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FICHA CATALOGRÁFICA
Observação:
Material didático público para livre reprodução.
Material bibliográfico eletrônico e impresso.
Realização
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Editora do IFES
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
Pró-Reitoria de Extensão e Produção
Av. Rio Branco, no. 50, Santa Lúcia
Vitória – Espírito Santo - CEP 29056-255
Tel. (27) 3227-5564
E-mail: editoraifes@ifes.edu.br
Programa de Pós-graduação em
Educação em Ciências e Matemática
Av. Vitória, 1729 – Jucutuquara.
Prédio Administrativo, 3o andar. Sala do Programa Educimat.
Vitória – Espírito Santo – CEP 29040 780
Comissão Científica
Alex Jordane de Oliveira
Marcelo Almeida Bairral
Rony Cláudio de Oliveira Freitas
Coordenador Editorial
Maria Alice Veiga Ferreira de Souza
Sidnei Quezada Meireles Leite
Revisão
Lucieni Forza Mongin
Produção e Divulgação
Programa Educimat, IFES
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Instituto Federal do Espírito Santo
MÁRCIO ALMEIDA CÓ
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
RICARDO PAIVA
Diretor Geral
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES
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À minha família e colegas de
trabalho pelo companheirismo,
incentivo, paciência e apoio.
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Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................10
MODELAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ......................................12
A ATIVIDADE DE MODELAGEM REALIZADA ......................................................................13
Na Horticultura ...........................................................................................................................19
No Laboratório de Informática.............................................................................................25
Atividades propostas a partir dos gráficos produzidos ............................................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................47
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APRESENTAÇÃO
Este guia didático é destinado a professores que queiram inovar na forma de abordagem do
conceito de função através da Modelagem Matemática. Apresentar aos estudantes este rico
instrumento matemático para interpretação de fenômenos em consonância com os motivos
que determinaram o surgimento do conceito de acordo com a perspectiva de Caraça (1984): a
necessidade de analisar fenômenos, identificar regularidades, interpretar interdependências
e generalizar.
O trabalho foi proposto e estruturado com base em uma atividade de Modelagem
Matemática fundamentada na perspectiva de Almeida (2012) e observando os pressupostos
de Vygotsky (2005, 2007) no que tange ao processo social e histórico-cultural de construção
do conhecimento.
As atividades apresentadas neste guia foram construídas com base nos trabalhos de
Modelagem Matemática desenvolvidos por alunos do primeiro ano do Ensino Médio
Integrado ao Técnico em Agropecuária a partir da realidade vivenciada por eles.
Nosso objetivo com esse guia é que ele seja um material de apoio ao professor, fornecendo
exemplos comentados de atividades de modelagem não com o intuito de fornecer receitas,
mas dar subsídios para a reflexão e criação de novas atividades.
Sendo assim, na introdução comentamos sobre os motivos que nos levaram à elaboração
deste guia. A seguir, expomos as bases teóricas que sustentaram o estudo para, em seguida,
relatarmos as atividades desenvolvidas de forma comentada e apresentarmos algumas
sugestões de leitura.
Boa leitura!
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INTRODUÇÃO
Neste texto, apresentamos um recorte da nossa pesquisa de
mestrado realizada no ano de 2015 junto a uma turma de 1ª série
do ensino médio integrado ao técnico em Agropecuária do Ifes
Campus Itapina (Colatina – ES).
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o conhecimento matemático com o conhecimento técnico.
Escolhemos o tema funções como o conteúdo matemático a ser
explorado pelo fato de ser um tema predominante no currículo
previsto para a primeira série do ensino médio e por ser uma
temática facilmente encontrada nos fenômenos observados no
contexto da agropecuária.
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Na ilustração abaixo, mostramos o canteiro feito pelos alunos sob
a supervisão da professora da disciplina de Produção Vegetal I. A
construção e acompanhamento do canteiro fazia parte da
atividade de modelagem.
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Na Horticultura
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Esquema ilustrativo de como foram realizadas as medidas da planta
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Alunos medindo o comprimento da raiz de uma planta
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Abaixo, apresentamos um momento de medição do diâmetro do
caule.
Observações:
No Laboratório de Informática
Número de dias com que cada grupo foi transferido para a bancada de produção
Gráfico produzido pelos alunos na atividade piloto (Altura (cm) x tempo (dias))
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com 28 alunos. Dessa forma, cada grupo utilizou dois
computadores para a realização dessa parte dos trabalhos.
Observações:
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que eles pudessem melhorar a representação gráfica.
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percebemos que alguns alunos começaram a esboçar
desmotivação para a empreitada. Pelo fato de termos seis grupos
para orientar, tornou-se difícil dar a atenção esperada a todos os
grupos. Percebemos certa dificuldade nos alunos em tentar
caminhar sozinhos. A esse respeito, Bassanesi (2006) e Scheller
(2009) alertam sobre dificuldades que os alunos apresentam
quando submetidos a uma abordagem diferente da tradicional,
especialmente quando é a primeira vez que participam de
atividades de modelagem.
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a) Quais são as grandezas envolvidas?
b) O que aconteceu com o número de folhas dos pés de alface
plantados no campo com o passar do tempo? E os da
hidroponia?
c) Pode-se dizer que existe alguma relação de
interdependência entre o número de folhas e o tempo?
Explique.
d) Houve algum período (intervalo) em que a taxa de variação
do número de folhas dos pés de alface plantados no campo
foi igual à taxa de variação do número de folhas dos pés de
alface da hidroponia?
e) Qual o período de maior taxa de crescimento do número de
folhas na cultura efetuada no campo? E na hidroponia?
f) Qual o período de menor taxa de crescimento do número de
folhas na cultura efetuada no campo? E na hidroponia?
g) Existe alguma relação entre a taxa de variação (no nosso
caso, taxa de crescimento) e a inclinação do gráfico?
Explique.
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h) Como seria o aspecto do gráfico se a taxa de crescimento
fosse sempre igual em todos os intervalos?
Observações:
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junto aos alunos no sentido de perceberem o conhecimento de
maneira mais integrada.
1ª Questão proposta:
2ª Questão proposta:
a) Seria possível
estimar a altura da
planta ao final da
quarta semana?
Explique.
Observações:
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a) Analisando o gráfico acima e lembrando como foi medida a
altura da parte aérea, como vocês comparam as duas
culturas da alface (campo e hidroponia)?
b) Qual foi a altura média da parte aérea dos pés de alface da
hidroponia no 36º dia? E dos pés de alface plantados no
campo?
c) Qual foi o dia, de acordo com o gráfico que a altura média
da parte aérea dos pés de alface da hidroponia atingiu 27
cm? E os do campo?
d) A julgar pelo gráfico dado acima, em algum momento a
altura média da parte aérea dos pés de alface plantados no
campo vai ser maior que a altura média dos pés de alface da
hidroponia? Explique.
Observações:
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Julgamos ter alcançado nossas expectativas com essa atividade na
medida em que percebemos, nas discussões dos alunos indícios de
uma busca por identificação de regularidades que possam subsidiar
uma previsão do comportamento das grandezas.
1ª Representação: Tabela
Tempo (dias) 22 29 36 43 50
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2ª Representação: Gráfico
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Observações
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Esquema mostrando os diferentes tipos de representação de função
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a) Quais as grandezas envolvidas?
b) Pode-se dizer que existe alguma relação de interdependência
entre a medida do diâmetro do caule e o tempo? Explique.
(analise separadamente campo e hidroponia)
c) Para a alface do campo, seria possível prever (estimar) o
diâmetro do caule no 57º dia? E no 46º dia?
d) Em qual intervalo de tempo podemos estimar a medida do
diâmetro do caule?
e) Neste intervalo de tempo, qual foi a variação da medida do
diâmetro do caule?
f) O grupo consegue perceber alguma regularidade no
crescimento do diâmetro do caule? (analise separadamente
campo e hidroponia).
Observações
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Com o intuito de avançar na discussão sobre as ideias de
domínio e imagem de uma função, sugerimos outras
atividades. Abaixo mostramos uma delas.
Área do 0,8
canteiro (m²)
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desses conceitos. Reiteramos ainda a importância de que essas
atividades iniciais utilizadas para dar embasamento para a
construção do conceito de função tenham relação com a realidade
vivenciada pelos alunos de forma a dar sentido ao conhecimento.
Somente então após essa aproximação do conceito através dessas
situações, trabalhar o conceito de maneira mais formal. Nesse
pensamento, Sierpinska (1992) sustenta que a apresentação da
definição mais formal, como conjunto de pares ordenados, não tem
muito sentido para alunos do ensino fundamental e médio.
Necessário então seria tomar coisas do cotidiano do aluno para
que o conhecimento produzido tenha sentido para ele. Partir do
que ele sabe para chegar ao que ele ainda não conhece.
Visão de função
-Relação entre dois -Instrumento matemático
conjuntos que observa essencial à análise de
certas condições. fenômenos de variação.
-Conjuntos de pares
ordenados.
Como o aluno -Transmissão de -Resolução de problemas
aprende conteúdos, exercícios. extraídos da realidade
que circunda o aluno.
Relação -Aluno absorve o -Aluno interage com os
professor x conhecimento de forma pares na busca de
aluno passiva. solução para problema;
-O professor é o professor tem papel de
detentor do mediador entre
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conhecimento e o estudante e o
transmite ao aluno conhecimento.
Espaço-Tempo -Rígido; limitado à sala -Aberto/negociado.
na escola de aula e o tempo da Muitas vezes ultrapassa
aula. as fronteiras da sala e o
tempo da aula.
Relação da -Estanque; não há -Campo de conhecimento
matemática muitas relações e de outras disciplinas
com outras conexões com outras pode proporcionar o
disciplinas disciplinas ou áreas do problema que é o ponto
conhecimento. de partida;
-Outras vezes, para
resolver o problema, o
aluno também mobiliza
conhecimentos de outras
áreas do conhecimento.
Relação da -Exercícios sem conexão -A realidade é a fonte dos
matemática com a realidade ou problemas a serem
com a relacionados à uma trabalhados;
realidade semi-realidade. -A interpretação dos
resultados é validada na
realidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Considerando que podem ser a mola mestra para derrubar as
paredes de separação entre as disciplinas e impulsionar maior
integração entre elas.
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reflexão e debate em torno da temática da utilização da
modelagem como abordagem metodológica. Deste modo,
proporcionar subsídios e incentivar que outros professores
busquem seus caminhos neste fértil e amplo campo que é a
Modelagem Matemática na Educação Matemática.
REFERÊNCIAS
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D’AMBRÓSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre educação
matemática. Campinas: Summus, UNICAMP, 1986.
SUGESTÕES DE LEITURA
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ALKIMIN, Edson. PAIVA, Maria Auxiliadora Vilela. Reflexões
Didático-Pedagógicas para a Introdução do Conceito de
Função. Vitória: Editora Ifes. 2013.
http://www.furb.br/cremm/portugues/index.php - Centro de
Referência de Modelagem Matemática no Ensino (CREMM)
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