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6 - Abastecimento de água

Uma das principais prioridades da população:

QUANTIDADE QUALIDADE
adequada
ÁGUA adequada

SAÚDE PÚBLICA
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 1


6.1 - Saneamento x Saúde
Surto de Cólera em Londres.
Relação com a água de abastecimento.
1845: Cloração em Londres (John Snow)

• Doenças de veiculação hídrica  doenças infecciosas que


afetam toda população, podendo gerar epidemias e ser fatal
• Custo econômico potencial associado a doenças de veiculação
hídrica
– Surto de E. coli em Walkerton Ontario resultou em 7
mortes e 2300 doentes
– Impacto econômico de $64,6 milhões
(Livernois, 2002)
[apud Davies & Mazumder, 2003]

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 2


TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 3
Mortes por infecção - 2002

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 4


Algumas doenças relacionadas à água (WHO, 2000)
Doença DALYs Mortes
Diarreia 63.345.722 2.019.585
Poliomielite 188.543 1.136
Difteria 187.838 5.527
Tripanossomíase (Chagas) 1.570.242 49.129
Esquistossomose 1.711.522 15.335
Tracoma 3.892.326 72
Ascaridíase 1.204.384 4.929
Tricuriose 1.661.689 2.393
Ancilostomose 1.785.539 3.477
Outras infecções intestinais 53.222 1.692
TOTAL 76.601.028 2.103.274

DALY - Disability-Adjusted Life Years


Um DALY representa 1 ano de vida sadia perdido
TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 5
6.2 - Panorâmica mundial

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 6


http://www.epi.yale.edu/our-methods/water-and-sanitation

TH028 – Saneamento Ambiental I 7


TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 8
LifeStraw
Personal water purify
25 cm long, 29 mm diameter, plastic pipe filter

Tempo de vida: 700 litros – aproximadamente um ano de consumo de


água para uma pessoa. Resultados negativos de presença de bactérias tais
como Salmonella, Shigella, Enterococcus e Staphylococcu.

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http://www.morganmillerplumbing.com/bringing-water-world-pt-1/

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Water Purifying Bicycle Aquaduct Concept Vehicle
By IDEO

Cycloclean
By Japan’s Nippon Basic Company

https://www.ideo.com/work/aquaduct/

http://www.morganmillerplumbing.com/bringing
-water-world-pt-1/

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 11


SlingShot, by Dean Kamen

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 12


Sistema de abastecimento de água

Manancial Estação de Rede de


tratamento de distribuição
água Reservatório
Captação

Adutora de Adutora de
água bruta água
Estação tratada
elevatória de
água bruta

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 13


Concepções de sistemas de Abastecimento de Água

Curso de água
Com captação em Captação em
Represas/reservatórios
MANANCIAL SUPERFICIAL
Manancial da serra

Caixas de tomada e drenos


Com captação em Captação
Poços horizontais
MANANCIAL SUBTERRÂNEO através de

Poços profundos

TH028 – Saneamento Ambiental I 14


Captação em curso de água – Reservatório apoiado

Planta

Perfil

TH028 – Saneamento Ambiental I Fonte: Tsutiya, 2006 15


Captação em curso de água – Reservatório elevado

Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 – Saneamento Ambiental I 16


Sistema que atende zona baixa e zona alta

Fonte: Orsini, 1996 (apud Tsutiya, 2006)


TH028 – Saneamento Ambiental I 17
Manancial subterrâneo – Caixas de tomada

Planta

Fonte: Tsutiya, 2006


Perfil

TH028 – Saneamento Ambiental I 18


Manancial subterrâneo – Drenos

Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 – Saneamento Ambiental I 19


Tipos de aquíferos e de poços

Fonte: Yassuda e Nagami (apud Tsutiya, 2006)

TH028 – Saneamento Ambiental I 20


Outras Fontes alternativas de Água
Água salina Processo de Dessalinização:

Captação Pré-Tratmento

Pós-Tratmento Dessalinização

TH028 – Saneamento Ambiental I 21


Água Pluvial

Estádio Verdão
Arena Cuiabá

Escola de Engenharia da UFMG

TH028 – Saneamento Ambiental I 22


Fontes de água

Água superficial

Água subterrânea
Neblina, Névoa Orvalho

TH048 - Saneamento Básico e Ambiental 23


Estudo de concepção
Fonte: Prof. Daniel Costa dos Santos - DHS
Topografia
Cartografia
Estudo
DEMANDA
Socio- demográfico
econômico

Consumo Parâmetros
de água de Consumo Concepção das
Alternativas de
Sistemas
Sistema
Existente Pré Dimensionamento
dos Sistemas
Disponibilidade Alternativos
Hidrologia
Hídrica
Estudo Econômico e
Energia Escolha das
elétrica Alternativas

TH028 – Saneamento Ambiental I 26


Breve histórico do sistema público de
abastecimento de água da RMC
Ano Mananciais (L/s)
1908 Mananciais da Serra (cabeceiras do rio Piraquara). 150 L/s até o 150
reservatório do Alto São Francisco
1945 Captação do Iraí e a ETA Tarumã (500 L/s), posteriormente ampliada 800
(ETA Tarumã para 800 L/s.
desativada em (Desde então os “Mananciais da Serra” passaram a abastecer apenas a
2004) cidade de Piraquara)

1968 Captação Iguaçu, junto à BR-277 e a ETA respectiva 3000


1978 Construída a barragem do reservatório Piraquara I
1982 Barragem do rio Passaúna foi concluída em 1982, com sua captação e 2000
1989 ETA de capacidade nominal 500 L/s, ampliada em 1989 para 2000 L/s. O
sistema Passaúna não é interligado com os outros dois.
2000 Entrou em operação o reservatório do Iraí
2002 Inaugurada a nova ETA Iraí, ao lado da captação
(ETA Tarumã foi desativada em agosto de 2004)
Aqüífero Karst para contribuição ao sistema integrado, com previsão de 120
se extrair até 600 L/s no município de Colombo, no entanto, somente são
utilizados 120 L/s para o sistema integrado (Colombo-sede e Fervida).

Fonte: adaptado de
TH028 – Saneamento Ambiental I 27
Sanepar, 2005
Piraquara II
Piraquara I

Iraí
Piraquara

TH028 – Saneamento Ambiental I 28


Piraquara - PR

TH028 – Saneamento Ambiental I 29


TH028 – Saneamento Ambiental I 30
Pólos de produção existentes e os respectivos
mananciais na RMC
Sistema Pólos de produção Mananciais
Captação Iraí, sendo alimentado pelo reservatório Iraí
Pólo de Produção (formado pelos rios Cangüiri, Timbu , Curralinho e
Sistema do P1 Cerrado) e pelos rios Iraizinho e Piraquara (margem
Altíssimo esquerda).
Iguaçu O Pólo de Produção P2 é ligado à captação Iguaçu,
Pólo de Produção
que é alimentada pelas sobras da captação Iraí, mais
P2
os rios Itaqui e Pequeno (margem esquerda).
Reservatório do Passaúna, formado pelo rio Passaúna
Pólo de Produção
e seus afluentes, num ponto que delimita uma bacia de
P3
145 km2, a montante do Distrito de Tomaz Coelho.
4 poços tubulares situados na sede municipal de
Produção do Colombo e 4 poços tubulares na localidade de Fervida,
Aqüífero Karst no Município de Colombo, abastecendo sua sede e a
região de São Gabriel.

Fonte: adaptado de
TH028 – Saneamento Ambiental I 31
Sanepar, 2005
Mananciais - PR

Lei Estadual 8935 (07/03/89) - Dispõe sobre requisitos mínimos para as águas
provenientes de bacias mananciais destinadas ao abastecimento público.

Lei Estadual 12248 (31/07/98) – Cria o sistema integrado de gestão e proteção dos
mananciais da RMC.

Decreto Estadual 6390 (05/04/2006) - Delimita as áreas de interesse de Mananciais


de Abastecimento Público da Região Metropolitana de Curitiba.
Rio Coordenadas UTM do ponto de captação
Coordenadas dos pontos de X Y
Rio Passaúna 663.921 E 7.177.337 N
captação para abastecimento Rio Curral das Éguas 668.636 E 7.150.200 N
de água Altíssimo Iguaçu
Rio Cotia
682.030 E
679.880 E
7.180.336 N
7.161.282 N
Rio Verde 655.212 E 7.186.497 N
Rio Itaqui 643.361 E 7.183.352 N
Rio Despique 674.842 E 7.162.275 N
Rio Faxinal 662.658 E 7.161.207 N
Rio Maurício 669.530 E 7.153.366 N
Rio Miringuava 685.372 E 7.167.332 N
Rio Barigüi 672.424 E 7.201.344 N
Rio Cerro Azul 685.753 E 7.162.428 N
Fonte: Decreto Estadual 6390/06

TH028 – Saneamento Ambiental I 32


Áreas de interesse de mananciais de abastecimento
público da região metropolitana de Curitiba

Decreto Estadual
6390/06
TH028 – Saneamento Ambiental I 33
6.1 – Consumo de Água
• Classificação dos consumidores de água:

Mais homogêneo. Relativamente


– Doméstico pequena variabilidade de consumo
– Comercial Mais heterogêneo. Há desde
pequenos até grandes consumidores.
– Industrial
– Público
Política tarifária e cobranças diferenciadas.

TH028 - Saneamento Ambiental I 34


Consumo na
indústria e
agropecuária

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 35


TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 36
TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 37
a) Uso doméstico
Fatores que influenciam:
Preço da
Características culturais
água

Características Número de
físicas do local DEMANDA moradores
(clima)

Características
Renda familiar da habitação

TH028 - Saneamento Ambiental I 38


Perfil de consumo doméstico de água
Pontos de Consumo diário Consumo diário Consumo
utilização da por habitação per capita percentual
água (L/habitação) (L/d/hab) (%)
Bacia sanitária 24 5 5
Chuveiro 238 60 55
Lavadora de 48 12 11
roupa
Lavatório 36 9 8
Pia 80 20 18
Tanque 11 3 3
TOTAL 437 109 100
Fonte: Rocha e Barreto, 1999 (apud Tsutiya, 2006)

TH028 - Saneamento Ambiental I 39


Consumo diário em prédios

Prédio Unidade Consumo (L/d)


Apartamento Pessoa 200
Residência Pessoa 150
Escola – internato Pessoa 150
Escola – externato Pessoa 50
Casa popular Pessoa 120
Alojamento provisório Pessoa 80

Fonte: NBR 7229, 1982; Dacach, 1979 (apud Tsutiya, 2006)

TH028 - Saneamento Ambiental I 40


Quantidade mínima de água requerida
litros per capita por dia
Nível de risco tolerável: 7.5
Situacao de emergência: 15
Necessidades básicas de higiene e
higiene básica para os alimentos: 20
TH028 - Saneamento Ambiental I 41
3.2 – Uso comercial
Estabelecimento Unidade Consumo (L/d)
Escritório Pessoa 50
Restaurante Refeição 25
Hotel (sem cozinha e lavanderia) Pessoa 120
Lavanderia Kg de roupa seca 30
Hospital Leito 250
Garagem Automóvel 50
Cinema, teatro, templo Lugar 2
Mercado m² de área 5
Edifício comercial Pessoa 50
Alojamento provisório Pessoa 80
Fonte: Yassuda e Nogami, 1976; Orsini, 1996; Dacach, 1979; NBR 7229, 1982
(apud Tsutiya, 2006)
TH028 - Saneamento Ambiental I 42
3.3 – Uso industrial
Consumo varia por tipo de indústria, e pode haver variação dentro do mesmo tipo.

Estabelecimento Unidade Consumo (L/d)


Indústria – uso sanitário Operário 70
Matadouro – animais de grande Cabeça abatida 300
porte
Matadouro – animais de Cabeça abatida 150
pequeno porte
Laticínio kg de produto 1–5
Curtume kg de couro 50 – 60
Fábrica de papel kg de papel 100 – 400
Tecelagem – sem alvejamento kg de tecido 10 - 20
Fonte: Yassuda e Nogami, 1976; Orsini, 1996; Dacach, 1979 (apud Tsutiya, 2006)

TH028 - Saneamento Ambiental I 43


4 – Captação de águas superficiais

É um conjunto de estruturas e dispositivos,


construídos ou montados junto ao manancial,
para retirada de água para suprir o sistema de
abastecimento

• Manancial Superficial: Córregos, rios, lagos e


represas.

TH028 - Saneamento Ambiental I 44


Esquema do canal paralelo - 2001
Rio Iraí
Curitiba Pr 415 Piraquara

ETA Iraí
(SANEPAR)
AI71
Rio Palmital Obra de
Controle de
Captação
Iguaçu
Rio Iraí Jardim Guarituba

Canais de Drenagem de
AI17 Águas Pluviais c/ Sifões
Curitiba Av. Iraí Piraquara

Rio Iguaçu Rio Itaqui

Rio Atuba Leito abandonado

Captação Iguaçu Canal Paralelo (Extravasor)


(SANEPAR)
Rio Pequeno
Barragem de Nível

Canal de Água Limpa Lagoa

Curitiba Obra de Controle de Paranaguá


Captação Iguaçu
AI04
BR 277

Rio Iguaçu Canal


Fonte: Monteiro, Zarpelon, Cristo & Aisse, 24 Congresso da ABES

TH028 - Saneamento Ambiental I 45


Captação no rio Iguaçu - Sanepar

Monteiro et al. (2007)

TH028 - Saneamento Ambiental I 46


4.1 – Manancial

• Seleção do manancial:
– Quantidade e qualidade adequadas em qualquer
época do ano
– Proximidade ao local de consumo
– Locais favoráveis à construção da captação
– Transporte de sedimentos pelo curso de água
• Estudo técnico, econômico e ambiental para a
escolha do local de captação

TH028 - Saneamento Ambiental I 47


Quantidade
• Vazão correspondente ao dia de demanda
máxima para o alcance do plano
• Estudo hidrológico:
– Regime de Q
– Variação da cota do nível de água (mín e máx)
– Q mínima para o Tr adequado
– Q enchente
• Construção de barragens ou de elevação do nível
• Problema de inundação da área
• Obras de proteção da seção do rio

TH028 - Saneamento Ambiental I 48


Qualidade Maiores detalhes na
parte de Tratamento

• Inspeção sanitária do local


– Uso do solo (agentes poluidores)
• Condições futuras
– Crescimento de agentes poluidores?
• Importante monitoramento da qualidade da água
– Variações bruscas na qualidade podem impactar o
tratamento
• Importância da proteção dos mananciais
– Primeira Barreira para um abastecimento seguro
– Custo

TH028 - Saneamento Ambiental I 49


4.2 – Captação em cursos de água
Variação do nível de água
Pequena variação

Grande variação  Torre de tomada


 Captação flutuante

Concentração de Sólidos Sedimentáveis em Suspensão


 inserção de barragem oblíqua em relação ao
Transporte intenso: eixo do rio
C SSS > 1,0 g/L
 Localização da tomada de água em canal lateral

TH028 - Saneamento Ambiental I 50


Escolha do local de captação
Importante inspeção local

VERIFICAR:
• Características hidráulicas Barragem
• Geologia de nível
• Áreas inundáveis
• Focos de poluição
(existentes e potenciais) Captação Captação
• Processos de erosão e
sedimentação
• Acesso ao local para
manutenção e operação
• Necessidade de estabilização
da seção do rio
• Energia elétrica
• Margens estáveis Trecho Trecho
• Locais sem formação de reto curvo
bancos de areia

TH028 - Saneamento Ambiental I 51


Tomada de água
Conjunto de dispositivo para conduzir água do manancial para demais partes

Condições a serem obedecidas:


– Velocidade nos condutos livres ou forçados > 0,60 m/s
– Nos casos em que possa ocorrer vórtice, prever dispositivo para evitar sua
formação

Tipos:
• Com barragem de nível  gradeamento caixa de areia  EE
• Através de tubulação
– Convencional
– Flutuantes
– Torre de tomada
• Através de canal
• Diretamente por bombas

TH028 - Saneamento Ambiental I 52


Barragem de nível  gradeamento caixa de areia  EE

Tomada típica de água em


cursos de água com PEQUENA VARIAÇÃO DE NÍVEL DE ÁGUA:

Planta:

Corte:

Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 - Saneamento Ambiental I 53


Através de tubulação
Tomadas em rios ou represas com GRANDE VARIAÇÃO DE NÍVEL DE ÁGUA:
 TORRE DE TOMADA
 CAPTAÇÃO FLUTUANTE

Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 - Saneamento Ambiental I 54


Barragem de Castelo do Bode (Lisboa)
Torre de tomada

http://castelodebode.blogspot.com/2010/04/subsistema-de-castelo-do-bode.html

TH028 - Saneamento Ambiental I 55


Sistema de captação de água flutuante no
rio Parauapebas (PA) Billings (SP)

TH028 - Saneamento Ambiental I 56


Através de canal

O canal desvia parte da água do rio para a captação

Planta:

Corte:

Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 - Saneamento Ambiental I 57


Diretamente por bombas

Tomada de água com


tubulação vertical
Tomada de água com
tubulação horizontal

Fonte: Tsutiya (2006); EPUSP Fonte: Tsutiya, 2006

TH028 - Saneamento Ambiental I 58


sistema de abastecimento de água do município de Castelo (Espírito Santo)
http://www.cesan.com.br/news.php?extend.890.5

TH028 - Saneamento Ambiental I 59


Desenho esquemático do Sistema Cantareira
Fonte: SABESP, 2002 (apud Tsutiya, 2006)

Ver outros desenhos em Tsutiya (2006) e Heller & Pádua (2010)

TH028 - Saneamento Ambiental I 60


5 – Captação de águas subterrâneas
É um conjunto de estruturas e dispositivos,
construídos ou montados junto ao manancial, para
retirada de água para suprir o sistema de
abastecimento

• Manancial Subterrâneo: Aquíferos freáticos e


artesianos
MESMO RECURSO:
• ÁGUA SUPERFICIAL  flui rápido através dos cursos de água
• ÁGUA SUBTERRÂNEA  flui lentamente através de formações geológicas

Sedimentar: poros e interstícios


Ígneo ou metamórfico: planos de fraqueza estrutural

TH028 - Saneamento Ambiental I 61


TH028 - Saneamento Ambiental I 62
Fonte: EPUSP – PHD2412 - http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina
Corte transversal de uma bacia Fonte: Villela & Mattos, 1975

A bacia hidrográfica do escoamento subterrâneo pode ser diferente.

TH028 - Saneamento Ambiental I 63


Tipo de Aquíferos
Em função dos extratos limitantes e suas características físicas

Grão fino Impermeável Semipermeável Superfície


freática
Aquífero Superfície
Aquífero livre ou confinado ou Aquífero semi- piezométrica
não confinado artesiano confinado
Superfície
Impermeável freática suspensa
Impermeável Impermeável

Rochas
Grão fino
cristalinas
Aquífero livre

Aquífero Aquífero semi-suspenso Fraturas/


suspenso
Fissuras
Capa semipermeável
Capa impermeável
N.Piez.
Superfície Basal Impermeável Aquífero fissurado ou = NE
fraturado
TH028 - Saneamento Ambiental I 64
Fonte: EPUSP – PHD2412 - http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina

TH028 - Saneamento Ambiental I 65


Termos e definições
Fonte: Tsutiya (2006)

Nível piezométrico -
Págua=patm
Nível piezométrico +

p3>p2>p1

TH028 - Saneamento Ambiental I 66


Hidráulica de poços TH024-Hidrologia

Lei de Darcy
Raio de influência r

Solo
Nível estático Sup. piezométrica
original
S - rebaixamento

Camada impermável

Nível dinâmico

Camada Impermeável

Evolução do cone de rebaixamento com o tempo Regime de exploração


TH028 - Saneamento Ambiental I 67
http://www.aguasamericanas.com/onet.aspx/Produto/perfuratriz-percussora-juper-nova--

TH028 - Saneamento Ambiental I 68


Perfuração de poços
– Sistema rotativo
Rochas
sedimentares

http://www.aguasamericanas.com/

Fonte: EPUSP – PHD2412 -


http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&lin
k_uc=disciplina

TH028 - Saneamento Ambiental I 69


TH028 - Saneamento Ambiental I 70
Sistema rotativo

Vale do Paraíba
Fonte: EPUSP – PHD2412 - http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina

TH028 - Saneamento Ambiental I 71


6 – Adutoras
Canalizações
do sistema de
abastecimento
de água que
interligam as
unidades
(captação, ETA,
reservatório)
que precedem
a distribuição
IMPORTANTE:
Análise do traçado
(planta e perfil) para
correta colocação
dos órgãos
acessórios e
ancoragens

TH028 - Saneamento Ambiental I 72


Travessia aérea
Fonte: EPUSP – PHD2412 - http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina

TH028 - Saneamento Ambiental I 73


Fonte: EPUSP – PHD2412 -
Canal da Integração
http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina Eixão das Águas

TH028 - Saneamento Ambiental I 74


Fonte: EPUSP – PHD2412 -
http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&lin
k_uc=disciplina

TH028 - Saneamento Ambiental I 75


Hidráulica para adutoras
Para dimensionamento de adutoras, considera-se em geral:
ESCOAMENTO EM REGIME PERMANENTE E UNIFORME

Equação da continuidade Q = V1A1 = V2A2 = VA = constante

Equação de energia (Equação de Bernoulli)


Carga de posição (m)
Carga de pressão (m)
Carga cinética (m) Perda de carga (m)

𝑝1 𝑉1 2 𝑝2 𝑉2 2
𝑍1 + + = 𝑍2 + + + ∆ℎ
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Plano de carga
Linha de carga
Linha piezométrica

TH028 - Saneamento Ambiental I 76


Plano de carga Plano de carga
2
𝑉1
Δh 𝑉1 2 Δh
2𝑔
2𝑔
𝑝1 𝑉2 2 𝑉2 2
𝑌1 =
𝛾 2𝑔 𝑝1 2𝑔
𝛾
𝑝2 𝑝2
𝑌2 =
𝛾 𝛾
Z1
Z1 Z2
Z2
Plano Horizontal de referência Plano Horizontal de referência

L L
1 2 1 2
Escoamento em conduto livre Escoamento em conduto forçado
TH028 - Saneamento Ambiental I 77
ADUTORAS POR GRAVIDADE
ABAIXO DA LINHA PIEZOMÉTRICA EFETIVA
CONDUTO FORÇADO Plano de carga absoluto
𝑝𝑎
Z1 𝛾 Plano de carga efetivo

Δh
Z2
Ventosa
Reservatório 1

Reservatório 2
Descarga

• Ambos reservatórios mantidos com níveis constantes por longo t  despreza-se ΔhL
• V = 1 a 2 m/s  carga cinética = 0,05 a 0,20 m << outras formas de energia 
Linhas de carga coincide com Linha piezométrica
• Adutora abaixo da Linha de carga efetiva  seções submetidas a carga de pressão
positiva
• Perda de carga total = desnível geométrico entre os 2 reservatórios
TH028 - Saneamento Ambiental I 78
ADUTORAS POR GRAVIDADE
COINCIDE COM A LINHA PIEZOMÉTRICA EFETIVA
CONDUTO LIVRE
Plano de carga absoluto
𝑝𝑎
𝛾 Plano de carga efetivo
Z1

Z2
Reservatório 1

Reservatório 2

TH028 - Saneamento Ambiental I 79


ADUTORAS POR GRAVIDADE
ACIMA DA LINHA PIEZOMÉTRICA EFETIVA, PORÉM ABAIXO DA LP ABSOLUTA

Plano de carga absoluto


𝑝𝑎
𝛾
Z1 Plano de carga efetivo

A Δh
B Z2
Reservatório 1

Reservatório 2

Entre A e B:
• Carga de pressão absoluta < pressão atmosférica local  pressão negativa
• Escoamento irregular devido acúmulo de ar  ↓ Q
• Prever dispositivo de retirada de ar
• Não é recomendado uso de ventosas

TH028 - Saneamento Ambiental I 80


Ventosa triplo efeito
Triplo efeito combinado:

Fonte: http://www.hubel.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=61&empresa=

Funcionamento:

Fonte: http://www.saint-gobain-canalizacao.com.br/ln_valvulas/vtf02.asp

TH028 - Saneamento Ambiental I 81


ADUTORAS POR GRAVIDADE
CORTA A LINHA PIEZOMÉTRICA EFETIVA E O PLANO DE CARGA EFETIVO, PORÉM
ABAIXO DA LP ABSOLUTA

Plano de carga absoluto


𝑝𝑎
𝛾
Z1 C Plano de carga estático
D

Z2
Reservatório 1

Reservatório 2

• Sifão (C-D) funcionando em condições precárias


• Necessidade de escorva frequente, sempre que entrar ar na tubulação

TH028 - Saneamento Ambiental I 82


Plano de carga absoluto
𝑝𝑎
𝛾
Z1 Plano de carga estático

Reservatório 1

Z2

Reservatório 2

Conduto corta a LP absoluta  impossível escoamento por gravidade

TH028 - Saneamento Ambiental I 83


7 – Estação de Tratamento de Água

• Água potável à disposição dos consumidores:


– De forma contínua
– Quantidade adequada Saúde:
- Ausência de doença/enfermidade
– Pressão adequada - Estado de bem estar físico, social e
– Qualidade adequada mental

• Potabilização das Águas Naturais


– Portaria do Ministério da Saúde Nº 2.914, de 12/12/2011
Portaria Nº 2.914, de 12/12/2011 -
Ministério da Saúde

 Padrão de potabilidade – risco à saúde:


 Cádmio: 0,005 mg/L  Benzeno: 5 μg/L
Inorgânicos

Orgânicos
 Chumbo: 0,01 mg/L  Benzenopireno: 0,7 μg/L
 Cianeto: 0,07 mg/L  1,2 Dicloroetano: 10 μg/L
 Fluoreto: 1,5 mg/L  1,1 Dicloroetano: 30 μg/L
 Mercúrio: 0,001 mg/L  Triclorobenzenos: 20 μg/L

Desinfectantes
e Subprodutos
 2,4 D + 2,4,3 T: 2 μg/L  Clorito: 1 mg/L
Agrotóxicos

 Atrazina: 2 μg/L  Cloro residual livre: 5 mg/L


 DDT+DDD+DDE: 1 μg/L  Cloraminas total: 4,0 mg/L
 Diuron: 90 μg/L  2,4,6 Triclorofenol: 0,2 mg/L
 Endrin: 0,6 μg/L  Trihalometanos total: 0,1 mg/L
 Padrão de cianotoxinas
 Padrão de Radioatividade
TH028 - Saneamento Ambiental I 85
10-3 m
Partículas

1 m
coloidais
Partículas Partículas em
dissolvidas suspensão

Coloidais: Finas: Grossas:


emulsões (CO2), bactérias, folhas, sílica,
Fe e Mn oxidado, plankton, etc. restos
etc. vegetais, etc

Cor real 0,45 m Turbidez


SDT Cor aparente
Compostos dissolvidos SST

TH028 - Saneamento Ambiental I 86


Turbidez
Definição
• Principal característica física da água
• Expressão da propriedade óptica que faz com que a luz seja dispersa e absorvida
pelas partículas suspensas (argila, silte, matéria orgânica e inorgânica)

Unidade de medida: UNT (Unidade Nefelométrica de Turbidez)

Fonte: EPA Guidance Manual – Cap. 7


87
Turbidez
Significância
• Problema de estética
• Pode servir de alimento e proteção para
patogênicos
 Tratamento de água

Partículas podem fornecer proteção aos microrganismos

Fonte: EPA Guidance Manual – Cap. 7


88
Concepção histórica de ETAs
Filtração • Evidências de John Snow – 1854
lenta • Teoria dos germes - Louis Paster e Robert Koch - 1870
• Poder do cloro na ação desinfetante - Robert Koch - 1881

Filtração Filtração para clarificar água


Desinfecção e melhorar odor e gosto
lenta ~1890: filtração também para
melhorar qualidade biológica
Primeiras aplicações do cloro como agente regular no
processo de desinfecção de águas de abastecimento
 1890 - Alemanha
 1905 - Inglaterra - Lincon
 1908 - Estados Unidos – Chicago
Jersey: A primeira desinfecção de um sistema municipal de abastecimento

Coagulação;
Filtração
Floculação; Desinfecção
Rápida
Sedimentação

TH028 - Saneamento Ambiental I 89


10-3 m
Partículas

1 m
coloidais
Partículas Partículas em
dissolvidas suspensão

Cor real 0,45 m Turbidez


SDT Cor aparente
Compostos dissolvidos SST
Coloidais: Finas: Grossas:
emulsões (CO2), bactérias, folhas, sílica,
Fe e Mn oxidado, plankton, etc. restos
etc. vegetais, etc
Não decantam com facilidade Capazes de flutuar
ou decantar
Necessidade de Coagulação - Floculação

Processos de membrana Tratamento convencional e suas variantes


Osmose reversa Filtração em linha
Nanofiltração Filtração direta
Filtração lenta
TH028 - Saneamento Ambiental I 90
ETA Convencional
TH028 - Saneamento Ambiental I 92
Múltiplas
Barreiras
do Trata-
mento

WHO
Vídeos

• Sabesp
– https://www.youtube.com/watch?v=P2ShcHsEGts
• Outros:
– https://www.youtube.com/watch?v=9z14l51ISwg
– https://www.youtube.com/watch?v=20VvpASC2sU
– https://www.youtube.com/watch?v=89I9e4f381Q
– https://www.youtube.com/watch?v=250JQ6K1pgY
– https://www.youtube.com/watch?v=0bXIqS5NcRY

TH028 - Saneamento Ambiental I 94


Escolha do tratamento

Concentração
Concentração
efluente
afluente
desejada

Tipo de
Forma da
impureza
substância
presente
TIPO DE
TRATAMENTO

TH028 - Saneamento Ambiental I 95


Riscos
sanitários
maiores

Riscos Tecnologia mais


sanitários complexa
menores
Tecnologia
mais Custos
simples maiores

Custos
menores

TH028 - Saneamento Ambiental I 96


Escolha do Manancial - Boa qualidade
Resolução CONAMA 357/05 – Água doce
Classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
Classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
Classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
Classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado.

SP Mananciais da Serra/PR

TH028 - Saneamento Ambiental I 97


CONAMA 357/05

Parâmetros
Classe Destino
Cor Turbidez pH
Abastecimento doméstico com
Especial
simples desinfecção.
nível de cor
Abastecimento doméstico com natural do 6,0 a
1 corpo de água 40 UNT
tratamento simplificado 9,0
em mg Pt/L
Abastecimento doméstico com 6,0 a
2 75 mg Pt/L 100 UNT
tratamento convencional 9,0
Abastecimento doméstico com
6,0 a
3 tratamento convencional ou 75 mg Pt/L 100 UNT
9,0
avançado

TH028 - Saneamento Ambiental I 98


8 – Outorga de Uso da Água
Análise Técnica
CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL
Finalidades de Uso:
Finalidade de uso: CONSUMO HUMANO E ABASTECIMENTO PÚBLICO • CONSUMO HUMANO E
ABASTECIMENTO
PÚBLICO
Vazão Outorgável • PROCESSO INDUSTRIAL
• IRRIGAÇÃO
• PISCICULTURA

Qoutorgável ,i  0,5(Q95% )i  Qnãodisponível ,i • DESSEDENTAÇÃO DE


ANIMAIS
• OUTRAS FINALIDADES

Qnãodisponível ,i   Qoutorgadas,m  Qoutorgadas, j

Qoutorgável i - vazão máxima que pode ser outorgada na seção i do corpo hídrico;
(Q95%)i - vazão natural com permanência de 95% do tempo na seção i;
Σ Qoutorgadas m - somatória das vazões outorgadas a montante da seção i;
Σ Qoutorgadas j - somatória das vazões outorgadas a jusante, que dependem da vazão na
seção i.
Fonte: Manual de Outorga do Paraná
TH028 – Saneamento Ambiental I 99
Usos prioritários
Recursos hídricos: usos múltiplos simultâneos
• Compatibilização dos usos
• Instituição de uma escala de prioridade
• Instituição de uma regra para rateio de custo de obras hidráulicas e serviços
decorrentes

Vocação das bacias Interesses nacionais,


envolvidas regionais e locais
ESCALA DE
PRIORIDADE

Em situação de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos (Lei 9433/97, art1º, III):
- Consumo humano (necessidades mínimas: beber, comer, higiene pessoal)
- Dessedentação de animais
Suspender parcial ou totalmente as outorgas que prejudiquem esses usos (art.15, V)

TH028 – Saneamento Ambiental I 100


Usos múltiplos
Uso específico
• Quantidade necessária
• Qualidade adequada

 Tipo de efluente SEM


COMPROME-
 Limite de lançamento TER OUTROS
USOS
Quantidade

Qualidade

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 101


9 - Tubulação de água de um prédio

Prof. Sergio Braga

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 102


10 - Barreiras p/ abastecimento seguro
As três barreiras para um abastecimento seguro e sustentável da água:

Proteção Abastecimento Instalações


sustentável de água prediais
dos recursos
hídricos

• Cerca de 97 dC, os romanos antigos buscavam água de montanhas sem


desenvolvimento em aquedutos com mais de 410 km de comprimento para levar água
a Roma.
• Em 1830, nos EUA, surtos de febre tifóide, febre amarela e cólera na Filadélfia
conduziram a transporte planejado de água proveniente de bacias mais íntegras.
• Seguindo exemplo de Filadélfia, New York no final de 1830 e Boston na década
seguinte.
• Proteção de bacias tornou-se aceitável no século 19 com a constatação da relação entre
qualidade da água e saúde pública, e cidades buscando fontes de água para
abastecimento mais afastadas, ou seja, áreas mais protegidas

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11 - Considerações finais

• Engenharia sustentável
– Proteção dos recursos naturais
– Infraestrutura durável, de boa qualidade,
projetada adequadamente
– Inovadora
– Ética

TH048 – Saneamento Básico e Ambiental 104


Trabalho

• Consumo per capita da sua residência


• Seu perfil de consumo (banho, escovar dentes,
lavar as mãos, etc)
• Custo de um vazamento (torneira pingando)
no mês
• Análise dos resultados (com a literatura; com
a de outros colegas; com o clima, etc)

TH028 - Saneamento Ambiental I 105

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