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Logistica Reversa de Embalagens de Agrotoxicos - Um Estudo de Caso Na Cidade de Patos-Mg
Logistica Reversa de Embalagens de Agrotoxicos - Um Estudo de Caso Na Cidade de Patos-Mg
ISSN 1984-9354
LOGISTICA REVERSA DE
EMBALAGENS DE AGROTOXICOS: UM
ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE
PATOS-MG
Resumo
A presente pesquisa possibilitou observar que na micro-região de
Patos de Minas, as dificuldades de aplicação e execução da logística
reversa. Entre as principais dificuldades encontradas na região,
destaca-se a falta de intimidade com o teermo. A logística reversa de
embalagens de agrotóxicos apresenta crescimento significativo na
micro-região, até porque é de conhecimento a obrigatoriedade de
retorno destes produtos. É uma região onde o agronegócio é
predominante. Tem-se a necessidade de destinar corretamente as
embalagens dos produtos fitossanitários utilizados nestas atividades,
de modo que sociedade e meio ambiente fiquem seguros em relação
aos riscos por eles oferecidos. A região objeto do estudo em questão é
de destaque com relação ao item reciclagem como comprovado no
trabalho. Conclui-se que, além da obrigatoriedade, a busca por se
tornar ecologicamente correto é o principal fator motivacional para a
implantação da reciclagem de embalagens de agrotóxicos, o que
possibilita, entre tantos outros fatores, a preservação do meio
ambiente.
1. INTRODUÇÃO
Os problemas ambientais observados hoje, em parte são consequências da Revolução
Industrial, que trouxe consigo, além do desmatamento para implantação de indústrias, um
acelerado desenvolvimento tecnológico que não para de crescer, observado em todos os
segmentos de mercado.
É devido a este crescimento tecnológico que os produtos apresentam, cada vez mais, um ciclo
de vida útil reduzido, o que ocasiona a obsolescência dos produtos, gerando resíduos que
normalmente são descartados, sem os devidos cuidados, em qualquer lugar no meio ambiente.
Entre os principais problemas ambientais merece destaque a poluição visual causada pela
quantidade exagerada de "lixo" produzida em todo o mundo, advinda geralmente dos bens de
pós-consumo que, ao final de sua vida útil, são rejeitados, e nem sempre de forma correta.
Portanto, a situação desperta a sociedade e diversas organizações na busca de estratégias
ambientais corretas que contribuam para a preservação do meio ambiente (BARBIERI, 2006).
Para o consumidor investir em bens que, em seu ciclo produtivo não agridam o meio ambiente
e/ou em marcas que desenvolvam um modelo de sustentabilidade, mesmo que se pague mais
caro por isso, é uma estratégia de preservação. Para as organizações, além de investir em
sustentabilidade, uma das melhores alternativas para sua imagem corporativa é o
gerenciamento da logística reversa, que permite, com suas atividades, toneladas de resíduos
sólidos serem retiradas do canal de distribuição ou da natureza, através de uma destinação
final apropriada (MULLER, 2010).
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A logística reversa é o caminho que as organizações têm usado para competir no mercado
cada vez mais responsável pelo meio ambiente e procura minimizar os impactos causados
pelos descartes de produtos inutilizados.
2. REVISÃO DA LITERATURA
É feito uma revisão na literatura com relação aos diferentes modais de transporte e as
embalagens de agrotóxicos de um modo geral.
2.1 TRANSPORTE
É responsável pela maior parte dos custos logísticos, pois normalmente absorve de um a dois
terços desses custos. É uma atividade importante porque não há empresa capaz de operar sem
movimentação de matérias-primas ou produtos acabados. E é influenciado por duas variáveis:
trajeto percorrido entre os pontos de produção/centro de distribuição e de consumo e tempo
necessário para percorrer a distância e disponibilizar o produto para consumo (BOWERSOX,
2001).
Para atender a essas necessidades, existem cinco tipos básicos de transporte: hidroviário,
ferroviário, rodoviário, aeroviário e dutoviário. A partir dessas opções, o usuário seleciona um
serviço ou faz uma combinação entre eles para atender suas expectativas quanto à qualidade e
custos.
Para o embarcador, o custo do transporte é a soma da taxa da linha de transporte dos produtos
com as despesas adicionais cobradas por serviços. Quando se trata de serviço alugado, a taxa
cobrada pela movimentação, mais taxas adicionais, como de embarque na origem, entrega no
destino e seguros, representam o total de custos do serviço. No entanto, se o transportador é
proprietário do veículo, os custos surgem em itens como combustíveis, depreciação dos
equipamentos e custos administrativos. Vale destacar que, os custos do transporte variam
muito de acordo com o modal utilizado conforme mostra o quadro 1 (BALLOU, 2006).
Quadro 1 - preço conforme modal de transporte por tonelada transportada por milha
MODAL US$/ton/milha
Ferroviário 2,28
Rodoviário 26,19
Hidroviário 0,74
Dutoviário 1,46
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Aeroviário 61,2
Fonte: Ronald H. Ballou
Pode-se verificar que os modais hidroviário e dutoviário são os mais baratos; o aéreo é o que
apresenta preço mais alto e o rodoviário é aproximadamente 11 vezes mais caro que o
ferroviário. Portanto, é importante que cada embarcador analise os custos de cada modal e
escolha aquele que atenda suas necessidades ao menor custo possível.
Modal Ferroviário
Segundo Ballou (2006): "as ferrovias oferecem uma diversidade de serviços especiais ao
embarcador, desde o transporte de graneis até vagões especiais para produtos refrigerados".
Este tipo de modal normalmente é utilizado para transportar carvão, madeira, alimentos,
papel, produtos químicos, florestais, entre outros. É um transporte de longo curso e baixa
velocidade, e é feito na modalidade carga completa, que reflete em menor tempo de operação
com embarque, já que esse tipo de carga movimenta grandes volumes.
Não muito viável em relação ao tempo de entrega e quanto a perdas e danos dos produtos
embarcados, o modal ferroviário oferece algumas vantagens aos embarcadores, como
heterogeneidade de serviços especiais, desde o transporte de granéis até vagões refrigerados,
escalas que permitem carga e descarga parciais em pontos diferentes.
Modal Rodoviário
É utilizado para o transporte de quase todos os tipos de produtos: matérias primas, produtos
acabados, commodities. Em contraste com as ferrovias, as cargas rodoviárias possuem menor
porte. A principal vantagem é o serviço de entrega porta-a-porta, oferecendo uma maior
comodidade ao consumidor. Oferece serviço privado ou contratado. Nesse último o
embarcador não se preocupa com despesas e problemas administrativos, já que está
terceirizando o serviço. Não tem capacidade de transportar todos os tipos de carga, devido às
normas de segurança rodoviárias, que determinam as dimensões e o peso dos fretes, mas
proporciona entrega razoavelmente rápida e confiável (CAIXETA FILHO, 2001).
É um dos modais que possui menor custo fixo dentre todos os transportadores, pois as
empresas não são donas das rodovias nas quais operam. O veículo representa uma unidade
econômica e as atividades em terminais não exigem equipamentos caros. Já os custos
variáveis tendem a ser elevados, pois os custos de construção e manutenção das estradas são
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Modal Aeroviário
A maior atratividade do transporte aéreo é a sua agilidade origem/destino, principalmente se o
ponto de entrega for distante. Esse tipo de modal é mais utilizado no transporte de cargas
especiais. É classificado quanto à confiabilidade e disponibilidade como uma das melhores
opções de transporte, mas em relação à manutenção mecânica, condições climáticas e
congestionamento de trafego é extremamente sensível (ALVARENGA & NOVAES, 2000). É
o que possui maior custo, melhor tempo de entrega e um dos mais seguros.
Modal Hidroviário
Apresenta três modalidades: marítima (costas oceânicas), fluvial (rios) lacustre, realizado, em
lagos e tem como predicado a união de cidades e países vizinhos. Por possuir poucos lagos
navegáveis, é um tipo bem restrito de transporte. O modal hidroviário é um dos mais antigos e
transporta cargas volumosas, como carvão, areia e cereais. Os serviços de transporte
hidroviário é limitado por vários motivos: a quantidade de vias aquáticas, a necessidade de
outro modal para levar as cargas ao local de embarque (intermodalidade) e por ser um meio
de transporte lento. É de menor custo e onde perdas e danos são irrelevantes, pois transportam
produtos de alto volume e preço reduzido.
Modal Dutoviário
Os serviços e capacidade deste modal são ainda limitados. Gases, petróleo cru e seus
derivados são os produtos mais viáveis ao transporte por dutos. A capacidade deste meio de
transporte é alta, mas a movimentação dos produtos é muito lenta. É uma forma segura de
transporte: danos e perdas dos produtos são quase nulos e, quando ocorrem, há responsáveis,
já que os dutos possuem normalmente status de transportadores comuns. Em relação aos
custos, o transporte por esse modal é comparável ao ferroviário. As empresas têm a
propriedade do duto, terminais e equipamentos de bombeamento. Possuem custos fixos altos e
os principais custos variáveis são com energia e os relacionados às operações de
bombeamento. Para ser competitivo, o transporte dutoviário precisa transportar altos volumes.
2.2 ARMAZENAGEM
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2.3 EMBALAGENS
As embalagens estão presentes em quase todos os produtos. Entre as exceções estão matérias-
primas a granel e automóveis, mas, no geral, elas sempre aparecem, com formas e funções
variadas, principalmente a fim de proteger a mercadoria até o consumo final.
De acordo com Severo (2006), "as embalagens exercem um papel importante no processo
logístico. Não se pode em hipótese nenhuma falar em logística, sem pensar no planejamento
de embalagens", visto que elas podem facilitar a armazenagem e o manuseio, proporcionar
melhor utilização do equipamento de transporte, alterar a densidade do produto e proteger o
mesmo, ou seja, tem interação com todas as áreas de atuação das atividades logísticas.
As embalagens são classificadas (LEITE, 2009) em: primária, a embalagem que contém o
produto, por exemplo, caixa de sabão em pó; secundária, aquela que protege a primária,
como, a caixa que envolve o Chá Mate-Leão; e terciária, onde são embalados os produtos já
com a embalagem secundária, por exemplo, caixas de madeira, papelão, e plásticos. As
principais funções são contenção, proteção e comunicação. A contenção tem a função de
servir como recipiente ao produto; proteção é a função que possibilita um manuseio seguro,
evitando avaria ao produto e a comunicação leva informações, utilizando símbolos,
impressões e cores.
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Uma das principais atividades que movimentam a economia brasileira é o agronegócio, que
envolve a cadeia produtiva agrícola ou pecuária. Segundo dados do CEPEA - Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (2010), em 2008 o agronegócio foi responsável
por 50,68% do PIB, a saber: 25,44% insumos, 17,74% agropecuária e 7,5% agroindústria .
Dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) também comprovam a
importância do agronegócio no cenário econômico brasileiro. A população cresceu de 51
milhões em 1950 para 183.987.291 em 2007, de acordo com o IBGE, o que pode explicar o
aumento da produção de alimentos, já que, para atender a essa demanda, foi necessário levar
as atividades a um passo além, permitindo que o setor se expandisse, e isso veio à custa do
meio ambiente, pois foi preciso mais desmatamentos em busca de áreas produtivas. Observa-
se, então, com o aumento da produção, que há um acréscimo no uso de agrotóxicos e
consequentes impactos no meio ambiente.
Com relação aos agroquímicos e seus impactos ambientais, a Norma Regulamentadora Rural
NR 5, que acompanha a Lei 7802/89, define os agrotóxicos como substâncias, de natureza
química, quando destinados a prevenir, destruir ou repelir, direta ou indiretamente, qualquer
forma de agente patogênico ou de vida animal ou vegetal que seja nociva às plantas e animais
úteis, seus produtos e subprodutos e ao homem.
Os danos causados à saúde humana pelos agrotóxicos é assunto muito importante, mas aqui o
destaque é para os impactos que esses produtos causam ao meio ambiente, seja através das
substâncias que os compõem, seja através do lixo gerado pelas embalagens, quando já
utilizados o produto.
Segundo Antunes (2001) “Impacto é um choque, uma modificação brusca causada por alguma
força exterior que tenha colidido com algo”. Sinteticamente, poderíamos dizer que o impacto
ambiental é uma modificação brusca causada no meio ambiente. […] O impacto ambiental é,
portanto, o resultado da intervenção humana sobre o meio ambiente. Pode ser positivo ou
negativo, dependendo da qualidade da intervenção desenvolvida.
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Desse modo, o uso exagerado de agrotóxicos impacta, de uma forma direta, o meio ambiente.
Quando em contato com o mesmo, as substâncias podem ser degradadas ou se
movimentarem, contaminando água, solo e ar. Outra forma dos agroquímicos afetarem o
ambiente é através do descarte irregular das embalagens. Em muitos lugares elas são
descartadas com o lixo comum e é possível encontrá-las expostas na natureza, apesar da lei
que regulamenta a devolução das embalagens ao local de aquisição.
Surgiu, em 1989, a Lei no 7.802/89 , que trata destas questões. A mesma passou por algumas
modificações em 2000 e 2002, por meio da Lei Federal no 9.974/00 e do decreto no 4.074/02
que estão em vigor até os dias atuais. As mencionadas legislações distribuem competências e
responsabilidades entre consumidores, comerciantes, fabricantes e Poder Público.
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podendo a devolução ser intermediada por postos ou centros de recolhimento, desde que
autorizados e fiscalizados pelo órgão competente.
De acordo com a mesma lei, o 5º parágrafo do Art.6, no inciso I, trata das competências dos
fabricantes e comerciantes: “as empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus
componentes e afins, são responsáveis pela destinação das embalagens vazias dos produtos
por elas fabricados e comercializados, após a devolução pelos usuários, e pela dos produtos
apreendidos pela ação fiscalizatória e dos impróprios para utilização ou em desuso, com vistas
à sua reutilização, reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos
registrantes e sanitário-ambientais competentes”.
Desse modo, para responder às exigências da lei, as embalagens passam por um fluxo reverso,
assunto que é objeto do artigo em questão.
O meio ambiente tem sofrido ao longo dos anos uma série de impactos negativos, podendo
destacar os excessos residuais gerados principalmente pelos bens de pós-consumo, em locais
impróprios, como rios, ruas e terrenos baldios. E isto acontece porque, de modo geral, os bens
são produzidos em larga escala, com vida útil reduzida e valores residuais baixos, o que torna
o descarte mais viável que o conserto dos mesmos.
As ações negativas, pelas quais o meio ambiente tem passado, preocupam tanto a sociedade
como as organizações e os efeitos e consequências observados no desastre ecológico tem
tornado todos mais sensíveis ecologicamente. Sendo assim, surgem os consumidores
dispostos a pagar mais por produtos que em seu ciclo produtivo agridam o mínimo possível o
meio ambiente, e mais exigentes quanto às responsabilidades das empresas. E, por outro lado,
surgem organizações preocupadas com sua imagem corporativa e procuram se diferenciar,
adequando-se às exigências do mercado sustentável.
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A logística reversa pode ser entendida como um meio de contribuição positiva para preservar
o meio ambiente, pois através de suas operações de retorno de mercadorias, seja por danos,
prazos de validade vencida, obsolescência e até no final de sua vida útil podem ser
encaminhadas para uma designação correta, remanufatura, reforma, reciclagem ou aterros. O
processo de devolução e recuperação pode se transformar em oportunidade de negócios para a
empresa e conseqüentemente evitam mais descartes ao meio ambiente, uma vez que a
logística reversa executa a função de limpar os canais de distribuição (BENCK & DUARTE,
2007).
Pode-se admitir então, que a logística reversa é uma das melhores estratégias para se aplicar
nas empresas quando o assunto é minimizar impactos negativos, causados pelos resíduos de
produtos ou processos ao meio ambiente. São, pois, as atividades reversas as responsáveis por
recapturar valor aos produtos ou descartá-los corretamente, reduzindo assim seus impactos.
Além de revelar um posicionamento de responsabilidade empresarial em relação ao meio
ambiente, através da logística reversa, a organização continua responsável pelo seu produto
mesmo após a entrega ao mercado de consumo e implanta uma nova cultura, qualificada pelo
ciclo "reduza - reuse - recicle", também denominada "cultura ambientalista."
Entre os vários bens de pós-consumo que são descartados ou retornam na logística reversa, as
embalagens de agrotóxicos merecem cuidado e atenção especial, pois, se descartadas
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Exatamente por isto surge a necessidade de gerenciar o retorno destes resíduos. Aliás,
obrigatoriedade, como mostra a já mencionada Lei n 7.802/89, que torna obrigatória a
devolução das embalagens de agrotóxicos vazias, a fim de proporcionar um destino final
seguro a estas.
6. METODOLOGIA
O trabalho de pesquisa em questão tem como metodologia a revisão dos principais conceitos
envolvidos, seguidos de bibliografia de autores respeitados no contexto da logística. Feito
também pesquisas em periódicos do setor (revistas especializadas, artigos de jornal, artigos
acadêmicos na internet e outros), para fins de análise da devolução de embalagens na micro-
região de Patos de Minas, e avaliação de como as atividades reversas têm sido realizadas,
quais as dificuldades, os custos e as contribuições para o meio ambiente.
Fez-se uma pesquisa do canal reverso das embalagens de agrotóxicos, ou seja, nos postos e
centrais de recebimento de embalagens de agrotóxicos vazias. Finalizado com as estatísticas
de devolução de embalagens vazias, precisamente na micro-região de Patos de Minas.
Sendo de fato, o consumidor, o primeiro elo do canal de distribuição reversa, a ele cabem as
responsabilidades de realizar uma tríplice lavagem nas embalagens, perfurá-las, inutilizando-
as, armazená-las provisoriamente em sua propriedade em local devidamente apropriado, e no
prazo de um ano, a partir da data da compra, entregá-las na unidade de recebimento.
O fabricante por sua vez tem a responsabilidade de recolher as embalagens vazias nas
unidades de recebimento, oferecer uma destinação final correta, além de orientar e informar o
consumidor.
O fato é que, na busca por maior produtividade e lucro, o consumo de fitossanitários não pára
de crescer. Mesmo conhecendo os riscos que estes produtos podem causar à saúde humana e
ao meio ambiente, tem-se aplicado cada vez mais nas lavouras. Devido a este aumento no
consumo, o que cresce também é a quantidade de resíduos sólidos gerados pelas embalagens
vazias dos agrotóxicos e, como já citado, necessitam de um descarte seguro, que evite danos à
saúde e minimize os impactos visuais do "lixo" no meio ambiente (DOMINGUEZ, 2010) .
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Quando comparado esta informação com o mesmo período de 2009, houve um acréscimo de
aproximadamente 13,79% no total de embalagens devolvidas até agosto de 2010, o que
mostra que a logística reversa destes resíduos é uma tendência crescente e necessária.
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Somadas as quantidades devolvidas nos três períodos, retornaram de todo o país, 70.023
toneladas de embalagens de agrotóxicos. Minas Gerais foram 5.870 e da micro-região um
total de 733 toneladas destes resíduos. O que pode-se afirmar, sem duvidas, que é notável a
variação positiva na quantidade de embalagens vazias de agrotóxicos devolvidas no país. Isto
ocorre porque o consumidor assumiu uma nova cultura e aumentou sua consciência ecológica.
E em parceria com a legislação, obriga as organizações a se tornarem cada vez mais
responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa assumir as
responsabilidades pelos retornos dos mesmos e oferecer aos resíduos gerados por estes uma
disposição final correta, contribuindo assim, com a construção de um meio ambiente
sustentável e capaz de atender as necessidades de gerações futuras.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do tempo, as inovações tecnológicas têm permitido que se introduzam no mercado
produtos mais descartáveis, devido à alta tecnologia e baixos custos com que se produz tais
bens e permite ainda que estes cheguem ao consumidor com um preço reduzido, facilitando
assim sua aquisição. Em decorrência disto, é comum que a vida útil dos produtos seja
reduzida, o que favorece a crescente descartabilidade, principalmente dos bens de pós-
consumo, já que eles se tornam obsoletos rapidamente e logo são substituídos por produtos
novos ou mais modernos.
Quem fica à mercê desta descartabilidade é o meio ambiente, pois na maioria das vezes os
produtos sem utilidade são simplesmente abandonados em qualquer lugar, não se tendo o
devido cuidado ou as informações necessárias para uma disposição final segura. Por isso,
toneladas de resíduos são lançadas na natureza, impactando-a de modo negativo.
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10. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental. 5 ed, Pag. 190. Editora: Lúmen Júris. Rio de Janeiro,
2001.
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