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A posição de Wayne Grudem sobre profecias e línguas: um olhar cessacionista

Postado por Ruy Marinho - no dia 22.3.14 - 2 comentários

Por Sandro Dutra

O momento atual da Igreja evangélica tem se caracterizado como confuso e ao mesmo tempo controverso por causa
da compreensão e práticas errôneas acerca dos dons concedidos pelo Espírito Santo aos filhos de Deus. Basicamente
há duas correntes que dialogam sobre esse assunto do Novo Testamento: a corrente pentecostal[1] e a
cessacionista.[2] A primeira defende a contemporaneidade dos dons para a atualidade, dividindo-se em algumas
vertentes[3]. Já a segunda assevera que nem todos os dons devem ser encontrados atualmente, mormente, por causa
de seu caráter revelatório.

Atualmente, Wayne Grudem tem se revelado um cuidadoso e marcante expoente da corrente pentecostal, sobretudo,
por causa da popularidade de sua Teologia Sistemática[4]. Os capítulos 52 e 53 são especialmente separados para o
assunto. Nesse ultimo são debatidos especialmente os dons de profecia e línguas.

Em meio a esse debate, o presente artigo assume a postura cessacionista por algumas razões: por compreender, de
acordo com a teologia reformada, a suficiência das Escrituras[5]; por compreender que, exegeticamente falando, a
contemporaneidade dos dons não se sustenta; por compreender que, teologicamente falando, não há necessidade de
novas revelações, pois o Cânon expressa perfeitamente todo o desígnio de Deus; por compreender o perigo do
subjetivismo em matéria de fé e prática em detrimento a objetividade das Escrituras Sagradas.

Desse modo, segue uma breve apresentação neotestamentária acerca dos dons, com destaque para algumas verdades
fundamentais. Depois um pequeno registro histórico de como a Igreja lidou com o assunto nesses quase dois mil anos
de história. Na sequência será apresentado o modo como Grudem expõe o assunto e sobre quais bases ele se sustenta.
Por fim, o trabalho apresenta uma refutação aos propósitos pentecostais de Wayne Grudem.

1. Breve testemunho do Novo Testamento acerca dos da profecia e línguas.

Deus sempre utilizou os profetas no Antigo Testamento, eles transmitiam a revelação de Deus diretamente, nesse
aspecto o profeta era o porta-voz de Deus para comunicar ao povo a Sua vontade, orientá-los, corrigi-los além de
comunicar suas promessas. No Novo Testamento, Deus continuou a utilizar homens com esse dom para, assim como
na antiga aliança, orientar, corrigir e transmitir as Suas promessas.

Na antiga aliança Deus se comunicava com o povo de uma só língua, porém na nova aliança a barreira idiomática
deveria ser derrubada para que o evangelho pudesse ser anunciado para todas as nações. Nesse aspecto, a profecia e
as línguas eram extremamente comuns e necessárias no início da igreja na era apostólica e é sobre essa situação que
Paulo trata nas suas epístolas, não podemos nos esquecer que Paulo era o “apóstolo dos gentios”, muito
provavelmente, é por essa razão que não encontramos tais assuntos sendo tratados por Pedro, João ou Tiago nos seus
escritos.

Como na igreja de Corinto a utilização desses dons estava causando desordem no culto, Paulo trata especificamente
desses dons no capítulo 12 de sua carta àquela comunidade. Porém, podem ser encontradas algumas outras listas de
dons concedidos pelo Espírito Santo na Escritura, eis os textos: Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.28; 1 Coríntios 12.8-10;
Efésios 4.11 e 1 Pedro 4.11.

De todas elas, as seguintes verdades merecem destaque:

1) Quando olhamos para as listas de Romanos e Efésios, encontramos Paulo citando os profetas como sendo pessoas
cujo dom é fundamental para o crescimento da igreja e não encontramos o dom línguas sequer sendo mencionado, é
preciso lembrar que essas duas epístolas fazem parte do escopo principal da teologia desenvolvida por Paulo no Novo
Testamento;

2) Nas duas listas de 1 Coríntios encontram-se mais dons que nas listas de Romanos e Efésios, porém diferentemente,
em 1 Coríntios o apóstolo procura ensinar, corrigindo o mau uso desses dons concedidos pelo Espírito Santo;

3) O dom de línguas, tão enfatizado pelos pentecostais e carismáticos, é tratado por Paulo como sendo o de menor
importância e talvez fosse o que mais estivesse causando problemas na já tumultuada igreja em Corinto;

4) Dons como: encorajamento, contribuição e misericórdia parecem não ser buscados com tanta veemência pelos
grupos pentecostais e carismáticos modernos, assim como não parecia pelos cristãos de corinto;

5) Apesar de todas as listas apresentarem um numero vasto de dons, certamente elas não esgotam o assunto.

Qualquer leitura um pouco mais atenta na primeira carta de Paulo aos Coríntios revela que aquela congregação não
havia compreendido como utilizar os dons espirituais para edificação da igreja. Ali estava ocorrendo uma espécie de
exibicionismo (por parte do grupo de Cristo) e por essa razão a carta explica como esses dons deveriam ser utilizados.
A situação é tão séria que o apóstolo chama-os de meninos e que ainda não podia oferecer-lhes alimento sólido.

Ao que parece a partir do ensino de Paulo aos coríntios, o mau uso e entendimento dos dons concedidos pelo Espírito
Santo sempre levou os cristãos a cometerem erros e exageros causando divisões na igreja.

2. Breve testemunho da história da Igreja acerca da profecia e línguas.


É exatamente em Corinto que se pode observar como grupos iam se formando e reivindicando serem mais espirituais
em relação aos outros grupos, é disso que Paulo trata no capítulo 4 de 1 Coríntios e o que mais chama atenção é que,
para muitos estudiosos o grupo que mais causava problemas era o grupo de Cristo, ou seja, eram tão arrogantes
espiritualmente que acreditavam receber as revelações diretamente de Cristo e por isso menosprezavam, Pedro, Paulo
e Apolo. Logo depois, ainda bem no início da igreja, no século II, veio um movimento conhecido por montanismo,
liderado por Montano, um Cristão da Frígia, que alegava ter recebido uma revelação direta do Espírito Santo de que
ele lideraria a igreja durante o último período dela aqui na terra.[6]

Na época da reforma, além de ter que defender a autoridade das Escrituras da Igreja Católica Romana que, utilizava a
Bíblia para respaldar seus erros e tradições, Calvino teve que lidar com um grupo que alegava não precisar da leitura
das escrituras e até mesmo tratavam com desdém e menosprezo a todos os leitores, a esse grupo ele chamava de
Fanáticos, eles alegavam que o Espírito Santo os ensinava à parte das Escrituras e alegavam receber direção
diretamente do Espírito, a Escritura, diziam é “a letra morta mata”[7]. Calvino dizia sobre eles “Ademais, aqueles que,
repudiada a escritura, imaginam não sei que via de acesso a Deus, devem ser considerados não só possuídos pelo erro,
mas também exacerbados pela loucura.[8]”

Na época dos puritanos, um grupo chamado de quackeres que alegavam ter visitações especiais do Espírito, tinha
tremores e reivindicavam revelações que vinham diretamente da parte de Deus, contra eles levantou-se John Owen
que sempre defendeu a suficiência das Escrituras com os demais puritanos do século (XVIII).

No início do século XX, um pregador metodista chamado Charles Fox Parham (1873-1929), passou a ensinar que a
glossolalia deveria acompanhar o batismo no Espírito Santo que já era popular nos grupos holiness ou de santidade,
que surgiram nas igrejas metodistas a partir da segunda metade do século 19. Esse movimento em busca de uma
santificação imediata introduziu nos círculos cristãos norte-americanos o conceito de que o batismo no Espírito Santo
era uma “segunda obra da graça”. O ensino de Parham chegou a William Joseph Seymour (1870-1922) que passou a
se reunir em uma casa em Los Angeles no auge do período da descriminalização racial nos Estados Unidos.

O grupo começou a contar não só a participação de negros, mas também de hispânicos, asiáticos e brancos. Com o
crescimento tiveram que se mudar para a rua Azusa no centro de Los Angeles. As reuniões demoradas e barulhentas
ficaram conhecidas como “Avivamento da Rua Azusa” e é tido como marco inicial do movimento pentecostal moderno.

Atualmente o pentecostalismo, segundo Franklin Ferreira[9], pode ser dividido em quatro grupos: Pentecostais
Clássicos, Pentecostais de “cura divina”, Pentecostais das “igrejas, renovadas”, Neopentecostais.

Desde o primeiro grupo, que inicia a idéia de uma “segunda benção” na sua defesa pela perfeição cristã ao terceiro
grupo, desenvolveu-se a concepção de um recebimento do Espírito Santo que se evidenciava pelo fenômeno das
línguas ocorrido em Atos 2 e que todos os cristãos poderiam receber esse batismo.

3. A posição de Wayne Grudem acerca da profecia bíblica e línguas.

Partindo do pressuposto que há uma lacuna nas teologias sistemáticas ao longo dos anos, o Dr. Wayne Grudem[10]
dedica dois capítulos de sua obra para apresentar sua perspectiva sobre Os Dons do Espírito Santo. Ele divide sua
análise em duas partes: Perguntas Gerais abordada no capítulo 52 e os Dons específicos no capítulo 53. Segundo ele,
tal estudo se fez necessário devido ao grande interesse da igreja do século XX por esses dons. É interessante observar
que antes do pentecostalismo que vem a se desenvolver no século passado, os estudos sistemáticos sobre o Espírito
Santo tratavam especificamente da obra de Santificação[11].

Para ele, os cristãos devem buscar[12] os dons espirituais para utilizá-los na igreja conforme esses mesmos dons
tragam benefícios para o corpo[13] de Cristo. Na defesa de seus pressupostos, Grudem busca relacionar os eventos
ocorridos no início da igreja, conforme nos apresenta Lucas no livro de Atos com as listas de dons que Paulo apresenta
em suas epístolas. Isso se faz necessário, pois sem as segundas experiências com o Espírito Santo relatadas no livro de
Atos, principalmente At 8.16 e At 19.5 fica difícil sustentar os principais aspectos da teologia pentecostal. A ênfase nos
dons de línguas, profecia, de cura e de operar milagres têm sido a principal busca dos Pentecostais e Neopentecostais
modernos e Grudem procura explicar como esses dons têm operado hoje na igreja.

Esse trabalho irá se debruçar especificamente nos dons de profecia e de línguas, pois é onde o trabalho de Wayne
Grudem tem provocado maiores reações daqueles que defendem que esses dons cessaram após o período apostólico.

3.1. A Profecia

O primeiro ponto controverso da teologia sistemática do Dr. Wayne Grudem é que há uma modalidade de profecias
na igreja atual semelhante àquela da igreja de Corinto e em sua defesa pela continuidade de todos os dons espirituais
presentes nas listas de 1 Coríntios 12.28 e 12.8-10 ele relaciona os eventos em Atos envolvendo as profecias,
principalmente de Ágabo, com as Epístolas de Paulo aos Coríntios, Romanos e 1 Tessalonicenses. No que se refere à
profecia, Grudem entra na tênue linha que separa a falibilidade humana e a suficiência das Escrituras. Grudem
desconsidera claramente que o que aconteceu com a igreja conforme relatado por Lucas em Atos e o que foi ocorrendo
com a mesma ao longo de seu crescimento e desenvolvimento na era apostólica eram necessárias até que as Escrituras
se completassem.

Para não comprometer a suficiência das Escrituras, Grudem afirma que há duas categorias de profetas: os profetas
que são os apóstolos e os profetas que não são os apóstolos. Os primeiros não erram já os segundos são passíveis de
cometer erros em suas predições. Como argumento ele usa o exemplo de Ágabo cuja profecia em relação a Paulo não
se cumprira literalmente e, portanto isso justificaria a imperfeição nas profecias contemporâneas. Grudem acredita
que os apóstolos designados por Jesus eram os únicos com autoridade semelhante a dos profetas da antiga aliança e
por causa das imprecisões nas profecias de Ágabo há um tipo de profeta que é passível de erros.

3.2 As Línguas

A questão das línguas também é tratada por Grudem em sua teologia sistemática no capitulo 53, após desenvolver a
observação de que é um fenômeno exclusivo da era da nova aliança e que o propósito de Deus era levar a mensagem
sobre cristo para as pessoas de cada nação em sua própria língua, conforme o texto de atos capítulo 2, ele acredita
que o fenômeno ocorrido no dia de pentecostes é uma forma de romper as barreiras linguísticas originadas em Babel.
Em sua análise ele diz: “Se esse dom estiver operando na igreja, não importa em que língua seja dada uma palavra de
oração ou louvor, desde que haja interpretação, todos podem compreendê-la”. [14]

Logo após há uma definição do que é falar em línguas. Ele a define da seguinte forma: “falar em línguas é oração ou
louvor expresso em silabas não compreendidas pelo locutor”.[15]
Ao que parece, Grudem interpreta o texto de 1 Coríntios 14 numa situação diferente daquela de Atos 2, ou seja, as
línguas que Paulo estaria se referindo não necessariamente eram idiomas e nesse caso, Grudem deixa claro que o
texto de Atos é uma narrativa histórica enquanto 1 Coríntios 14 é uma instrução doutrinária[16]. Para ele o fenômeno
que ocorre em Corinto é uma forma de oração e ação de graças.

Ele acredita que o que ocorre nas igrejas pentecostais, carismáticas e até em algumas tradicionais é idêntico ao que
ocorreu com a igreja de Corinto e dessa forma ainda hoje dons como profecias e línguas estão presentes. O estudo
desenvolvido por Wayne Grudem em sua teologia sistemática acerca dos dons relacionados com a lista de 1 Co 12 tem
provocado refutações por parte de cristãos que vêm certas incoerências na exegese de Grudem e quanto a necessidade
desses dons extraordinários ainda serem necessários para nossos dias?

4. Uma resposta cessacionista aos dons de profecia e línguas hoje.

Vários fatores podem ser destacados como forma de objeção ao ponto de vista Pentecostal para uma segunda
experiência com o Espírito Santo, e o próprio Grudem deixa claro que essa posição não encontra sustentação nas
Escrituras[17]. O uso dos textos de Atos 2, 8 e 19 como justificativas para um batismo no Espírito Santo de forma
normativa não deve ser encorajado. Mas, para ele há cristãos com graus de maturidade e/ou intimidade maior com
Deus e que uma vida de oração e isso justificaria as aparentes segundas experiências pentecostais, porém o uso da
terminologia pentecostal tradicional acaba criando cristãos de duas categorias e por essa razão Grudem acha mais
adequado o uso do termo “ser cheio do Espírito Santo” e nesse ponto ele utiliza os vários textos de Atos como forma
para justificar esse enchimento com o Espírito e assim experimentar dons espirituais, dons de curar, operação de
milagres, profecia, discernimento de espíritos, línguas, interpretação de línguas, etc.[18] Exatamente os mesmos dons
que os pentecostais tradicionais acreditam exercer com seu batismo no Espírito Santo.

Parece que, apesar de uma posição mais equilibrada, Grudem tem uma compreensão semelhante a dos pentecostais
clássicos apenas com uma pequena mudança de nomenclatura que acabaria com o desconforto causado pela ideia de
dois grupos de cristãos.

Um primeiro fator que pode ser colocado como objeção ao pensamento pentecostal e conseqüentemente à posição
de Grudem e que utilizar as experiências que ocorreram a partir do Pentecostes e relatadas por Lucas no Livro de Atos
dos Apóstolos e aplicá-los à igreja dos dias de hoje da mesma forma e com os mesmos sinais parece não ser o que a
história da igreja testemunhou ao longo de tantos anos e por essa razão não tem sido defendida pelos cristãos mais
ortodoxos.

Para Brian Schwertley[19] não há sentido, pois o Pentecostes foi um acontecimento histórico único na era da salvação
e que aquele derramamento do Espírito havia sido profetizado, para ele a doutrina da segunda benção defendida pelos
carismáticos e pentecostais não tem sustentação, pois os eventos em Atos dos Apóstolos marcavam a transição da
antiga aliança para a nova aliança e que as situações em At. 8.14-17 e At. 19:1-7 deixam claro que os primeiros cristãos
na verdade só se converteram quando receberam o Espírito Santo, ou seja, as pessoas começavam a reconhecer a
deidade de Jesus, mas a conversão se dava em momentos em que a palavra era pregada pelos Apóstolos, ou quando
eles oravam e o que se observa nos capítulos 8 e 19 de Atos.

Tornar esses eventos normativos e fundamentá-los como doutrina para toda igreja é ir de encontro com várias outras
passagens como Rm. 8: 11 e Ef. 4:4. O mesmo ponto de vista é usado por R. Gaffin que diz:
A totalidade de Atos é incomparável. Como documento, Atos, como Lucas-Atos no seu conjunto, é trabalhado com
esmero. Seja qual for o propósito multifacetado de Atos, um empenho primário seria seguramente demonstrar que a
história se desdobrou exatamente como Jesus disse que aconteceria: “Serão minhas testemunhas em Jerusalém, em
toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At.1.8). Atos pretende documentar a história completa, o período
incomparável na história da redenção _ a propagação do evangelho apostólico, de uma vez por todas, “até os confins
da terra”. É em termos dessa perspectiva controladora que as experiências milagrosas daqueles no Pentecoste e em
outras passagens de atos têm seu significado[20].

Se os cristãos forem classificados como participantes de dois batismos estaremos envolvidos novamente com a
situação vivida pela igreja de Corinto, onde os mais “espirituais” se tornaram “arrogantes”, o que levou Paulo a tratar
com tanta veemência os problemas lá ocorridos. Os que defendem posições como a de Grudem esquecem que a igreja
em Corinto não deve ser tomada como modelo de virtudes e dessa forma tomar o ensino que o Apóstolo faz sobre o
uso dos dons nos capítulos 12,13 e 14 e correlacioná-los com o que Lucas registra no Livro de Atos é incompatível com
o que é ensinado em Romanos 8, ou seja, não pode haver cristãos que se converteram e não receberam o Espírito
Santo de Deus com o qual são selados (Ef. 1.13,14).

Um segundo fator é que o próprio nível de interesse nos dons de línguas e Profecia perde a atenção nos escritos de
Paulo, quanto a isso Palmer Robertson observa que:

…o nível de interesse nos dons de línguas e profecia sofre um dramático declínio nos últimos escritos de Paulo. Em sua
primeira carta a Timóteo, o dom da profecia nem é mencionado, exceto em referência à profecia que fora pronunciada
no tempo da ordenação de Timóteo (1 Tm 1.18; 4.14). Os dons de língua e profecia não são em parte alguma
mencionados em Tito e 2 Timóteo, exceto para a menção das revelações proféticas constituindo as Escrituras do antigo
pacto (2 Tm 3.16). [21]

Para Robertson, esse declínio de interesse é claramente observado nas cartas à Timóteo e Tito, onde Paulo está muito
mais preocupado em que a Sã doutrina seja mantida do que se as línguas e a profecia estão sendo praticadas como
recomendada em 1 Coríntios 13. O que teria acontecido para Paulo não ter citado esses dons? Será que as igrejas que
Timóteo e Tito iriam pastorear não apresentaria os mesmos problemas da igreja em Corinto? O fato é que as línguas,
o profetizar, os dons de curar, interpretação de línguas, os milagres, principalmente esses dons que em sua grande
maioria foram realizados apenas pelos apóstolos. É interessante que o ministério apostólico como início da nova
aliança veio com uma força descomunal, ao ponto de a eles ter sido dada a capacidade de em nome de Deus fazerem
paralíticos andarem e mortos ressuscitarem (At. 5:12-16; At. 9:32-41).

A Igreja Presbiteriana do Brasil em Carta Pastoral endereçada aos seus ministros diz:

A contemporaneidade do Espírito, portanto, não exclui o propósito do Deus Triúno em seguir um plano progressivo de
revelação, dispensando ou retendo durante a História as manifestações espirituais de acordo com Sua sabedoria. Por
exemplo, não há registro inequívoco na História da Igreja de homens com o poder de ressuscitar mortos, desde o
período apostólico até hoje. Mesmo no período bíblico, a ressurreição de mortos ocorreu somente em algumas épocas
e através de umas poucas pessoas, como Eliseu, o Senhor Jesus e alguns dos apóstolos. Deus é o mesmo, cristo é o
mesmo e o Espírito é o mesmo, porém, o Deus Triúno é soberano para agir de formas distintas em diferentes épocas.
Portanto, afirmar a contemporaneidade de todos os dons e manifestações descritos na Bíblia, com base na
imutabilidade de Deus, é inconsequente[22].
Um terceiro fator é que: será que todos os dons apresentados nas listas que encontramos no Novo Testamento
continuariam ao longo da história da igreja ou alguns deles iriam desaparecendo a medida que a igreja fosse adquirindo
maturidade? Nesse aspecto deve-se observar o que o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 13.8-13.

"O amor jamais acaba; mas havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será
aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então,
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." (grifo nosso)

O apóstolo diz que o amor jamais irá acabar, mas que as profecias, línguas, ciência (palavra de sabedoria) irão
desaparecer, cessar e passar, respectivamente, tudo isso quando o perfeito vier. Em nossa pesquisa encontramos duas
correntes principais para quem seria o perfeito. Os que acham que o perfeito seria o fechamento Cânon baseiam-se
no princípio fundamental da Suficiência da Escritura e que no contexto imediato da passagem bíblica, Paulo lhes
mostra que suas meninices acabariam quando vissem a vontade de Deus de modo claro, ou seja, face a face, essa
vontade está revelada nas Escrituras. Para os que defendem essa tese, as línguas e profecias conforme apresentados
em 1Co 12-14 eram dons por meio dos quais Deus concedia revelações à Igreja na era Apostólica e que, Paulo antecipa
a cessação desses dons quando as Escrituras estivessem completadas.

Na defesa desse ponto de vista encontramos os trabalhos de B.B. Warfield, Sinclair B. Ferguson, George W. Knight III,
além do trabalho do Pastor Josafá Vasconcelos, que defende enfaticamente que o “perfeito”, ou seja, “teleion” seria
o Cânon fechado. Ele baseia-se no princípio hermenêutico de que o contexto imediato e geral da passagem é o que
indicará o sentido da passagem, com base nisso ele conclui que Paulo quer apresentar duas coisas:

1. Em relação à prática na igreja, ele fala do exercício daquilo que Deus outorga para edificação do corpo, que,
sobretudo o amor deve nos nortear.

2. Fala do conhecimento de Deus e de Sua vontade. Ele está dizendo que existe um conhecimento parcial que
desaparecerá[23].

Josafá endossa a suficiência das Escrituras dizendo:

Não há como negar o caráter revelatório dos dons de línguas, profecias, revelações e sonhos. Se formos estudá-los
cuidadosamente na Palavra de Deus, vamos perceber que a existência delas no tempo apostólico, na igreja primitiva,
foi algo absolutamente necessário; eram revelações divinas. Deus falava através deles, para edificação e ensino do
povo, a fim de suprir exatamente a falta das escrituras que naquela época ainda não estava completa no seu todo[24].

Para corroborar com sua defesa Josafá Vasconcelos se apóia na defesa de Jonathan Edward e do puritano John Owen
que valorosamente defenderam a suficiência das Escrituras. Os teólogos de Westminster compreenderam bem isso e
o expressaram em sua confissão de Fé no capítulo I, seção I, que diz:

Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e
o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de
Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes
modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da
verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e
do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado
aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo[25].

Porém, há um segundo grupo de teólogos que defendem que o texto de 1Co 13.10 trata da Parousia. João Calvino
comentando a carta de Paulo diz:

Quando vier o que é perfeito. Paulo poderia ter posto nestes termos: “Quando tivermos alcançado o ponto de chegada,
então as coisas que nos ajudaram no percurso deixarão de existir”. Mas ele usa a mesma forma anterior para expressar-
se, ao por a perfeição em contraste com o que é em parte. Ele está dizendo: “quando a perfeição chegar, tudo quanto
nos auxiliou em nossas imperfeições será abolido”. Mas, quando tal perfeição virá? Em verdade, ela começa na morte,
quando nos despirmos das inúmeras fraquezas justamente com o corpo; porém, ela não será plenamente estabelecida
até que chegue o dia do juízo final, como logo veremos. Concluímos disto, pois, que é algo mui estúpido alguém fazer
toda esta discussão aplicar-se ao período ao período intermediário[26].

João Calvino compreendia que o que vemos como em espelho corresponde ao ministério da Palavra e os auxílios
indispensáveis ao seu exercício. É importante ressaltar algo aqui, quando Calvino escreveu suas obras o contexto
histórico que a igreja se encontrava estava muito mais relacionado à relação com a política eclesiástica do que com as
questões da obra do Espírito Santo. Na atualidade, o cessacionista Richard B. Gaffin também interpreta que “o
perfeito” no texto trata da volta de Cristo, porém ele defende também que Paulo não está tratando de um possível
período para a cessação dos dons e, portanto não se pode concluir com base na passagem de 1Co 13:8-12 que os dons
extraordinários apresentados pela igreja na época dos Apóstolos continuariam até os nossos dias.

4.1. Profecia

Diante da tradição da Reforma, a qual teve como um de seus principais pilares o lema Sola Scriptura, a simples ideia
de que alguém pode se levantar como profeta para instruir a igreja e essa instrução ser passível de algum erro é de se
esperar que se tenha reações completamente contrárias a tal posição. Para Peter Jensen, arcebispo da Diocese de
Sydney, na Austrália “o cristianismo contemporâneo tem tido um imenso interesse em, e tem se voltado para, uma
piedade experimental que busca a palavra do Senhor na profecia, na intuição, nas palavras de conhecimento, na
glossolalia e nas “palavras do senhor”[27]. Ele argumenta que esse movimento constitui uma corrente adicional de
revelação que permite a todos os cristãos receberem mensagens atualizadas de Deus. Já George W. Knight, III[28],
refuta a tese de Grudem aplicando Dt. 18.20-22, ou seja, o profeta deve ter uma teologia correta e a profecia deve
acontecer com 100% de exatidão”, e usa o exemplo de Ágabo como prova que os profetas neotestamentários devem
ser iguais aos veterotestamentários.

Porém para L. Berkhof[29] uma das características especiais desse tipo de profecia é que “elas são frequentemente
condicionais”, isto é, o seu cumprimento depende, em muitos casos, das ações contingentes dos homens. E importante
destacar que Berkhof alerta para o fato de que esse caráter condicional só pode ser atribuído às profecias que se
referem a um futuro próximo e isso, consequentemente, poderia ser condicionado à livre ação dos contemporâneos
dos profetas. Se aplicarmos o princípio hermenêutico à profecia de Ágabo em At. 21-11 que se cumpre em At. 21:27-
28. Para George W. Knight, III, as profecias de Ágabo se cumpriram plenamente[30], tanto a que se encontra em atos
11.27-28 como a que é feita em relação à prisão de Paulo em atos 21.10 ss.
A Escritura ensina que “nenhuma profecia jamais provém de particular elucidação; porque nunca qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe
2.20-21). Acredito que esse texto desconstrói completamente o que Grudem expõe em sua teologia sistemática,
quando mostra distinção entra profecia e ensino na igreja. A respeito da posição de Grudem, George W. Knight III se
posiciona da seguinte forma:

À assertiva de Grudem de que a referência em Efésios 2.20 e 3.5 deveria ser entendida com o sentido de “os apóstolos
que também são profetas” (The Gift of Profecy,p.105) deve-se dizer francamente que é um caso de apelação em favor
de seu argumento de que a profecia no Novo testamento continua e é uma classe diferente de revelação. Paulo
distingue claramente “apóstolos” (tous men apostolous/tous men apóstólóus) de “profetas” (tous de projhtas/ tous de
prófêtas) em outra única referência a eles em Efésios (4.11) como faz em 1 Coríntios 12.28 ( primeiramente
[prwton/próton] apóstolos, em segundo lugar [deuteron/deutérón] profetas) e 12.29 (observe as perguntas separadas
e distintas: “são todos apóstolos? Ou todos profetas?”) e não há razão verdadeira para afirmar, como faz Grudem, que
Paulo não faz distinção entre eles em Efésios 2.20 e 3.5. Grudem reconhece apropriadamente que Efésios 2.20 indica
o caráter fundamental e não repetitivo dos apóstolos e por isso dá-se conta de que, da sua perspectiva, a passagem
não deve ser entendida como se referindo a profetas do novo Testamento.[31]

Outro trabalho importante e minucioso sobre a posição de Grudem foi realizado por Palmer Robertson em seu livro A
Palavra Final. Ele mostra no capítulo 4 que para sustentar tal posição de que a profecia continua é preciso vincular o
ofício de apóstolo ao de profeta nos textos de Efésios 2.20 e 3.5 algo que não possui uma base exegética
consistente[32].

Comentando a posição de Grudem de que “os apóstolos que são profetas”, Sinclair B. Ferguson[33] cita o
entendimento de Gaffin[34] de que Efésios 2.20 mostra claramente uma diferença entre os ofícios de apóstolo e
profeta e que se o apostolado acabou com a morte do último apóstolo também cessou a necessidade de profetas com
o fechamento do Cânon[35].

Diante do exposto e do que temos visto nas igrejas nos dias atuais, fica evidente que assim como os apóstolos, como
fundamento da igreja cessaram seu ministério após suas respectivas mortes assim também os profetas como
fundamento da igreja também cessaram, em contraponto à posição de W. Grudem a teologia sistemática de Franklin
Ferreira e Alan Myatt resume:

A profecia na Bíblia significa principalmente proclamar a Palavra de Deus. A função do profeta era levar a mensagem
de Deus ao povo da aliança. No Antigo testamento, o profeta recebia a Palavra por revelação e pregava a mensagem
ao povo. No Novo testamento, o significado primário da profecia era a pregação da Palavra de Deus. Isto à vezes incluía
a pregação de uma mensagem revelada diretamente ao profeta, mas este aspecto revelatório não era o aspecto mais
importante. Com a revelação progressiva das Escrituras, a necessidade do aspecto revelatório foi diminuindo e, com o
fechamento do cânon, a profecia se tornou basicamente a pregação, ou seja, exposição e proclamação das
Escrituras.[36]

4.2. Línguas

Se, conforme Grudem, a “oração em línguas é expressa em silabas não compreendidas pelo locutor” e essa oração na
igreja deve ser interpretada qual deve ser o propósito desse dom para os dias de hoje? A essência do falar em línguas
nos primeiros anos da igreja era simplesmente para realizar os propósitos de Deus na história da salvação, ou seja,
para o evangelho chegar até os confins da terra, era necessário que o povo de deus na nova aliança pudesse
compreender a mensagem dos apóstolos e dos cristãos que começavam a se organizar num ambiente novo diferente
da sinagoga judaica. À medida que a igreja foi se estabelecendo, esse dom foi desaparecendo. É impressionante que
antes do movimento pentecostal esse tema nunca recebeu atenção por parte dos grandes teólogos da igreja.

Ao comentar 1 Co 14, João Calvino, indiscutivelmente um dos maiores exegetas da historia, se quer vislumbra algo que
não seja idiomas estrangeiros os que eram praticados pelos crentes de Coríntio,veja:

Pois quem fala em outra língua não fala a homens. Agora ele apresenta a razão, com base na experiência real, porque
ele preferia a profecia a outros dons. Ele confronta com o dom de línguas. É provável que os coríntios estivessem
dando injustificada atenção ao dom de línguas, visto que ele era mais ostensivo, pois o fato é que, quando se ouve
alguém falar em outra língua estrangeira, geralmente os ouvintes são tomados de admiração[37].

Observe o raciocínio de Calvino em relação à parte b do versículo 5 que diz:

Exceto se as interpretar. Porque, se a interpretação for adicionada teremos profecia. Contudo, não se deve imaginar
que Paulo, aqui, está permitindo que alguém gaste o tempo da Igreja com um amontoado de palavras estranhas. Pois
quão ridícula seria proclamar a mesma coisa em muitas línguas, quando não há qualquer necessidade de assim
procedermos! Mas às vezes sucede que o uso de uma língua estrangeira é oportuno[38].

Uma leitura completa no comentário do capítulo 14 realizado por Calvino deixa claro que ele acreditava que o contexto
e sua exegese confirmavam ser idiomas estrangeiros que os coríntios falavam. Para Calvino a ênfase de Paulo no
capítulo 14 não era a “oração em línguas” e sim a profecia.

Um fato desconsiderado por Grudem é que a cidade de Corinto na época de Paulo era uma cidade cosmopolita como
Nova York ou São Paulo nos dias de hoje. Se atentarmos para esse simples detalhe e que deveria haver um número
relativamente grande de pessoas com idiomas ou dialetos diferentes numa cidade portuária e pagã como era Corinto
fica evidente a preocupação de Paulo com as meninices exibicionistas daqueles cristãos.

Para Brian Schwertley as línguas em Atos e em Corinto são sempre idiomas estrangeiros, e a ideia que Romanos 8:26
trata de uma oração em línguas é completamente rejeitada. Sobre a questão de romanos 8.26, Sinclair B. Ferguson
diz: “Já argumentamos que o falar em línguas em Atos e 1 Coríntios é mais naturalmente lido como idiomas
estrangeiros. Mas a glossolalia contemporânea não é normalmente identificada com idiomas estrangeiros”[39]. Para
O. Palmer Robertson “As línguas ilustram drasticamente o caráter universal do Cristianismo. Deus não mais se limitava
a um só povo.[40]

Diante do exposto, fica difícil comentar as outras situações que Grudem apresenta sobre o dom de línguas, pois o
pressuposto dele e sua exegese atribuem a validade desse dom para os dias atuais. O que mais impressiona é que a
forma que ele interpreta o capitulo 14 de 1 Corintios é extremamente tendenciosa ao pentecostalismo. Assim como
na igreja de corinto, hoje muitos evangélicos e católicos carismáticos têm acreditado e até mesmo ensinado a falar em
línguas e isso acabou se tornando uma espécie de marca na espiritualidade desses cristãos.

Conclusão
A igreja contemporânea não tem que se amoldar ao pragmatismo e sim a vontade de Deus revelada nas Escrituras
como única regra de Fé e Prática. O grande fato em questão é que Grudem baseado em experiências que a Igreja tem
vivido na contemporaneidade vai de encontro a princípios hermenêuticos e exegéticos para fundamentar explicações
da existência atual para os dons extraordinários que a igreja experimentou apenas na era Apostólica. A igreja
contemporânea não tem que se amoldar ao pragmatismo e sim a vontade de Deus revelada nas Escrituras como única
regra de Fé e Prática.

O ensino que o Dr. Wayne Grudem desenvolve em sua teologia sistemática, contribui muito mais para o
desenvolvimento da doutrina pentecostal que hoje recebeu o incremento do prefixo neo e que hoje tem produzido
crentes que acreditam poder reivindicar e até mesmo exigir de Deus direitos que aparentemente foram a eles
prometidos. Esse ensino tem adentrado subliminarmente em igrejas herdeiras da reforma, as quais têm começado a
acreditar que Deus pode realmente estar falando através da profecia de certas pessoas consideradas mais abençoada.

Jonathan Edwards, o grande avivalista do século XVIII tem uma palavra oportuna para a conclusão do presente artigo.
Ele diz:

“Não parece haver nenhuma razão para pensar, como alguns têm pensado, que os dons extraordinários do Espírito
têm de ser restaurados à igreja nos gloriosos e futuros tempos da sua prosperidade e bem-aventurança dos últimos
dias… Vários teólogos tem sido da opinião que, quando vier a glória da igreja nos últimos dias, da qual é falada na
Palavra de Deus, haverá novamente profetas e homens dotados com os dons de línguas e de operação de milagres,
como foi no tempo dos apóstolos; e alguns que estão vivendo agora parecem ser da mesma opinião… Se nós
precisássemos de qualquer nova regra para seguir, e se as influências do Espírito, juntamente com a Palavra de Deus
fossem insuficientes, então deveria haver alguma necessidade para restauração de milagres. Mas não há necessidade
qualquer de novas Escrituras serem dadas, ou de qualquer acréscimos serem feitos àquelas que nós já temos, pois elas
são em si mesmas a perfeita regra para nossa fé e prática[41].”

Que Deus nos conceda graça, paciência e diligência para continuarmos esperando pela volta do Senhor Jesus e que
Seu Santo Espírito nos mantenha perseverantes em nossa vocação para que sejamos achados por Ele em paz, sem
mácula e irrepreensíveis.

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