1) Qual a importância da História para os moradores de Javé? (Qual a importância
social da História?) R: O filme fala do Vale de Javé, o qual estava prestes a ser coberto por águas, visto que engenheiros e autoridades iriam construir ali uma barragem, fazendo todo o vilarejo desaparecer para dar lugar a uma hidrelétrica. Esse quadro só poderia ser revertido se constatado cientificamente que ali era um patrimônio histórico e cultural. Assim, seria necessário compor um documento oficial contando a história do vilarejo. Ao saber do que poderia acontecer, o povo depressa se reúne para buscar uma solução. Contudo, a maioria do povoado que ali residia, era analfabeta. Entre um dos poucos que eram letrados, estava Antônio Biá, o qual havia trabalhado no correio da cidade, inclusive, para garantir seu emprego, tinha mandado cartas para diversas cidades difamando as pessoas da vila. Logo, salvou o seu emprego as custas da população, agora seria hora de ajudar a população a salvar o Vale de Javé. Dessa maneira, é encarregado para escrever os grandes acontecimentos para compor a história. Para isso, vai até as pessoas mais velhas do vilarejo, as quais lhe contam versões com base nos mesmos fatos, mas exaltando diferentes personagens. Nota-se, portanto, a importância da história como salvadora de uma comunidade, ou seja, só por ela o vilarejo e todo seu povo, que ali haviam perdido pais, criado filhos, constituído suas vidas, suas histórias, manteriam-se de pé. Todavia, devido ao analfabetismo, a única história que prevalecera fora a oral, a qual não dava bases suficientes, dado que haviam diversas versões, sem saber, de fato, qual a verdadeira. Com isso, observa-se também, a importância da história escrita, como forma de unificar fatos marcantes, manter tradições e legados vivos. A importância social da história, é da conservação, mesmo com o passar dos anos, de toda bagagem histórica e cultural de um povo.
2) Como é possível interpretar as várias histórias contadas pelos moradores de
Javé sobre as origens da região e do povoado? Qual delas lhe pareceu mais verossímil ou interessante? R: Para Antônio Biá poder escrever o documento passou a ouvir os moradores e suas diversas histórias sobre o vale. Dessa maneira, dia e noite vinha gente lhe oferecer história. O primeiro contador, mostra uma arma proveniente de seu descendente, Indalácio, o qual seria o fundador do vale de Javé, segundo ele, o rei de Portugal havia expulsado Indalécio e seu povo de suas terras, por conta do ouro que lá havia, de modo que este buscava uma terra para abrigar seus retirantes, a qual veio a ser o vale de Javé. A segunda a contar foi Teodora, que baseia-se na mesma história, entretanto, coloca também como fundadora Maria Dina, de quem se diz descendente, o que ela acrescenta é que a terra para levar o povo foi encontrada e cantada por Dina. Segundo o terceiro contador, Firmino, antes de Indalécio chegar com seus retirados à terra, Maria Dina já andava por lá. Há também a versão de um africano, que afirma ser Indalécio um homem de guerra, que queria levar o povo de volta a sua terra. Podemos perceber, portanto, que as bases das histórias são as mesmas, contudo, cada um buscava exaltar um personagem, normalmente, aqueles que segundo eles, faziam parte de sua parentela. Como forma de comprovação de suas histórias buscavam usar como provas: fotos, marcas, artefatos. Entretanto, tal fato não faz com que fique menos difícil reconhecermos os verdadeiros acontecimentos, desse modo, todas parecem carregar vestígios verossímeis.
3) Qual é a diferença entre História e Memória? Qual a relação que se pode
estabelecer entre memória e História? R: História é um conjunto de fatos que aconteceram em dado tempo, forma, momento da sociedade, que para ser composto, necessita de diversos pontos de vista. Logo, a memória são acontecimentos que ficam marcado de forma singular na memória de cada ser humano. Consequentemente, cada um possui seu jeito próprio de contar uma história, como demostrado no acontecimento do Vale do Javé. A relação entre ambas é que a história é a forma de se preservar os acontecimentos presentes na memória, sendo impossível, então, compor uma história sem usar os recursos da memória.