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HSA 109 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

TRATAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Profa. Dra. Wanda M. Risso Günther


Departamento Saúde Ambiental – FSP/USP
E-mail: wgunther@usp.br
ETAPAS DO SISTEMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS/
GERENCIMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
SEGREGAÇÃO
ACONDICIONAMENTO
COLETA
TRANSPORTE
PRÉ-TRATAMENTO
(RECICLAGEM)

TRATAMENTO INCINERAÇÃO
COMPOSTAGEM
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO

DISPOSIÇÃO FINAL ADEQUADA--ATERRO SANITÁRIO


INADEQUADA -- LIXÃO
MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS

REDUÇÃO NA
FONTE GERADORA
RECUPERAÇÃO

TRATAMENTO

DISPOSIÇÃO FINAL
Só colocar no solo o que não for possível
minimizar por meio das ações anteriores
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS

Tratamento de Resíduos Sólidos é definido como


uma série de procedimentos que altera as
características físicas, químicas ou biológicas dos
resíduos, de forma controlada, com o objetivo de:
• Reduzir a quantidade de resíduos;
• Eliminar ou reduzir os poluentes que conferem
periculosidade ao resíduo;
• Tornar o resíduo adequado para sua disposição no
solo;
• Recuperar materiais passíveis de reaproveitamento.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS
Processos:
• Físicos
• Químicos
• Biológicos
Tipos:
• Compostagem
• Biometanização
• Sistema mecânico-biológico
• Incineração
• Pirólise
Emissões de CO2 segundo tipo de tratamento
Reciclagem + Biometanização + Compostagem + Incineração
Reciclagem + Compostagem + Incineração
Reciclagem + Incineração
Incineração
Reciclagem + Biometanização + Compostaje + Aterro
Reciclagem + Compostagem + Aterro Sanitário
Aterro Sanitário COM Recuperação de Energia
Aterro Sanitário SEM Recuperação de Energia
Disposição a Ceú Aberto (Lixão)

-500 0 500 1.000 1.500 2.000


kg CO2 e / t RSU (Considerando o mix energético da Espanha)

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COMPOSTAGEM

É um processo de decomposição biológica, aeróbia, que


envolve um substrato orgânico no estado sólido, que
em condições controladas, tende a produzir dióxido de
carbono, vapor d’água, minerais e produto orgânico
estabilizado, denominado composto orgânico.

Composto orgânico = Condicionador do solo, utilizado


na reposição de matéria orgânica no solo.

Fases:
• Início – Acidogênica – são gerados ácidos orgânicos e
o Ph diminui
• Final – Metanogênica – a temperatura e o pH se
elevam.
COMPOSTAGEM
COMPOSTAGEM
MÉTODO NATURAL
Condiciona o material a ser digerido em leiras (no pátio de
cura) ou em valas com aeração periódica

Triagem  Redução de dimensão  Cura


· Peneiramento
· Trituração

MÉTODO ACELERADO
O início da decomposição se dá em meio fechado
(bioestabilizador) onde são mantidas condições favoráveis de:
· Agitação
· Aeração
· Temperatura
· Umidade
· Redução da dimensão das partículas

Triagem  Bioestabilizador  Peneiramento  Cura


Compostagem:
Fase de Triagem
COMPOSTAGEM
TRIAGEM MANUAL

Separa os materiais que dificultam a degradação, sendo


que alguns destes são materiais recicláveis

Com ou Sem PENEIRA – Vibratória ou Rotativa

TRIAGEM MECANIZADA:

Eletro-imã – retira o grosso do material ferroso


Injeção de ar – separação dos materiais leves
COMPOSTAGEM
VANTAGENS

• Possibilidade de reciclagem de materiais


separados (triados)
• Produção de composto orgânico auxiliar da
fertilização química e biológica do solo
• Fácil manutenção e operação quando
comparada com a técnica de incineração
COMPOSTAGEM
DESVANTAGENS
• Alto custo de investimento
• Só trata matéria orgânica
• Viável se houver demanda do composto gerado
• Limitado por sua capacidade operacional
• Necessidade de encaminhamento dos rejeitos
para aterro sanitário ou incineradores
• Requer monitoramento do processo e controle
de qualidade do composto
COMPOSTAGEM

CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DA
TEMPERATURA

• MESOFÍLICA
• TERMOFÍLICA
COMPOSTAGEM

CLASSIFICAÇÃO: EM FUNÇÃO DA
COMPLEXIDADE

• AERAÇÃO NATURAL
• AERAÇÃO ACELERADA
COMPOSTAGEM
FATORES INTERVENIENTES NO PROCESSO

• População Microbiana
• Umidade (40% a 60%)
• Aeração e disponibilidade de Oxigênio
• Temperatura
• Granulometria
• pH
• Relação Carbono/Nitrogênio
COMPOSTO ORGÂNICO

É o produto estabilizado e higienizado resultante da


compostagem, utilizado como condicionador do solo.

CARACTERÍSTICAS DO COMPOSTO ORGÂNCIO


SEGUNDO A LEGISLAÇÃO:
• 1% N em peso
• C:N <= 18:1
• Umidade < 40%
• PH >= 6
COMPOSTAGEM NATURAL

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20
COMPOSTAGEM ACELERADA

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LEIRA

REJEITO

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SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO

Tratamento de resíduos sólidos.


Processo biológico, aeróbio e controlado.

Em pilhas estáticas,
utiliza a convecção
como fator de aeração,
não necessitando de
revolvimento da
massa orgânica de
resíduos.
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO

VANTAGEM
• retira-se materiais que podem ser reaproveitados
• reduz emissão de gases e lixiviado
• redução de volume e simplificação dos resíduos para
disposição no solo

Realizado em 4 ETAPAS
• Descarga e controle dos resíduos
• Tratamento mecânico
• Tratamento biológico
• Disposição final
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO -
ETAPAS
1. DESCARGA E CONTROLE DOS RESÍDUOS
• Separação prévia
• Registro e pesagem
• Depositado em área aberta ou em depósitos fechados

DEPÓSITO EM ÁREA ABERTA X DEPÓSITO


FECHADO:
ABERTO: procedimento simples, de baixo custo e os
resíduos podem ser tratado no próprio local.
FECHADO: reduz emissão de mau cheiro, não atrai
animais, papéis e plásticos não ficam espalhados, porém é
complexa e tem alto custo de instalação e operação
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
2. TRATAMENTO MECÂNICO
Seleção de materiais recuperáveis, substâncias nocivas e
perigosas e a preparação para a etapa biológica - separação dos
materiais biodegradáveis dos não biodegradáveis
• Seleção de materiais: com controle visual são retirados -
manual ou mecanicamente - materiais de grande volume, para
não danificar equipamentos, além de materiais perigosos e
nocivos.
• Separação manual: na esteira com controle visual, também
pode ocorrer no depósito aberto
• Separação mecânica: peneiras rotativas de peneiramento -
separam frações dos resíduo de acordo com seu tamanho
• Trituração: de materiais volumosos para redução de tamanho
• Eletro-imã: retira materiais ferrosos por imantação
• Homogeneização e hidratação: com tambor rotativo
misturador.
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
3. TRATAMENTO BIOLÓGICO
Decomposição aeróbia das substâncias orgânicas.

EM DEPÓSITO ABERTO: decomposição aeróbia em pilhas -


oxigenação contínua e constante avaliação do teor de água.

Pilhas móveis:
• não são instalados elementos de arejamento. O teor de
oxigênio é obtido por meio do revolvimento regular das
camadas (feito com equipamento apropriado)
• nível de água regulado – o próprio equipamento de
revolvimento injeta água
• altura em torno de 2 m com formato triangular
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
3. TRATAMENTO BIOLÓGICO – EM DEPÓSITO ABERTO
Pilhas fixas: decompõem em até 12 meses (na Alemanha):
• primeira camada de material de estrutura (madeira picada, estrados
para assentar as pilhas) - propicia oxigenação
• pilhas são montadas atingindo de 2,5 a 4.0 m de altura (com trator
carregador)
• arejadas passivamente (tubos perfurados de drenagem ou torres de
ventilação e canais de suprimento de ar) – esses elementos são
colocados durante a montagem das pilhas.
• cobertura – as pilhas são cobertas com camada de
aproximadamente 50 cm de material biofiltrante (pode ser o próprio
resíduo degradado, proveniente do tratamento mecânico-biológico)
que reduz emissão de odor do processo de decomposição e não
atrai animais.
• em tempo seco pode ser necessário a irrigação das pilhas.
• controle por medições contínuas da temperatura e da composição
do gás emitido.
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
3. TRATAMENTO BIOLÓGICO – EM DEPÓSITO FECHADO
Pilhas semi-móveis: decomposição em 12 semanas (na Alemanha):
• pilhas montadas em galpão de 3-4 m de altura
• teor de água regulado com adição de água ao processo
• movimentação contínua das pilhas - elas seguem um ciclo de
decomposição pelo galpão com o emprego de equipamentos
especiais
• ventilação ativa forçada - fendas no chão do galpão e os gases são
extraídos por cima (pressão negativa interna) e encaminhados para
tratamento (lavador e biofiltro para neutralização)
• peneiramento adicional das pilhas para finalização do tratamento,
em peneiras rotativas de várias granulometrias. A parte peneirada
pode ser usada como biofiltro; a parte restante é enviada para
disposição em aterro.
• disposição final dos resíduos tratados - depósito no solo com
compactação.
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
Pilha fixa em área aberta
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
Pilha fixa em área aberta
SISTEMA MECÂNICO-BIOLÓGICO
Pilha fixa em área aberta
BIOMETANIZAÇÃO
INCINERAÇÃO

É um processo de tratamento que emprega a


combustão (decomposição térmica)
controlada, via oxidação a alta temperatura
(usualmente > 900 ºC), com o objetivo de
destruir a fração orgânica, reduzir seu
volume e torná-lo menos tóxico ou atóxico.
A incineração produz escórias e cinzas e
libera energia calorífica.
INCINERAÇÃO
O processo deve ser visto como um conjunto
de cinco sistemas:
• preparação e alimentação do resíduo;
• combustão do resíduo (câmara primária);
• combustão dos gases gerados (câmara secundária e
mais)
• controle dos poluentes atmosféricos (sistema de
equipamentos de controle);
• controle e destino dos resíduos gerados (efluentes
líquidos (se houver lavador de gases), das escórias
(sobra da câmara primária) e das cinzas (resíduos
sólidos retidos no sistema de controle da poluição
do ar);
INCINERAÇÃO - VANTAGENS
• Redução significativa de volume dos resíduos
• Requer áreas relativamente pequenas
• Pode receber grande variedade de resíduos
• Possibilidade de localização próxima de áreas
urbanas, se devidamente controlada, diminuindo os
custos de transporte
• A operação não é dependente de condições
meteorológicas
• Não há contato direto dos operários com o lixo
• Forma correta do ponto de vista sanitário para
eliminar resíduos infectantes e perigosos
INCINERAÇÃO - DESVANTAGENS

• Alto custo de investimento e operação


• Requer mão de obra especializada para
operação e manutenção
• Requer rígido controle das normas de segurança
• Pode produzir poluentes atmosféricos
prejudiciais à saúde
Forno queimador de RSS
Batayporã-MS

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AÇÕES DENTRO DO FORNO

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INCINERADOR DE GRELHA
FIXA
INCINERADOR VERGUEIRO - GRELHA MÓVEL

42
INCINERADOR DE FORNO
ROTATIVO
INCINERADOR - SIEMENS

44
INCINERADOR DE GRELHA – REFRIGERADA POR AR

45
INCINERADOR DE LEITO FLUIDIZADO
SISTEMA - EBARA

46
INCINERADOR DE LEITO FLUIDIFIZADO (ROWITEC)

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