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UFAM – UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FCA – FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: ZOOTECNIA

CAPIVARICULTURA

Professor responsável:
MSC. LOURDES BENEDITA DE OLIVEIRA LIRA

MANAUS/ AM
2018
REBECCA NAOMI BRASIL MENDES

CAPIVARICULTURA

Trabalho apresentado como pré-


requisito para a avaliação e
obtenção de nota da disciplina de
Metodologia do Trabalho
Científico, da Universidade
Federal do Amazonas – UFAM,
Campus, Manaus.

Orientador: MSc. Lourdes


Benedita de Oliveira Lira.

MANAUS/ AM
2018

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. DESENVOLVIMENTO 5
3. CONCLUSÃO 9
4. REFERÊNCIAS 10

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1. INTRODUÇÃO

Entende-se por fauna silvestre, todos aqueles animais pertencentes às espécies
nativas, migratórias e quaisquer outras aquáticas ou terrestres, reproduzidos ou não
em cativeiro, que tenham seu ciclo biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente
em território selvagem. Já a expressão “criadouro” é entendida como sendo uma
área dotada de instalações capazes de possibilitar o manejo, a reprodução, a
criação e a recria de animais silvestres.
No Brasil, muito se comenta a respeito da criação de animais silvestres como uma
forma de preservação das espécies, apesar de não ser o caso do animal que vamos
tratar neste trabalho, exatamente por ser um criação de animais silvestres com
finalidade comercial especialmente por possuir potencial zootécnico.
A criação da capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) em cativeiro não é uma proteção
para a espécie, visto que por serem roedores não correm risco de extinção e o
fornecimento de carne para o mercado contribui para a diminuição da caça
clandestina.
Como exemplo, pode-se citar a capivara, que é um animal nativo, e já adaptado ao
ambiente, clima e parasitas regionais, representa uma grande vantagem em relação
aos animais domésticos que normalmente são criados nessas propriedades. A
criação de capivaras em regime intensivo ou semi-intensivo pode resultar num
melhor aproveitamento das pequenas propriedades rurais com um investimento
relativamente pequeno e alguns cuidados especiais pode-se gerar uma economia
crescente, contribuindo para a diluição dos custos e também para a melhoria da
alimentação da famiĺ ia que nela vive.
Tendo base no exposto, com este trabalho apresenta-se uma espécie nova na qual
possamos conhecer um pouco mais sobre, abordando temas como sua origem,
classificação, habitat natural, características comportamentais e reprodutivas.
Aborda-se também a criação em cativeiro, os tipos de produtos e subprodutos que
podem ser obtidos a partir deste animal.

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CAPIVARICULTURA

O gênero desse animal (Hydrochoerus) significa porco d'água e é uma referência ao local
onde as capivaras vivem e aos hábitos desses animais. Seu nome popular, de origem tupi-
guarani, também apresenta um significado interessante: “comedor de capim”.
O gênero Hydrochoerus inclui atualmente apenas duas espécies, que são a Hydrochoerus
hydrochaeris e a Hydrochoerus isthmius, a qual é menor que a primeira (JIMÉ NEZ, 1995).
As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) são mamíferos herbívoros nativo da América do
Sul e também o maior roedor do mundo. É dependente da água para sobreviver e apresenta
comportamento similar ao porco como rolar na lama. Podem ser encontradas desde o Panamá
até o Uruguai, exceto na Cordilheira dos Andes. Os roedores amam água e precisam dela para
manter a pele úmida. São encontrados apenas em áreas como estuários, pântanos, margens de
rios e próximos de córregos na América Central e do Sul, segundo a União Internacional para
a Conservação da Natureza (IUCN).
Outro fator importante do seu habitat natural é a proximidade e abundância de alimentos,
constituídos, principalmente, de certos tipos de capim, ervas e determinadas plantas aquáticas.
Além da necessidade de escolherem corpos d’água próximos a regiões com abundância de
alimentos, constituídos de certos tipos de capim, ervas e determinadas plantas aquáticas,
alimentam-se durante o entardecer. Em um dia, capivaras adultas comem, em média, 40 kg,
podendo comer até 4 kg de alimentam de vegetação, normalmente plantas aquáticas e grama,
mas opções como grãos, melões e abóboras também podem fazer parte do menu. Cerca de
80% de sua dieta consiste apenas em cinco espécies diferentes de grama.
Esses animais apresentam um corpo robusto e musculoso coberto por pelos marrom-escuros e
podem atingir cerca de 1,3 m de comprimento e 60 cm de altura. Seu peso varia, e esses
mamíferos apresentam, em média, de 20 kg a 80 kg (fêmeas costumam ser um pouco maiores
do que os machos). Tem pescoço curto e volumoso e não consegue girá-lo para trás,
necessitando, para isso, girar também o corpo. O lábio superior apresenta características
leporinas, assemelhando-se um pouco ao do cavalo. A presença de rabo nesses animais é
motivo de discussão. Alguns autores dizem que esses animais possuem um pequeno rabo, e
outros dizem que eles não possuem rabo.
Seus membros saõ curtos em relaçaõ ao volume corporal. As patas traseiras saõ maiores que
as dianteiras (20 a 25 cm), o que favorece um rápido arranque. As patas anteriores têm quatro

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dedos e as posteriores três. Todos os dedos saõ unidos entre si por membranas natatórias e saõ
também dotados de unhas fortes e grossas (JIMÉ NEZ, 1995 e NOGUEIRA FILHO, 1996).
A capivara se move com agilidade, correndo com destreza e grande velocidade distâncias de
100 a 200 m, porém, se esgota com facilidade. Geralmente dirige-se para a água, atirando-se e
submergindo por vários minutos. Quando está distante da água, se torna presa fácil. Ao correr
prolongadamente, fatiga-se e entra em hipotermia, em alguns casos, medindo- se mais de
41°C de temperatura corporal antes da morte do animal.
As capivaras são bastante sociáveis. Um grupo típico delas costuma conter dez membros.
Durante a temporada chuvosa, podem chegar a 40 membros por grupo e até 100 na seca.
Esses grupos ocupam espaços entre 2 e 200 hectares e são sempre liderados por um único
macho dominante. As capivaras apresentam formas de comunicação umas com as outras. Elas
emitem sons quando desejam orientar outros indivíduos e também quando se sentem
ameaçadas. Além disso, assim como várias outras espécies animais, as capivaras demarcam
seu território, evitando, assim, que outros grupos entrem em sua áreas.
Esses grupos ficam sempre próximos a algum ambiente aquático, é necessário pois as
capivaras utilizam a água para se esconderem de predadores e também para se reproduzirem.
Se o observador não for muito atento, não terá condições de diferenciar o macho da fêmea,
pois são muito parecidos e naõ diferem também em tamanho. As genitálias são cobertas por
um saco anal, que se abre no momento da cópula; as glândulas mamárias saõ pequenas e
pouco visíveis (MINAS GERAIS, 2000). Desta forma, só é possível identificar macho e
fêmea através de uma glândula que o macho possui no focinho chamada de trombudo e que
serve para marcar território. A capivara é um animal sexualmente muito ativo e pode repetir a
cópula por mais de 10 ou 15 vezes no intervalo de uma hora. Aparentemente quem determina
o momento e o número de cópulas necessárias para iniciar a gestaçaõ é a fêmea. A gestação
dura em torno de 150 dias; em média nascem 4 filhotes por gestação e podem ocorrer até 2
partos por ano. As capivaras estão prontas para parir com cerca de 12 meses e peso de 30 a 40
quilos. Elas se reproduzem com facilidade em cativeiro, com média de um parto a cada oito
meses, até o sétimo ano de vida, o cio se repete entre 14 e 121 dias e dura entre 20 à 26 horas.
Os filhotes nascem principalmente nos meses mais quentes, com um ano de idade, os filhos
abandonam o grupo dos pais para encontrar um grupo novo. O tempo de vida da capivara vai
de seis a 12 anos.
A capivara é um animal calmo e manso de maneira geral e principalmente quando se sente
seguro, mas também são territorialistas, havendo brigas entre machos quando um deles invade

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o território alheio. Pastam preferencialmente ao entardecer, locomovem-se pouco durante o
dia e principalmente nas horas mais quentes do dia. Portanto, as capivaras são animais de
hábitos noturnos ou consideradas “crepusculares”, em alguns casos, caso se sintam
ameaçadas, passam a ter hábitos mais noturnos: ficam acordadas a noite inteira e dormem
durante o dia. A escuridão oferece abrigo e segurança para que possam comer e socializar sem
se preocupar tanto com predadores dormem perto da água, em áreas com vegetação densa
para se esconder de predadores. Às vezes dormem na lama e em águas rasas.
Neste territórios os animais possuem carrapatos, conhecidos como carrapatos-estrela
(Amblyomma cajennense), que podem transmitir a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável
pela doença febre maculosa. Essa doença é grave e pode levar à morte, portanto é importante
evitar contato com o animal que está doente ou já teve, se ingerir a carne contaminada esta
zoonose pode ser transmitida para os seres humanos reafirmando que a caça selvagem é ilegal
e pode deixar sequelas.
Por ser uma carne exótica e envolver toda uma questão cultural, a carne da capivara está
começando a ser mais aceita além de comercializada, em algumas países da América do Norte
um filé de capivara pode chegar a custar R$400,00. Saborosa e de baixo teor de gordura, a
carne de capivara é rica em ferro e ômega-3, que é um ácido graxo que ajuda na prevenção de
doenças cardíacas. Apesar de ter um gosto marcante, ela lembra carne suína e vai muito bem
com molhos agridoces.
Os grandes supermercados e açougues que comercializam carnes especiais parecem ser um
sistema de distribuição muito eficiente para este produto. A carne de capivara pode ser
facilmente comercializada em niv́ el de classe A, para uma clientela de alto poder aquisitivo e
interessada num prato distinto do cotidiano. Faz-se necessário, todavia, haver uma garantia de
abastecimento contínuo, o que significa um excelente estímulo para a criação deste animal em
cativeiro (SILVA, 1986).
Atualmente, o mercado comercializa uma média de duas toneladas de carne de capivara
(aproximadamente 100 cabeças) por mês, o que naõ atende à demanda, que é crescente com
boas perspectivas inclusive para exportaçaõ . O principal problema enfrentado pelo pequeno
criador de capivaras é o de naõ ter como atender diretamente os consumidores em virtude das
dificuldades como: tamanho da produçaõ , legislaçaõ para o abate e outros fatores. Desta
forma, a comercializaçaõ se concentra nas maõ s de alguns atravessadores que naõ remuneram
adequadamente o produtor. Isto, associado com as dificuldades que o pequeno produtor
encontra para legalizar a sua criaçaõ junto ao IBAMA, tem desestimulado as pessoas

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interessadas na criaçaõ deste animais, principalmente o pequeno criador (NOGUEIRA
FILHO, 1996).
A capivara possui gordura subcutânea é utilizada como tônico e para o preparo de
medicamentos para reumatismo, asma e bronquite, assim como para géis de massagem.
Também utilizado como óleo medicinal, usado para cicatrização e até contra reumatismo e
bronquite (friccionando), além de formar toucinho. Os pelos podem ser usados para a
fabricação de pincéis e o couro dá ótimas luvas antitérmicas ou qualquer outro produto
industrial. É resistente, impermeável e leve. Pode ser utilizado para a fabricação de selas,
calçados e bolsas e artigos de vestuário como jaquetas, coletes, entre outros.
O couro da capivara tem grande aceitação no mercado internacional, haja vista sua suavidade,
resistência e superfície vistosa. É denominado de “carpincho leather”, devido à sua
nomenclatura argentina, pois é esse paiś que processa e exporta maior quantidade do produto
(JIMÉ NEZ, 1995).
O esterco da capivara ser utilizado para a preparação de adubo orgânico, esta elimina 20
gramas de excremento por dia para cada quilo de seu próprio corpo. Seus ossos, por serem
cumpridos, também podem ser utilizados para artesanato sendo mais um fator que contribui
para a economia rural.

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3.-CONCLUSÃO

As capivaras podem ser manejaras perfeitamente se supridas as suas necessidades


específicas: um lugar para se abrigarem, grama, palha e uma piscina rasa para se
refrescarem. A alimentação também é um ponto crucial, mas não se trata de um
tema caro que impeça esta atividade zootécnica.
Devemos dar o seu devido reconhecimento no Brasil e principalmente, contribuir pra
a economia local trabalhando com uma carne exótica.
Em outros países cobra-se um valor exorbitante por não haver o suficiente para a
procura, dando a chance para o Brasil tornar-se os maiores exportadores de
subprodutos a base de capivara.

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4. REFERÊNCIAS

JIMÉNEZ, E. G. El capibara (Hydrochoerus hydrochaeris): estado actual de su producción.


Roma: FAO, 1995. 110 p.

LÓPEZ, S. Contribución al conocimiento de la fisiologia de la reproducción del chiguire.


Caracas: Universidad Central de Venezuela, 1985. n.p.

MINAS GERAIS – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA.


Agridata. 2000 . (http://www.agridata.mg.gov.br).
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NOGUEIRA FILHO, S. L. G. Manual de criação de capivara. Viçosa, MG: CPT, 1996. 50p.

PICCININI, R. S. , VALE, W. G. , GOMES, F. W. R. Criadouros artificiais de animais


silvestres. Belém: SUDAM, 1971. 31p.

SILVA, E. A Capivara: uma ampla revisão sobre este animal tão importante. Universidade
Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2013.

SILVA, L. F. W. Criação de capivaras em cativeiro. São Paulo: Nobel, 1986. 69p.

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