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América do Sul

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América do Sul

Localização da América do Sul no globo terrestre.

Gentílico Sul-americano

Vizinhos América Central, Caribe, Antártida e África

Divisões
- Países 12
-
3
Dependências
Área
- Total 17 850 568 km²
- Maior país Brasil
- Menor país Suriname
Extremos
de
elevação
- Ponto mais
Aconcágua, Argentina, 6 962 m
alto
- Ponto mais
Laguna del Carbón, Argentina, 105 m abaixo do nível do mar
baixo
População
- Total 388 000 000[1] habitantes
- Densidade 20 hab./km²
Idiomas Português, espanhol, guarani, inglês, holandês, francês, aimará e quéchua, Línguas
tupis.

A América do Sul é um subcontinente que compreende a porção meridional da América.


A sua extensão é de 17 819 100 km², abrangendo 12% da superfície terrestre e 6%
da população mundial. Une-se à América Central a norte pelo istmo do Panamá e se
separa da Antártida ao sul pelo estreito de Drake. Tem uma extensão de 7 500 km desde
o mar do Caribe até ao cabo Horn, ponto extremo sul do continente. Os outros pontos
extremos da América do Sul são: ao norte a Punta Gallinas, na Colômbia, ao leste a Ponta
do Seixas, no Brasil, e a oeste a Punta Pariñas, no Peru. Seus limites naturais são: ao
norte com o mar do Caribe; a leste, nordeste e sudeste com o oceano Atlântico; e a oeste
com o oceano Pacífico.[2] O Brasil representa atualmente a metade da população e produto
econômico desta região.[3]
No século XIX, o continente recebeu cerca de 15 milhões de imigrantes provenientes
da Europa,[4] e sofreu influências culturais e ideológicas tanto dos Estados Unidos quanto
da Europa. No século XX, como esforço para estimular o comércio, a produção e
a integração sul-americana como um todo, firmaram-
se acordos e organizações econômicos como o Pacto do ABC em 1915, a Comunidade
Andina de Nações (CAN) em 1969, a Associação Latino-Americana de Livre
Comércio(ALALC) em 1960, que foi substituída pela Associação Latino-Americana de
Desenvolvimento e Intercâmbio (ALADI) em 1981,[5][6] o Mercado Comum do
Sul (Mercosul) em 1991.[7] Por fim, em 23 de maio de 2008, foi assinado o Tratado
Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) na cidade de Brasília, onde
foi estruturada e oficializada a união sul-americana estabelecendo oficialmente
a integração econômica entre os Estados soberanos do subcontinente em meio à
III Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul.
A região possui vastos recursos naturais e graves problemas econômicos e
sociais.[8] A indústria está concentrada no beneficiamento de produtos agrícolas e na
produção de bens de consumo, com destaque para a indústria automobilística. No Brasil e
na Argentina encontra-se mais diversificada, abrangendo setores como extração, refino de
petróleo e siderurgia. O Brasil é responsável por cerca de três quintos da produção
industrial sul-americana. A mineração inclui a extração de petróleo (com destaque para
a Venezuela), cobre, estanho, manganês, ferro e outros. A agricultura é intensivanas
áreas tropicais, onde há culturas voltadas para a exportação (café, cacau, banana, cana-
de-açúcar, cereais). A pecuária é praticada em larga escala no sul e no centro.[8]

Índice

 1História
o 1.1Era pré-colombiana
o 1.2Colonização europeia
o 1.3Independência e conflitos internos
o 1.4Período contemporâneo
 2Geografia
o 2.1Geologia e relevo
o 2.2Ilhas
o 2.3Clima
o 2.4Biodiversidade
 3Demografia
o 3.1Idiomas
o 3.2Composição étnica
 4Políticas de integração regional
o 4.1Países e territórios
 5Economia
o 5.1Setor primário
o 5.2Setores secundário e terciário
 6Infraestrutura
o 6.1Energia
o 6.2Transportes
 7Cultura
o 7.1Esportes
 8Ver também
 9Referências
o 9.1Bibliografia

História

As pinturas rupestres de Cueva de las Manos, na Argentina

Porta do Sol em Tiwanaku, Bolívia

Ver artigo principal: História da América do Sul


Era pré-colombiana
Ver artigos principais: Civilizações andinas, Era pré-cabralina e Era pré-colombiana
Ver também: Arqueologia da América
As primeiras evidências de ocupação humana datam de quatorze mil anos, por vestígios
de agricultura. Por volta do ano 1000, mais de dez milhões de pessoas habitavam o local,
concentrados principalmente na Cordilheira dos Andes e no litoral norte, banhado pelo Mar
do Caribe. As demais regiões eram de povoamento mais esparso e nômade.[9]
Os chibchas[10] ou muíscas[11] foram uma das principais civilizações indígenas pré-incaicas,
concentrados na atual Colômbia. Junto com os quíchua nos Andes e
os aimarás no Altiplano,[12] formavam os três grupos sedentários mais importantes
do subcontinente. A cultura chavín, no atual Peru, estabeleceu uma rede comercial
e agricultura desenvolvida a partir de 900 a.C.[13]
Além destes e antes dos incas, houve outras civilizações (povos organizados em cidades,
não em tribos e aldeias) sul-americanas e também outros povos que não chegaram a ser
civilizações.[carece de fontes]
Originalmente, os incas eram um clã específico entre o povo quíchua (ou quéchua), que
habitava os Andes. Embora sem conhecerem a escrita nem a roda, os incas e os povos
subjugados construíram um Estado altamente avançado. Em 1530, o Império Inca estava
em seu auge, com o imperador Huayna Capac. Este, no entanto, ao morrer deixou como
herança um império partilhado entre seus filhos, o que ocasionou uma guerra civil entre os
dois irmãos. Foi nesse contexto que os conquistadores espanhóis chegaram.[14]
Panorama de Machu Picchu, uma antiga cidade do Império Inca em meio aos Andes peruanos

Colonização europeia
Ver artigo principal: História da colonização da América

Massacre de Cajamarca, parte da Conquista do Império Inca pelo Império Espanhol

De acordo com registros não oficiais, o primeiro registro visual do subcontinente


por europeus aconteceu em 1498, pelo navegadorportuguês Duarte Pacheco
Pereira.[15] Nos anos seguintes, outros navegadores fizeram explorações no litoral sul-
americano. Em 1494, face ao achamento do Novo
Mundo por Colombo, Portugal e Castela se apressaram em negociar a partilha das novas
terras. A divisão do planeta em dois hemisférios foi oficializada no Tratado de
Tordesilhas.[16]
Os espanhóis, estimulados pelo sucesso de Cortés no México (contra os astecas), descem
pelo Panamá e desembarcaram na costa do Império Inca. A conquista resultou num
violento decréscimo demográfico, reduzindo drasticamente a população do
subcontinente.[17]
A América do Sul ficou dividida praticamente entre os dois reinos ibéricos, com áreas
de colonização litorânea ocidental-pacífica para Castela e a oriental-atlântica para
Portugal. Espanhóis se instalaram no Prata, no Caribe e nos Andes. Já os portugueses
investiram principalmente no extrativismo de pau-brasil e, mais tarde,
na plantação de cana-de-açúcar. A colonização ibérica também trouxe
o proselitismo religioso, com a fundação de missões católicas para conversão dos nativos,
sendo o trabalho conduzido especialmente pelos jesuítas.[carece de fontes]
Animação da evolução territorial da América do Sul de 1700 até atualmente

A União Ibérica, formada a partir de 1580, extingue na prática as fronteiras das zonas de
colonização na América do Sul. A principal mudança da União Ibérica é que Portugal
passa a ser inimiga dos adversários da Espanha, como Inglaterra e as recém-
emancipadas Províncias Unidas dos Países Baixos. Com isso, potências como
Inglaterra, França e Países Baixos invadiram e ocuparam áreas de dominação dos reinos
ibéricos.[18]
Aos poucos, surgiu uma nova classe social e étnica, a partir da miscigenação
entre colonos ibéricos e os índios: os mestiços ou gentio (na América Portuguesa) e
os mestizos ou criollos (na América Hispânica). Nas áreas de escravidão, ocorreu o
mesmo entre europeus e africanos, dando origem
aos mulatos, cafuzos e mamelucos.[carece de fontes]
O século XVIII viu as revoltas de Tupac Amaru, no Peru, e de Felipe dos Santos e
a Inconfidência Mineira, no Brasil, contra as injustiças cometidas pelo governo colonial. As
revoltas foram uma reação à política do despotismo esclarecido que, a partir da Europa,
tentava maximizar os lucros obtidos com a exploração em suas colônias, especialmente na
área mineral (ouro, prata e diamantes).[19] Os tratados de Utrecht, em 1713, e de Madri em
1750, procuram delimitar as novas fronteiras da divisão do subcontinente entre as duas
monarquias ibéricas.[20]
Independência e conflitos internos
As Guerras Napoleônicas submeteram Portugal e Espanha à ocupação (e, no caso desta
última, ao domínio político) por parte da França, então em guerra contra a Inglaterra. Isto
levou ingleses a atacarem terras sul-americanas sob controle espanhol. Com a
restauração das monarquias soberanas, entre 1811 e 1814, os colonizadores tentaram
restaurar o sistema rígido colonial, o que provocou revoltas. [21]
Simón Bolívar, libertador de seis países latino-
americanos: Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela

O bacharel Simón Bolívar, o platino José de San Martín, e Bernardo O'Higgins do Chile, se
encarregam de organizar os exércitos coloniais e pouco a pouco, libertam e conquistam,
militarmente, a independência dos vários vice-reinados e capitanias sul-americanos, que
passam a ser repúblicas.[22] No Brasil, a independência foi batalhada entre 1817 e 1825
(ano do reconhecimento por Portugal) por representantes das elites nativas, mas acabou
só sendo efetivada por iniciativa do próprio herdeiro do trono colonizador, o então príncipe-
regente Pedro de Alcântara que se coroou imperador Dom Pedro I em 1822.[23] As
Guianas inglesa, neerlandesa e francesa continuaram sob suas metrópoles. As duas
primeiras só ficariam independentes na segunda metade do século XX (Guiana em
1966[24] e Suriname em 1975[25]), enquanto a terceira ainda é um departamento ultramarino
da França.[26]
Durante as lutas pela independência, a intenção dos libertadores era unificar toda a
América Hispânica sob uma mesma república (pan-americanismo). O plano de Bolívar
para a unificação da América fracassa logo em seguida ao Congresso do Panamá, para
desgosto do Libertador.[27] A América Portuguesa, por outro lado, se mantém íntegra —
exceto pelo extremo sul. O Império Brasileiro se firma como potência regional.
Internamente, o país sofre com as revoltas do período regencial e com a Guerra dos
Farrapos.[carece de fontes]

Batalha de Avaí, quadro de Pedro Américo no Museu Nacional de Belas Artes do Brasil

A Guerra do Paraguai transformou em aliados, os até então inimigos


Brasil, Argentina e Uruguai com o objetivo de travar as ambições territoriais do
general Solano López. A guerra termina com uma catástrofe para a nação paraguaia que
perde uma parte de seu território, e tem um custo muito elevado em termos de vidas e
bens materiais. [28]
O Chile enfrenta a aliança de Peru e Bolívia na Guerra do Pacífico (1879-1884),
derrotando-os e ocupando um território rico em guano. Nesse conflito, a Bolívia deixou de
ter a seu acesso ao Oceano Pacífico.[29]
Entre 1899 e 1903 eclodiu um contencioso entre a Bolívia e brasileiros que, em sucessivas
ondas migratórias, ocuparam a região amazônica do Acre em busca do látex extraído dos
seringais para fabricação da borracha. Pelo Tratado de Ayacucho, o governo brasileiro
reconhecia a posse da região pela Bolívia. O conflito entre a Bolívia e os brasileiros do
Acre ficou conhecido como Revolução Acriana. Após esforços diplomáticos, os países
chegaram a um acordo onde a Bolívia cederia uma área de 142 800 km² e o Brasil pagaria
em troca dois milhões de libras esterlinas e construiria a Estrada de Ferro Madeira-
Mamoré.[30]
A partir da década de 1870, o local viveu uma onda de governos autoritários e
nacionalistas, liderados por figuras típicas da política latino-americana chamados de
"caudilhos". Houve caudilhos tanto de caráter reformista quanto conservador. De forma
geral, a onda autoritária durou até a ascensão da burguesia industrial, na década de
1930.[31]

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