Patrimônio Cultural é o conjunto de todos os bens culturais, materiais ou
imateriais, que, pelo seu valor próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. Obras de arte que habitam a rua, que vivem em museus, obras de arte efêmeras que são registradas em diferentes mídias, manifestações artísticas do povo que são mantidas de geração em geração, que se oferecem ao nosso olhar.
Patrimônio material: é formado por um conjunto de bens culturais
classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. Exemplos bens materiais brasileiros estão os conjuntos arquitetônicos de cidades como Ouro Preto (MG), Paraty (RJ), Olinda (PE) e São Luís (MA) ou paisagísticos, como Lençóis (BA), Serra do Curral (Belo Horizonte), Grutas do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida (Bonito, MS) e o Corcovado (Rio de Janeiro).
Patrimônio imateriais: estão relacionados aos saberes, às habilidades, às
crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais. Exemplos: a festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Feira de Caruaru, o Frevo, a capoeira, o modo artesanal de fazer Queijo de Minas e as matrizes do Samba no Rio deJaneiro.
Quando se preserva legalmente e na prática o patrimônio cultural,
conserva-se a memória do que fomos e do que somos: a identidade da nação. Patrimônio, etimologicamente, significa "herança paterna"- na verdade, a riqueza comum que nós herdamos como cidadãos, e que se vai transmitindo de geração a geração. No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é responsável por promover e coordenar o processo de preservação e valorização do Patrimônio Cultural Brasileiro, em suas dimensões material e imaterial.
O tombamento de bens culturais
Tombar alguma coisa de acordo com normas legais equivale a registrar, com o objetivo de proteger, controlar, guardar. Tombamento, também chamado tombo, provavelmente originado do latim tomex, significa inventário, arrolamento, registro. O tombamento de bens culturais, visando a sua preservação e restauração, é de interesse do estado e da sociedade.
A conservação dos bens culturais
Sendo o patrimônio cultural parte da herança comum da nação, a sua conservação é de interesse geral, tanto do poder público como dos proprietários e de toda a comunidade. Entretanto, a legislação indica que o Proprietário de um bem tombado é o primeiro responsável por sua integridade, cabendo-lhe, “se não dispuser de recursos para sua conservação e reparação, comunicar a necessidade das obras à Secretaria de Cultura, que providenciará a devida”. Reforma e Restauração Reforma pretende alterar o visual do móvel ou imóvel ao contrário da restauração, que tem por objetivo resgatar a aparência original. Antes de reformar uma peça, é necessário verificar se ela não tem um valor histórico ou é assinada por um designer famoso, pois qualquer interferência vai desvalorizá-la. A restauração já é um trabalho para profissionais, sendo necessário estudar cada detalhe para que a recuperação do móvel ou imóvel seja perfeita e jamais seja alterada a suas linhas e design originais. Tem como finalidade resgatar e revelar os valores históricos e artísticos, fundamentando-se no preexistente e na autenticidade para recuperar a sua integridade.
Este cuidado não se aplica somente a imóveis tombados, ou seja,
protegidos por legislação especial, mas aos que fazem parte do entorno destes ou que, ainda, estejam incluídos no rol do Inventário do Patrimônio Cultural do município ou do Estado.