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educação jurídica
A teoria proposta por Kelsen erra quando propõe que o direito para
o jurista deveria ser encarado como norma e não como fato social
ou como valor transcendental, e erra grotescamente quando
pretende trazer "uma teoria pura do direito", i. e., purificada de toda
ideologia política e dos elementos de ciência natural (p. 11), isto
porque não existe neutralidade, e por mais que ele se feche na
norma, fora da norma, segundo Gödel, milhões de coisas estão
acontecendo.
É por esta razão que eu nunca fui simpático à teoria pura de Kelsen,
nunca aceitei o ensino jurídico apenas baseado na letra morta da
norma, privilegiando uma neutralidade que não existe em lugar
nenhum das Ciências Humanas. Não vejo com bons olhos o
positivismo jurídico proposto pelo autor e creio que outras
epistemologias críticas fariam um papel de estímulo à reflexão muito
maior do que os pensamentos do cânone eleito para inspirar o
estudo jurídico no país.
Assim, como exposto, a tentativa de criar um ensino jurídico sem
ideologia não passa de um movimento ideológico conservador,
mantenedor de um status quo acadêmico e elitizado. Querem um
ensino jurídico centrado na letra da lei que é construída sobretudo
por um poder legislativo conservador e que pouco entende do
chamado “Direito achado na rua”, como também de outros dados da
realidade.