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OS Cânones de Dort. Disponivel em:
<http://reforma500.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Os-
C%C3%A2nones-de-Dort.pdf>. Acesso em: 31 agosto 2017.
de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo”. (2 Pe 1:21).
Aqueles profetas foram inspirados pelo Espírito
Santo. Quando o povo rebelde se recusava a atender
ao chamado divino eles não estavam recusando os
profetas, mas o próprio Espírito Santo. Por isso
Estevão diz que os homens de duro coração
“sempre” resistem ao Espírito Santo. Deus enviou
muitos profetas, enviou Moisés. Mas aqueles
homens apedrejaram os profetas, prenderam os
homens de Deus. Deus enviou seu próprio Filho. E
aqueles homens crucificaram o Filho de Deus. O
coração de pedra sempre resiste ao Espírito Santo. O
homem natural é propenso a resistir: “Ora, o homem
natural não compreende as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente”.(1 Co 2:14). Então Estevão está
falando da resistência dos homens ao chamado
externo, o que é “natural” para o pecador que está
em inimizade contra Deus. Jesus conta uma parábola
comparando o Reino dos Céus a um rei que
“celebrou as bodas de seu filho” (Mt 22:2). Muitos
foram convidados para ir a essa festa. Mas eles se
recusaram a ir. Alguns até mataram os enviados do
rei. Os homens são culpados por recusarem o
convite de Deus: “E o rei, tendo notícia disto,
encolerizou-se e, enviando os seus exércitos,
destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua
cidade. Então diz aos servos: As bodas, na verdade,
estão preparadas, mas os convidados não eram
dignos”. (Mt 22:7,8). Depois o rei mandou seus
servos ir fazer o convite a outras pessoas (aos
gentios). Um dos convidados, no entanto, entrou na
festa sem as vestes nupciais. Ele foi lançado para
fora. Por que esse convidado não pôde ficar na
festa? “Porque muitos são chamados, mas poucos
escolhidos”. (Mt 22:14).
2
ANGLADA, P. Calvinismo: As antigas Doutrinas da Graça. 3ª.
ed. Ananindeua: Knox Publicações, 2009, p. 100.
3
Hanko. H.; , Hoeksema. H.; VAN BAREN, G. J. Os Cinco pontos
do Calvinismo. Brasília: Monergismo, 2013, p. 108.
chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor
Jesus Cristo”. (2 Ts 2:13,14). Deus escolheu aquelas
pessoas para a salvação, elas foram regeneradas
(santificadas) pelo Espírito e isso se deu quando
foram chamadas através do evangelho para
alcançarem a “glória de nosso Senhor Jesus Cristo”.
À igreja em Corinto Paulo escreveu: “Porque os
judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;
Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é
escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.
Mas para os que são chamados, tanto judeus como
gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e
sabedoria de Deus”. (1 Co 1:22-24). Alguns que
eram gregos receberam o chamado externo, mas
foram resistentes. Eles achavam que o evangelho era
loucura. Outros que eram judeus também receberam
o chamado externo, mas se recusaram a aceitá-lo.
Tais judeus achavam que o Cristo crucificado era
um escândalo e não quiseram crer. Mas dentre
judeus e gregos há aqueles que receberam um
chamado interno. Para esses o evangelho é o poder
de Deus, e sabedoria de Deus. Eles puderam
entender essa sabedoria não porque fossem mais
inteligentes ou melhores. Mas porque a graça de
Deus deu a eles um novo coração. Quando
Nicodemos foi ter com Jesus, nosso Senhor lhe disse
o seguinte: “O que é nascido da carne é carne, e o
que é nascido do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é
nascer de novo” (João 3:6,7). O novo nascimento é
esse chamado interno e soberano do Espírito Santo.
Nós não causamos o novo nascimento. Está fora de
nosso controle. Não depende do nosso querer, pois
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas
não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é
todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). O
Espírito atua regenerando de acordo com Sua
vontade. Ele é soberano. Ele sopra onde quer!
4
PINK, A. W. Deus é Soberano. 2ª. ed. São José dos Campos:
Fiel, 1997, p. 89.
início, no contexto temporal, da boa obra na vida do
crente. A ideia de início implica continuidade. A
pessoa regenerada recebeu o dom da fé e um novo
coração. Mas a jornada não termina aí. A resistência
pecaminosa, rebelde e insistente, foi vencida pelo
poder do Espírito Santo. Mas essa obra se
consumará apenas na eternidade. O velho Adão está
em processo de mortificação, mas ele ainda tem
dado alguns suspiros. Isso significa que mesmo o
crente pode resistir ao Espírito Santo. Mas a
resistência do crente é ao chamado externo,
novamente. Isso não significa que ele perde o novo
coração. Isso apenas demonstra que ainda há
resquícios do pecado na vida do crente. Mas a
maneira que Deus trata com Seu povo é distinta da
maneira que Ele lida com incrédulos. O crente
precisa mortificar a carne diariamente. Ele precisa
negar a si mesmo constantemente. Quando ele peca,
precisa se arrepender, confessar seus pecados e
abandoná-los, “pois o Senhor disciplina a quem ama,
e educa todo aquele a quem recebe como filho” (Hb
12:6).
A resistência do crente pode se diferencia
da resistência do incrédulo por vários fatores. Um
deles é que “Aquele que é nascido de Deus não peca
habitualmente; porque a semente de Deus
permanece nele, e não pode continuar no pecado,
porque é nascido de Deus” (1 João 3:9). O novo
nascimento proporciona ao crente o poder necessário
para resistir à tentação. É possível para o crente cair
em pecado, mas essa não é uma prática na vida do
cristão. Isso porque Deus completará a obra que Ele
mesmo iniciou. O novo nascimento também é
chamado de batismo com o Espírito Santo. Não
existe crente que não foi batizado pelo Espírito, pois
só é crente aquele que tem o Espírito Santo: “Vós,
porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que
o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém
não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”
(Rm 8:9). Todos os crentes, portanto, têm o Espírito.
O crente é aquele que nasceu de novo. Crente não é
o que vai à igreja aos domingos, dá esmolas, fala
palavras espirituais, mas não tem o Espírito. Esse é o
religioso. Crente é aquele que, tendo recebido o
Espírito, é guiado por Ele: “Pois todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de
Deus” (Rm 8:14). O religioso pode se afastar dos
caminhos de Deus e nunca mais voltar. Mas o
crente, por mais que se afaste por um momento, não
pode resistir permanentemente à atração do Espírito
de Deus: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o
que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”
(João 6:37). A graça de Deus, sendo irresistível,
pode completar a boa obra iniciada: “Ninguém pode
vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e
eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44). Se a
graça de Deus fosse resistível, então a obra poderia
ficar no meio do caminho. Jesus certa vez ensinou
esses princípios a seus discípulos: