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A3-Cálculo Avançado 2ed PDF
A3-Cálculo Avançado 2ed PDF
oes1
Prof. Dr. Rone Flávio Sim~
Julho de 2009
1
Campus UNIBAN-ABC
ii
.
NOTAS DE CÁLCULO AVANÇADO
2
UNIBAN — ABC
3
Primeira edição — jul. 2009
Sumário
1.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 Derivadas Parciais 8
3.2 Hessiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4 Integrais Duplas 31
i
SUMÁRIO ii
6 Funções Vetoriais 62
7 Gradiente 74
7.2 Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
7.2.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
8 Divergência 80
9 Rotacional 84
A Torque 87
B Análise Qualitativa 90
Capı́tulo 1
1.1 Definição
Uma função de duas variáveis reais em R2 é uma função f : R2 → R. Tal função associa a
cada par ordenado de números reais (x, y) um único número real f (x, y). A função f (x, y)
Exemplos:
1) f (x, y) = 3x2 y + 1
a) f (1, 0)
b) f (−1, 2)
c) f (2, −2)
2) f (x, y) = x2 − y 2 + 4
a) f (1, 2)
b) f (a, a)
1
CAPÍTULO 1. FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS REAIS 2
c) f (3, 1)
exemplo da função z = x2 + y 2 + 2.
Em muitos mapas, o relevo do terreno é representado por curvas de nı́veis, que são curvas
que possuem a mesma altitude (ou profundidade). Observe a figura 1.2, perceba como é
semelhante à uma montanha. Os pontos cuja altura são comuns (valor de z constante)
são representados por linhas tracejadas. Se olharmos esta “montanha” de cima, a visão
que terı́amos é mostrada na figura 1.3, onde cada curva corresponde a uma mesma altura
de z (mesmo nı́vel).
CAPÍTULO 1. FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS REAIS 3
Figura 1.3: Curvas de nı́veis da figura 1.2. Elas podem ser entendida como uma planta, ou visão
superior da superfı́cie.
CAPÍTULO 1. FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS REAIS 4
Então, dada uma função z = f (x, y) e c ∈ Im f , o conjunto de todos os pontos (x, y),
z= −x2 − y 2 +20
| {z }
−(x2 +y 2 )→circunferências
conforme ilustra a figura 1.4, as curvas de nı́vel é mostrada na figura 1.5. Observe que as
z = x2 + 1, 5y 2 +2
| {z }
elipses
Veja o exemplo de um parabolóide hiperbólico, mostrado na figura 3.5, que foi gerada
pela função z = x2 − y 2 + 20, as curvas de nı́vel é mostrada na figura 1.7, observe que as
z = x2 − y 2 +20
| {z }
hipérbole
CAPÍTULO 1. FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS REAIS 5
2 −y 2
Outro exemplo interessante é a função f (x, y) = e−x . As figuras 1.8 e 1.9, mostram
2
−y 2
Figura 1.8: Superfı́cie gerada pela função f (x, y) = e−x .
CAPÍTULO 1. FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS REAIS 7
2
−y 2
Figura 1.9: Curvas de nı́vel da superfı́cie gerada por f (x, y) = e−x .
Capı́tulo 2
Derivadas Parciais
Seja dada uma função z = f (x, y). Tomemos o ponto (x, y) e outro ponto (x+∆x, y +∆y).
O acréscimo da função quando passamos do ponto (x, y) para o ponto (x + ∆x, y + ∆y) é
Dz
z Dy
Dx (x,y)
y
x
(x+Dx,y+Dy)
Agora vamos supor que, dada a mesma função z = f (x, y), conservemos y constante e
8
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 9
Dx z
z
Dx
(x,y) y
x (x+Dx,y)
Dy z
z Dy
(x,y) y
x
(x,y+Dy)
tomando os pontos (x, y) e (x, y + ∆y), conforme ilustra a figura 2.3, isto nos dá:
∆x z
Vamos tomar o acréscimo em x dada pela equação 2.1 e fazer a razão ∆x , teremos que:
∆x z f (x + ∆x, y) − f (x, y)
=
∆x ∆x
observe que esta equação lembra a definição de derivadas, então tomando o limite de
∆x → 0, ficaremos com:
∆x z ∂z
lim = (2.3)
∆x→0 ∆x ∂x
relação a y.
∆y z ∂z
lim = (2.4)
∆y→0 ∆y ∂y
Exemplo
∂z ∂ 2 2
= (x y − 3xy + 4) = 2xy 2 − 3y
∂x ∂x
∂z ∂ 2 2
= (x y − 3xy + 4) = 2x2 y − 3x
∂y ∂y
Após isto, determine o valor destas derivadas parciais para o ponto P = (0, π2 ).
Resolução:
∂z ∂
= [2 sen (x + 2y) − 3 cos(2x − y)] =
∂x ∂x
= 2 cos(x + 2y) + 3(2) sen (2x − y) = 2 cos(x + 2y) + 6 sen (2x − y)
∂z ∂
= [2 sen (x + 2y) − 3 cos(2x − y)] =
∂y ∂y
= 2(2) cos(x + 2y) + 3(−1) sen (2x − y) = 4 cos(x + 2y) − 3 sen (2x − y)
teremos:
∂z π π π
0, = 2 cos 2 + 6 sen −
∂x 2 2 2
π
= 2 cos(π) + 6 sen − = −2 − 6 = −8
2
∂z π π π
0, = 4 cos 2 − 3 sen −
∂y 2 2 2
π
= 4 cos(π) − 3 sen − = −4 + 3 = −1
2
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 12
C1
C2
P0 (x0 ,y0 ,z0 )
O y0
x0 P’
0
b y
x=x0
t2
t1
x a
y=y
0
Dada uma função z = f (x, y) e que esta função represente uma superfı́cie conforme
em relação à reta r.
∂z
= tan α
∂x0
∂z
A derivada parcial ∂y0 nos dá o coeficiente angular da reta t2 no ponto P0 (x0 , y0 , z0 ),
em relação à reta s.
∂z
= tan β
∂y0
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 13
ax + by + cz + d = 0 (2.5)
Como o plano contém o ponto P0 (x0 , y0 , z0 ), sua equação é satisfeita pelas coordenadas
do ponto, então:
a ∂z
− = tan α =
c ∂x0
e
b ∂z
− = tan β =
c ∂y0
∂z ∂z
z − z0 = (x − x0 ) + (y − y0 ) (2.8)
∂x0 ∂y0
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 14
Exemplo
z = x2 − 4y 2 = (5)2 − 4(−2)2 = 25 − 16 = 9
(
∂z ∂z
2 2 ∂x = 2x ∂x0 = 2(5) = 10
z = x − 4y ∂z =⇒ no ponto P0 ∂z
∂y = −8y ∂y0 = −8(−2) = 16
∂z ∂z
z − z0 = (x − x0 ) + (y − y0 )
∂x0 ∂y0
z − 9 = 10(x − 5) + 16(y + 2)
z = 10x − 50 + 16y + 32 + 9
10x + 16y − z − 9 = 0
Dada a função z = f (x, y), diferenciável, podemos derivar parcialmente a função z e obter
(
∂ ∂z ∂2z
∂z ∂x = ∂x2
∂x
2
∂ ∂z
∂x = ∂ z
∂y ∂x ∂x∂y
z = f (x, y)
2
∂ ∂z
∂x = ∂ z
∂z ∂y ∂y∂x
∂y ∂ ∂z ∂2z
∂y = ∂y 2
∂y
Exemplo
de 3a ordem.
Resolução:
(
∂3z
∂2z 3 = 24x + 12y
12x2 6y 2
= + 12xy − ∂x
∂3z
∂x2 = 12x − 12y
∂z
= 4x3 + 6x2 y − 6xy 2 + y 3 ( ∂x23∂y
∂x ∂ z
∂x∂y∂x = 12x − 12y
∂2z
2 2
∂x∂y = 6x − 12xy + 3y
∂3z
= −12x + 6y
z ( ∂x∂y3 2
∂ z
∂2z 2 2 ∂y∂x2
= 12x − 12y
∂y∂x = 6x − 12xy + 3y
∂3z
= −12x + 6y
∂z ( ∂y∂x∂y
= 2x3 − 6x2 y + 3xy 2 − 4y 3
∂y ∂ 3z
= −12x + 6y
∂2z ∂y 2 ∂x
2 2
∂y2 = −6x + 6xy − 12y
∂3z
∂y 3
= 6x − 24y
Observe que as derivadas mistas são iguais entre si, o que chamamos de invertibilidade
da ordem de derivação:
∂2z ∂2z
= = 6x2 − 12xy + 3y 2
∂x∂y ∂y∂x
E os de terceira ordem:
1. z = x2 − xy + y 2
Resolução:
∂z
∂x = 2x − y
z ∂z
∂y = −x + 2y
Resolução:
∂z
∂x = 2 cos(2x − 3y) − 3 sen (3x − 2y)
z ∂z
∂y = −3 cos(2x − 3y) + 2 sen (3x − 2y)
Resolução:
∂z
∂x = 2y cos(xy) − 2y sen (xy)
z ∂z
∂y = 2x cos(xy) − 2x sen (xy)
4. w = x2 y + y 2 z + xyz + z
Resolução:
∂w
∂x = 2xy + yz
∂w
z ∂y = x2 + 2yz + xz
∂w
= y 2 + xy + 1
∂z
∂z
= 6xy − y 2 + 4
z ∂x
∂z
∂y = 3x2 − 2xy − 2
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 17
∂2z
∂x22
= 6y
∂ z ∂2z
z ∂y∂x = ∂x∂y = 6x − 2y
∂2z
∂y 2
= −2y
∂2z
∂x20
= 6(−1) = −6
2
∂ z 2
z ∂y0 ∂x0 = ∂x∂0 ∂y
z
0
= 6(1) − 2(−1) = 8
2
∂ z
= −2(−1) = 2
∂y02
∂2z
∂x22
= −12 cos(2x − y) − 12 sen (y − 2x)
∂ z ∂2z
z ∂y∂x = ∂x∂y = 6 cos(2x − y) + 6 sen (y − 2x)
∂2z
∂y 2
= −3 cos(2x − y) − 3 sen (y − 2x)
∂2z
∂x20
= −12 cos(− π2 ) − 12 sen ( π2 ) = −12
2
∂ z 2
z ∂y0 ∂x0 = ∂x∂0 ∂y
z
0
= 6 cos(− π2 ) + 6 sen ( π2 ) = 6
2
∂ z
−3 cos(− π2 ) − 3 sen ( π2 ) = −3
=
∂y02
CAPÍTULO 2. DERIVADAS PARCIAIS 18
∂2z
∂x22
= −2y 2 cos(xy)
∂ z ∂2z
z ∂y∂x = ∂x∂y = −2 sen (xy) − 2yx cos(xy)
∂2z
= −2x2 cos(xy)
∂y 2
∂2z
∂x20
= −2(π)2 cos(π) = 2π 2
2
∂ z 2
z ∂y0 ∂x0 = ∂x∂0 ∂y
z
0
= −2 sen (π) − 2(π) cos(π) = 2π
2
∂ z
= 2
−2(1) cos(π) = 2
∂y02
∂z
= −2y 2 e−2x
z ∂x
∂z
∂y = 2ye−2x
∂2z
∂x22
= 4y 2 e−2x
∂2z
z ∂ z
∂y∂x = ∂x∂y = −4ye−2x
∂2z
= 2e−2x
∂y 2
∂2z
∂x20
= 4(3)2 e0 = 36
∂2z 2
z ∂y0 ∂x0 = ∂x∂0 ∂y
z
0
= −4(3)e0 = 12
∂2z
= 2e0 = 2
∂y02
Capı́tulo 3
Podemos imaginar um ponto de máximo de uma função contı́nua z = f (x, y) como o ponto
P0 (x0 , y0 ) cujo valor da função é maior que os valores assumido pela função nos pontos
t1
P0 (x0 ,y0 ,z0 )
z
t2
y
P0 (x0 ,y0 )
x
Figura 3.1: Ponto de máximo P0 (x0 , y0 ) da curva definida pela função z = f (x, y).
A figura 3.1 ilustra a inexistência de pontos mais altos que o ponto P0 (x0 , y0 , z0 ).
20
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 21
∂z ∂z
=0 e =0
∂x0 ∂y0
pontos estacionários 2 .
∂2z ∂2z
>0 E >0 −→ Corresponde a um ponto de mı́nimo
∂x20 ∂y02
e
∂2z ∂2z
<0 E <0 −→ Corresponde a um ponto de máximo
∂x20 ∂y02
Exemplo
Resolução:
∂z
= 2x − 4
∂x
∂z
= 2y − 6
∂y
1
Esta condição é uma necessária mas não suficiente. Veremos mais adiante que existirá mais uma
condição para garantir que o ponto é um máximo ou mı́nimo local.
2
Este nome é dado porque não podemos, apenas com esta condição, garantir que o ponto é, de fato,
um máximo ou mı́nino local.
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 22
∂z
= 0 =⇒ 2x − 4 = 0 ⇒ x0 = 2
∂x0
∂z
= 0 =⇒ 2y − 6 = 0 ⇒ y0 = 3
∂y0
Resolução:
∂z
= 2x − 4
∂x
∂z
= −2y + 6
∂y
∂z
= 0 =⇒ 2x − 4 = 0 ⇒ x0 = 2
∂x0
∂z
= 0 =⇒ −2y + 6 = 0 ⇒ y0 = 3
∂y0
A figura 3.2 ilustra o comportamento desta função. Observe que o ponto em questão é
x
y
Figura 3.2: Ponto de sela. O ponto P0 não é nem um ponto de máximo local, enm um ponto de
mı́nimo local.
3.2 Hessiano
Dada uma função z = f (x, y) diferenciável, e o ponto P0 (x0 , y0 ) um ponto crı́tico desta
∂z
∂x =0
∂z
∂x =0
∂2z ∂2z
∂x2 ∂y∂x
H(x, y) = ∂2z ∂2z (3.1)
∂x∂y ∂y 2
∂2z ∂2z
Como ∂y∂x = ∂x∂y , então
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 24
2
∂2z ∂2z ∂2z
H= −
∂x2 ∂y 2 ∂y∂x
1. H(x0 , y0 ) > 0
Neste caso,
2
∂2z ∂2z ∂2z
H= − >0
∂x20 ∂y02 ∂y0 ∂x0
Então,
2
∂2z ∂2z ∂2z
>
∂x20 ∂y02 ∂y0 ∂x0
∂2z ∂2z
Isto significa que ∂x20
e ∂y02
são do mesmo sinal. Logo,
∂2z
Se ∂x20
> 0, há um ponto de mı́nimo local em P0 .
∂2z
Se ∂x20
< 0, há um ponto de máximo local em P0 .
2. H(x0 , y0 ) < 0
3. H(x0 , y0 ) = 0
Exemplos
∂z
= 2x − 4 =⇒ 2x − 4 = 0 ⇒ x0 = 2
∂x
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 25
∂z
= 2y − 6 =⇒ 2y − 6 = 0 ⇒ y0 = 3
∂y
∂2z ∂2z
= =0
∂y∂x ∂x∂y
∂2z ∂2z
=2 =2
∂x2 ∂y 2
O hessiano é
2 0
H(x, y) = =4>0
0 2
∂2z
Como H(x, y) > 0, então P1 só pode ser um máximo ou mı́nimo, como ∂x2
= 2 > 0,
∂z
= −2x + 4 =⇒ −2x + 4 = 0 ⇒ x0 = 2
∂x
∂z
= −2y + 6 =⇒ −2y + 6 = 0 ⇒ y0 = 3
∂y
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 26
∂2z ∂2z
= =0
∂y∂x ∂x∂y
∂2z ∂2z
= −2 = −2
∂x2 ∂y 2
O hessiano é
−2 0
H(x, y) = =4>0
0 −2
∂2z
Como H(x, y) > 0, então P1 só pode ser um máximo ou mı́nimo, como ∂x2
= −2 < 0,
foram alterados alguns sinais das funções usadas nos exemplos anteriores.
∂z
= 2x − 4 =⇒ 2x − 4 = 0 ⇒ x0 = 2
∂x
∂z
= −2y + 6 =⇒ −2y + 6 = 0 ⇒ y0 = 3
∂y
∂2z ∂2z
= =0
∂y∂x ∂x∂y
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 27
∂2z ∂2z
=2 = −2
∂x2 ∂y 2
O hessiano é
2 0
H(x, y) = = −4 < 0
0 −2
∂z
= 2x − 2 =⇒ 2x − 2 = 0 ⇒ x0 = 1
∂x
∂z
= −2y + 10 =⇒ −3y 2 + 3 = 0 ⇒ y = ±1
∂y
Logo, existem dois pontos crı́ticos: P1 = (1, −1, −12) e P2 = (1, 1, −8). Além disso,
∂2z ∂2z
= =0
∂y∂x ∂x∂y
∂2z ∂2z
=2 = −6y
∂x2 ∂y 2
O hessiano é
2 0
H(x, y) = = −12y
0 −6y
CAPÍTULO 3. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM SUPERFÍCIES 28
Para P1 =⇒ H(1, −1) = 12 > 0, portanto P1 só pode ser uma máximo ou mı́nimo,
∂2z
como ∂x2
= 2 > 0, então P1 só pode ser um ponto de mı́nimo local.
1. z = x2 + y 3 − 4x − 12y + 6
Resp.: P (2, 2, −14) Mı́nimo Local e P (2, −2, 18) Ponto de sela.
2. z = x2 − y 4 − 6x + 4y − 1
3. z = −x2 + y 2 + 2x − 4y + 2
4. z = x3 − y 2 − 27x + 12y + 9
5. z = −2x2 + y 3 + 8x − 27y + 1
Resp.: P = (2, −3, 63) Máximo local e P = (2, 3, −45) Ponto de sela.
6. z = 2x3 + y 3 − 3x2 − 3y + 1
Resp.: P = (0, 1) sela; P = (0, −1) máximo local; P = (1, 1) mı́nimo local e
Integrais Duplas
Inicialmente, vamos lembrar do conceito da integral simples definida. Dada uma função
f (x), definida para o intervalo x = [a, b], subdividiremos este intervalo em comprimentos
iguais ∆x, de forma que a “área” descrita por esta curva pode ser obtida pela soma de
Riemann
n
X
A≈ f (xi )∆x
i=1
y
Dx f(x i)
{
0 a b
x
xi
A figura 4.1 ilustra este procedimento. Note que estamos somando as áreas dos
retângulos, cujas bases é ∆x e a altura é f (xi ). Como pode ser visto pela figura a
31
CAPÍTULO 4. INTEGRAIS DUPLAS 32
área calculada pela soma de retângulo não corresponde exatamente à área da superfı́cie,
pois a função possui bordas curvas. Este erro entre a área verdadeira e a calculada será
tanto menor quanto quanto maior for o número de retângulos (menor forem as bases dos
Z b n
X
f (x)dx = lim f (xi )∆x (4.1)
a n→∞
i=1
Consideremos agora uma função de duas variáveis f (x, y), conforme ilustra a figura
4.2, onde a superfı́cie corresponde à equação z = f (x, y). Olhando a figura, podemos
imaginar um sólido cuja base é a área cinza em destaque, calcularemos o volume definido
z
z=f(x,y)
O c Dy d
{
a
Dx y
{
b
DxDy
x f(xi ,yj )
n X
X m
V ≈ f (xi , yj )∆A (4.2)
i=1 j=1
foi tratado o cálculo da área na equação 4.1. Devemos, portanto, aumentar os valores de
n X
X m Z dZ b
V = lim f (xi , yj )∆A = f (x, y)dxdy (4.3)
m,n→∞ c a
i=1 j=1
RR RR
ii. S kf (x, y)dxdy = k S f (x, y)dxdy, onde k = const.
RR
iii. Se f (x, y) ≥ 0 em S ⇒ S f (x, y)dxdy ≥ 0
RR RR
iv. Se f (x, y) ≤ g(x, y) em S ⇒ S f (x, y)dxdy ≤ S g(x, y)dxdy
Z dZ b Z bZ d
f (x, y)dxdy = f (x, y)dydx
c a a c
CAPÍTULO 4. INTEGRAIS DUPLAS 34
Suponha que desejamos calcular o volume definido pela função f (x, y) com base retan-
gular R, conforme descrito acima. Vamos recorrer à figura 4.2 para nos apoiar. O volume
pode ser calculado somando os volumes de todos os paralelepı́pedos de base ∆A. Para
isto, vamos manter ∆x fixo, por exemplo, e somar os volumes do paralelepı́pedos ao longo
Z d
g(x) = f (x, y)dy (4.4)
c
Z bZ d Z b Z d Z b
V = f (x, y)dydx = f (x, y)dy dx = g(x)dx
a c a c a
1.
Z 2Z 3
(3x2 − 2y)dydx
0 0
Resolução:
Z 2Z 3 Z 2 Z 3
2 2
(3x − 2y)dydx = (3x − 2y)dy dx =
0 0 0 0
Z 2 3
= [3x2 y − y 2 ]0 dx =
0
Z 2
= (9x2 − 9)dx =
0
2
= [3x3 − 9x]0 = 27 − 18 = 9
CAPÍTULO 4. INTEGRAIS DUPLAS 35
2.
Z π Z 2
y cos(xy)dxdy
0 0
y
z
Resolução:
Z π Z 2 Z π Z 2
y cos(xy)dxdy = y cos(xy)dx dy =
0 1
Z0 π 1
= [ sen (xy)]|21 dy =
0
Z π
= [ sen (2y) + sen y]dy =
0
π
cos(2y) 1 1
= − + cos y = = − + 1 =
2 0 2 2
da base −1 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ 2.
Resolução:
A figura que representa esta superfı́cie é mostrada a seguir. Note que ela define um
Z Z
V = f (x, y)dxdy
S
Então,
Z 2Z 2
V = (−x2 − y 2 + 4x + 6y + 5)dxdy =
0 −1
Z 2 Z 2
= (−x2 − y 2 + 4x + 6y + 5)dx dy =
0 −1
2 2
x3
Z
2 2
= − − xy + 2x + 6xy + 5x dy =
0 3 −1
2
23
Z
= − − 2y 2 + 2(2)2 + 6(2)y + 5(2)+
0 3
(−1)3
2 2
+ + (−1)y − 2(−1) − 6(−1)y − 5(−1) dy =
3
Z 2
8 2 1 2
= − − 2y + 8 + 12y + 10 − − y − 2 + 6y + 5 dy =
0 3 3
Z 2
−3y 2 + 18y + 18 dy =
=
0
3 2
= −y + 9y 2 + 18y 0 dy =
Resp.: 48.
2. Calcule:
(a)
Z 2 Z 4
xydydx
−1 2
Resp.: 9
(b)
Z 1Z 3
x2 ydxdy
0 1
13
Resp.: 3
(c)
Z π Z π
2 2
sen x cos ydydx
0 0
Resp.: 1.
(d)
Z π Z π
2 2
sen (x + y)dydx
0 0
Resp.: 2.
Capı́tulo 5
Consideremos uma superfı́cie S, onde S ⊂ R2 , e desejamos calcular a sua área. Uma forma
de calcular a área é particionar a superfı́cie em vários retângulos, cada um com área ∆A,
x x
Figura 5.1: Cálculo da área da superfı́cie S por meio da soma de retângulos de área ∆A.
n X
X m
A≈ ∆xi ∆yj (5.1)
i=1 j=1
Como pode ser visto pela figura a área calculada pela soma de retângulo não cor-
38
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 39
responde exatamente à área da superfı́cie, pois as bordas da superfı́cie, sendo curvas, não
possuem retângulos inteiros (por esta razão que usamos o sı́mbolo ≈ na equação 5.1).
Este erro entre a área verdadeira e a calculada será tanto menor quanto menor forem os
n X
X m
A = lim ∆xi ∆yj (5.2)
∆→0
i=1 j=1
Então,
Z Z n X
X m
A= dxdy = lim ∆xi ∆yj (5.3)
S ∆→0
i=1 j=1
intervalo x = [a, b], conforme ilustra a figura 5.2. Para compreendermos os limites de
integração, basta pensarmos que, se “varrermos” os valores de x, vemos que ele vai de
a até b, sendo estes os limites de integração de x. Fazendo o mesmo para y, isto é, se
“varremos” desde o ponto C até D, onde C é um ponto sobre a curva inferior (f1 ), e D é
y
D DA
f
Dy 2
f
1
C
a Dx b x
Figura 5.2: Área definida entre duas funções.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 40
função f1 até o retângulo superior, limitada pela função f2 , então a função que descreve
Z f2
g(x) = dy (5.4)
f1
Z b
A= g(x)dx (5.5)
a
Z b Z f2
A= dy dx (5.6)
a f1
Exemplos
x = [0, 2].
Resoluç~
ao
A figura a seguir mostra a região delimitada pelas pelas curvas f1 , f2 e x = [0, 2], então
Z 2 Z f2
A = dy dx =
0 f1
Z 2 "Z x2 #
= dy dx =
0 2x−2
Z 2 h y ix2
= dx =
0 2x−2
Z 2
x2 − 2x + 2 dx =
=
0
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 41
2
x3 23
2
− 22 + 2(2) − 0 =
= − x + 2x =
3 0 3
8 8
A = − 4 + 4 = u.s.
3 3
Resoluç~
ao
−x2 + 4 = x2 − 4
2x2 = 8
x2 = 4
x = ±2
Assim,
Z 2 Z f2
A = dy dx =
−2 f1
"Z 2
#
Z 2 −x +4
= dy dx =
−2 x2 −4
Z 2 2
= [y]|−x +4
x2 −4 dx =
−2
Z 2
−2x2 + 8 dx =
= 2
0
2
x3 23
= 2 −2 + 8x = 2 −2 + 8(2) − 0 =
3 3
0
16 32 64
A = 2 − + 16 = 2 = u.s.
3 3 3
a
Z 3 Z −x2 +9
dydx
−2 −x+3
b
Z 2 Z 2x
dydx
x3
0 2
3
2
x
2
-x +2
2
1
y
A B
-1
-2 -1 0 1 2
x
8
Resp.: 3.
1
Resp.: 3.
massa seja δ(x, y), conforme ilustra a figura 5.7. A massa total da chapa será a soma de
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 44
1
y
0
2
x +1
2x
-1
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
x
todas as massas ∆m. Aplicando o limite para ∆m → 0, teremos que a massa total da
chapa será
Z
M= dm (5.7)
dm
δ(x, y) =
dA
onde dA é uma superfı́cie infinitesimal de área. Daı́, tiramos que dm = δ(x, y)dA, que
Z Z Z
M= δ(x, y)dA = δ(x, y)dxdy (5.8)
S
y
Dm
f
2
Dy
f
1
a Dx b x
Figura 5.7: Chapa de densidade superficial de massa δ(x, y).
Z Z
M =δ dxdy = δ · A (5.9)
S
Exemplo
Resoluç~
ao
5.9, teremos
M =δ·A∼
= 75(0, 0624) = 4, 68 g
47 kg/m2 . Se o formato da placa possui as o formato dado pela figura 5.8, calcule a massa
total da placa.
Resoluç~
ao
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 46
f = x3
y (m) 1
f = x+2
2
0 1 x (m)
Figura 5.8: Chapa de densidade superficial de massa δ(x, y).
Z 1 Z −x+2 Z 1 Z −x+2
M = δdydx = δ dydx =
0 x3 0 x3
Z 1 Z 1
= δ [y]|x−x+2
3 dx = δ (−x + 2 − x3 )dx =
0 0
2 1
x4
x 1 1 −2 − 1 + 8 5
= δ − − + 2x = − − + 2 δ =
δ= δ=
2 4 0 2 4 4 4
5
M = 47 = 58, 75 kg
4
Nesta secção vamos calcular o centro de massa1 para figuras planas (duas dimensões), mas
como
1
também chamado de centro de gravidade, baricentro ou centróide.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 47
Pn
i=1 mi xi
x̄ = (5.10)
Pn M
mi yi
ȳ = i=1 (5.11)
M
2
m 3= 3kg
(4,2)
1
m2= 1kg
(2,1)
0 1 2 3 4 5 6 7 x
Pn
i=1 mi xi
x̄ = =
M
4×1+1×2+3×4+2×6
= =
4+1+3+2
30
= =
10
x̄ = 3
e
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 48
Pn
i=1 mi yi
ȳ = =
M
4×4+1×1+3×2+2×3
= =
4+1+3+2
29
= =
10
ȳ = 2, 9
Logo, G = (3; 2, 9)
dM = δ(x, y)dxdy
RR RR
δ(x, y)xdxdy δ(x, y)ydxdy
x̄ = R RS e ȳ = R RS (5.12)
S δ(x, y)dxdy S δ(x, y)dxdy
Z Z Z Z
1 1
x̄ = δ(x, y)xdxdy e ȳ = δ(x, y)ydxdy (5.13)
M S M S
Entretanto, se o material que compõe a peça possuir densidade uniforme, isto é,
forma
RR
δ(x, y)xdxdy
x̄ = R RR
R δ(x, y)dxdy
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 49
RR
Cxdxdy
= R RS
Cdxdy
R SR
C xdxdy
= R RS
C dxdy
RR S
xdxdy
x̄ = R RS
S dxdy
RR RR
xdxdy ydxdy
x̄ = R RS e ȳ = R RS (5.14)
S dxdy S dxdy
Z Z Z Z
1 1
x̄ = xdxdy e ȳ = ydxdy (5.15)
A S A S
Exemplos —
5.10.
8
y = -x+6
y=x
6
4
y
2
-1 0 1 2 3 4
x
Figura 5.10: Exemplo do baricentro para uma peça contı́nua de densidade de massa uniforme.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 50
Então,
Z 3 Z −x+6 Z 3 Z 3
I : xdydx = x [y]|−x+6
x dx = x[−x + 6 − x]dx =
0 x 0 0
3 3
2x3
Z
2 2
= [−2x + 6x]dx = − + 3x = −18 + 27 = 9
0 3 0
Z 3 Z −x+6 Z 3 3
[−2x + 6]dx = −x2 + 6x 0 = −9 + 18 = 9
II : dydx =
0 x 0
3 Z −x+6 −x+6 3
y 2 1 3
Z Z Z
III : ydydx = dx = [(−x + 6)2 − (x)2 ]dx =
0 x 0 2
x 2 0
1 3 2
Z Z 3
1 3
= [x − 12x + 36 − x2 ]dx = (−12x + 36)dx = −6x2 + 36x 0 =
2 0 0 2
1
= (−54 + 108) = 27
2
Logo,
9 27
x̄ = =1 e ȳ = =3
9 9
5.5.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 51
Então,
Z 1 Z −x2 +2 Z 1 2 +2
Z 1
I : xdydx = x [y]|−x
x2 dx = x[−x2 + 2 − x2 ]dx =
−1 x2 −1 −1
Z 1 1
x4
3 2
1 1
= [−2x + 2x]dx = − + x = − + 1 + − 1 = 0
−1 2 −1 2 2
Z 1 Z −x2 +2
8
II : dydx = Calculado no exercı́cio 3 da secção 2.1.
−1 x2 3
e
1 −x2 +2 1 −x2 +2
y 2
Z Z Z
III : ydydx = dx =
−1 x2 −1 2 x2
1
1 1 4
Z Z
1
= [(−x2 + 2)2 − (x2 )2 ]dx = [x − 4x2 + 4 − x4 ]dx =
2 −1 2 −1
Z 1 1
4x3
1 2 1
(−4x + 4)dx = − + 4x =
2 −1 2 3 −1
1 4 4 4 8
= − +4− +4 =− +4= .
2 3 3 3 3
Logo,
8
3
x̄ = 0 e ȳ = 8 =1
3
5.6.
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 52
Então,
Z 1 Z x2 +1 Z 1 2
Z 1
I : xdydx = x [y]|x2x+1 dx = x[x2 + 1 − 2x]dx =
0 2x 0 0
1 1
x4 2x3 x2
Z
3 2 1 2 1 1
= [x − 2x + x]dx = − + = − + =
0 4 3 2 0 4 3 2
12
Z 1 Z x2 +1
1
II : dydx = Calculado no exercı́cio 4 da secção 2.1.
0 2x 3
1 Z x2 +1 x2 +1 1
y 2
Z Z
III : ydydx = dx =
0 2x 0 2 2x
1 1 2 1 1 4
Z Z
2 2
= [(x + 1) − (2x) ]dx = [x + 2x2 + 1 − 4x2 ]dx =
2 0 2 0
1
1 1 4 1 x5 2x3
Z
2
= (x − 2x + 1)dx = − + x =
2 0 2 5 3 0
1 1 2 4
= − +1 =
2 5 3 15
Logo,
1 4
12 1 15 4
x̄ = 1 = e ȳ = 1 =
3
4 3
5
4. Vamos tomar uma figura plana triangular, de densidade superficial uniforme, definida
ax + b , x < 0
f (x) =
−ax + b , x ≥ 0
f = ax+b f = ax+b
b b
a a x
Figura 5.11: Exemplo do baricentro para uma peça triangular.
Então,
b
Z 0 Z ax+b Z
a
Z −ax+b
I : xdydx + xdydx =
− ab 0 0 0
b
Z 0 Z
a
= x [y]|ax+b
0 dx + x [y]|−ax+b
0 dx =
− ab 0
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 54
b
Z 0 Z
a
= x(ax + b)dx + x(−ax + b)dx =
− ab 0
b
Z 0 Z
a
2
= (ax + bx)dx + (−ax2 + bx)dx =
− ab 0
0 b
x3 x2 x3 x2 a
= a +b + −a + b =
3 2 − b 3 2 0
a
b3 b3 b3 b3
= − − + =0
3a2 2a2 3a2 2a2
b
Z 0 Z ax+b Z
a
Z −ax+b
II : dydx + dydx =
− ab 0 0 0
b b
Z
a
Z −ax+b Z
a
= 2 dydx = 2 [y]|−ax+b
0 dx =
0 0 0
b ab
x2
Z
a
= 2 (−ax + b)dx = 2 −a + bx =
0 2 0
2 2
2
2
b b b b
= 2 − + =2 =
2a a 2a a
e
y
Z bZ −a + ab Z b
−y+b
III : ydxdy = y[x]| y −a b a dy =
y
0 a
− ab 0 a a
Z b b
y2 2y 3 by 2
by
= −2 + 2 dy = − + =
0 a a 3a a 0
2b3 b3 −2b3 + 3b3 b3
= − + = =
3a a 3a 3a
Logo,
b3
3a b3 a b
x̄ = 0 e ȳ = b2
= · =
3a b2 3
a
Esboce o gráfico.
Esboce o gráfico.
Resp.: G = ( 34 , 75 ).
o gráfico.
Resp.: G = ( 21 , 12
5 ).
o gráfico.
ilustra a figura 5.12. A construção deste dispositovo é tal que o corpo está livre para
Suponha que uma força F , ortogonal a r, é aplicada sobre o corpo, no plano de rotação.
É razoável imaginar que esta força será responsável pela variação da velocidade angular.
O
Figura 5.12: Atuação da força F~ sobre um corpo de massa m livre para rotacionar em torno do
eixo O.
Figura 5.13: O torque aparece em várias situações do cotidiano, como quando usamos chave de
boca para apertar ou desapertar porcas (com chaves maiores temos mais “força”) ou no volante
de direção de um carro (direção de raio maior permite virar o carro com mais facilidade).
→
− →
− −
τ = F ×→
r (5.16)
→
−
onde a letra grega τ é chamada tau. Como F ⊥ →
−
r , então vamos tratar a equação 5.16
τ = Fr (5.17)
Então,
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 57
τ = mra
dv d
= mr = mr (rω) =
dt dt
dr dω
dt · ω +r dt · =
= mr
| {z }
=0
dω
τ = mr2 ·
dt
n
X dω
τ= mi ri2 ·
dt
i=1
m2
m3
r2
m1 r3
mn
r1
rn
O
n
X
I= mi ri2 (5.18)
i=1
Se definirmos outros eixos de rotação, como apresentado na figura 5.15, teremos mo-
questão, a rotação acontece em torno do eixo y, assim, as distâncias que importam para
o cálculo do momento de inércia são apenas aquelas do corpo ao eixo de rotação, que no
x3
m1 x1
x
mn
xN
Desta forma, o momento de inércia para rotações em torno do eixo y será representado
por
n
X
Iyy = mi x2i (5.19)
i=1
n
X
Ixx = mi yi2 (5.20)
i=1
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 59
Resolução —
n
X
Ixx = mi yi2 =
i=1
= 2, 0(0)2 + 1, 5(1)2 + 1, 0(−1)2 + 0, 5(−2)2 = 1, 5 + 1, 0 + 2, 0 =
Ixx = 4, 5 kgm2
n
X
Iyy = mi x2i =
i=1
= 2, 0(1)2 + 1, 5(2)2 + 1, 0(−2)2 + 0, 5(4)2 = 2, 0 + 6, 0 + 1, 0 + 8, 0 =
Se um corpo é contı́nuo, como uma chapa metálica, por exemplo, também é possı́vel
calcular o seu momento de inércia, contudo para isto faz-se necessário considerar o corpo
formado por pequenos elementos de massa ∆m. Analisando o caso de Iyy , pois Ixx é
n
X
Iyy = x2i ∆mi (5.21)
i=1
n
X Z
Iyy = lim x2i ∆m = x2 dm
n→∞
i=1
Z Z
Iyy = δ(x, y)x2 dxdy (5.22)
Z ZS
Ixx = δ(x, y)y 2 dxdy (5.23)
S
nheiros chamam o momento de inércia de área de momento de inércia, o que pode gerar
Z Z
Iyy = x2 dxdy (5.24)
Z ZS
Ixx = y 2 dxdy (5.25)
S
Exemplos:
1)Calcule o momento de inércia de área de uma viga retangular, sobre o eixo x, con-
Resolução:
Z Z
Ixx = y 2 dxdy =
S
Z b Z a
2 2
= y 2 dxdy =
− 2b − a2
Z b
2 a
= y 2 [x]|−2 a dy =
− 2b 2
Z b
2
= ay 2 dy =
− 2b
CAPÍTULO 5. APLICAÇÕES DAS INTEGRAIS DUPLAS 61
y
b
2
a a
2
x
2
b
2
b
y 3 2
= a =
3 − b
2
3
b3 ab3
b
Ixx = a + =
24 24 12
Capı́tulo 6
Funções Vetoriais
Até agora, estudamos vetores como um objeto cujas coordenadas eram representados por
meros escalares, isto é, ~r = aı̂ + b̂ + ck̂, onde a, b, c ∈ R. No entanto, as coordenadas
do vetor ~r pode depender de uma variável escalar, assim, teremos que o próprio vetor
dependerá desta variável, de forma ele se tornará uma função desta variável. Cabe ainda
ressaltar que neste terceiro volume os vetores serão representados por negrito, assim como
O vetor r(t) pode representar o vetor posição de uma partı́cula, isto é, com esta função
conhecemos a posição da partı́cula para qualquer instante de tempo t. A figura 6.1, mostra
esta situação. O ponto A corresponde à posição de uma partı́cula no instante t, e seu vetor
62
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 63
representado por ∆r, que também pode ser obtido por ∆r = r(t + ∆t) − r(t), usando a
Dr
r(t)
B
t)
+D
r(t
O y
x
Figura 6.1: Vetor deslocamento ∆r.
Exemplo: Dada r(t) = 2t2 i + (t − 2)j + 3tk a função posição de uma partı́cula , calcule
r0 = i − j + 3k
r1 = 18i + j + 9k
∆r = r1 − r0
dr ∆r
v(t) = = lim
dt ∆t→0 ∆t
Aplicando este limite na equação 6.1, teremos que a velocidade instantânea é simples-
mente
dx dy dz
v(t) = i+ j+ k (6.2)
dt dt dt
dx dy dz
Podemos ainda escrever v(t) = vx i + vy j + vz k, onde vx = dt , vy = dt e vz = dt .
O vetor velocidade instantânea pode ser visto como o vetor tangente à trajetória de-
d2 r d2 x d2 y d2 z
a(t) = = i + j + k (6.3)
dt2 dt2 dt2 dt2
u = ux i + uy j + uz k é:
q
kuk = u2x + u2y + u2z (6.4)
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 65
v(t)
r(t)
O y
x
Figura 6.2: O vetor velocidade instantânea v sempre é tangente à trajetória.
1) Dado o vetor posição r(t) = 2t2 i + (t − 2)j + 3tk, encontre a velocidade v(t), a
Resolução:
dx dy dz
v(t) = i+ j+ k=
dt dt dt
d d d
= (2t2 )i + (t − 2)j + (3t)k =
dt dt dt
v(t) = 4ti + j + 3k
v(t) = (4t, 1, 3)
a(t) = (4, 0, 0)
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 66
Os módulos são,
p
v(t) = kv(t)k = (4t)2 + (1)2 + (3)2 =
p m
v(t) = 16t2 + 10
s
p
a(t) = ka(t)k = (4)2 + (0)2 + (0)2 =
m
a(t) = 4
s2
2) Dado o vetor posição r(t) = − sen ti + cos tj + tk, encontre a velocidade v(t), a
Resolução:
dx dy dz
v(t) = i+ j+ k=
dt dt dt
d d d
= (− sen t)i + (cos t)j + (t)k =
dt dt dt
v(t) = − cos ti − sen tj + k
Os módulos são,
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 67
p
v(t) = kv(t)k = (− cos t)2 + (− sen t)2 + (1)2 =
√ m
v(t) = 2
s
p
a(t) = ka(t)k = ( sen t)2 + (− cos t)2 + (0)2 =
m
a(t) = 1
s2
Este último exemplo é bem interessante porque a partı́cula descreve uma hélice, con-
forme ilustada na figura 6.3. Tomado um ponto P , a velocidade e aceleração estão repre-
sentadas por seus respectivos vetores. A hélice possui o passo, que é a distância percorrida
a v
Passo
P
} Passo da hélice
(p=2p)
O
1 y
1
1. Uma partı́cula tem vetor posição r(t) = 3 cos ti+3 sen tj+4tk, no sistema de unidades
cgs, determine:
c) O passo da hélice e
π
d) A posição, velocidade e aceleração da partı́cula no instante t = 2 s.
2. Uma partı́cula tem vetor posição r(t) = 3 cos(2t)i + 3 sen (2t)j + 2tk, no sistema de
c) O passo da hélice e
π
d) A posição, velocidade e aceleração da partı́cula no instante t = 2 s.
Resp.: ∼
= 7, 47%
rpm. Ignorando o split 3 calcule a velocidade do barco, em nós4 . A figura 6.4 mostra
1
Em náutica o propulsor (hélice) é um substantivo masculino.
2
O primeiro número corresponde ao diâmetro do hélice (14” ∼ = 36 cm), o segundo número o passo do
hélice (21” ∼= 0, 5 m) e o terceiro o número de pás do hélice (3 pás).
3
Efeito semelhante ao patinar de um pneu, uma espécie de escorregamento do hélice.
4
Um nó é o equivalente a uma milha marı́tima por hora, isto é 1 nó = 1, 852 kmh
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 69
o comportamento do propulsor.
Passo
Resolução:
ou 2, 5 m. Então, v = 2, 5 m
s.
para nós, teremos v = 9 ÷ 1, 852 = 4, 86 nós. Logo, a velocidade do barco será 4,86
nós.
Nesta secção vamo clacular o comprimento de um arco, para isto começaremos com uma
pontos A e B. Podemos imaginar este comprimento como a trajetória descrita por uma
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 70
p
k∆rk = (∆x)2 + (∆y)2 (6.5)
y
B
B
Dy Dr
L
)
0 +Dt
Dr A
Dx
r (t
A
t 0)
r(
x
Figura 6.5: Cálculo do comprimento L do arco.
Ora, como pode ser notado, o deslocamento é menor que o comprimento do arco,
p
dL = dr = (dx)2 + (dy)2 (6.6)
partı́cula,
s 2 2
dr dx dy
= + (6.7)
dt dt dt
Logo,
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 71
s 2 2
dx dy
dr = + dt (6.8)
dt dt
Z Z
L= dL = dr (6.9)
s 2 2
Z B
dx dy
L= + dt (6.10)
A dt dt
dS
A equação 6.10 é bem razoável, pois sabemos que v = dt , então dS = vdt, logo
Z
S= vdt
q
Como v é o módulo da velocidade, então v = vx2 + vy2 , logo,
Z q
S= vx2 + vy2 dt
dx dy
Sabemos ainda que vx = dt e vy = dt que, substituı́dos na integral acima teremos
6.10.
Exemplos:
dx dy
= −R sen t = R cos t
dt dt
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 72
y = R sen t
R
{
x = R cos t x
Exercı́cios:
2) Um corpo descreve uma trajetória conforme a função r = cos(3t)i + sen (3t)j. Qual
O desenvolvimento feito até agora foi para duas dimensões, porém, o mesmo desen-
volvimento pode ser feito para o espaço em três dimensões, de forma que a curvatura de
s 2 2 2
Z
dx dy dz
L= + + dt (6.11)
dt dt dt
Exemplos:
CAPÍTULO 6. FUNÇÕES VETORIAIS 73
Q, então, 0 ≤ t ≤ 2π.
Z p 2π
L = (−4 sen t)2 + (4 cos t)2 + 32 dt =
0
√
Z 2π p Z 2π Z 2π
= 16( sen 2 t + cos2 t) + 9dt = 16 + 9dt = 5 dt = 10π
0 0 0
Exercı́cios Propostos:
Faltam os exercı́cios...
Gradiente
Imaginem um lugar amplo, como um grande galpão, e que no seu centro colocássemos
uma fonte de calor, um aquecedor, por exemplo, cuja temperatura alcançasse 80◦ C. Se
nós caminhássemos da periferia do galpão ao centro, perceberı́amos que à medida que nos
linha destas a temperatura permanece a mesma. Perceba ainda que as setas indicam a
30º C
40º C
50º C
60º C
80º C
Figura 7.1: As linhas tracejadas são as isotermas geradas pela fonte de calor, os vetores indicam
a direção da fonte de calor.
74
CAPÍTULO 7. GRADIENTE 75
Ao invés de uma fonte de calor, suponha que fosse a altura de um terreno irregular de
uma estrela sobre um sistema solar. Estes exemplos servem para ilustrar que um “campo”
produzido pela presença de um ente que o produz (aquecedor, carga elétrica, estrela, etc)
7.2 Gradiente
Antes de definirmos o gradiente, devemos definir o operador nabla. Este operador será
amplamente usado para representar e calcular não apenas o gradiente, mas também a
→
− ∂ ∂ ∂
∇≡ i+ j+ k (7.1)
∂x ∂y ∂z
Neste curso vamos nos restringir ao sistema cartesiano de coordenadas, porém o oper-
respectivamentes:
→
− ∂ 1 ∂ ∂
∇ = ρ̂ + ϕ̂ + k̂ ← Coordenadas cilı́ndricas
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z
→
− ∂ 1 ∂ 1 ∂
∇ = r̂ + θ̂ + ϕ̂ ← Coordenadas esféricas
∂r r ∂θ r sen θ ∂ϕ
1 −
→ − →
O laplaciano é ∇2 = ∇ · ∇.
2 1 ∂2
O d’alembertiano é 2 = ∇2 − c2 ∂t2
.
CAPÍTULO 7. GRADIENTE 76
7.2.2 Definição
Suponhamos ϕ(x, y, z) uma função escalar diferenciaável em (x, y, z), isto é, ϕ é um campo
→
− ∂ ∂ ∂ ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
∇ϕ = i+ j+ k ϕ= i+ j+ k (7.2)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
→
−
onde, ∇ϕ define um campo vetorial.
→
− ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
∇φ = i+ j+ k=
∂x ∂y ∂z
= (6xy)i + (3x2 − 3y 2 z 2 )j + (−2y 3 z)k =
→
−
∇φ = 6xyi + (3x2 − 3y 2 z 2 )j − 2y 3 zk
→
−
∇φ(1, −2, −1) = 6(1)(−2)i + [3(1)2 − 3(−2)2 (−1)2 ]j − 2(−2)3 (−1)k = −12i − 9j − 16k
→
−
Uma aplicação imediata do ∇ϕ é um acréscimo no comprimento de um ponto
→
− ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
( ∇ϕ) · dl = dx + dy + dz = dϕ (7.3)
∂x ∂y ∂z
C é uma constante, teremos que a distância entre P e Q é dl, conforme ilustra a figura
7.2a. Assim,
→
−
dϕ = ( ∇ϕ) · dl = 0
→
−
Em outras palavras ∇ϕ é ortogonal (perpendicular) a dl. Como dl está na superfı́cie,
→
−
∇ϕ é visto como vetor normal à superfı́cie ϕ = const.. Tomando a figura 7.2b, com uma
→
−
dϕ = ( ∇ϕ) · dl = C2 − C1 = ∆C
a) b)
z z
D j
Q
j(x,y,z)=C2
{ j
D
P Q j(x,y,z)=C dl
dl dj
P
j(x,y,z)=C1
y y
x x
Figura 7.2: O gradiente é visto como vetor normal à superfı́cie ϕ = const.
→
−
Note que dado um dϕ, kdlk será mı́nimo quando ele for paralelo a ∇ϕ, pois cos θ = 1;
→
−
ou ainda, a variação na função escalar ϕ será máxima quando kdlk for paralela a ∇ϕ.
→
−
Então, ∇ϕ é um vetor que indica a direção de maior variação de ϕ.
CAPÍTULO 7. GRADIENTE 78
Exemplos:
→
−
n = ∇(2xz 2 − 3xy − 4x − 7) = (2z 2 − 3y − 4)i + (−3x)j + (4xz)k
então
7x − 3y + 8z − 26 = 0
2) Encontre o vetor unitário normal à superfı́cie x2 y+2xz = 4 no ponto P0 = (2, −2, 3).
→
−
n = ∇(x2 y + 2xz − 4) = (2xy + 2z)i + (x2 )j + (2x)k
n 1
n̂ = =p (−2i + 4j + 4k) =
knk (−2) + (4)2 + (4)2
2
1
= (−2i + 4j + 4k) =
6
i 2 2
n̂ = − + j + k
3 3 3
Exercı́cios:
(−1, 1, −1).
→
−
5. Se φ(x, y, z) = 3x2 − y 3 z 2 , encontre ∇φ no ponto (1, −2, −1).
Resp.: C = (2, 3 − 1) e R = 4.
x2 y2 2x 1
7. Determine o centro da elı́pse dada pela equação 9 + 4 − 9 +y+ 9 = 0.
Divergência
Considere um campo vetorial v(x, y, z) = vx (x, y, z)i + vy (x, y, z)j + vz (x, y, z)k , o
→
− ∂ ∂ ∂
∇ ·v = i+ j+ k · (vx i + vy j + vz k) (8.1)
∂x ∂y ∂z
→
− ∂vx ∂vy ∂vz
∇ ·v = + + (8.2)
∂x ∂y ∂z
Nota:
→
−
• v é chamado Solenoidal quando a divergência for zero ( ∇ · v = 0).
(1, 1, −1).
80
CAPÍTULO 8. DIVERGÊNCIA 81
→
− ∂rx ∂ry ∂rz
∇ ·r = + + =
∂x ∂y ∂z
∂ 2 ∂ ∂
= (x y) + (−2xy) + (xy 2 z) =
∂x ∂y ∂z
→
−
∇ · r = 2xy − 2x + xy 2 = x(y 2 + y − 2)
Exercı́cios Propostos:
Resp.: −3
→
− → −
3. Dada a função φ(x, y, z) = 2x3 y 2 z 4 , calcule ∇ · ∇φ (ou div grad φ).
→
− → −
4. Dada a função φ(x, y, z) = x2 + y 2 − z + 5, calcule ∇ · ∇φ = ∇2 φ.
→
−
a) ∇ · A
→
−
b) ∇ · (φA)
→
− → −
c) ∇ · ∇φ = ∇2 φ
Considere um fluido com densidade ρ(x, y, z) e velocidade v(x, y, z), consideremos ainda
um pequeno volume dxdydz, conforme mostra a figura 8.1. O fluxo na face EFGH (na
direção x) é
CAPÍTULO 8. DIVERGÊNCIA 82
∂
QABCD = ρvx |x=dx dydz = ρvx + (ρvx )dx dydz (8.4)
∂x x=0
G
H
C
D
dz E F
y
dx
A dy B
∂
∆Qx = (ρvx )dxdydz (8.5)
∂x
Fazendo o mesmo para as coordenadas y e z, teremos,
∂ ∂ ∂
∆QT = ∆Qx + ∆Qy + ∆Qz = (ρvx ) + (ρvy ) + (ρvz ) dxdydz (8.6)
∂x ∂y ∂z
Então,
CAPÍTULO 8. DIVERGÊNCIA 83
∂ρ ∂ ∂ ∂
− dxdydz = (ρvx ) + (ρvy ) + dxdydz
(ρvz ) (8.7)
∂t |∂x
∂y ∂z
{z }
→
−
∇ ·(ρv)
E chegamos à equação da continuidade
→
− ∂ρ
∇ · (ρv) + =0 (8.8)
∂t
Capı́tulo 9
Rotacional
x, y, z, o rotacional de v é
i j k
→
− ∂ ∂ ∂
∇ × v = det ∂x ∂y ∂z = (9.1)
vx vy vz
→
− ∂vz ∂vy ∂vx ∂vz ∂vy ∂vx
∇ ×v = − i+ − j+ − k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
ρ̂ ρϕ̂ k̂
→
− 1 ∂ ∂ ∂
∇ × v(ρ, ϕ, z) = (9.2)
ρ ∂ρ ∂ϕ ∂z
vρ vϕ v
z
r̂ rθ̂ r sen θϕ̂
→
− 1 ∂ ∂ ∂
∇ × v(r, θ, ϕ) = (9.3)
r sen θ ∂r
2 ∂θ ∂ϕ
vr rvθ r sen θv
ϕ
Nota:
→
− →
−
• Outras notações para o rotacinal: ∇ × v = ∇ ∧ v = curl v = rot v
→
−
• O rotacional é um campo vetorial, ou seja, Γ = ∇ × v, onde Γ(x, y, z) é uma
função vetorial.
84
CAPÍTULO 9. ROTACIONAL 85
→
− →
−
• Se ∇ × v = 0 , então v é chamado de campo irrotacional1 .
→
− → −
• ∇ · ( ∇ × v) = 0.
→
− ∂vz ∂vy ∂vx ∂vz ∂vy ∂vx
∇ ×v = − i+ − j+ − k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Logo,
→
− → − ∂ ∂vz ∂vy ∂ ∂vx ∂vz ∂ ∂vy ∂vx
∇ · ( ∇ × v) = − + − + − =
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y
→
− → − ∂vz ∂vy ∂vx ∂vz ∂vy ∂vx
∇ · ( ∇ × v) = − + − + − =0
∂y∂x ∂z∂x ∂z∂y ∂x∂y ∂x∂z ∂y∂z
Exemplos:
i j k
→
− ∂ ∂ ∂
∇ × v = ∂x ∂y ∂z
x2 y −2xy xy 2 z
= (2xyz − 0)i + (0 − y 2 z)j + (−2y − x2 )k
→
−
∇ × v = (2xyz − 0)i + (0 − y 2 z)j + (−2y − x2 )k
1
Um campo irrotacional é um campo vetorial conservativo.
CAPÍTULO 9. ROTACIONAL 86
→
−
Ou, ∇ × v = (−2, 1, −3).
Exercı́cios Propostos:
Resp: a = 4, b = 2, c = −1.
Apêndice A
Torque
Como vimos na secção 2.4 do capı́tulo anterior, muitas vezes é desejado que o torque seja
alto, assim podemos tirar proveito “aumentando” a força, conforme ilustrado na figura
ser minimizado. O objetivo deste apêndice é o de ilustrar algumas destas situações. Não
senso comum.
CM
Figura A.1: Aparecimento do torque devido às posições da força de sustentação F~ e do centro de
massa CM.
→
−
A força de sustentação do avião é dada por F e o responsável por esta sustentação
→
−
são as asas, por esta razão F atua sobre a asa. Supondo que o centro de massa (centro
de gravidade) do avião está posicionada no ponto CM, então aparecerá um torque fazendo
o avião rotacionar, o que poderá levar à sua queda. Por esta razão o desejado é que o
ponto do centro de gravidade e o ponto onde atua a força de sustentação estejam numa
87
APÊNDICE A. TORQUE 88
mesma linha vertical, como mostra na figura A.2. Na figura a, a asa encontra-se próxima
à proa (frente) do avião, pois o motor (que é muito pesado) contribui mais para o centro
de gravidade. Na figura b a asa está mais para trás justamente porque os motores são
localizados na popa (parte de trás) do avião. Nas figuras c e d a asa encontra-se no centro
do avião, porque sendo aviões de carga esta constitui a parte mais pesada do avião, razão
também para a configuração de asa alta (veja o exemplo do balão tripulado a seguir). Em
todos estes casos o centro de gravidade localiza-se na mesma linha vertical que a força de
a) F
b) F
P
P
F
F
c) d)
P P
Figura A.2: Observe que em cada caso o CM está na mesma linha que a força de sustentação,
tornando o torque nulo.
massa esteja abaixo do centro de flutuabilidade, como um balão A.3. Não se vê balões
onde o habitáculo (cesta) localiza-se no topo do balão, somente na parte inferior. O motivo
APÊNDICE A. TORQUE 89
figura A.4.
CG CG
CF
CF
P
Figura A.3: Posição do centro de massa e ponto de flutuação para o balão e um barco.
parte do casco está imerso na água. Geralmete o centro de gravidade do barco está um
pouco acima do centro de flutuação, se o barco adernar (inclinar) alguns graus, o centro
de flutuação mudará de posição, fazendo surgir um torque que tende a estabilizar o navio.
É claro que existe um ângulo máximo de inclinação, ultrapassado esta ângulo o navio irá
virar.
Equilíbrio instável
Equilíbrio estável
CM
Figura A.4: A estabilidade de um equilibrista na corda bamba é dado pela posição do centro de
massa abaixo da força de sustentação proporcionada pela corda.
Apêndice B
Análise Qualitativa
aplicar o que já aprendemos. para isto, tomamos apenas exempos em duas dimensões,
uma vez que é mais fácil a visualização sem perder a generalidade para o espaço em três
dimensões.
Exemplo 1: Dado um fluido que possui velocidade ~v (x, y) = Ci, onde C é uma
x
v=Ci
Figura B.1: Fluido se deslocando com velocidade ~v (x, y) = Ci.
90
APÊNDICE B. ANÁLISE QUALITATIVA 91
→
− ∂vx
∇ ·v = =0
∂x
O rotacional é
→
− ∂vx ∂vx
∇ ×v = j− k = ~0
∂z ∂y
Exemplo 2: Dado um fluido que possui velocidade ~v (x, y) = Ce−x i, onde C é uma
constante. Ilustramos este comportamento na figura B.2, onde o comprimento das setas
laminar.
x x
v=Ce i
Figura B.2: Fluido se deslocando com velocidade ~v (x, y) = Ce−x i.
→
− ∂vx
∇ ·v = = −Ce−x
∂x
APÊNDICE B. ANÁLISE QUALITATIVA 92
O rotacional é
→
−
∇ × v = ~0
constante. Ilustramos este comportamento na figura B.3, onde o comprimento das setas
laminar.
-y 2
v=Ce i
2
Figura B.3: Fluido se deslocando com velocidade ~v (x, y) = Ce−y i.
→
− ∂vx
∇ ·v = =0
∂x
O rotacional é
→
− ∂vx ∂vx 2
∇ ×v = j− k = 2Cye−y k
∂z ∂y
Porém, o rotacional para um y0 > 0 será anulado pelo seu simétrico −y0 , de forma que
Exemplo 4: Dado um fluido que possui velocidade ~v (x, y) = Cyi − Cxj), onde C
das setas referem-se ao módulo da velocidade, note que seu compornyamento lembra um
escoamento laminar.
y
-y 2
v=Ce i
→
−
∇ ·v =0
O rotacional é
→
− ∂vx ∂vx
∇ ×v = j− k = 2Ck
∂z ∂y