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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de Os Elementos da rede GPON, OLT, ONT, ONU e NT
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado (Network Termination) ilustrados na Figura 1, são interligados
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações. em rede óptica ODN (Optical Distribution Network), dessa
Orientador: Prof. MSc. André Luis da Rocha Abbade. Trabalho aprovado em
08/2017. forma os elementos de rede conseguem realizar as
comunicações entre si e levar os serviços de voz, dados e liderado pela OLT, que atribui a cada ONT um instante e um
vídeo para os assinantes. A condição de atender 64 assinantes intervalo de duração para que a ONT transmita a informação.
a partir de uma fibra da central é possível com a utilização de Diferente do sentido descendente, no ascendente o splitter
splitters, que são divisores ópticos passivos que serão agrupa, passivamente, todas as informações. Logo, se duas
descritos na sequência deste trabalho. informações chegarem ao splitter ao mesmo tempo haverá a
colisão dos dados. Por este motivo, a OLT precisa conferir o
C. Comprimentos de onda
atraso que ocorre na transmissão da informação de cada ONT
A GPON utiliza WDM (Wavelenght Division Multiplex) e com esta informação definir e gerenciar o instante que cada
alocando 3 comprimentos de onda, dois no sentido ONT pode transmitir.
descendente e um no sentido ascendente. Numa
implementação típica GPON, os valores utilizados para os
comprimentos de onda estão detalhados a seguir e ilustrados
na Figura 2.
Sentido descendente com duas portadoras, sendo:
1490nm:
Saída da OLT;
Sinal digital que possibilita a implementação de
serviços como IPTV (Internet Protocol Television),
VoIP (Voice over Internet Protocol), acesso internet,
VoD (Video on Demand) , entre outros;
Débito agregado: 2,5 Gb/s;
1550nm:
Saída do equipamento de RF (Rádio Frequência), Fig 3. Encaminhamento das Informações nos sentidos descendente e
RFoPON (RF over PON) sinal de RF que transporta ascendente.
vários canais de vídeo analógico.
Sentido ascendente com uma portadora, sendo: E. Camada Física, PMD (Physical Medium Dependent) –
1310nm: G.984.2 [1]
Saída da ONT; Em cada porta PON limita-se no máximo 128 terminais
Sinal digital (VoIP, Acesso Internet, Canal de Retorno
ONT, mas neste estudo estaremos limitando a 64 por ser
de IPTV e de VoD, entre outros);
normalmente utilizado pelas operadoras no Brasil. Isto será
Débito agregado: 1,25 Gb/s.
possível mediante a utilização de divisores ópticos passivos
(splitters).
F. Divisores de Potência Óptica – Splitters.
Os Splitters Ópticos são dispositivos multiportas do tipo:
N x N (N = 2, 3, 4) ou
1 x N (N = 2, 3, 4, 8, 16, 32)
Splitters;
CDOIA
ARDO/CEOS
S. Ferramentas
É de extrema importância, que as equipes de campo
possuam as ferramentas adequadas para realizar o manuseio
dos cabos de fibra óptica. A seguir serão apresentadas as
principais ferramentas utilizadas.
Fig. 11. Setorização da área. Para a abertura do cabo é utilizado o roletador, que tem que
ser indicado de acordo com o diâmetro correto para manuseio
Q. Projeto Cartográfico
do cabo, para que permita a regulagem da profundidade de
Para iniciar o projeto, o primeiro passo é exportar as corte da lâmina para a espessura da capa externa ao abrir, de
informações do resultado do Survey para uma planta com
modo a não danificar os tubos e fibras no interior do cabo,
cartografia, com cada logradouro numerado.
conforme ilustra a Figura 14.
O Projeto cartográfico deverá mostrar a rede de dutos e a
rede aérea com perfis (para avaliar disponibilidade de dutos e
postes), marcação na planta das obras em curso e terrenos a
construir. É de extrema importância garantir que todos os
Surveys levantados estejam dentro da área do projeto
elaborado.
Desta forma os elementos de rede dimensionados serão os
necessários para o atendimento de todos os possíveis
RCS-114 Rippley/Miller ACS ou F1-ACS Rippley/Miller
assinantes numa determinada área. A Figura 12 ilustra um φcabo - 4.5 - 29mm φcabo – 8 - 28.6mm
modelo de projeto Cartográfico [1]. Abertura Long& Trans. Abertura Long& Trans.
R. Projeto Unifilar
O Projeto Unifilar, como ilustrado na Figura 13, mostra a
saída de cabos da estação telefônica e a distribuição das fibras
e cabos na área a ser atendida. Os elementos de rede deverão
estar devidamente identificados com respectiva nomenclatura.
Os cabos deverão ser acompanhados com suas respectivas Fig. 15. Alicate para Corte de Cabo.
etiquetas de acordo com a nomenclatura, identificação, O Alicate ilustrado na Figura 16 realiza o corte do elemento
capacidade do cabo, comprimento do lance (CL), fibras ativas, tensor normalmente constituído por kevlar.
fibras mortas e fibras diretas e/ou fusionadas no elemento de
rede anterior [1].
Para retirar o revestimento primário da fibra óptica são
utilizados os descascadores de fibra óptica. Estas ferramentas
possuem ranhuras dimensionadas adequadamente para retirar
as camadas de revestimento, que podem ter 900µm ou 250µm,
sem danificar a fibra óptica, expondo o vidro (casca) da
mesma. Na Figura 20 são ilustrados alguns exemplos de
descascadores de um ou mais furos.
T. Conectores
Existe uma variedade muito grande de conectores ópticos e
neste documento serão mencionados apenas os de utilização
mais comum em redes e equipamentos FTTH.
Há dois tipos de acabamento na face dos conectores ópticos
com impacto no seu desempenho na refletância (Retum Loss).
Fig. 17. Tesoura para Corte de Aramidas. Os conectores do tipo PC (Physical Contact) fazem um
acoplamento entre dois ferrolhos e suas terminações fazem um
Para a abertura dos cordões ópticos flexíveis monofibra são
ângulo de 90° com o eixo da fibra, ou seja, o acoplamento é
utilizados alicates descascadores que apresentam múltiplos perpendicular ao eixo da fibra. Já no conector do tipo APC
furos de descasque com diferentes diâmetros, como os (Angled Physical Contact) o acoplamento entre os dois
exemplos ilustrados na Figura 18. Em alguns descascadores é ferrolhos ocorre com uma superfície inclinada a 8° em relação
possível remover desde o revestimento exterior do cordão até à perpendicular do eixo da fibra. Isso faz que a reflexão de
o revestimento primário da fibra expondo o vidro (casca) da Fresnel na transição não seja confinada e retorne para o núcleo
fibra óptica. da fibra óptica [1].
Um conector muito utilizado é o conector SC. Ele é um
conector simples e eficiente, que usa um sistema fácil de
encaixe e oferece pouca perda de sinal (atenuação). É bastante
popular em redes com fibras multimodo e monomodo, mas
vem perdendo espaço para o conector LC, pois o LC é menor
e reduz a ocupação de espaço nos bastidores. O Conector SC
está ilustrado na Figura 21[6].
Conector SC
Alicate Descascador de 3 furos com dupla
Alicate Descascador com múltiplos furos funcionalidade:
para diferentes dimensões de cabo ótico • Para cabo (furo de maior diâmetro)
• Para fibra ótica : • Perdasde inserção típicas~0.3dB (par)
•φ revestimento fibra -900µm e
•φ revestimento fibra 250 µm • Refletânciatípica ~ -55 a -65 dB
• Nr. de ciclos de conexão ~ 1000
Fig. 18. Exemplo de alicates descascadores [5].
Para a abertura dos tubos loose, que são abertos numa certa Fig. 21. Conector e adaptador SC/PC.
extensão sem quebrar as fibras que contêm, existem
ferramentas próprias cuja designação em inglês é Middle Span O adaptador do conector SC ilustrado na Figura 21
Acess Tool, conforme ilustra a Figura 19. possibilita um alinhamento mecânico com elevada precisão,
que permite fazer a interligação entre dois conectores.
O conector LC, ilustrado na Figura 22, é um conector de
encaixe de dimensões reduzidas (mini-conector), por isso
muito utilizado em bandejas, cartões e painéis de
equipamentos, pois permite uma maior densidade de
conectores do que o SC.
MSAT Rippley/Miller O conector E2000, ilustrado na Figura 22, é um conector de
φtubos- 1,8 – 3,2mm Corning MSAT
φtubos– 2,7 – 3,0mm encaixe, tal como o SC, mas tem uma tampa de proteção que
Fig. 19. Ferramentas para abrir tubos Loose [5]. se fecha automaticamente quando o conector é retirado do
adaptador, garantindo a proteção mecânica do conector e física conhece, porque apresenta o melhor desempenho em termos
do técnico de campo. Estas características são muito de atenuação e máxima confiabilidade. Uma emenda for fusão,
interessantes para projetos de longa distância, pois garantem realizada dentro dos devidos critérios de qualidade, não é
menor risco de defeitos em enlaces críticos, entretanto este sensível aos agentes externos, tais como a temperatura,
conector tem custo unitário maior que o SC e que o LC, sendo humidade, poeiras e vibração.
preterido em projetos de redes locais, como é o caso da rede
GPON.
O conector FC, ilustrado na Figura 22, é um modelo de
conector utilizado há bastante tempo, é muito robusto e com
boas características mecânicas e por isso muito interessante
para instrumentos de teste, pois reduz o risco de precisar
enviar o equipamento para manutenção em função do desgaste
pelo grande número de conexões realizadas periodicamente.
E2000 FC LC
Fig. 24. Sujeira nos Conectores.
Concetor de encaixe Conector de encaixe Conector de encaixe Lenços de papel que não soltem fiapo Álcool Isopropílico a 99% Líquido de limpeza Cotonetes que não soltem pelos
Ferrulecerâmica Ferrulecerâmica Ferrulecerâmica
Tampa de protecção Chave de encaixe Mini conector
Fixação roscada
para a degradação do desempenho de um sistema de Fig. 25. Kit de limpeza de conector óptico [5].
comunicação por fibra óptica.
Para obter uma fusão de 0,1dB exige-se a utilização de um
Em uma fibra óptica monomodo, com núcleo inferior a
clivador de boa qualidade, pois a clivagem precisa ser limpa e
10 µm, qualquer impureza em um conector pode impedir ou
perpendicular à fibra óptica [1].
interferir na passagem da luz, como ilustrado na Figura 23.
As máquinas de fusão de fibra óptica consistem,
basicamente, num sistema de alinhamento de precisão e um
Sinal transmitido Sinal refletido Sinal atenuado
par de eletrodos que, por arco-voltaico, geram uma
temperatura de 2000ºC, temperatura de fusão da sílica,
permitindo que ao aproximar as duas fibras, ocorra a emenda
por fusão. São também equipadas com um forno para retração
da manta termo contrátil que vai proteger a fibra exposta na
zona da emenda.
Núcleo Casca Ligação com sujeira As máquinas para executar emendas por fusão sofreram um
Fig. 23. Impureza nos conectores [2].
grande desenvolvimento na última década, existindo uma
grande diversidade de modelos, como ilustrado na Figura 26.
A existência de impureza num conector óptico, além de As máquinas de fusão utilizadas atualmente são
interferir na passagem de luz na ligação em que esse conector equipamentos muito sofisticados, com automatização da maior
é utilizado, pode danificar a face de um dos conectores, parte das manobras: Aproximação e alinhamento das
conforme ilustra a Figura 24. O risco na face de um conector extremidades das fibras a emendar e controle das descargas
constitui danos irreparáveis, o que tem como consequência a elétricas (arco-voltaico) em número e intensidade.
sua inutilização [1].
A melhor forma de manter o conector limpo é sempre
proteger a extremidade com seus respectivos protetores.
A Figura 25 ilustra os kits de limpeza mais utilizados.
U. Máquina de Fusão
É universalmente aceito que a emenda por fusão entre fibras
ópticas é o processo de interligação mais eficiente que se Fig. 26. Máquinas de Fusão de Fibra Óptica [8].
V. Ensaio de Ligação O Espalhamento de Rayleigh (Rayleigh Scattering) é um
O Ensaio de Ligação deve ser realizado todas as vezes que fenômeno intrínseco das fibras ópticas, sendo uniforme ao
uma atividade com fusão for finalizada. O ensaio permite longo de todo o comprimento do enlace. A luz ao chocar com
verificar se a fusão ou conectorização foi bem sucedido e não as partículas (impurezas) com um índice de refração diferente,
apresenta problemas com impacto no seu desempenho, tais provoca a difusão da luz. Parte da luz é refletida na direção
como fusão com atenuação acima do esperado ou macro contrária e é conhecida como retroespalhamento. O OTDR
curvatura resultante da instalação. apresenta em sua tela o nível do sinal retroespalhado medido
Em uma fusão ou conectorização por fibra óptica todos os em função da distância. A distância é calculada em função do
elementos de rede contribuem com uma parcela para o total de tempo que a luz demorou a retornar. Como o feixe óptico que
atenuação no enlace óptico, como podemos verificar no viaja pela fibra sofre mais atenuação quanto mais distante o
cálculo de atenuação estimada para a ligação ilustrada na ponto de onde ele é retroespalhado, o nível do sinal
Figura 27, apresentado na Tabela I. apresentado na tela vai reduzindo proporcionalmente a
atenuação do enlace. Se existirem descontinuidades, elas
1 conector 10 Km 5 fusões 1 conector
20 Km 10 fusões
1: 32 32
permitem identificar as emendas ou anomalias na transmissão
ao longo da ligação.
Fig. 27. Exemplo de uma ligação por fibra Óptica. Já a reflexão de Fresnel ocorre quando a luz passa de um
meio para outro, ou seja, de um meio com um índice de
TABELA I
CÁLCULO DE ATENUAÇÃO
refração para outro diferente, por exemplo, da fibra para o ar,
dá-se uma reflexão. Este efeito permite-nos identificar cortes
ATENUAÇÃO
NÚMERO na fibra óptica, emendas com bolha e conectores.
DE CONTRIBUIÇÃO Pode-se clivar a fibra óptica com ângulo (conector APC)
PARCIAL
ELEMENTOS
reduzindo significativamente a parcela da luz refletida que será
Distância FO (km) 30
confinada no sentido contrário, conhecida como perda de
Coeficiente de
atenuação FO aos 0,25 retorno. Ou seja, a perda de retorno é a parcela da reflexão de
1550nm (dB/km) Fresnel que de fato retorna pela fibra.
Atenuação total da A luz refletida na fronteira entre a fibra e o ar, tem valor
7,5
fibra (dB)
teórico de -14 dB, que significa que a potência óptica refletida
Número de fusões 15
estará 14 dB abaixo da potência óptica de transmissão. Um
Atenuação média da
0,1 conector do tipo UPC (Ultra Physical Contact), consegue
fusão (dB)
Atenuação total das
1,5
através de contato físico entre as fibras dos dois conectores,
fusões minimizar esta perda em função da qualidade de seu
Número de conectores 2 polimento, reduzindo o contato fibra/ar, pois a maior parte da
Atenuação média dos superfície estará em contato direto fibra/fibra. Nestas
0,5
conectores (dB)
Atenuação total dos condições, tem uma perda de retorno entre -35 e -50 dB.
1
conectores (dB) Já um conector do tipo APC que é clivado com ângulo, tem
Número de splitters uma perda de retorno entre – 55 e -65 dB.
1
1:32
Perdas de inserção de
16,7 16,7
splitter 1:32 (dB)
Atenuação total (dB) 26,7
Atenuação (dB)
REFERÊNCIAS
[1] Material Interno OI/Telemar não divulgado, Infraestruturas Exteriores
FTTH.
[2] Reference Guide to fiber optic testing Vol 1, França: Second Edition,
2011.
Fig. 33. Gama Dinâmica do OTDR [2]. [3] ISEL, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (on-line). Disponível
na Internet. URL: https://www.isel.pt/projetos/dimensionamento-de-
AA. Microscópio Óptico com câmera rede-de-operador-ftth.
Este equipamento contém uma câmera de vídeo na ponta do [4] Sindicelabc (on-line). Disponível na Internet. URL:
http://www.sindicelabc.org.br/normas/docs/rev_14705_mar2010.pdf.
equipamento, com amplificação (tipicamente 200x ou 400x) e [5] PROVITEL (on-line). Disponível na Internet. URL:
adaptadores para diversos tipos de conectores ópticos. A http://www.lojaprovitel.com.br/home.asp?id=detalhes&codigo=119
inspeção direta no conector é transmitida para a tela do [6] Lino Rodrigues, Valnir. Curso de Fibra Óptica (on-line). Disponível na
Internet. URL:
microscópio óptico, dessa forma é possível verificar a http://netinforio.com.br/gestao/arquivosportal/file/CURSO%20DE%20FI
existência de impureza e/ou danos irreversíveis (riscos), BRA%20%C3%93PTICA_2015.pdf, 2017.
conforme ilustra a Figura 34. Este modo de inspeção de [7] DIAMOND (on-line). Disponível na Internet. URL:
http://www.diamond-brasil.com.br/pt/.
conectores ópticos é seguro para utilizar mesmo no caso do
[8] Fujikura (on-line). Disponível na Internet. URL:
conector ter sinal óptico, pois a visualização não é direta [2]. http://www.fujikura.com.