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Governador Valadares
2009
CLARA COELHO DE CARVALHO
EDIVÂNIA RIBEIRO DE SOUZA MACHADO
KEILA PINTO DE CARVALHO
VAGMAR CARLOS SOARES
Governador Valadares
2009
CLARA COELHO DE CARVALHO
EDIVÂNIA RIBEIRO DE SOUZA MACHADO
KEILA PINTO DE CARVALHO
VAGMAR CARLOS SOARES
Banca Examinadora:
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A Deus, que sempre esteve conosco nos momentos alegres, de aflição e tristezas.
Aos nossos familiares que souberam entender nossas ausências e nos deram o
apoio, carinho e amor que tanto precisávamos.
Aos colegas de classe pelo tempo passado junto, nas alegrias, nas dores e nos
momentos em que apenas a esperança de um mundo melhor nos impulsionou a
seguir adiante.
Enfim, a todos que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para que esse
trabalho fosse realizado.
“Beber inicia num ato de liberdade,
caminha para o hábito e, finalmente, afunda
na necessidade”.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
2 OBJETIVOS...........................................................................................................14
2.1 GERAL ................................................................................................................14
2.2 ESPECÍFICOS ....................................................................................................14
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................15
3.1 ALCOOLISMO E ADOLESCÊNCIA ....................................................................15
3.1.1 Adolescência ..................................................................................................15
3.1.2 O uso do álcool ..............................................................................................16
3.1.3 Epidemiologia do consumo de álcool em adolescentes ............................17
3.1.4 Consequências do uso de álcool nos adolescentes...................................18
3.2 SINAIS E SINTOMAS DO USO ABUSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS ...........20
3.3 RELEVÂNCIA DO USO ABUSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NO CONTEXTO
SOCIAL .....................................................................................................................24
3.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS....29
3.5 O PAPEL DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
E PREVENÇÃO DO USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS ...........................................32
4 METODOLOGIA ....................................................................................................37
4.1 CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO ....................................................................37
4.2 ESCOLHA DO TEMA ..........................................................................................37
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO................................................................................38
4.4 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO .............................................................................38
4.5 TRATAMENTO DOS DADOS .............................................................................38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................39
REFERÊNCIAS.........................................................................................................41
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1 INTRODUÇÃO
Nos Estados Unidos, o álcool está envolvido nas quatro primeiras causas de
morte entre indivíduos na faixa de 10 a 24 anos: acidentes de trânsito, ferimentos
não intencionais, homicídio e suicídio (GALDURÓZ et al., 2004).
Dados brasileiros associados ao uso de álcool e suas consequências ainda
são escassos. Sabe-se, porém, que os acidentes de trânsito são frequentemente
relacionados à alta concentração de álcool no sangue, maior do que 0,6 g/l, limite de
alcoolemia permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro (VIEIRA et al., 2008).
A ingestão do álcool na infância e na adolescência é hoje um tema
importante, dado o consumo cada vez mais frequente dessa substância pela
população. Quanto mais cedo se inicia o uso de álcool e tabaco, maior a
vulnerabilidade de se desenvolver o abuso e a dependência das mesmas
substâncias e, concomitantemente, o uso de drogas ilícitas (FERIGOLO et al.,
2004).
Especificamente quanto à relação entre uso de álcool e homicídio, estudo
realizado em 1990 e 1995 na cidade de Curitiba (Paraná) mostrou que 53,6% das
vítimas e 58,9% dos autores dos crimes estavam intoxicados no momento do crime
(CARLINI et al., 2000).
Portanto, o presente estudo justifica-se pela necessidade de se conhecer os
principais fatores que levam os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas
alcoólicas e suas principais consequências para a saúde. Desse modo, nota-se que
a compreensão dos problemas relacionados ao consumo de álcool entre
adolescentes deve se estender para além da prevalência do uso, e considerar
também os diversos fatores que influenciam o comportamento de beber. Conhecer
os motivos que levam os adolescentes a abusar do álcool e as consequências deste
ato é particularmente necessário para a implementação de políticas públicas de
prevenção e combate ao consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens.
O ponto de partida para a realização deste trabalho foi a leitura de artigos que
mostram que o consumo de álcool pelos adolescentes é um fato real e esta situação
é especialmente preocupante devido à idade de início cada vez menor. Variados
fatores de risco como: baixo apego escolar, ter amigos ou familiares consumidores
de alguma droga, o estresse e outros, levam a esta iniciação.
Esta situação, por abranger um grave problema de saúde pública, não admite
soluções apenas no campo da saúde, mas sim deve envolver uma abordagem
amplamente intersetorial, que trate dos problemas da violência urbana, das
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2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1.1 Adolescência
farta propaganda em torno de seu consumo, isto se reflete em seu uso precoce e
disseminado (SOARES, 2006).
Pechansky e Barros (1995) realizaram um estudo com uma amostra de
adolescentes representativa da população de Porto Alegre, coletaram dados de 950
jovens entre 10 e 18 anos. Os achados indicavam ser frequente (71%) a
experimentação das bebidas alcoólicas mais comuns na faixa etária estudada,
chegando a quase 100% na idade de 18 anos.
De acordo com os autores citados acima, um dos achados importantes do
estudo foi o de que havia mudanças na forma, local de consumo e volume de etanol
ingerido de acordo com a idade dos entrevistados, assim como com relação ao
gênero: os meninos começavam a beber fora de casa e com amigos mais
precocemente, enquanto as meninas eram mais conservadoras, mantendo o hábito
de consumo familiar e doméstico por mais tempo.
Para Lewis e Wolkmar (1993), o uso do álcool, bem como do fumo e das
drogas, vem aumentando consistentemente entre os adolescentes. Numa pesquisa,
63% dos meninos e 53% das meninas entre doze e treze anos revelaram ter
experimentado bebidas alcoólicas, e um em sete adolescentes de dezessete anos
revelou embriagar-se uma vez por semana. Quase todos (93%) os estudantes do
último ano da escola secundária, em 1997, relataram ter provado bebidas alcoólicas,
e 6 % bebiam diariamente.
Usualmente, a administração do etanol ocorre através da via oral na forma de
bebidas alcoólicas (cerveja, vinho ou aguardentes), nas quais a sua concentração
oscila de aproximadamente 4% nas cervejas, a 11 – 12 % nos vinhos e de 38 a 54%
nas aguardentes (LARINI; SALGADO, 1997).
A absorção de substâncias pelo trato gastrointestinal é, em sua maior parte,
explicável em termos de simples difusão não iônica através dos poros lipóides da
membrana gastrintestinal. O epitélio é pouco permeável ou impermeável às formas
polarizadas dos compostos administrados e a absorção quase sempre ocorre pela
difusão das suas formas lipossolúveis não ionizadas (LARINI; SALGADO, 1997).
19
alunos revelaram que tiveram pelo menos um episódio de abuso agudo do álcool.
Os adolescentes reportaram que adquiriram facilmente bebidas alcoólicas de
estabelecimentos comerciais e também em contextos sociais com parentes e
amigos. Apenas 1% dos menores de idade relatou que tentou, mas não conseguiu
comprar bebida alcoólica. Como consequências negativas do consumo nos últimos
12 meses, os estudantes relataram ter passado mal por ter bebido (17,9%),
arrependimento por algo que fizeram sob o efeito do álcool (11%), blackout (9,8%) e
ter brigado após beber (5%). Mais da metade (55%) dos estudantes conhecia
alguém que sofreu acidente de trânsito provocado por motorista embriagado.
Concluindo, diante dos dados, observa-se uma alta prevalência de consumo de
álcool entre os adolescentes estudados e um fácil acesso às bebidas alcoólicas,
inclusive por menores de idade. Portanto, percebe-se a necessidade de ações
imediatas em relação às políticas públicas para o consumo de álcool no Brasil.
Porém, Romano et al. (2007), associam que o baixo preço de bebidas
alcoólicas torna o álcool facilmente acessível aos adolescentes, que são também as
maiores vítimas das poucas restrições à propaganda de bebidas nos meios de
comunicação. Autores como Lewis e Wolkmar (1993) e Kail (2004), apontam um
elevado consumo de álcool entre os adolescentes, com consequente aumento dos
riscos causado pelo mesmo. De acordo com a literatura isso se deve ao fácil acesso,
fatores sociais predisponentes, não cumprimento da Lei nº. 9.294, de 15 de Julho de
1996 pelos revendedores de bebidas alcoólicas e bombardeamento pelas
campanhas publicitárias.
frequente desta substância que o usuário tem dificuldade de manter sob controle,
acarretando abandono de outros interesses e danos para a sua vida afetiva, social e
profissional e, por último a dependência, que é o uso excessivo e incontrolado
(SESMG, 2006).
O uso abusivo de bebida alcoólica pode provocar tolerância, caracterizada
pela necessidade de doses cada vez maiores de álcool para que exerça o mesmo
efeito, ou diminuição do efeito do álcool com as doses anteriormente tomadas; e por
síndrome de abstinência um quadro de desconforto físico e/ou psíquico quando da
diminuição ou suspensão do consumo etílico. Nesta situação já se trata de
dependência (GIGLIOTTI; BESSA, 2004).
Muitos jovens consomem a bebida alcoólica em busca de uma sensação de
desinibição que ela provoca num primeiro instante, uma sensação de que tudo pode
e nada o atinge. Porém logo depois vem a sonolência, a visão turva, diminuição das
capacidades de reação e atenção, problemas estomacais, vesicais e intestinais. E
se o consumo for em excesso o álcool pode provocar intoxicação podendo levar à
morte (MELO, 2001; SESMG, 2006).
Fishman (1988) e Vieira et al. (2008) revelam que um dos efeitos imediatos do
álcool é o de tranquilizante ou de causador de euforia e bem-estar. Um indivíduo que
esteja enfrentando momentos de tensão, nervosismo, conflitos com a família, com
amigos ou dificuldades no relacionamento pode entregar-se ao álcool para suprimir
temporariamente a depressão, a ansiedade e os sentimentos de medo.
Estudos e trabalhos no campo da psicologia apresentados por Leite (2007)
confirmam a afirmativa acima, onde mostra que os adolescentes de hoje fazem uso
das drogas para escapar das terríveis realidades de seu mundo e, desta forma,
alcançar uma sensação de bem-estar. O abuso de álcool pode evoluir para outras
manifestações clínicas, por isso se constitui como um problema clínico importante,
pelos danos que traz à vida do paciente e de seu círculo socioeconômico familiar.
De acordo com a Linha Guia de Atenção em Saúde Mental da Secretaria de
Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG, 2006) as manifestações clínicas que
podem estar presentes no uso abusivo de bebida alcoólica são:
a) transtornos mentais agudos e sub-agudos:
- intoxicação alcoólica,
- síndrome de abstinência alcoólica,
- Delirium tremens,
22
Segundo Lima (2003) a relação entre uso de álcool antes ou durante o ato
sexual na população geral é comumente justificada pela crença de que o consumo
dessa substância poderia favorecer um desempenho sexual desejável e,
consequentemente, aumentaria o prazer. O uso de álcool nesse contexto também é
associado à diminuição da ansiedade ou da inibição, facilitando certos atos referidos
como difíceis de serem realizados sem o efeito de uma bebida alcoólica.
De acordo com Carrilo e Mauro (2003), Pechansky et al. (2005) e
Wesselovicz et al. (2008) é grande a incidência de relações sexuais sem o uso de
preservativos entre pessoas alcoolizadas, oferecendo sérios riscos de contaminação
por alguma Doença Sexualmente Transmissível (DST) ou até mesmo uma gravidez
não planejada. Estes fatos parecem estar relacionados com a quantidade de álcool
consumido.
O consumo abusivo de álcool entre os jovens pode trazer graves
consequências e prejuízos para a família, para as empresas e para a comunidade
em geral. O número de acidentes automobilísticos relacionados à ingestão de álcool
é significativo, e em sua maioria, neles estão envolvidos os jovens (PECHANSKY et
al., 2005).
Segundo Abreu, Lima e Alves (2005) os acidentes de trânsito constituem hoje
uma verdadeira e urgente questão de saúde pública no mundo moderno. O
aumento da morbimortalidade, devido à violência no trânsito, já é considerado uma
epidemia, face à sua extensão. São muitas as evidências de que os abusos de
álcool são responsáveis por sérios agravos para saúde.
Atualmente, há diversos levantamentos sobre o consumo de bebidas
alcoólicas no Brasil e indícios importantes do peso desse hábito na saúde pública.
Apenas para citar dados mais amplos, desde a década de 80, foram feitos cinco
levantamentos entre estudantes de ensino fundamental e médio, um mesmo número
de estudos entre crianças em situação de rua, dois levantamentos domiciliares e
vários seguimentos do índice de internações por conta de dependência química
(GALDURÓZ; CAETANO, 2004).
Para Camargo e Bertoldo (2006), o consumo de álcool é considerado
comportamento de risco pelas alterações cognitivas que tornam o indivíduo mais
vulnerável a outras situações de risco, como o contágio por Doença Sexualmente
Transmissível.
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nociva à saúde física e mental, e é de livre acesso a toda a população por se tratar
de uma droga lícita.
O Boletim dos Alcoólicos Anônimos citado por STRAUCH et al. (2009) relata
que os custos do alcoolismo e problemas relacionados ao uso do álcool já alcançam
148 bilhões de dólares, no período entre 1985 a 1992. Duas terças partes
corresponderam aos custos relacionados com a produtividade, devido às doenças
causadas pelo álcool e o absenteísmo.
Para Souza et al. (2003) estes dados são importantes, pois demonstram
haver um efeito cerebral consequente ao consumo de álcool em adolescentes; os
efeitos ocorrem em áreas cerebrais ainda em desenvolvimento e associadas a
habilidades cognitivo-comportamentais que deveriam iniciar ou se firmar na
adolescência. Entende-se que o adolescente ainda está construindo a sua
identidade. Mesmo sem um diagnóstico de abuso ou dependência de álcool, pode
se prejudicar com o seu consumo, à medida que se habitua a passar por uma série
de situações apenas sob efeito de álcool.
Vários adolescentes costumam, por exemplo, associar lazer com consumo de
álcool, ou só conseguem tomar iniciativas em experiências afetivas e sexuais se
bebem. Assim, aprendem a desenvolver habilidades com o uso de álcool e, quando
este não se encontra disponível, sentem-se incapazes de desempenhar estas
atividades, evidenciando outra forma de dependência (PECHANSKY et al., 2005).
Souza et al. (2003), Lima et al. (2007) e Passinhos (2007), mostram que o
impacto social do alcoolismo inclui tanto a incapacidade individual como o fardo
familiar associado à doença, sendo que o álcool normalmente provoca sérias
perturbações psíquicas. Altera a capacidade de percepção (dificuldade de perceber
as coisas) e a capacidade intelectual (dificuldade de aprender). Assim, a memória é
prejudicada, muda o caráter, estraga a vida afetiva e pode arruinar a personalidade
definitivamente.
Para Passinhos (2007), distinguidas dos problemas de saúde, as categorias
de problemas sociais relacionadas ao álcool incluem: vandalismo; desordem pública;
problemas familiares, como conflitos conjugais e divórcio; abuso de menores;
problemas interpessoais; problemas financeiros; problemas ocupacionais, que não
os de saúde ocupacional; dificuldades educacionais; e custos sociais.
De acordo com Moreira et al. (2008), ainda que uma causalidade direta não
possa ser estabelecida, o estudo dessas categorias de danos - incluindo variáveis
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abrangência, não admite soluções apenas no campo da Saúde, mas deve envolver
uma abordagem amplamente social, que trate dos problemas da violência urbana,
das injustiças sociais, das graves desigualdades de acesso à educação, ao trabalho,
ao lazer e à cultura (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1989).
O enfermeiro pode desempenhar importante papel na promoção da saúde
perante vários aspectos, dentre eles a formação e capacitação dos profissionais de
saúde visando à redução da demanda de álcool e drogas. Entendendo que com
mudanças de paradigmas, atuando na formação dos enfermeiros, poderão ocorrer
novas configurações no cuidado dos diversos grupos da sociedade nos níveis de
promoção, prevenção e integração social (CARRARO; RASSOOL; LUIS, 2005).
Porém o que nos revela a literatura é que existe uma necessidade de
qualificação dos profissionais enfermeiros no que diz respeito à promoção e
educação da sociedade. Para Carraro, Rassool e Luis (2005), esse é um desafio
que está posto para os enfermeiros do século XXI, saber lidar com essas situações
que são cotidianas, com segurança, conhecimento e liderança, para o
encaminhamento das questões e as tomadas de decisões em diferentes âmbitos.
Portanto, habilitar o enfermeiro para enfrentar esse desafio é uma iniciativa que deve
ser desencadeada na sua formação básica, ou seja, a graduação.
Assim, Carraro, Rassool e Luis (2005) afirmam que o saber que o enfermeiro
adquire na sua formação acadêmica, que leva em consideração as necessidades
das pessoas, numa visão ampla, choca-se no confronto com uma infinidade de
questionamentos ao lidar com pessoas usuárias de bebidas alcoólicas no
enfrentamento de situações difíceis da vida como a miséria, pobreza, marginalidade,
discriminação, violência, silêncio, uso de drogas, dependência química, solidão,
dentre tantas outras adjetivações.
Para tanto, é fundamental a inserção do enfermeiro na equipe de saúde
colaborando no enfrentamento do problema, mas há necessidade de uma ampla
estrutura de conhecimento sobre promoção e prevenção para a saúde de toda a
sociedade e as medidas de controle do uso e abuso de bebidas alcoólicas
(CARRARO; RASSOOL; LUIS, 2005).
Tal prática poderá ser viabilizada com o estabelecimento de três fatores
fundamentais e inter-relacionados: mudança de atitudes, busca de conhecimentos e
aperfeiçoamento de habilidades (VARGAS; LABATE, 2006).
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4 METODOLOGIA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
o consumo de álcool entre os jovens uma questão de saúde pública. E por ser
público, compete a toda a sociedade a busca para a solução deste problema.
Os estudos nessa área ainda precisam ser aprofundados, mas as
descobertas feitas até agora são alarmantes. As pesquisas são unânimes em
apontar que o uso exagerado de álcool na adolescência afeta principalmente a
habilidade cognitiva do cérebro, como memória e aprendizado.
Infelizmente neste mundo tão globalizado, tão distante dos “valores”, passa-
se a seguir um caminho muito conturbado e no meio dele estão às drogas. É difícil
imaginar uma sociedade livre do uso destas substâncias. Muito se é feito nacional e
internacionalmente falando, para diminuir a distribuição e comercialização e acima
de tudo o consumo de drogas, visto que, o maior prejudicado é o usuário.
Além de tudo acontece o enriquecimento ilícito e o fortalecimento e
organização do crime que vem crescendo a cada dia. Melhor seria que todos
entendessem que não há uma sociedade livre do uso de drogas, talvez assim os
danos fossem menores.
Sabe-se, portanto, que é uma utopia uma sociedade que não consuma álcool,
tornando mais difícil o trabalho do enfermeiro na educação para a saúde e
prevenção, em se tratando de mudança de comportamento social.
Os próprios pais que dizem “amar” seus filhos deveriam se preocupar mais
com a família, trabalhando na educação dos mesmos para prevenção do alcoolismo
dentro da família, porém, aqueles que o fazem na maioria das vezes não alcançam
sucesso. Estes devem procurar ajuda de profissionais habilitados a fim de receber
suporte psicológico. Mas nem por isto cabe desistir, pois, é papel do enfermeiro
trabalhar a promoção da saúde para redução dos danos em todos os seguimentos
da sociedade, igrejas, escolas, família e grupos de jovens.
Acolher o jovem, trabalhando o indicador de suma importância, o acesso
facilitado ao uso cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas.
Este trabalho dependerá da busca de conhecimento para mudança de atitude
para cada vez mais aperfeiçoar habilidades para a promoção e educação de
qualidade, contribuindo assim, para uma sociedade mais saudável.
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REFERÊNCIAS
BUCHALLA, A. P. Como desligar o vício. Revista Veja. Rio de Janeiro: Abril, p. 78-
85, 2007.
FISHMAN, R. Alcoolismo. Coleção tudo sobre Drogas. São Paulo: Nova Cultural,
1988.
LARINI, L.; SALGADO, P. S. Toxicologia. 3. ed. São Paulo: Manole, p. 73-82, 1997.
SOARES, R. Inimigo Íntimo: O álcool e o cérebro dos jovens. Revista Veja. São
Paulo: Abril, p. 96-104, 2006.
SOLDERA, M. et al. Uso pesado de álcool por estudantes dos ensinos fundamental
e médio de escolas centrais e periféricas de Campinas (SP): prevalência e fatores
associados. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 3, p. 174-179, 2004.