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Trabalho de pesquisa – Recordes Europeus em

Portugal

 O maior Dinossáurio
Dentre os dinossáurios, Torvosaurus – "lagarto selvagem", 150 milhões de anos,
aproximadamente – é o maior carnívoro do Jurássico. Com efeito, os maiores carnívoros são
mais recentes. São exemplos o Spinosaurus – "lagarto com espinhos" que data de há cerca de
95 milhões de anos – e o famoso Tyrannosaurus – "lagarto tirano" de há cerca de 66 Ma;
ambos datam do Período Cretácico.

Torvosaurus, descoberto em 1972 no Colorado, Estados Unidos, e descrito por Peter Galton e
James Jensen, em 1979, era o maior dinossáurio carnívoro do Jurássico até então conhecido.

Em Portugal, o primeiro Torvosaurus foi identificado a partir de um osso da perna pelos


paleontólogos do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, Octávio Mateus e M.
Telles Antunes. Estes anunciaram em 2006 a descoberta de parte de um crânio, incluindo o
maxilar, que serviu de base para reconstituir o crânio – reconstituição que passa, agora, a
integrar a exposição do Museu da Lourinhã.

O espécime foi encontrado em 27 de Julho de 2003 por um rapaz holandês, então com 10
anos, Jacob Walen, quando passeava com o pai, experiente colector de fósseis. Este, entregou
o exemplar ao Museu da Lourinhã.

O espécime português tem dimensões que excedem ligeiramente as do norte-americano; é,


por isso, o maior predador terrestre do Período Jurássico actualmente conhecido.

O crânio, com um metro e quarenta de comprimento, está munido de dentes cortantes,


achatados lateralmente em forma de lâmina, com 13 cm.

Andreia Figueira Araújo


Trabalho de pesquisa – Recordes Europeus em
Portugal
 O maior dente de dinossáurio
 A pista mais longa
 Presença única de embriões com ovos
 Área mais produtiva de Dinossáurios Jurássicos

A Lourinhã, Capital portuguesa dos dinossauros



Com o início do séc. XXI, em 2004, a Lourinhã recebe o título de “Capital dos Dinossauros”
portuguesa, graças à sua riqueza em vestígios jurássicos.
Data de 1863, o primeiro dinossauro aqui encontrado, o primeiro em Portugal e um dos
primeiros da Europa. Desde então, centenas de vestígios foram descobertos, incluindo
espécies novas, quase completas (Lourinhanossaurus), pegadas e um ninho com ovos de
dinossauro, considerado pela Discovery como uma das 100 descobertas científicas de 1997.

Há 150 milhões de anos, em pleno Jurássico Superior, a região Oeste era rica em água e
vegetação, num clima semi-tropical, onde floresceram os dinossauros e outros animais da
época: peixes primitivos, anfíbios, crocodilos, tartarugas, pterossauros, ictiossauros, etc. Foi
neste período que apareceram os primeiros pássaros, os primeiros pequenos mamíferos e se
deu o apogeu dos dinossauros. Nesta época a configuração geográfica do globo terrestre era
muito diferente, tanto que partilhamos muitas semelhanças, no que respeita a
paleoambientes e géneros comuns de dinossauros, com zonas tão remotas como a formação
Morrisson nos E.U.A. e Tendaguru beds na Tânzania. Durante este período a parte central do
que é hoje Portugal, estava em plena subsidência, isto é, a afundar-se e a ser preenchido por
sedimentos continentais, o que originou uma bacia sedimentar denominada Bacia Lusitânica,
que se estende do Cabo Espichel ao Cabo Mondego com terrenos e rochas mesozóicas. Esse
afundamento favorecia o enterramento natural dos cadáveres, ocorrência essencial na
primeira fase da fossilização, pelo que se tornou numa área rica, por excelência, em
dinossauros e outros animais Jurássicos e Cretácicos. Assim, com uma geologia de
características excepcionais, a Lourinhã é o epicentro desta zona, onde se recolhem restos
esqueléticos e pegadas na mesma área, particularidade que permite aos paleontólogos
estabelecer a relação entre as pegadas e os dinossauros que as produziram. Assim, e
segundo a informação pública do Museu, seguem-se os achados jurássicos mais importantes:

 Pegadas: Nas arribas da Lourinhã foram descobertas cerca de 25 novas pegadas de


dinossauros, onze das quais foram recolhidas para o Museu: pegadas de estegossauros,
anquilossauros, saurópodes e terópodes, ou seja, representantes dos grandes grupos de
dinossauros que existiram no Jurássico. São as primeiras pegadas de dinossauros
estegossauros e anquilossauros que se encontram em Portugal e pegadas destes animais são
raras a nível mundial. De destaque, a pegada de quase 80 cm, o que indica pertencer a um
animal com três metros e meio até a altura da anca. Este é o indício do maior dinossauro
carnívoro do Jurássico, e são quase do tamanho das pegadas do famoso Tyrannosaurus rex
do fim do Cretácico.

 Lourinhanossaurus / Dinheirossaurus: O Lourinhanosaurus é um dos dinossauros que


viveu durante o Jurássico superior, há 150 milhões de anos, no território que hoje chamamos
Portugal, mais concretamente na Lourinhã. O nome completo deste dinossauro é
Lourinhanosaurus antunesi e é uma espécie única no mundo e apenas conhecida na
Andreia Figueira Araújo
Trabalho de pesquisa – Recordes Europeus em
Portugal
Lourinhã, sendo o seu nome dedicado à vila. Nunca se recolheu todo o esqueleto de
Lourinhanosaurus antunesi, mas sabemos que teria 4,5 metros de comprimento e cerca de
160 Kg de peso. Os estudos dos tecidos dos ossos sugerem que este dinossauro carnívoro era
ainda jovem e possivelmente atingiria os 9 metros de comprimento. O esqueleto do
Lourinhanosaurus está no Museu da Lourinhã mas a sua réplica já se “internacionalizou”,
numa exposição temporária no Japão. Embora fosse carnívoro, do grupo dos terópodes, este
dinossauro tem uma característica típica de herbívoros: entre as costelas do
Lourinhanosaurus descobriram-se gastrólitos, pedras estomacais que auxiliavam a moer os
alimentos, e entre eles, quatro garras de um pequeno dinossauro herbívoro, a sua última
refeição.

 Ninho de ovos de dinossauro: Também se conhecem ovos e embriões desta espécie,


provenientes de um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo: o ninho de
dinossauro descoberto em Paimogo. A presença de embriões neste ninho, raríssima a nível
mundial, permitiu identificar a espécie de dinossauro: um Lourinhanosaurus. O ninho de
Paimogo, em exposição no Museu da Lourinhã, foi considerado pela revista norte-americana
Discovery uma das 100 descobertas científicas mais importantes no ano de 1997. Com mais
de 200 ossos de embrião identificados, era possível, pela primeira vez, classificar a espécie de
dinossauro a que pertenciam aqueles ovos jurássicos, além de responder a muitas perguntas
que os cientistas colocavam sobre o crescimento, reprodução e comportamento de
dinossauros. Os mais de 100 ovos sugerem que várias fêmeas do Lourinhanosaurus ponham
todos os ovos no mesmo ninho comunitário, num comportamento semelhante ao que as
avestruzes fazem actualmente.

Andreia Figueira Araújo

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