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Critérios de falha

aplicados em sistemas
mecânico-estruturais

Kleber E. Bianchi – FURG


2018
Conceitos preliminares

Falha na visão do “Projeto Sistemático”:


Qualquer não conformidade de projeto:
• Excessivo desgaste, ruído ou vibração
• Funcionalidade deficiente
• Desempenho abaixo do especificado
• Elevação no custo de operação
Ferramentas aplicáveis nesses casos: FMEA (Failure
Mode and Effect Analysis) e Taguchi (Projeto
Robusto)
Conceitos preliminares

Falha sob o ponto de vista de “integridade


estrutural”:
Violação de critérios de projeto como:
• Tensão limite: tração, compressão, cisalhante,
flexão, torção ou combinada.
• Flambagem
• Deformação excessiva
• Fadiga...
Conceitos preliminares

Normas estruturais adotam os conceitos de:


SLS: Serviceability Limit State (corresponde à
abordagem de “projeto sistemático”, ou seja, são
estados associados ao uso da estrutura e aspectos
como: conforto, solidez, segurança, etc...)
ULS: Ultimate Limit State (corresponde à
abordagem de “integridade estrutural”)
Em nossa disciplina adotaremos o ponto de vista
de “integridade estrutural”.
Conceitos preliminares

Fratura:
Separação de um corpo em duas ou mais
partes, devido à aplicação de carga (obs.:
temperatura abaixo da temperatura de
recuperação e de recristalização do
material)”
Sob o ponto de vista de integridade estrutural,
a fratura é uma falha gravíssima.
Materiais Estruturais

Comportamento dúctil
x
Comportamento frágil
Curva tensão/deformação de engenharia
ensaio de tração simples de material dúctil

• Ponto A  limite elástico

• Ponto A’  limite de
proporcionalidade (delimita
a região onde é válida a
relação linear de Hooke)

• Ponto B  Yield Point Sy = Resistência ao escoamento


(correspondente à deformação de 0,02%)
• max = Ultimate tensile strength Su = resistência à tração
Curva tensão/deformação de engenharia
Aços estruturais comuns

Tensile testing
edited by J.R. Davis
2nd ed.
Mecanismo de falha dúctil

Primeira etapa:
Inclusões ou partículas de segunda fase sofrem
separação na interface com a matriz
(eventualmente pode haver ruptura da partícula)
void,
dimple

Fracture Mechanics - Fundamentals and Applications, 3rd ed., T.Anderson.


Mecanismo de falha dúctil

Segunda etapa:
Crescimento e coalescência dos dimples
Coalescência dos dimples

Fracture Mechanics - Fundamentals and Applications, 3rd ed., T.Anderson.


Corpo de prova – ensaio de tração simples
material dúctil

Aspecto da ruptura
• Sem brilho
• grande deformação  forma
taça e cone (cup and cone)

Alta ductilidade ductilidade média


Escorregamento em planos alinhados
(ouro ou chumbo) (aço ou ferro nodular) com a tensão de cisalhamento máxima
Material de comportamento frágil

Modo de falha: clivagem

Fracture Mechanics - Fundamentals and Applications, 3rd ed., T.Anderson.


Material de comportamento frágil

• Ruptura abrupta
• pouca ou nenhuma deformação
anterior à ruptura
• Su muito próximo a Sy

• Aspecto da ruptura
• Brilhante
• Levemente rugosa
• Estrutura cristalina do metal
A tensão predominante é a normal
• clivagem (separação de
planos cristalinos)
Comportamento dúctil x frágil

RESILIÊNCIA

ÁREA = ENERGIA

Tensile testing, edited by J.R. Davis, 2nd ed.


Comportamento dúctil x frágil

Um material (ou peça mecânica) pode


apresentar comportamento dúctil ou
frágil em diferentes situações.
Comportamento dúctil x frágil

Fatores fragilizadores dos materiais estruturais:


• Temperaturas baixas
• Taxa de deformação elevada (velocidade de
aplicação da carga)
• Concentradores de tensão (principalmente as
trincas)
• Ambiente corrosivo
• Elementos na microestrutura: Hidrogênio,
Fósforo, micropartículas...
Influência da temperatura nas tensões
de escoamento e máxima

https://www.ductile.org/didata/
Section3/Figures/pfig3_20.htm
Acesso em março 2018.
Influência da temperatura no teste Charpy

ASTM A283 steel:


Welding Journal apud
Callister 7th edition.
Exemplo: ponte em Chibougamau –
Québec - Canadá

https://www.nordic.ca/en/projects/structures/temiscamie-river-bridge
Acesso em março 2018.
Exemplo: ponte sobre o Rio Colorado
Deserto do Arizona - USA

https://www.nordic.ca/en/projects/structures/temiscamie-river-bridge
Acesso em março 2018.
Ensaio de tração simples – Círculo de Mohr

• Tensão normal máxima:


• 1 = Sy
• =0
• Tensão normal – direção y: 2 = 0
• Tensão de cisalhamento máxima:
• max = Sy/2
•  = 45o
Relembrando:
Círculo de Mohr no Estado Plano de Tensões
Círculo de Mohr – Convenção de Cisalhamento

Os vetores de
cisalhamento que
tendem a rodar o
elemento em sentido
horário são
desenhadas acima do
eixo  (e vice-versa)
Para Estado Triaxial de Tensões
No Ensaio de Tração Simples

• Tensão de cisalhamento máxima:


• max = Sy/2 ( = 45o)

•Tensão normal máxima:


• 1 = Sy ( = 0)
• Tensão normal – direção y: 2 = 0
Integridade estrutural – procedimento de dimensionamento

a) Determinação (analítica ou experimental) das cargas e tensões atuantes

b) Avaliação da influência do meio (temperatura, pressão, umidade,


abrasividade, salinidade, corrosão...), do tipo de carga (fator de operação,
fator de carga) e coeficiente de segurança
c) Critério de falha  Comparação das tensões atuantes com as tensões
admissíveis para o material nas condições em que a peça irá operar.
Critério da Tensão Normal Máxima - Rankine

Segundo este critério, a falha (ruptura) ocorre quando

Região de segurança para estado plano de tensões

Rankine

• Para obter a tensão normal máxima, é


preciso aplicar o círculo de Mohr
• Como a tensão normal é a responsável
pela clivagem, é um critério adequado
para materiais frágeis
Critério da tensão de cisalhamento máxima - Tresca

Segundo este critério, a falha (escoamento) ocorre quando

Região de segurança para estado plano de tensões

Tresca

• Para obter a tensão de cisalhamento


máxima, é preciso aplicar o círculo de Mohr.
• Aplicável para materiais dúcteis, pois,
nesses materiais, os planos principais de
deslizamento têm a direção de atuação da
tensão de cisalhamento máxima.
• É um critério muito conhecido, aplicado em
vários códigos e normas de dimensionamento
de elementos mecânicos.
Critério da Máxima Energia de Distorção – Von Mises

Segundo este critério, a falha (escoamento) ocorre quando


a energia de deformação por unidade de volume atuante no
componente iguala ou excede a energia de deformação por
unidade de volume sobre um corpo de prova de mesmo
material no ensaio de tração simples.

Von Mises

A parcela à esquerda da equação é chamada de tensão de Von Mises


Forma geral da tensão de Von Mises

Região de segurança para o estado plano de tensões


• Apesar de parecer mais complexo, por
este critério não é necessário calcular as
tensões principais, por meio do Círculo
de Mohr.
• É um critério muito exato, com
resultados semelhantes ao critério da
máxima tensão de cisalhamento.
Projeto de componentes – Resistência dos
Materiais x Mecânica da Fratura/Fadiga

Abordagem de projeto da Resistência dos Materiais

RESISTÊNCIA AO
TENSÃO
ESCOAMENTO OU
ATUANTE
RUPTURA

• CONCENTRADORES DE AGENTES
TENSÃO FRAGILIZADORES
• FATORES RELACIONA-
DOS À CARGA

Porém
Em muitos casos, nas mais variadas áreas da engenharia,
tal abordagem não é suficiente.
Breve histórico

• Nos séculos XVIII e XIX, a Revolução Industrial proporcionou


aumento significativo do uso de metais para aplicação estrutural:
• Máquinas • Equipamentos ferroviários
• Caldeiras e geradores • Automóveis !!!

Primeiro veículo auto-propelido: “Fardier” de Nicholas Cugnot – 1769.


E então, surgem os problemas...

• A operação de componentes
mecânicos em regime dinâ-
mico trouxe consequências
inusitadas: rupturas abruptas
e acidentes catastróficos.

• À época, havia falta de


conhecimento sobre o com-
portamento dos materiais e
de métodos de produção de
elevada confiabilidade.

Acidente em Montparnasse - França


1895
Outros exemplos de acidentes catastróficos

• Locomotiva Amstetten na linha Salzbourg-Linz (Áustria) em


outubro de 1875:

http://www.andrey.li/AugustWoehler.html
acessado em março de 2017
Acidente ferroviário em St. Louis (EUA) 1912
Modo de falha: ruptura dos trilhos

Causas:
• Material inadequado
• Baixas temperaturas
• Peso excessivo do vagão da sala
de máquinas

Consequências:
• Descarrilamento dos vagões
So what ???

• Certamente, os modelos de mecânica dos sólidos (resistência


dos materiais) não explicavam as falhas.

• Muitas pesquisas foram iniciadas então para tentar


desvendar os mecanismos que conduziram às falhas.

• Porém, um ponto era particularmente intrigante para os


pesquisadores:

Por quê algumas peças mecânicas rompiam ainda


novas, enquanto outras apresentavam tempos de
uso maiores ou até mesmo vida infinita ?
Caso clássico: Navios da Série Liberty
II Guerra Mundial
Processo de Fabricação do Liberty

• No esforço de guerra foi estabelecida a meta de construir o


maior número de navios, no menor tempo possível.

• Até então a união das


peças do casco era
realizada por meio de
rebites.

• Já as seções dos
Libertyes passaram a
ser unidas por soldagem.
Resultados desse esforço de guerra

 Foram construídos 2710 navios Lyberty

 Aproximadamente 1500 destes apresentaram algum


tipo de fratura frágil considerável

 Doze desses navios, sem prévio aviso, simplesmente


se partiram ao meio.
T2 tanker SS Schenectady

Ruptura em 16 jan 1943, durante período de


testes, 17 dias após conclusão da fabricação.
Observação importante

Todas as falhas apresentadas pelos


navios Liberty tinham um ponto em
comum: um tempo de vida
extremamente baixo !!!
Caso Clássico: DeHavilland Comet
Década de 1950

Lançado em 1951, dois desastres ocorreram em 1954: a primeira


aeronave havia realizado 1290 voos pressurizados e a segunda 900.
Vista Geral das Fraturas
Reconstituição da Fuselagem
Região da Janela Superior
Imagens das peças resgatadas
Teste Hidrodinâmico da Fuselagem
Mecanismo da Falha – concentração de tensões e
surgimento de trincas nas janelas
Mecanismo da Falha – escotilha superior
Propagação da trinca na região da escotilha superior
Observação sobre o tempo de vida

Os aviões Comet apresentaram tempo


de vida abaixo do esperado, porém,
consideravelmente maior do que no
caso dos Navios Liberty.

Os mecanismos de falha teriam sido


os mesmos nos dois casos ?
Abordagem da Mecânica da Fratura/Fadiga

Baseia-se na seguinte premissa:

Toda peça ou material de engenharia


apresenta falhas em sua microestrutura

a) Deslocamentos e vacâncias

b) Microinclusões

c) Outros elementos químicos


(principalmente o Hidrogênio)
De fato...

Aplicando-se pequena quantidade de energia, pode-se


deslocar um defeito na sequência de átomos da rede
cristalina de um metal
Fontes e empilhamento de discordâncias

 Exemplo de barreira: contorno de grão

 Caso a tensão no contorno seja suficiente, haverá


propagação para o grão vizinho.
Em outras palavras...

Comprovou-se que todo


material ou peça de
engenharia apresenta
trincas microscópicas.

ASM Handbook – V. 19 – 1996.


Mecânica da Fratura x Fadiga

 Tanto a Mecânica da Fratura como a Fadiga são voltadas


à análise de estruturas que apresentam trincas.
 Porém, a Mecânica da Fratura está usualmente
associada aos casos em que uma trinca pode crescer ou
mesmo causar o colapso completo da estrutura mesmo
com cargas estáticas ou quasestáticas (porém, não está
descartado o caso do carregamento dinâmico).
 Já a área de fadiga é voltada aos casos em que a trinca
apresenta crescimento gradual decorrente da flutuação
da carga.
Forma de dimensionamento segundo
a Mecânica da Fratura

No dimensionamento de uma peça devem ser considerados :

TENSÃO ESTADO DA
ATUANTE TRINCA

TENACIDADE
À FRATURA

Portanto, uma trinca irá aumentar de tamanho se ocorrer pelo


menos um dos seguintes fatos:
1) Aplicação de um valor suficiente de tensão de
abertura da trinca
2) Diminuição da tenacidade do material (fragilização)
Exemplo de equação da Mecânica da Fratura

 Força de expansão da trinca: KI  Y a

 Valor crítico (obtido em testes): KIc

 A falha ocorre quando: KI  KIc


Conceito de falha da Mecânica da Fratura

 A falha ocorre quando a trinca atinge um valor de

comprimento crítico: ac
 Formas de ruptura ao atingir o comprimento crítico:

a) No caso de predominância de comportamento dúctil,


inicialmente há crescimento estável (rasgamento)
seguido por ruptura final instável (frágil/clivagem).

b) Na predominância do comportamento frágil: ruptura


instável (clivagem).
Breve histórico da mecânica da fratura

 O estudo da Mecânica da Fratura teve início com o


trabalho de Alan Arnold Griffith sobre a fratura de
sólidos frágeis;
 Seu estudo permaneceu sem aplicação prática por
décadas;
 Então as falhas de vários navios Liberty – II Guerra
Mundial reativaram as pesquisas nessa área;
 Atualmente, a mais notória aplicação da mecânica da
fratura se trata da avaliação de criticidade de vasos de
pressão empregados em sistemas nucleares.
Introdução ao estudo da fadiga - histórico

• O desenvolvimento de estudos de fadiga dos materiais é


anterior à Mecânica da Fratura.

• Esses estudos foram motivados pelas diversas falhas


catastróficas ocorridas em máquinas e equipamentos
ferroviários no final do século XIX.

• Estava evidente que tais falhas se deviam à variação das


cargas, pois os componentes e estruturas estavam
superdimensionados para cargas estáticas.

• Por desconhecimento do processo de falha, achava-se que


as rupturas se deviam a um cansaço do material, por isso
até hoje são chamadas de falhas de fadiga.
Contribuição de August Wöhler

• Em 1860, August Wöhler (Alemanha) publicou o primeiro artigo,


sugerindo uma metodologia para diminuir ou eliminar o problema.

• Esta metodologia era baseada em exaustivos testes de carga


variável sobre corpos de prova.

• Curva de Wöhler ou diagrama S-N


Tensão - S

 Quanto menor o nível de


tensão aplicada, maior o
número de ciclos de carga até
a ruptura.

Tensões de trabalho iguais ou


Limite de fadiga

menores que o limite de
fadiga significam vida infinita.
Número de ciclos de carregamento - N
Definição Atual de Fadiga

• ASTM E 1150 :

“Processo de alteração estrutural progressivo que


ocorre num material sujeito a condições que
produzem tensões e deformações flutuantes em
algum ou alguns pontos e que pode culminar no
surgimento de trincas ou a fratura total.”
Estágios de propagação da trinca de fadiga

• Estágio I – nucleação  Estágio II – propagação lenta

• Estágio III – propagação rápida  Estágio IV – ruptura


Estágio I - nucleação

 As trincas se desenvolvem em planos localizados de cisalhamento, que se encontram


usualmente :
• na superfície  nos contornos de grãos
 Os planos de cisalhamento que estão em regiões de concentração
de tensão irão deslizar, formando extrusões e inclusões.
• Exemplos de pontos de concentração de tensão
• Descontinuidades geométricas
• Inclusões
• Porosidades
 A propagação se dá na direção das máximas
tensões cisalhantes ou no contorno dos grãos.

 No caso de peças em trabalho, a detecção de trincas em fase de nucleação é muito


difícil  escala micrométrica, da ordem de alguns contornos de grãos.
 A propagação é fortemente influenciada pela micro-estrutura do material, pois a trinca
possui dimensões da mesma ordem de grandeza dos grãos.
Estágios II e III- Propagação lenta e rápida

 Estágio em que a trinca apresenta dimensões suficientemente grandes

• A região plástica na ponta da trinca apresenta dimensão maior do que


vários grãos do material

• menor (ou nenhuma) influência da microestrutura

 A propagação se dá :

• Sob o ponto de vista global  normal à direção da tensão de tração


atuante na peça

• Sob o ponto de vista local  na direção da tensão cisalhante máxima


Estrias de Fadiga

Trabalho mestrado
Fabio B. Milech
FURG 2015
Transição entre estágios I e II

 Como é difícil detectar e medir o estágio I, em aplicações de engenharia :

• Nucleação + fase inicial de propagação  “período de iniciação da trinca”

• Maior parte da fase de propagação  “período de propagação da trinca”

 Não há uma definição exata da transição entre esses dois períodos.

 É usual considerar que a trinca está no estágio de propagação quando


apresenta o comprimento mínimo detectável pelo processo de inspeção
adotado (líquidos penetrantes, partículas magnéticas, ultrassom, raio-X,
feixe de Neutrons)

 Dimensão usual da trinca na transição: entre 0,1 e 1 mm.


Aspecto macrográfico da ruptura por fadiga

A. Início da trinca

B. Região de propagação

• Marcas de praia  alteração da carga ou


paradas da máquina

C. Ruptura abrupta

• Área remanescente é insuficiente para


suportar a carga

• A ruptura pode ser frágil, dúctil ou a


mistura dessas.

• É muito comum que a região C apresente aspecto frágil (superfície brilhante


e baixa rugosidade), mesmo em materiais de boa ductilidade.
Rupturas – figura ASM Handbook

• Tração repetida ou tensão-compressão


Rupturas – figura ASM Handbook

• Flexão unidirecional (repetida)


Rupturas – figura ASM Handbook

• Flexão bidirecional (alternada)


Rupturas – figura ASM Handbook

• Flexão rotativa

• Torção
Exemplos de ruptura - Shigley
Tolerância ao dano

• Como dito anteriormente :

1. Solicitações estáticas podem gerar aumento de uma trinca até a instabilidade.

2. Por outro lado, a teoria da Mecânica da Fratura é especialmente aplicável aos


fenômenos em que existe uma relação: tamanho da trinca x tempo.

 No caso de cargas dinâmicas e fadiga: (tamanho da trinca x tempo)

• O critério de tolerância ao dano é um elo entre as áreas da MFLE e Fadiga.

• O método é baseado em resultados de testes de propagação de trinca realizados


em laboratório, em corpos de prova do material de interesse.
Ensaio de propagação de trinca

• Ensaio :

corpo de prova aplicação da carga de teste

• Parâmetros do ensaio :

• Razão de tensão R = min/max constante


• Temperatura, umidade e pressão constantes

• Dados obtidos no ensaio: axN


Ensaio de propagação de trinca

• Passos subsequentes:

1. derivação para obtenção da curva da/dN

2. associação da carga atuante com o fator intensificador de tensão KI

• a1  K1 = (.a1)0,5

• a2  K2 = (.a2)0,5 K = K(i+1)- K(i)

• a3  K3 = (.a3)0,5 ...

3. Obtém-se um diagrama que relaciona da/dN x K


4. Nos metais, este diagrama apresenta uma relação na forma:

Equação de Paris
Tolerância ao dano – diagrama da/dN x K

• da/dN = taxa de crescimento da trinca de fadiga


• Termo e sigla em inglês = Fatigue Crack Growth Rate - FCGR
Análise de Fadiga: Método Tensão-Vida

• As curvas SN (S = strength, N = número de ciclos de carga) são originadas das


curvas de Wöelher, plotadas em papel log ou log-log.

Os pontos de inflexão do
gráfico delimitam as
faixas:

a) Fadiga de baixo ciclo


(até 103 ciclos).

b) Faixa de resistência à
fadiga (de 103 a 106)

c) Faixa de vida infinita


(acima de 106 ciclos).
Considerações sobre o Método Tensão-Vida

• Adequado para análise de peças com expectativa de ruptura apenas após número
elevado de ciclos de carga.
• Alguns materiais apresentam um limiar de tensão abaixo do qual o corpo de prova
não apresenta propagação das trincas e, nesse caso, a vida é infinita:

• Essa tensão é chamada de Limite de Fadiga (Endurance Limit): Se


• Corpos de prova de materiais ferrosos apresentam Limite de Fadiga relacionado
a uma vida em torno de 106 ciclos, porém, muitas peças desses materiais
apresentam tal limiar apenas em ciclagens bem maiores.
• Metais como o Alumínio não apresentam Limite de Fadiga.
• O termo Resistência à Fadiga (Sf) está relacionado à faixa intermediária de
ciclagem e portanto, essa informação deve estar acompanhada do número de ciclos
até a ruptura.
• Exemplo: Os ensaios mostraram que a peça apresenta uma Resistência à Fadiga
de 120 MPa para 2x105 ciclos.

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