Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Viçosa – MG
2018
Ricardo Tadeu Galvão Pereira
Engº Agrônomo
Durante o tempo em que a calda estiver sendo aquecida, deverá ser agitada a cada três minutos com a pá de madeira.
Caso haja formação de espuma, acrescentar um pouco de água quente para não derramar.
Conservar o fogo sempre alto, para que a calda possa atingir o grau desejado o mais rápido possível.
Utilizar um canudo de bambu ou de plástico, com aproximadamente 25 centímetros de comprimento, para verificação
do grau da calda, que deve estar fria e sem borra.
Recomenda-se sua utilização até 60 dias após sua preparação. Quando conservada em vidro ou plástico de cor escuro
ou opaco, bem vedado e em ambiente escuro, a calda sulfocálcica poderá ser estocada por até um ano.
Para guardá-la em recipiente aberto, deverá ser colocada uma camada de 2 milímetros de óleo sobre a calda ou, então,
cobrir o vasilhame com plástico preto amarrado com fita de câmara-de-ar ou elástico.
Modo de usar:
A. Tratamento de inverno: Plantas de clima temperado: caqui, uva pêssego, etc.: 10%
B. Tratamento na primavera e verão:
Fruteiras (ácaros e repelente de insetos): A 1% Repetir a pulverização a cada 15 dias até
desaparecerem os sintomas.
Jiló, pimentão e berinjela (ácaro, antracnose): A 1% a intervalo quinzenal
Quiabo (ácaro, oídio): 1% a cada 15 dias.
Feijão-vagem (ferrugem): 1% a intervalo quinzenal.
NOTAS:
Não aplicá-la em cucurbitáceas (abóboras e morangas), pois ela é fitotóxica a essas espécies.
Não aplicá-la em horário de sol quente, pois pode provocar queimadura nas folhas e nos frutos.
Não aplicá-la em época de floração.
Em estufas, reduzir em 50% as dosagens e fazer os tratamentos em períodos frescos.
Caso já tenha aplicado calda bordalesa, só aplicar calda sulfocálcica 25 dias depois. Obedecer a um prazo de 15 dias
da aplicação da calda sulfocálcica, caso tenha que aplicar a calda bordalesa.
Para espécies ou variedades novas, por precaução, fazer testes em algumas plantas, para observar possíveis reações
quanto ao produto e dosagem.
CALDA BORDALESA
A calda bordalesa é um fungicida alternativo utilizado na agricultura orgânica, agroecológica e convencional. Sua
função é proteger a planta contra doenças como as ferrugens e diversas manchas foliares. Provavelmente, a calda
Bordalesa foi um dos primeiros fungicidas a serem descobertos.. A primeira descrição do preparo foi feita pelo
francês Millardet, em 1885.
Ingredientes e utensílios necessários
Para fazer 100 litros da calda, você precisará de 1 Kg de sulfato de cobre, (facilmente encontrado em lojas de
produtos agropecuários) e 1 Kg de cal. Deve ser utilizada cal de pintura, nova e de boa qualidade ou cal virgem. São
necessários também 100 1itros de água limpa.
Para o preparo serão utilizados: dois recipientes plásticos de no mínimo 50 litros, pano para coar, pá de madeira
e balança.
Preparo da Calda
Diluir a cal em 50 litros de água. Para isso, a cal é colocada no fundo do recipiente e a água é acrescentada
aos poucos, agitando até completar os 50 litros. Após a diluição completa da cal, coar com o pano.
Posteriormente, o sulfato de cobre deve ser diluído em 50 litros de água, agitando até a dissolução se
completar.
Por fim, despejar a solução de sulfato de cobre sobre a água de cal, agitando sempre.
ATENÇÃO: Nunca despejar a cal sobre o sulfato de cobre, pois a mistura precipitará e formará uma
pasta.
Após o preparo, a calda terá um aspecto verde azulado e deverá ter o pH neutro ou levemente alcalino. Para
verificar o pH devem ser pingadas algumas gotas da calda em uma lâmina de faca não inoxidável. Depois de três
minutos, se aparecerem manchas avermelhadas é porque a calda está ácida e deveremos acrescentar mais cal à
mistura.
Para fazer quantidades diferentes de calda, basta alterar os valores proporcionalmente.
CAL
Aplicação da Calda
A calda bordalesa deverá ser aplicada nas plantas via pulverização, utilizando pulverizador costal ou
tratorizado. Por ser um produto protetor é importante utilizar uma quantidade que cubra bem toda a superfície da folha,
tomando cuidado para não escorrer. A aplicação deve ser feita preferencialmente nas horas mais frescas do dia.
Apesar do produto ser pouco tóxico, deve ser utilizado o equipamento de proteção individual durante a
aplicação. Isso evita que o produto entre em contato com a pele e, principalmente, com os olhos.
A calda deve ser utilizada logo após o preparo. Caso a mistura desça para o fundo do recipiente, entre a
aplicação de uma bomba e outra, basta agitar para que possa ser aplicada
Recomendações
A calda bordalesa protege as folhas da planta do ataque de fungos. Pode ser utilizada em café, plantas
frutíferas, como goiabeiras, laranjeiras, limoeiros, e em hortaliças que não sejam sensíveis ao cobre, como tomate,
batata, pimentão e berinjela. Apesar de deixar os frutos com uma coloração esverdeada, basta lavá-los para que os
mesmos possam ser consumidos.
Atenção: O cobre pode ser tóxico a algumas plantas, em caso de dúvida faça um teste aplicando a calda numa
pequena parte da planta. Nunca jogue os restos de calda diretamente no solo, pois as minhocas são sensíveis ao
cobre.
Dica
Para fazer a pasta bordalesa, que pode ser aplicada no tronco de arvores com pincel ou brocha basta reduzir a
quantidade de água da formula de 100 para 10 litros.
Casos especiais - dosagens para 20 litros de água.
Cultura Sulfato de Cobre (g) Cal Virgem (g)
Abobrinha, alface, chicória, caqui, morango, pepino 100 100
Couve, repolho 500 500
Cucurbitáceas 60 60
A fêmea penetra no fruto do cafeeiro na região da coroa. O inseto abre uma galeria por
dentro do fruto onde deposita seus ovos. Os machos da broca vivem somente dentro do fruto, onde
fecundam as fêmeas. Após o acasalamento as brocas abandonam o fruto para realizar uma nova
colonização.
O período entre a saída do inseto e a colonização de outro fruto é o período estratégico de
controle do inseto, pois é a única época que o mesmo fica exposto.
Com relação a alimentação, a broca alimenta-se, quase que exclusivamente dos frutos do
cafeeiro, não atacando outras pastes da planta e nem mesmo outras espécies de planta.
Condições de inverno úmidos são favoráveis a proliferação do inseto.
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
O manejo integrado de pragas é um importante procedimento para o controle de qualquer
praga agrícola. No caso específico da broca as medidas de manejo integrado são ainda mais
importantes visto que o inseto é de difícil controle. As técnicas de manejo integrado para o controle
da broca podem ser divididas em cultuais, químicas, biológicas e também por comportamento.
Técnicas Culturais de Controle
Dentre as técnicas culturais de controle a ênfase maior deverá ser dada a realização de
colheita bem feita. Assim a realização de repasse na lavoura e retirada de todo o café de varrição
é fundamental para que o inseto não encontre fonte de alimento no período de entressafra.
Adicionalmente, o uso de matéria orgânica pode ser interessante pois acelera o processo de
decomposição dos frutos que eventualmente fiquem no chão.
Lavouras abandonadas devem ser erradicadas pois constituem em habitat adequado a
sobrevivência do inseto.
Técnicas de controle biológico
Existem hoje no mercado diversos produtos biológicos para o controle da broca. A principal
formulação disponível são esporos do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana. O esporos do
fungo germinam e penetram no corpo do inseto colonizando seu interior levando o mesmo a morte.
Este processo pode levar de 2 a 7 dias e o inseto parasitado fica coberto por um “mofo” de coloração
esbranquiçada.
As limitações do controle biológico estão ligadas as condições ideais para a aplicação do
produto. Por se tratar de um organismo vivo (fungo), se o mesmo for exposto a condições de
insolação intensa, temperaturas altas e baixas umidades a eficiência do produto pode ser muito
reduzida. Assim deverão ser seguidas as seguintes recomendações no uso do controle biológico:
MANUTENÇÃO DA ARMADILHA: Após uma semana de instalação da armadilha deverá der feita
uma revisão das mesmas verificando-se o nível do liquido de captura (água com detergente). O
liquido atrativo (vidro) deverá ser completado utilizando uma seringa com agulha toda vez que
baixar da metade do nível. Posteriormente a revisão poderá ser feita em períodos maiores,
dependendo da condição climáticas. Nas revisões observar se está ocorrendo captura das brocas,
a qual é um pequeno besouro preto que pode ser visualizado na foto 7.
12 cm
Detalhe da Fixação do
arame que prenderá a
armadilha a planta
18 cm
Atrativo
(metanol+etano(3:1))
13 cm
Liquido de captura
Água com
detergente
Foto 1 -Esquema geral da armadilha
1,5 m
13 cm
REFERÊNCIAS
IAPAR. Armadilha IAPAR para manejo da broca do cafeeiro. Folder. IAPAR. Londrina.
FERNANDES, F.L. PICANÇO, M.C; Silva, R.S. SILVA, I.W.; FERNANDES M.E.S; RIBEIRO, L.H.
Controle massal da broca-do-cafe com armadilhas de garrafa Pet vermelha em cafeeiro. Pesq. agropec. bras.,
Brasília, v.49, n.8, p.587-594, ago. 2014
VILLACORTA, A.; A. F. POSSAGNOLO, A. F.; SILVA, R. Z.; RODRIGUES, P. S. Um modelo de
armadilha com semioquímicos para o manejo integrado da broca do café Hypothenemus hampei (Ferrari) no
Paraná. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 2, 2001, Vitória. Anais...
Brasília: Embrapa-Café, 2001. p.2093-2098