá o cumprimento do tácito contrato social, tanto
por parte do Estado, quanto por parte dos seus cidadãos.
Para analisar a ineficiência do poder punitivo do estado como fator gerador da justiça
com as próprias mãos e responsabiliza-lo pelo retrocesso no processo civilizatório faz-se
necessário antes buscar fundamentos sobre os fenômenos de origem, formação, estrutura,
organização, funcionamento e finalidades do Estado.
como as polícias, os tribunais, as prisões, etc. Portanto, quanto maior a ineficiência do poder
punitivo do estado maior é o grau de anomia, maior será o grau de possibilidades para que
haja justiça com as próprias mãos, como podemos analisar os cinco casos de linchamento a
serem abordados neste trabalho.
O direito de punir, previsto na Constituição, em seu art. 144, dispõe que “A segurança
pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da
ordem pública e do patrimônio”. Estabelecendo não apenas um direito, mas um dever ao
Estado por meio de processo. Todavia, a ineficiência do poder punitivo do Estado se
consolida pela falta de eficiência e eficácia quanto à proteção dos bens jurídicos, inclusive
quanto a finalidade da pena, que de acordo com o código Penal em seu Artigo 59, deveria ser
aplicada para reprovar e prevenir o crime, o que em função de determinadas limitações
acabam por não cumprir sua função.
O Estado tenta resolver o problema criando leis e mais leis, que não são efetivadas,
tornando-as ilegítimas, e acirrando ainda mais a anomia e demonstrando sua ineficiência ou
incompetência, já que não trata a desigualdade social. Assim ressalta Bicudo (2010, p.184)
que:
O modelo de Direito Penal legítimo deve estar afinado com um Estado e uma
sociedade civil que promovam políticas públicas e particulares, no sentido de
minimizar a desigualdade social e favorecer a construção de uma crescente
cidadania em que sejam asseguradas as condições de todas as pessoas auferirem seus
direitos fundamentais à subsistência, a vida, a saúde e a educação.
O jus puniendi (direito de punir), não é um mero direito, mas um dever a ser exercido
exclusivamente pelo Estado, previsto na própria Constituição Federal, art. 144, caput,
estabelece que a segurança pública seja dever do Estado e direito e responsabilidade de todos,
como afirma Marques (2009, p.05):
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Haja vista que as pessoas que sofreram algum tipo de violência ou apenas com um
compulsivo pavor da violência buscam sua própria justiça. Não é possível argumentar a
legítima defesa, art. 25 CP ou direito de queixa do art. 30 e 31 do CPP, pois no primeiro caso
trata-se do direito de se defender e não de punir; no segundo apenas a pretensão de eventual
punição, em ambos os casos o dever de punir será sempre do Estado. Caso haja justiça com as
próprias mãos, o crime de exercício arbitrário das próprias razões previsto com suas
penalidades elencados nos arts. 345 e 346 do CP, exceção legitima previsão no art. 345 além
da legítima defesa, o art. 1210, § 1° do CC, que autoriza:
eficiência do poder punitivo, gerando uma ressocialização ideal. Para Foucault (1997, p.32), a
punição é um exercício permanente de vigilância:
Não se deveria dizer que a alma é uma ilusão, ou um efeito ideológico, mas afirmar
que ela existe que tem uma realidade, que é produzida permanentemente, em torno,
na superfície, no interior do corpo pelo funcionamento de um poder que se exerce
sobre os que são punidos — de uma maneira mais geral sobre os que são vigiados,
treinados e corrigidos, sobre os loucos, as crianças, os escolares, os colonizados,
sobre os que são fixados a um aparelho de produção e controlados durante toda a
existência”
Delitos de grupo contra a vida: o ataque do grupo a uma ou várias pessoas, tem
geralmente um motivo de vingança ou satisfação compensadora de frustrações
anteriores. Um exemplo desse tipo de delito é o linchamento à negros, judeus,
espancamentos aferidos à mendigos, índios e pessoas Indefesas.
O linchamento, então seria uma frustração gerada pela insuficiência do poder punitivo
que leva as pessoas chamadas civilizadas a se motivares, pelas mais variadas razões a
extravasarem os estímulos que receberam durante suas vidas.
7 METODOLOGIA
8 CRONOGRAMA
Ago/18 Set Out Nov Dez Jan/20 Fev Mar Abr Mai
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ESCOLHA DO
TEMA
ELABORAÇÃO X X
DO PROBLEMA E
OBJETIVOS
REFERENCIAL X X
TEÓRICO
METODOLOGIA X
ELABORAÇÃO E X
DEPÓSITO DO
ANTEPROJETO
QUALIFICAÇÃO X
DO PRE
PROJETO
AJUSTE COM X X
ORIENTADOR
COLETA DE X X
DADOS
ANÁLISE DOS X X
DADOS
AJUSTES X
FORMAIS E
DEPÓSITO
REDAÇÃO DO X X
TRABALHO
REVISÃO E X
REDAÇÃO FINAL
ENTREGA DA X
MONOGRAFIA
DEFESA DE TCC X
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REFERENCIAS
BRASIL. Código de processo penal (1941). In: CÉSPEDES, Lívia e Dias, Fabiana. Vade
mecum. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 503 - 555.
BRASIL. Código penal (1940). In: CÉSPEDES, Lívia e Dias, Fabiana. Vade mecum. 25ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2018, p. 435 - 470.
BRASIL. Constituição Federal (1988). In: CÉSPEDES, Lívia e Dias, Fabiana. Vade mecum.
25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 04 - 108.
BRASIL. Código Civil (2002). In: CÉSPEDES, Lívia e Dias, Fabiana. Vade mecum. 25ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2018, p. 133 - 239.
BICUDO, Tatiana Viggiani. Por que punir? Teoria geral da pena. São Paulo: Saraiva,
2010.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 2ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1998.
JELLINEK, Georg. Teoría general del Estado. Trad. e Prol. de Fernando de los Ríos.
México: FCE, 2004:.
KELSEN, Hans. Teoría Pura do Direito. Trad. de João Baptista Machado. 7ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2006: 427 p.
LOPES, E Mira Y. Manual de Psicologia Jurídica. Campinas -São Paulo: LZN Editora, 2003.
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. 3ª ed., São Paulo:
Millennium, 2009: 480p.
Diário Online. Homem morre após ser perseguido e linchado na Cabanagem. Disponível
em: https://www.diarioonline.com.br/noticias/policia/noticia-542505-homem-morre-apos-ser-
perseguido-e-linchado-na-cabanagem.html Acesso em 31 de outubro de 2018.