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Comunicações ópticas

Parte 2 – Estruturas e Guias de onda


Prof. Cláudio Garcia Batista
Prof. Ramon Dornelas Soares

Departamento das Engenharias de Telecomunicações e Mecatrônica


(DETEM)
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Campus Alto Paraopeba - Ouro Branco/MG
1
Noções básicas: natureza da luz
• Luz é analisada de forma dual pela teoria
eletromagnética (onda) e pela teoria de partículas,
conhecida por Teoria Quântica.
Onda eletromagnética: polarização, refração, difração,
interferências.

Partícula: dispersão, geração e emissão da luz,


emissão e absorção de energia por átomos e moléculas.

2
Noções básicas: natureza da luz
• Natureza quântica da luz: a energia luminosa é sempre
emitida ou absorvida em unidades discretas chamadas
fótons. A energia do fóton é dependente da frequência
(Lei de Planck):

E = hf [J] h = 6,626x10-34 [Jxs] (constante de Planck)


f = frequência [Hz].

• Ao incidir num átomo, fóton transfere energia para


elétron → podendo saltar para uma camada superior.
Inversamente, elétron em estado superior de energia
pode voltar a estado inferior ao emitir fóton E = hf.
3
Noções básicas: natureza da luz
• Abordagem por teoria eletromagnética: a luz é uma onda
eletromagnética, composta pelo campo elétrico E e pelo
campo magnético H, a qual propaga em uma direção K.

Z
E
K
H

Onda eletromagnética TEM


X

4
Noções básicas: natureza da luz
• Abordagem por teoria eletromagnética: O sinal de luz
emitido por uma fonte é representado por ondas esféricas.

Frente de onda: lugar geométrico onde os pontos possuem


a mesma fase.

• Em comunicações ópticas λ é muito menor do que os


obstáculos encontrados → assume-se onda plana.

5
Noções básicas: natureza da luz

• Ao se trabalhar com ondas planas pode-se utilizar traçados


de raios na propagação do sinal (Óptica geométrica).

6
Exemplo2.1
• A forma geral de uma onda eletromagnética é
• y =Acos(ωt−kz)
• Encontre (a) a amplitude, (b) o comprimento de onda, (c)
a frequência angular e (d) o desloca- mento em um
instante t = 0 e z = 4 μm para uma onda eletromagnética
plana especificada pela equação
y = 12 cos [2π (3t – 1,2z)] em m

7
Noções básicas: natureza da luz
• Ondas Planas: domínio da frequência:
Campo Elétrico Campo Magnético
         
E (r )  E0 exp( jk  r ) H (r )  H 0 exp( jk  r )
Componentes vetoriais:
 
E0  E0 x xˆ  E0 y yˆ  E0 z zˆ H 0  H 0 x xˆ  H 0 y yˆ  H 0 z zˆ

Vetor posição: Constante de propagação:


 
r  xxˆ  yyˆ  zzˆ k  k x xˆ  k y yˆ  k z zˆ
   
k    j   cte. de fase
  cte. de atenuação
8
Noções básicas: natureza da luz
• Ondas Planas:
Vetor de poyting:
 1  *
S  EH [W/m2]
2
 1
Para onda plana TEM: H  kˆ  Eˆ


z ˆ  kz
ˆ
E considerando direção de propagação k  k z :


 
E ( z )  E0 x xˆ  E0 y yˆ exp( jkz )
 1
 
H ( z )  E0 x yˆ  E0 y xˆ exp( jkz )
 9
Noções básicas: natureza da luz
• Ondas Planas:
Sejam:
j x j y
E0 x  A0 x e E0 y  A0 y e
Escreve-se:

 j x j y

E ( z )  A0 x e xˆ  A0 y e yˆ exp( jkz )
  jt
No domínio do tempo → Ε  Re al Ee  
e utilizando: k    j

10
Noções básicas: natureza da luz
• Ondas Planas:

E  [ A0 x cos(t   z   x ) xˆ  frequência angular:

A0 y cos(t   z   y ) yˆ ] exp(z )   2f [rad/s]

2
Comprimento de onda: →  [m]
Para meio sem
 perdas:

  k
Velocidade de fase: → vp  [m/s]

1
  
Velocidade de grupo: → vg    [m/s]
   11
Noções básicas: natureza da luz
• Ondas Planas:
Polarização da onda: orientação do campo elétrico
projetada num plano perpendicular à direção de
propagação:

12
Linear Circular
Óptica: leis e definições básicas
• Índice de refração: a velocidade de fase vp da onda
eletromagnética depende do material.
1 Na faixa de frequências ópticas, ε varia com a
vp  frequência → vp varia com f.

• O índice de refração N relaciona a velocidade da onda no
vácuo c e vp:
c
N
vp
• Quanto maior N, mais “denso” é o material do ponto de
vista óptico.
=
• Alternativamente,
é a constante de propagação no vácuo
é a constante de propagação no meio de índice de refração 13
Óptica: leis e definições básicas
• Índice de refração:

• Como vp varia com a frequência, N também varia com a


frequência. Para um sinal banda larga, pode-se definir
um índice de refração de grupo Ng.
14
Óptica: leis e definições básicas
• Reflexão e refração:
• Utiliza-se princípios da óptica geométrica ao associar
frentes de ondas planas à raios de luz.
• Quando um raio de luz encontra uma interface entre
dois materiais, parte da energia é refletida e parte é
transmitida para o outro material. O raio transmitido tem
sua direção de propagação alterada (refração).

15
Óptica: leis e definições básicas
• Reflexão e refração:
Raio i = Ângulo de incidência
transmitido

N2
t r = ângulo de reflexão
2
N1
1 t = ângulo de transmissão
(refração)
Raio
Raio i  r refletido
incidente

• Raios incidente e refletido estão no mesmo plano de incidência.


•  r  i
• Lei de Snell: N1sen( i )  N 2 sen( t ) ou

N1 cos(1 )  N 2 cos(2 ) 16
Exemplo 2.2

• Um feixe de luz viajando no ar (n1 = 1,00) incide em


uma lamina plana e lisa de uma coroa de vidro, que
possui índice de refração n2 = 1,52. Se o feixe incidente
faz um angulo φ1 = 30,0° com relação à normal, qual é o
angulo de refração φ2 no vidro?

17
Óptica: leis e definições básicas
• Reflexão e refração:
• Quando N1 > N2 → reflexão interna.
• Quando N1 < N2 → reflexão externa.

• Ângulo crítico  c : ângulo mínimo de incidência para o


raio ser totalmente refletido ( t  90 o ).

N2  N2 
sen( c )    c  asen 
N2
N1  N1 
 t  90o
N1
Ocorre apenas para reflexão
c r Raio interna.
Raio refletido
incidente 18
Exemplo 2.2

• Considere a interface entre uma placa de


vidro com n1 = 1,48 e o ar com n2 = 1,00.
Qual é o angulo critico para o feixe de luz
que atravessa o vidro?

19
Mudança de fase quando para a Reflexão total

t =

t =

Mudança de fase para


a interface entre vidro e
ar

20
Óptica: leis e definições básicas
• Reflexão e refração: ondas com diferentes comprimentos de
onda λ possuem diferentes índices de refração num mesmo
material → na interface entre materiais são transmitidos com
diferentes ângulo de refração.
• Exemplo: decomposição da luz branca por um prisma de vidro.

21
Óptica: leis e definições básicas
• Polarização da luz: raio de luz consiste em várias ondas
com polarizações aleatórias → onda não polarizada.
• Ondas não polarizadas podem ser separadas em
componentes com polarizações ortogonais na interface
entre diferentes materiais.

Referência [1]
22
Óptica: leis e definições básicas
• Material opticamente ativo ou polarizador: permite a
transmissão de determinada polarização e bloqueia as demais. Certos
materiais podem adquirir tal propriedade através da aplicação de campo
elétrico ou magnético.

• Material birrefringente: índice de refração do material depende da


polarização da onda (anisotropia). Decompõe o raio incidente em raio
ordinário (obedece a lei de Snell, comportamento de um meio isotrópico)
e raio extraordinário (não obedece).

raio
extraordinário raio ordinário

raio incidente
não-polarizado 23
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Fibra óptica: guia de onda dielétrico que opera em
frequências ópticas. Normalmente com seção cilíndrica.
• Núcleo, geralmente,vidro composto de sílica de alta pureza (SiO2)
• Casca dielétrica solida ou revestimento, composto também de
vidro, embora, em principio, a casca não seja necessária para que
a luz se propague ao longo do núcleo da fibra, ela serve para
vários propósitos:
• reduz a perda por dispersão resultante das descontinuidades da
superfície dielétrica do núcleo;
• acrescenta resistência mecânica à fibra e protege o núcleo da
absorção de contaminantes superficiais com os quais ele pode
entrar em contato.
• Capa de plástico N 1 > N2
elástico encapsula
2a=d N1 N2 camada de proteção
a fibra, fornecendo
Proteção
mecânica.
núcleo casca Referência [1]
24
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Propagação da luz na fibra é descrita por um conjunto de
ondas guiadas denominadas de modos. Cada modo é uma
distribuição de campos elétrico e magnético. Somente
determinados número de modos se propagam em um guia.
• A luz se propaga predominantemente pelo núcleo. A casca
diminui as perdas nas superfícies do núcleo, aumenta
proteção contra absorção de impurezas, etc.
• Classificação quanto à variação do índice de refração do
núcleo:
- Fibra índice degrau:

- Fibra índice gradual:


25
Fibra óptica e configurações-Tipos de fibra

26
Fibra óptica e configurações-Tipos de fibra
• Algumas comparações entre monomodo e multimodo:
• Multimodo, raios maiores no núcleo, facilitam a conexão
entre as fibras e a fonte pode ser simplesmente um LED;
• Apresentam dispersão intermodal, cada modo se
propaga numa velocidade diferente gerando distorção
no pulso transmitido.
• Monomodo, geralmente a fonte dever ser um laser (que
possuem maior potência óptica que os LEDs, exigem
circuitos mais complexos, são mais caros e possuem
menor vida útil)
• Tanto as fibras monomodo quanto as fibras multimodo
podem apresentar índice degrau ou índice gradual em seu
núcleo
• Onde Δ (diferença entre os índices núcleo − casca) possui os

valores típicos: Δ≈
0.01 < Δ < 0.03 (Mult.) ou 0.02 < Δ < 0.1 (Mono.)
27
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Cada modo guiado é um conjunto de
distribuição de campos elétrico e magnético.
• Para uma propagação na direção z, a onda tem um fator de
dependência:
t  z 
e

• Para um modo guiado existir, β assume somente


determinados valores que satisfazem as equações de
Maxwell e as condições de contorno na interface núcleo-
casca.
• Pode-se também analisar a propagação via óptica
geométrica (boa aproximação à medida que a >> λ.)
28
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Óptica geométrica
• Óptica geométrica: associa a um modo guiado a um
conjunto de ondas planas.
• Assim, o conjunto coerente de raios com um mesmo ângulo
em relação ao eixo da fibra corresponde a um modo. Como
existe um número discreto de M modos na fibra, só existem
M ângulos possíveis.
• Limitações da óptica geométrica:
• não avalia fenômenos de interferência.
• não apresenta distribuição dos campos

29
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Óptica geométrica
• Obs.: Fibra índice degrau
N 2  N 1  N 1
N 2  N1 (1   )

  0,01 → diferença relativa entre


os índices.

• Para análise via óptica geométrica: considera-se fibra índice


degrau multimodo com raio a>>λ e o conjunto de raios
representados por um único raio.

30
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Óptica geométrica
• Abertura numérica (fibra índice degrau):
Raio refratado
N2 Ângulo crítico entre
Raio núcleo-casca:
N refletido N1
 N2
 sen(c ) 
A N1

Raios
incidentes

Lei de Snell para os meios ar e núcleo: Nsen ( A )  N1sen( )



Observando    :
2
Nsen ( A )  N12  N 22  NA → Abertura numérica da fibra
31
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Óptica geométrica
• Abertura numérica (fibra índice degrau):
- Raios com ângulo de incidência na fibra menores que o ângulo de aceite
serão totalmente refletidos na interface núcleo-casca.
- Tal ângulo define um cone de aceite da fibra.

A

- A abertura numérica é útil para avaliar a aceitação da injeção de luz na


fibra e para calcular acoplamento entre fonte e fibra.
- Valores comuns para NA: 0,14 a 0,50.
- Para   1  NA  N1 2 32
Abertura Numérica
• Abertura de numérica NA, guia óptico com índice degrau
– óptica geométrica ou de raio simples é usada

⋅ = ⋅
= ⋅

= sen 90 − = cos

⋅ = ⋅ = ⋅ cos = ⋅ 1 − sen = ⋅ (1 − )

⋅ = = − ≈ 2Δ, ( í Δ)
Geralmente, 0.14 < < 0.5 33
Exemplos 2.4 e 2.5
• Considere uma fibra de sílica multimodo de
núcleo com índice de n1 = 1,480 e casca com
índice n2 = 1,460. Encontre (a) o ângulo critico,
(b) a abertura numérica e (c) o ângulo de
captação.

• Considere uma fibra multimodo de núcleo com


índice de refração de 1,480 e uma diferença de
índice núcleo-casca de 2,0% (Δ = 0,020).
Encontre (a) a abertura numérica, (b) o ângulo
de aceite e (c) o ângulo critico.
34
Interferência devido a fase
• Propagação Segundo o traçado de raios
• Nem todos os feixes com > propagam-se
• Somente alguns valores discretos de propagam.

• Condição:

35
Teoria Modal
• Utiliza as equações de Maxwell sujeitas as
condições de contorno cilíndricas na
interface entre núcleo e a casca da fibra;
• Diferentemente dos guias metálicos ocos,
onde somente os modos TE e TM são
encontrados, na fibra existem os modos
híbridos HE ou EH;
– Os quais possuem Ez e Hz, sendo definido
HE se a predominância transversal é do
campo H ou EH em caso contrário;

36
Confinamento parcial dos campos no núcleo

• Dentro do guia central os campos variam harmonicamente com


índice e decaem exponencialmente fora.
• Para os modos de ordem mais baixa os campos são fortemente
concentrados no guia central.

37
Equações de Maxwell e Equação de onda
• Meio dielétrico, linear e isotrópico, que
não possui correntes e cargas livres

38
Equações das Componentes de Campo

• Como o guia é cilindro, o modelo é construído usando


as coordenadas cilíndricas: , e

• Os campos se propagam ao longo de e tem uma


dependência funcional das formas:

39
Equações das Componentes
× =− ⋅

× = ⋅

40
Equações das Componentes

Equações descritas em função de Hz e Ez

= −

41
Solução Parcial das equações de onda

• Método da separação das variáveis

< , = −
=
> , = −
42
Solução Parcial das equações de onda
• Solução parcial:
– No núcleo ( < )
( )
=
= ( )

– No casca ( > )
( )
=
= ( )

– Condições de contorno
§ Gera Equação Característica
que possibilita determinar o
valor , o qual deve ser:
< ( > 0) e > (w > 0)
§ Possibilita determinar as constantes A, B, C e D. 43
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Análise Modal
• Análise modal: resolução das equações de Maxwell observando
condições de contorno entre núcleo e casca.
• Devido as condições de contorno no guia de onda, aparecem
modos híbridos (acoplamento entre TE e TM) denominados HE ou
EH.
• Modos inferiores para fibra índice-degrau:

Referência [1]

44
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Fibra monomodo - modos propagantes:
• O modo fundamental HE11 representa na verdade dois modos
degenerados independentes. (Modos degenerados: apresentam a
mesma frequência de corte V). Esses modos possuem
polarizações ortogonais.

• No geral, o campo E na fibra é um superposição de ambos os


modos e depende da polarização da fonte.
45
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Análise Modal
• Um modo existe se sua constante de propagação  satisfazer
a condição:
k 2  kN 2
k 2    k1
k1  kN1
• Parâmetro V ou frequência normalizada: indica quantos modos
determinada fibra suporta. a = raio da fibra
NA = abertura numérica
= −
2 2
= + = =
• Exceto pelo modo HE11 (não possui limite de corte), um
determinado modo só existe para um valor V mínimo.
46
Exemplo 2.6

• Uma fibra de índice-degrau possui


frequência normalizada V = 26,6 no
comprimento de onda de 1.300 nm. Se o
raio do núcleo é 25 μm, qual é a abertura
numérica?

47
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Análise Modal
• Escolhe-se a, N1 e N2 para o limite de corte dos modos:
  k 2  V  2,405

2,405
48
Aspectos básicos sobre fibras ópticas

• Descrição dos modos de propagação por outra


terminologia,

49
Aspectos básicos sobre fibras ópticas-Análise Modal

• O valor V = 2,405 vem da primeira raiz das equações diferenciais


dos campos E e H resolvidos para um guia de onda circular
preenchido com dielétrico.
• Tal valor define a frequência de corte normalizada de corte para os
modos imediatamente superiores ao modo HE11, sendo este modo
sempre presente, o que o define como modo dominante (principio
que se baseia a fibra monomodo).

• Pode-se estimar o número de modos M numa fibra


multimodo índice degrau para um V grande:

1 2
≈ ≈
2 2

= − ≈ 2Δ
50
Exemplos 2.8-2.9

51
Exemplos 2.12 e 2.13

52
Aspectos básicos sobre fibras ópticas-Análise Modal

• Determinação de Alguns valores de corte

53
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Raios e modos: Análise Modal
• Quanto mais próximo da frequência de corte de um determinado
modo, mais energia desse modo está confinada na casca. Na
frequência de corte, a maior parte da energia do modo está na
casca e a energia no núcleo é quase nula.
• Para valores de V muito
maior que a frequência de
corte, pode-se estimar a
potência na casca como:
4 4
≈ M =
3 3
ú
=1−
• Alternativamente, tem-se o
gráfico ao lado, Modos 54
Exemplos 2.10 e 2.11

55
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Fibra Monomodo:
- Dimensão do núcleo: 8 a 12 μm.
- Diferença entre índices ∆: 0,002 a 0,01.
- Parâmetro V é escolhido pouco menor que 2,405.

• Diâmetro do campo modal (mode field diameter - MFD): indica


a largura efetiva do feixe de luz guiado. É estimado pela
distribuição de campos, comprimento de onda, raio do núcleo e
perfil de índice de refração da fibra.
• MFD é importante no cálculo de perdas (curvaturas, rupturas),
frequência de corte e dispersão do sinal na fibra, veja como ele é
definido

56
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Diâmetro do campo modal : na
fibra monomodo, parte da energia
se propaga na casca.
• Aproxima-se a distribuição de
campo como uma curva Gaussiana:
 r2 
E (r )  E0 exp  2 
 w0 
E0 = campo no raio r = 0
w0 = raio modal, definido em
= 0/

Referência [1]

57
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Fibra monomodo - modos propagantes:
• Considera-se as constantes de propagação dos modos:
horizontal ( x → kx ) e vertical ( y → ky ). Numa fibra ideal: kx = ky
ao longo de todo o percurso.
• Em fibras reais, imperfeições e assimetrias resultam em
propagação dos modos em diferentes velocidades.
• Birrefrigência da fibra monomodo (Bf): diferença entre os
índices de refração efetivos dos modos:

B f  k0 ( N y  N x )

k0 = 2π/λ

58
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Fibra monomodo - modos propagantes:
• Caso a fonte excite ambos modos, um dos dois possuirá atraso de
fase em relação ao outro.
• Quando a diferença de fase é múltipla inteira de 2π → os modos
reproduzem a polarização original da fonte. Essa distância é
chamada de “comprimento de batimento” (beat length) Lp:

2
Lp 
Bf

59
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Obs.: Fibra índice gradual: índice de refração decresce
continuamente ao longo do raio r do núcleo e é constante na
casca.
• Variação comum do índice N(r):

  1/ 2
  r   para 0 ≤ r ≤ a
 N1 1  2  
N (r )     a  
 1/ 2
 N1 (1  2 )  N1 (1   )  N 2 para r > a

• α define a forma da variação do perfil.


• Exemplo → α = 2 define um perfil parabólico, normalmente
adotado pelos fabricantes. 60
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Obs.: Fibra índice gradual:
• Diferença entre índices ∆:

N12  N 22 N1  N 2
 2
  N 2  N1  N1
2 N1 N1
(mesma definição da fibra índice degrau)

• O cálculo da abertura numérica da fibra índice gradual é


mais complicado do que a fibra índice degrau, pois o índice
N no núcleo depende da posição r.

61
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Obs.: Fibra índice gradual:
• A abertura numérica é aproximada por:

 N (r ) 2  N 2  NA(0) 1  (r /  ) 2 para r ≤ a
2
NA(r )   para r > a
 0

• A abertura numérica axial NA(0) é dada por:

2 2
NA(0)  N1  N 2

62
Aspectos básicos sobre fibras ópticas

63
Aspectos básicos sobre fibras ópticas
• Obs.: Fibra índice gradual:
• O número de modos M na fibra índice gradual é aproximado
por:

2
 V
M
 2 2

64
Exemplo 2.15

65
Referências
• REFERÊNCIAS:

[1] Keiser, Gerd. “Optical Fiber Communications”, 4a edição,


Cap. 1 e 2, Mc Graw Hill, New York.

[2] Ribeiro, J. A. Justino. “Comunicações Ópticas”, 1a edição,


Cap. 1 a 4, Editora Érica, São Paulo.

66

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