Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pierre Boutroux e A Evolução Da Matemática Moderna
Pierre Boutroux e A Evolução Da Matemática Moderna
Resumo
Este artigo apresenta parte do trabalho que vem sendo desenvolvido sobre Pierre Boutroux e a Evolução
da Matemática Moderna. O matemático Boutroux em 1920 escreveu o livro L'idéal scientifique des
mathématiciens: dans l'antiquité et dans le Temps Modernes. Nesta obra nosso olhar se volta
principalmente para o relato de autor sobre o ponto de vista da análise moderna, o mesmo acredita que o
conceito de função contínua é o fio vermelho para o desenvolvimento da matemática e ainda que na
história da matemática aconteceu uma ruptura, onde no século XIX ela deixa de ser sintética e torna-se
analítica. Seguindo esta idéia estudamos o início da matemática moderna com as reformas de Félix Klein
e o seu slogan sobre a introdução do conceito de função na matemática. A metodologia utilizada é a
pesquisa teórica e histórico-bibliográfica. Espera-se contribuir com a Educação Matemática e a Didática
da Matemática.
1. INTRODUÇÃO
1
Mestranda em Educação – Programa de Pós-Graduação em Educação/UFMT – geslanef@hotmail.com.
Orientador - OTTE, Michael Friedrich - Prof. Dr. do Programa de Pós-Graduação em Educação/UFMT.
michaelontra@aol.com.
2
não só deu início à reforma da didática na Matemática (com os esforços de Felix Klein),
mas também gerou uma crise nos fundamentos da própria matemática.
Em 1905 aconteceu o congresso internacional na Europa em Meran sobre a
reforma da Educação Matemática, neste congresso Felix Klein apresenta o conceito de
função como peça principal para a reforma da Educação Matemática.
Na física, em 1900, Planck (1858-1947) fundou a mecânica quântica e em 1905,
Albert Einstein (1879-1955) criou a teoria da relatividade, por isso “(...) no decorrer do
século, modificou-se a nossa concepção do mundo” (SAINT-SERNIN, 1998, p. 69). Na
química tem-se as divergências em relação aos “princípios da teoria cinética dos gases”
(SILVA, 1972, p.90). E na biologia destaca-se Charles Darwin (1809-1882).
Com a Revolução Industrial o homem adquire o domínio sobre o mundo das
máquinas gerando a divisão entre mente e mão, fortalecendo a criatividade humana e
impulsionando a mente a se sentir mais livre e poderosa.
Neste contexto encontra-se Boutroux, que na virada do século XIX tinha 20 anos
e em 1908 iniciou sua carreira como professor de Cálculo Integral em Poitiers na
França.
A ciência antiga foi baseada numa metafísica que concebeu o mundo observando
um ensemble de substâncias e suas características essências, o seu objetivo era
descrever e representar a estrutura do mundo. Esta ciência foi formada por frases
composta por sujeito e predicado, como por exemplo: Sócrates é bom, ou seja, a
bondade é uma característica essencial de Sócrates. A ciência da modernidade depois do
conflito com a igreja na Idade Média e da separação da teologia tinha a função de
buscar seus fundamentos e sua metodologia no seu próprio campo e por seus próprios
pensamentos científicos.
A partir de então, o conhecimento foi concebido em termos de relações – cada
lei da natureza é expressa em termos de relações ou na forma de equações – e por isso
se fez necessário buscar um fundamento objetivo das relações. A crença baseada no
princípio da uniformidade da realidade ou também chamado de princípio da
continuidade foi concebida para estas tarefas.
4
No século XIX acontece não apenas uma revolução, mas uma ruptura dando
início à terceira época (contemporânea à Boutroux), onde: “O pensador moderno, de
todas as formas, não busca explicar a si mesmo, não pretende compreender
8
completamente em que consiste e sob quais condições pode agir a intuição. As suas
definições, na maioria dos casos, ficam negativas” (BOUTROUX, 1920, p. 224).
Nesta terceira época tem-se um equilíbrio, a complementaridade entre objeto e
sujeito, ou seja, o conhecimento passa a representar uma relação entre sujeito e objeto.
A harmonia entre o método e objeto deixa de existir, assim como a concepção sintética
perde força, dando lugar a concepção analítica.
6. CONSIDERAÇÕES
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVAILLES, Jean. Sur la logique et la théorie de la science. 3ed. Paris: Vrin, 1976.