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LIÇÕES

R E V I S TA PA R A E S T U D O S N A S E S C O L A S B Í B L I C A S

2º TRIMESTRE • 2014 • Nº 307

Siga os
passos de

Aquele que afirma que permanece nele,


deve andar como ele andou (1 João 2:6)
MISSÃO DA
ESCOLA BÍBLICA
Transformar as pessoas em
discípulas de Cristo, através
do ensino e da prática da
palavra de Deus.
Copyright © 2014 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha


Conselho Editorial José Lima de Farias Filho
Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
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EXPEDIENTE

Redação
Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544
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Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)


Redação e preparação Alan Pereira Rocha
de originais Alexandro Jorge da Silva
Andrei Sampaio Soares
Cláudia Duarte
Edney Rodrigues de Brito
Eleilton William de Souza Freitas
Genésio Mendes Jr.
Ismael Braz
Jailton Sousa Silva
Kassio Passos Lopes
Silvio Gonçalves
Virginia Ronchete David Perez
Willian Robson de Souza
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha
e sugestão para
programa de culto
Leituras diárias Andrei Sampaio Soares
Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro Murta
Editoração e capa Roberta Segato Bassanetto

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima


Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas Informações na página 88
Impressão Gráfica Regente – Maringá, PR
Siga os
passos de

Aquele que afirma que permanece nele,


deve andar como ele andou. (1 João 2:6)

SUMÁRIO

Apresentação .....................................................5

1 Imite o Mestre ......................................................6

2 Obedeça ao Pai...................................................12

3 Ame as pessoas ..................................................18

4 Recuse aplausos..................................................24

5 Pregue a Boa Nova .............................................30

6 Perdoe sempre....................................................36

7 Tenha paciência ..................................................42

8 Ande em santidade.............................................48

9 Seja solidário ......................................................54

10 Sirva os outros ....................................................60

11 Viva em oração ...................................................65

12 Insista na caminhada ..........................................71


Projeto Proclamar – Sábado especial ..............77
13 Evangelize sem preconceito ................................78

Sugestão para programa de culto ..................84

Confira, nas páginas centrais, o encarte com informações sobre a


50ª Assembleia Geral das Convenções da IAP
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz 1 Coríntios 1 Co
Rute Rt 2 Coríntios 2 Co
1 Samuel 1 Sm Gálatas Gl
2 Samuel 2 Sm Efésios Ef
1 Reis 1 Rs Filipenses Fp
2 Reis 2 Rs Colossenses Cl
1 Crônicas 1 Cr 1 Tessalonicenses 1 Ts
2 Crônicas 2 Cr 2 Tessalonicenses 2 Ts
Esdras Ed 1 Timóteo 1 Tm
Neemias Ne 2 Timóteo 2 Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec 1 Pedro 1 Pe
Cantares Ct 2 Pedro 2 Pe
Isaías Is 1 João 1 Jo
Jeremias Jr 2 João 2 Jo
Lamentações Lm 3 João 3 Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES
Obadias Ob E VERSÕES BÍBLICAS
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
Jonas Jn
Miquéias Mq AM A Mensagem
Naum Na ARA Almeida Revista e Atualizada
Habacuque Hc ARC Almeida Revista e Corrigida
Sofonias Sf AS21 Almeida Século 21
Ageu Ag ECA Edição Contemporânea de Almeida
Zacarias Zc NVI Nova Versão Internacional
Malaquias Ml KJA Tradução King James Atualizada
BV Bíblia Viva
NBV Nova Bíblia Viva
BJ Bíblia de Jerusalém
TEB Tradução Ecumênica da Bíblia
NTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

4 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Apresentação

Tudo que Jesus fez, conforme os quatro evangelhos, é exemplo perfeito a ser
seguido. Ele foi perfeito no seu caráter, na obediência, no amor, na humildade,
na abnegação, no perdão, na paciência, na santidade, no serviço, na oração e
na persistência. A Bíblia, abertamente, declara que nós, cristãos, devemos ser
parecidos com ele. É nosso dever observar as atitudes do nosso mestre e seguir
suas pegadas pelo caminho. De acordo com o apóstolo João, é assim que se
reconhece um verdadeiro cristão: ... deve andar como ele andou (1 Jo 2:6).
É exatamente por isso que precisamos gastar tempo estudando o caráter
santo do nosso Salvador. Foi também por esse motivo que Paulo escreveu:
Lembre-se sempre de Jesus (2 Tm 2:8). Quanto mais você se lembrar de Jesus
e quanto mais olhar para ele, mais desejará ser parecido com ele. Mas isso só
acontecerá se você estiver se lembrando do Jesus verdadeiro.
Muitas são as pessoas que criam um “Jesus” para si mesmas e, tão cedo,
descobrem que esse personagem inventado não supre todas as suas expecta-
tivas. Ele “até as faz felizes de tempos em tempos, mas não as desafia, não as
move a fazer algo para mudar o mundo. Coisas, por sinal, que o verdadeiro
Jesus tinha o hábito de fazer”.1 O Jesus que devemos ter como modelo e do
qual nunca podemos nos esquecer “é o Jesus da Bíblia, o Jesus dos quatro
Evangelhos, o Jesus do evangelho que Paulo pregava!”.2
Pois bem, através desta nova série de Lições Bíblicas, intitulada: Siga os
passos de Jesus, estamos convidando você a conhecer um pouco mais esse
Jesus verdadeiro que a palavra de Deus nos apresenta. A proposta é analisar,
em cada estudo, traços característicos que o Mestre demonstrou em seu ca-
ráter, seus procedimentos e suas atitudes, enquanto esteve neste mundo, e,
diante dessas verdades descobertas, desafiar cada aluno da Escola Bíblica a
colocar Cristo no centro de sua vida e imitá-lo em tudo.
Ao Cristo que é o nosso alvo supremo, a nossa aspiração mais profunda,
sejam a glória, a honra e o louvor, para sempre. Amém!

Pr. Alan Rocha


Diretor do Departamento de Educação Cristã

1. Wright (2011:7).
2. Revista Ultimato, Ano XLVII – Nº 346, p. 21.

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5 DE ABRIL DE 2014
Imite o Mestre

Hinos sugeridos – BJ 235 • BJ 280

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Apresentar algumas Desta forma sabemos que estamos nele:
razões para imitarmos
aquele que afirma que permanece nele, deve
Jesus e mostrar que quem
segue os passos dele deve andar como ele andou. (1 Jo 2:6)
fazer isso observando a
sua perfeição e confiando
em sua compaixão. INTRODUÇÃO
Pela graça de Deus, estamos iniciando esta
série de lições bíblicas, intitulada “Siga os pas-
LEITURA DIÁRIA
sos de Jesus”. Nela, vamos examinar o caráter e
D 30/03 1 Jo 2:1-6 as atitudes do nosso Senhor e relembrar nosso
S 31/03 Jo 13:13-15
dever, como discípulos, de seguir os seus pas-
T 01/04 1 Pd 2:21-24
sos. Por milhares de anos, Jesus tem chamado
Q 02/04 Rm 8:28-30
Q 03/04 2 Co 3:13-18 atenção de muita gente. Não são poucos os
S 04/04 1 Jo 3:1-5 que se declaram seus seguidores. Mas será que
S 05/04 1 Jo 3:6-11 todos estes conhecem bem o Jesus da Bíblia?
É imprescindível conhecer essa pessoa que
dizemos ser nosso Senhor e Salvador. Caro es-
tudante, será que sua vida é reflexo do caráter
e das atitudes daquele que você declara se-
guir? Nesta primeira lição, você será desafiado
a conhecê-lo melhor. Faremos isso lhe apre-
sentando alguns excelentes motivos que você
tem para imitar o Mestre.

I OBSERVANDO OS PASSOS DELE


Acesse os
Comentários Adicionais A palavra de Deus é clara, quando diz que
e os Podcasts nós, cristãos, devemos moldar nossa vida em
deste capítulo em
www.portaliap.com.br conformidade com o procedimento de Cristo,
ou seja, “o tipo de caráter que é visto em Jesus

6 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


deve ser visto em nós também”.1 Foi você deve aprender. É Jesus quem
isso que o apóstolo João quis dizer, nos convida a nos aproximarmos
quando escreveu que o crente em dele para recebermos sua instrução.
Jesus deve andar como ele andou (1 Precisamos atender a sua convoca-
Jo 2:5-6). Por que gastar tempo estu- ção, e devemos fazer isso com o de-
dando o caráter do Mestre? Por que sejo de imitá-lo.
se preocupar em ser parecido com 2. Ser parecidos com Jesus é o
ele? Veja os motivos. nosso dever: Não basta dizer que é
1. Ser parecidos com Jesus é cristão. Falar é fácil. Em nossos dias,
o nosso chamado: Foi Jesus quem muitos se dizem evangélicos. Mas
fez este convite: Venham a mim, to- será que são verdadeiros discípulos de
dos os que estão cansados e sobre- Cristo? Dizer que somos cristãos ou
carregados, e eu lhes darei descan- que andamos com Jesus impõe-nos o
so. Tomem sobre vocês o meu jugo e dever de confirmar esse discurso com
aprendam de mim, pois sou manso e nossas atitudes. Temos a obrigação
humilde de coração (Mt 11:28-29a). de dar bom testemunho. Sobre isso,
Embora ele tenha dito tais palavras McCall2 disse uma verdade: “Fé em
a uma multidão de galileus, este Jesus como Salvador e conformidade
convite é para todas as pessoas do com seu caráter são inseparáveis”.
mundo. É uma ordem a que todos O apóstolo João diz que a mar-
os cristãos de todos os tempos de- ca de um verdadeiro cristão é viver
vem obedecer. como viveu o seu Senhor (1 Jo 2:5-
Somos chamados a ir até ele com 6). Sendo seu discípulo, ou seja, seu
o propósito de aprender a viver. O aluno e seguidor, deve imitá-lo em
resultado é impressionante: ... e tudo; seguir o seu exemplo; andar
vocês encontrarão descanso para nos seus passos; reproduzir, em sua
as suas almas (Mt 11:29b). Aque- vida, o estilo de vida do Mestre. Esse
les que buscam um sentido para a é âmago do discipulado, cuja pala-
vida, acham, em Jesus, todas as res- vra-chave é a imitação.
postas. Nele, encontram descanso e Além de 1 Jo 2:5-6, temos outras
paz, porque seu jugo é suave e o seu passagens em que nós, cristãos, so-
fardo é leve (Mt 11:30). mos instados a seguir o padrão de
Você não é chamado, primeira- Jesus, tais como: Jo 13:15; Fp 2:5 e
mente, para uma igreja ou para uma 1 Pd 2:21-24. Esses textos mostram
doutrina. Você é chamado a uma que ser parecido com ele é um de-
pessoa, e é desta pessoa, com suas ver de todos nós. Pense nisto: Se não
qualidades e com seus atributos, que procuramos ser parecidos com Jesus,

1. McCall (2009:20). 2. Idem, p. 19.

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se não tentamos refletir o caráter a Cristo, está sendo conduzido ao
dele em nossa vida, que direito te- destino que Deus estabeleceu para
mos de afirmar que somos cristãos? você, antes mesmo da fundação do
3. Ser parecidos com Jesus é o mundo. O apóstolo Paulo nos mos-
nosso anseio: Todo verdadeiro cris- tra esse destino: Pois aqueles que
tão deseja ser semelhante a Cristo. de antemão conheceu, também os
Este desejo é algo inato. É o Espírito predestinou para serem conformes à
Santo quem trabalha em nós para imagem de seu Filho (Rm 8:29).
isso e coloca esse anseio em nosso Esse é o maior propósito de Deus
coração (2 Co 3:18). O Espírito Santo e o grande bem que ele tem para
nos leva a Cristo e nos faz perceber nós. O Senhor fará tudo para que al-
o quanto ele é precioso e sublime (1 cancemos esse objetivo. Paulo escre-
Pd 2:7). Quanto mais conhecemos veu sobre isso: Sabemos que todas
Jesus, mais desejamos conhecê-lo. as coisas cooperam para o bem da-
A jornada cristã é uma constante queles que amam a Deus, daqueles
descoberta de Jesus. À medida que que são chamados segundo o seu
caminhamos com ele, nós o conhe- propósito (Rm 8:28 – grifo nosso).
cemos mais e mais e cada vez mais Alguém pode protestar, dizendo
nos tornamos parecidos com nosso que, na verdade, o maior propósito
Salvador. Cristo deve nos fascinar to- de Deus para nós é o de glorificá-lo,
dos os dias. Nosso coração deve ar- pois fomos criados para a sua glória
der de amor por ele. Cristo é o maior (cf. Is 43:7). Essa afirmação é corre-
exemplo de vida. Segui-lo é algo ta; contudo, precisamos saber que
extraordinário e precisa ser o anseio a única maneira de vivermos para a
mais intenso nosso coração. glória de Deus é buscando ser seme-
O apóstolo Paulo é um bom lhantes ao Deus da glória.
exemplo disso. Ele era fissurado por De fato, o Senhor criou o ser hu-
Jesus. Veja o que ele escreveu: Tudo mano conforme a sua imagem e
o que eu quero é conhecer a Cris- semelhança (cf. Gn 1:26), para que
to e sentir em mim o poder da sua refletisse a sua majestade pelo mun-
ressurreição. Quero também tomar do. É isso mesmo. Adão e Eva foram
parte nos seus sofrimentos e me tor- criados parecidos com Deus. No en-
nar como ele na sua morte (Fp 3:10 tanto, a rebelião, lá no Éden, mudou
– NTLH). Imitar Jesus é, sem dúvida, tudo. Mas Jesus morreu na cruz e ris-
o mais fascinante projeto de vida. cou a cédula que era contra nós. Veio
4. Ser parecidos com Jesus é o para retomar o propósito original. Ele
nosso propósito: Não estamos nes- nos justificou e está nos santificando
te mundo por acaso. Há propósito para que, aos poucos, nós nos tor-
para nossas vidas. Você, que serve nemos parecidos com ele. João es-

8 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


creveu: Amados, agora somos filhos que, quando ele se manifestar, sere-
de Deus, e ainda não se manifestou mos semelhantes a ele, pois o vere-
o que havemos de ser, mas sabemos mos como ele é (1 Jo 3:2).

01. Leia Mt 11:28-30 e item 1 e responda: Que convite fez Jesus a


todas as pessoas e o que isso tem a ver com seguir os seus passos?

02. Com base em 1 Jo 2:5-6 e no item 2, responda: Por que ser


parecido com Jesus é dever de todo cristão?

03. Por que ser parecido com Jesus deve ser o anseio de todo
verdadeiro cristão? Como o Espírito Santo ajuda nesse processo?
Baseie-se no comentário e em 2 Co 3:17-18; 1 Pd 2:7; Fl 3:10.

04. O quarto motivo de sermos semelhantes a Jesus é que este é o


propósito de Deus para nós. Comente isso com os demais alunos.
Baseie-se no item 4 e em Rm 8:28-29; Gn 1:26 e 1 Jo 3:2.

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Imite o Mestre Jesus obser- plo”, hupogrammos, significa literal-


vando a sua perfeição. mente “escrita perfeita”, ou “padrão”
A Bíblia diz: Cristo sofreu em vos- a ser seguido.3 A imagem é a de um
so lugar, deixando-vos exemplo para
seguirdes os seus passos (1 Pd 2:21).
A palavra grega traduzida por “exem- 3. Barclay (1985:97).

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professor escrevendo na parte de cima o caminho de Cristo é o caminho
do caderno para o aluno copiar em- da cruz (Lc 9:23). Trilhar este cami-
baixo, e a mensagem do texto é que, nho é andar na contramão do mun-
assim como o estudante aprende a do. Por isso, quem busca imitar o
escrever copiando de um modelo per- Mestre, comete falhas e pode até
feito de caligrafia, nós, estudantes da desanimar. Mas nossa alegria é que
vida, só podemos aprender a viver co- Jesus nos trata com compaixão e
piando o padrão perfeito da vida que nos auxilia em nossas fraquezas (cf.
Deus nos apresentou: Jesus Cristo.4 Hb 4:15).
Tudo o que Jesus fez, aqui na terra, é Além de se compadecer de nós,
um exemplo perfeito a seguir. A palavra ele nos entende. Aquele a quem
de Deus diz que ele não cometeu peca- seguimos deixou a sua glória para
do, nem dolo algum se achou em sua tornar-se um de nós. Aqui, viven-
boca; pois ele, quando ultrajado, não ciou todos os dilemas humanos e foi
revidava com ultraje (1 Pd 2:22-23). Ele tentado em todas as coisas, à nossa
é perfeito em caráter e nos deu exem- semelhança, mas sem pecado (Hb
plo de santidade, humildade, abnega- 4:16). Por isso, ao segui-lo, conte
ção e amor. Olhe para Cristo e deixe com sua compreensão e sua compai-
a formosura dele encantar você. Que xão. Se cair, saiba que Jesus sempre
ele seja o seu alvo. Faça da imitação de estará de mão estendida para ajudá-
Cristo o seu principal projeto de vida. -lo a se levantar. Se pecar, peça per-
2. Imite o Mestre Jesus con- dão, pois ele é fiel e justo para nos
fiando em sua compaixão. perdoar os pecados e nos purificar
Seguir os passos de Jesus é algo de toda injustiça (1 Jo 1:9). Não de-
extraordinário, mas não é fácil, pois sista de segui-lo, porque ele nunca
desistirá de você.
4. Idem.

05. O que o texto de 1 Pd 2:21-22 nos ensina sobre a perfeição de


Jesus? Jesus tem sido seu alvo e maior exemplo? Você tem a imitação
de Cristo como o seu principal projeto de vida?

06. Leia a segunda aplicação; Hb 4:15-16; 1 Jo 1:9 e 2:1, e responda:


Por que, ao imitar do Mestre, podemos confiar em sua compaixão?

10 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


DESAFIO DA SEMANA

Os cristãos precisam redescobrir a importância de serem pareci-


dos com Jesus. Esse é nosso chamado e dever, tem que ser nosso
anseio e o propósito da nossa existência. Esse foi o assunto desta
lição e também será o das próximas, em que vamos examinar o
caráter e as atitudes de Jesus, com o objetivo de imitá-lo e, assim,
reproduzir, em nossa vida, o estilo de vida do próprio Jesus.
Temos, portanto, um desafio a você: De agora para a frente, co-
mece a fazer uma pergunta que irá revolucionar a sua vida. Diante
de cada decisão, cada proposta, cada situação de conflito, cada
tentação, cada afronta, cada aflição, sempre pergunte: “Em meu
lugar o que faria Jesus?”.5 O Espírito Santo o fará encontrar a res-
posta diante de uma dessas ocasiões. Após descobrir o que Jesus
faria, faça o mesmo.

5. Sheldon (2007:10).

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12 DE ABRIL DE 2014
Obedeça ao Pai

Hinos sugeridos – BJ 33 • BJ 184

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante Pai, se queres, passa de mim este cálice;
da palavra de Deus que
contudo, não faça a minha vontade, e sim a
devemos buscar obedecer
a Deus, em cada detalhe tua. (Lc 22:42)
da nossa vida, a exemplo
do que Jesus fez, e que
isso não é opcional, INTRODUÇÃO
nem impraticável. Jesus viveu uma vida de total obediência à
vontade do Pai, enquanto esteve entre nós.
Podemos encontrar essa verdade estampada
LEITURA DIÁRIA
pelas páginas do Novo Testamento, de manei-
D 06/04 Fp 2:5-8
ra muito clara. O próprio Paulo, quando escre-
S 07/04 1 Sm 15:20-22
T 08/04 Jr 42:6 veu sobre a encarnação de Cristo, declarou: E,
Q 09/04 At 5:29 vivendo a vida comum de um ser humano, ele
Q 10/04 Hb 5:8-9 foi humilde e obedeceu a Deus até a morte (Fp
S 11/04 Rm 1:1-6 2:8 – NTLH).
S 12/04 Rm 16:25-27
Foi em obediência que Jesus caminhou até
o Calvário e sofreu todos os horrores de uma
morte dolorosíssima, ultrajante e maldita. Em
obediência, cumpriu a missão que lhe fora dada
e nos deixou isso como exemplo. Dizer que é
cristão qualquer um pode fazer; o difícil é ter
uma vida em obediência a Deus. Esse é o nos-
so desafio. Devemos imitar a obediência total e
radical de Jesus ao Pai. Sigamos os seus passos.

Acesse os
I OBSERVANDO OS PASSOS DELE
Comentários Adicionais
e os Podcasts O ministério terreno de Cristo Jesus foi
deste capítulo em
www.portaliap.com.br “uma manifestação constante da sua obe-
diência, desde a sua encarnação, passando

12 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


por todos os desafios inerentes à são, o texto está assim: A comida que
sua missão, até a sua auto-entrega me mantém ativo é fazer a vontade
na cruz em favor do seu povo”.1 daquele que me enviou (AM). Obe-
Nossa tarefa, nesta primeira parte decer ao Pai era a grande “obsessão”
da lição, será analisar a veracidade de Jesus, em seu ministério terreno.
dessa afirmação, a partir dos textos Nosso Senhor afirmou com todas
do Novo Testamento. as letras: ... não busco a minha von-
1. Ele foi obediente desde o iní- tade, mas a vontade do Pai que me
cio: Leia com atenção as palavras do enviou (Jo 5:30). Ele não está dizen-
próprio Jesus, no evangelho de João: do que tem uma vontade diferente
Pois eu desci do céu não para fazer da vontade do Pai. Está demonstran-
a minha vontade, mas a vontade da- do, sim, que, como homem, possui
quele que me enviou (Jo 6:38). “Eu as limitações da natureza humana,
desci do céu” é uma expressão que sentimentos de dor e prazer, “uma
diz respeito à encarnação do Mestre. inclinação para vida e uma aversão
Aqui, temos uma verdade gloriosa à morte. Ainda assim, Ele satisfazia
sobre esse evento. não a si mesmo”.3
Segundo Jesus, o “propósito intei- 2. Ele foi obediente até o fim:
ro de sua encarnação, de sua vinda Algumas horas antes de ser pre-
dos céus, não foi fazer a sua própria so – na noite anterior ao dia de sua
vontade, mas a vontade do Pai que o crucificação –, Jesus vivenciou uma
enviou”.2 Ele não estava lutando em das experiências mais difíceis do seu
causa própria. Recebeu uma missão ministério terreno; contudo, não re-
do Pai e veio, em seu nome, cumprir cuou de fazer a vontade de Deus.
essa missão, de modo obediente: ... as Estamos nos referindo ao episódio
próprias obras que o Pai me deu para no jardim do Getsêmani. Ali, Jesus
realizar, essas que eu faço (Jo 5:36). começou a entristecer-se pelo sofri-
Entendeu? O que o Pai mandou, ele mento que se avizinhava.
fez! O nome disso é obediência. O evangelho de Marcos conta que
No mesmo evangelho de João, Jesus tomou três dos seus discípulos
ainda lemos outra afirmação de Je- (Pedro, Tiago e João) e (...) lhes disse:
sus, que mostra sua preocupação em A minha alma está profundamente
obedecer ao Pai e aos seus desígnos: triste até a morte. Ficai aqui e vigiai
A minha comida consiste em fazer a (Mc 14:33-34). Lucas diz que Jesus,
vontade daquele que me enviou e re- em agonia, orava a Deus, a ponto de
alizar a sua obra (4:34). Em outra ver- seu suor se tornar em grandes gotas
de sangue (22:44).
1. Costa (2001:33).
2. Carson (2007:292). 3. Henry (2008:817).

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Frederick Zugibe, ex-patologista- atenção para dois textos, dentro do
-chefe do Instituto Médico Legal de evangelho de Mateus, que mostram
Nova York, diz que Jesus foi vítima isso. Ambos fazem parte do famoso
de hematidrose, um fenômeno raro “Sermão do Monte”.
na literatura médica, que ocorre O primeiro deles está dentro da
quando a pessoa está sob forte es- oração-modelo. Jesus nos ensinou a
tresse mental, medo e sensação de demonstrar preocupação com a von-
pânico. Nestes casos, as “veias das tade de Deus, com a obediência ao
glândulas sudoríparas4 se compri- Pai, inclusive em nossas orações: Por-
mem e depois se rompem, e o san- tanto, vós orareis assim: (...) venha o
gue mistura-se então ao suor que é teu reino, seja feita a tua vontade
expelido pelo corpo”.5 Esse foi um (6:10). Quando oramos assim, de
momento extremamente difícil do maneira submissa, estamos mostran-
ministério terreno do nosso Senhor. do para Deus que cremos ser a sua
Neste contexto, Jesus fez sua ora- vontade o melhor para a nossa vida.
ção mais submissa: Pai, se queres, Além desse texto, no capítulo
passa de mim este cálice, todavia seguinte do evangelho de Mateus,
não se faça a minha vontade, mas lemos: Nem todo o que me diz: Se-
a tua (Lc 22:42). Como homem, ele nhor, Senhor! entrará no reino dos
temia a agonia de experimentar a ira céus, mas aquele que faz a vontade
de um Deus justo contra o pecado; de meu Pai, que está nos céus (7:21).
mas perseverou em obedecer. Ele foi Jesus está ensinando que todo cris-
obediente até a morte, e morte de tão verdadeiro é preocupado em
obedecer a Deus. Ele não obedece
cruz (Fp 2:8). A “fé e a dedicação de
para ser salvo; sua obediência ao Pai
Jesus à vontade de Deus servem de
é resultado natural de sua conversão,
padrão para os seus seguidores”.6
uma expressão de amor pelo Pai.
3. Ele nos desafiou à obediên-
Não existe a possibilidade de al-
cia: Além de obedecer ao Pai, do
guém afirmar ser cristão e não estar
início ao fim do seu ministério ter-
nem aí para o que Deus deseja. Leia
reno, Jesus, em seus ensinos, tam-
o relato do veterano apóstolo João,
bém desafiou seus discípulos a vive-
muitos anos depois da afirmação de
rem dessa maneira. Chamamos sua
Jesus, no Sermão do Monte: Desta
forma sabemos quem são os filhos de
4. As glândulas sudoríparas estão distribuídas
pela superfície do corpo e são responsáveis Deus e quem são os filhos do Diabo:
pela produção do suor e eliminação de quem não pratica a justiça não proce-
substâncias tóxicas.
de de Deus, tampouco quem não ama
5. Revista Ultimato, nº346, janeiro/fevereiro
de 2014. seu irmão (1 Jo 3:10 – NVI). Compro-
6. Stein (2006:221). metamo-nos em obedecer ao Pai.

14 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Estamos chegando ao final desta “... todo o ministério de Jesus não
primeira parte da nossa lição. Dian- é nada mais que a submissão à von-
te de tudo o que foi colocado, fina- tade daquele que o enviou, e a rea-
lizamos com as palavras de Carson:7 lização dela”. Na continuação desta
lição, seremos desafiados à imita-
7. (2007:229). ção de Cristo.

01. Leia Jo 6:38; Fp 2:8 e responda: O que esses dois textos dizem sobre
a missão do ministério terreno de Jesus?

02. Com base em Jo 4:34, 5:30,36, comente sobre a prioridade de


Jesus, durante todos os dias do seu ministério terreno.

03. Leia Mc 14:33-34; Lc 22:42-44, e responda: Esses textos tratam


sobre um momento crucial do ministério de Jesus. Como ele estava?
Qual foi sua oração, naquele momento difícil do seu ministério?

04. Com base em Mt 6:10, 7:21, comente sobre o desafio que Jesus
transmitiu aos seus discípulos, no que diz respeito à obediência ao Pai.

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Entenda: Obedecer ao Pai opção para o cristão. Quem é o cida-


não é algo opcional ao cristão. dão do reino, segundo Jesus? Quem
Viver em obediência ao Pai, assim faz a vontade do Pai (Mt 7:21). Essa
como Jesus viveu, não é questão de é a marca que identifica o cristão.

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Não é o discurso verbal que importa, “método do dedo aleatório”:8 sem-
pois Jesus disse: “Nem todo o que pre que precisar saber a vontade de
me diz: Senhor, Senhor”. Muitos são Deus, em alguma situação, feche os
os que, no discurso, proferem seguir olhos, abra a Bíblia, coloque o dedo
a Cristo. Fuja desse caminho. em algum lugar e pronto: ali está a
Façamos como Jesus, que pro- vontade de Deus. Cuidado! Não use-
curou realizar a vontade do Pai em mos a Bíblia assim!
todos os momentos, em todos os lu- A vontade de Deus foi revelada
gares, em todas as horas, em todas a nós, por ele mesmo, em sua pa-
as circunstâncias, e que não voltou lavra. O que precisamos saber, para
atrás, quando começou a ver as con- agradá-lo e obedecer-lhe, está re-
sequências de suas escolhas. Subme- velado na Escritura (2 Tm 3:16-17).
tamos nosso casamento, nossa famí- Deus tem uma vontade e a fez co-
lia, nosso trabalho, nossos recursos nhecida. Neste sentido, obedecer a
financeiros, planos e sonhos à von- Deus não é algo impraticável. Leia a
tade do Pai. Bíblia e você descobrirá isso. Para as
2. Creia: Obedecer ao Pai não é suas decisões do dia-a-dia, não espe-
algo impraticável ao cristão. re um anjo do céu aparecer e dizer o
Uma pergunta que pode estar que tem que fazer. Use a inteligên-
passando pela sua mente, neste mo- cia e a sabedoria que Deus nos dá,
mento, é: Como posso obedecer ao por meio do Espírito Santo. E fique
Pai? Como saber qual a vontade de tranquilo: se decidir de modo equi-
Deus para minha vida? Para respon- vocado, Deus, de alguma maneira,
der essas perguntas, muita gente usa lhe mostrará isso.
métodos um tanto quanto estranhos
ao evangelho, como, por exemplo, o 8. Platt (2013:114).

05. Qual é a marca de um verdadeiro cristão? Você vive dessa maneira?


Baseie-se na primeira aplicação.

06. Obedecer ao Pai é algo impraticável aos cristãos? Onde podemos


encontrar a vontade de Deus para a nossa vida? Leia 2 Tm 3:16-17.

16 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


DESAFIO DA SEMANA

Você não acha boa aquela sensação de dever cumprido, diante


de alguma atividade que lhe compete fazer? Pois bem, mesmo an-
tes de consumar, de fato, sua obra, indo à cruz, em sua última ora-
ção, Jesus se dirigiu ao Pai da seguinte maneira: Eu te glorifiquei
na terra, ao cumprir até o último detalhe tudo o que me mandaste
fazer (Jo 17:4 – AM).
Você, que lê as últimas palavras desta lição, tem a consciência
tranquila, diante de Deus, de que está se esforçando em obedecer
à vontade do Pai, assim como Jesus? Não se trata de perfeição. Ne-
nhum de nós, com este corpo não-glorificado, atingirá perfeição
aqui. Trata-se de disposição, decisão de fazer o máximo possível
para agradar a Deus, mesmo diante dos erros. Refletir sobre isso é
o seu desafio para esta semana. Se entender, à luz da palavra de
Deus, que há algo em que precisa melhorar, não pestaneje: Obe-
deça logo ao Pai e a sua vontade.

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3
19 DE ABRIL DE 2014
Ame as pessoas

Hinos sugeridos – BJ 93 • BJ 108

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Explicar que quem recebe Um novo mandamento lhes dou: Amem-
a Cristo e carrega o nome
se uns aos outros. Como eu os amei, vocês
de cristão tem o dever,
dado pelo próprio Mestre, devem amar-se uns aos outros. (Jo 13:34)
de amar como ele amou,
sabendo que isso não é
um sentimento, mas uma INTRODUÇÃO
decisão voluntária. É a palavra mais usada por compositores e
poetas. Filmes e livros inteiros dependem dela.
Jovens querem sentir o que ela promete. O
LEITURA DIÁRIA mundo todo reconhece suas letras em várias lín-
D 13/04 1 Jo 4:7-10 guas. Por ser tão utilizada, era de se esperar que
S 14/04 1 Jo 3:11-16 fosse compreendida totalmente. Longe disso! A
T 15/04 1 Jo 3:17-24
palavra amor diz muita coisa para esta geração,
Q 16/04 Jo 3:16-18
Q 17/04 2 Co 5:13-15 mas não diz o principal, e mesmo os cristãos
S 18/04 Rm 5:1-8 correm o risco de perder o seu significado.
S 19/04 Ef 2:5-8 Amor é mais do que carinho, é mais do que
sentimento, é bem mais profundo que afeto.
Cada uma dessas coisas pode estar contida no
amor, mas nenhuma delas o define. Entender o
que é o amor para Jesus pode ajudar você a se-
guir os passos dele. Afinal, esse deve ser o objeti-
vo de todos que o seguem: amar como ele amou.

I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

O amor é marca importante do ministério


Acesse os
Comentários Adicionais de Jesus. Mais do que ensinar um conceito,
e os Podcasts ele ensinou como se ama. Ao fazer isso, dei-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br xou um significado mais amplo para o ato de
amar, tornando isso não somente um alvo

18 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


distante, mas uma real necessidade amamos o nosso irmão (1 Jo 4:21).
para a vida cristã saudável. Antes, ela também diz que quem
1. A essência do amor: Antes ama o irmão verdadeiramente, prova
de tratarmos a respeito de seguir os que ama a Deus (2:10). Essa relação
passos de Jesus, precisamos pensar de amor a Deus e ao irmão deixa cla-
sobre a fonte e a essência do amor. ro que amar é uma atitude que pode
A opinião popular diz que este nasce ser observada nas relações.
no coração do homem. Essa mesma Quando Jesus disse que seus discí-
garante que o amor de mãe é o maior pulos deveriam se amar, todos que o
exemplo de amor que o mundo co- ouviam entendiam o que ele estava
nhece. Mas a falha nessa compreen- dizendo, pois o acompanharam, an-
são está em que apresenta o amor daram com ele e viram seu exemplo.
como um nobre sentimento, quando, Em cada ato de seu ministério, em
na verdade, ele é muito mais que isso. cada pregação, nas curas e nos diá-
Veja o que diz João, em sua carta: logos, o amor sempre se mostrou em
Deus é amor (1 Jo 4:8). O amor é a Jesus. Mais do que palavras, foram
própria essência de Deus. Perceba que, seus gestos e ações que demonstra-
ele não somente age amorosamente, ram o seu amor pelas pessoas.
mas é essencialmente amor.1 É de sua Ao andar com pecadores e pros-
natureza e é do seu agrado comparti- titutas, conversar com ricos e pobres
lhar essa sua essência, para que o amor de igual modo, dialogar com ho-
seja a razão da existência humana. mens e mulheres de má fama e ao
Deus amou a humanidade e de- amar até quem se recusou a segui-
monstrou isso ao criá-la e ao prover -lo (Mc 10:18-22), Jesus ensinou
meios para salvá-la: Porque Deus aos seus discípulos que amar não é
tanto amou o mundo que deu o seu simplesmente um sentimento, mas é
Filho Unigênito, para que todo o que uma atitude, fruto de uma decisão
nele crer não pereça, mas tenha a vida voluntária. Ele mesmo confirma isso,
eterna (Jo 3:16). O maior propósito em João 10:15-18, ao dizer que é ele
de Jesus vir ao mundo foi trazer-nos quem decide entregar a própria vida.
salvação; mas, junto a este propósito, 3. Uma definição exata: Amar
ele também veio revelar a essência do como Jesus amou não é fácil. Torna-
Pai: demonstrar o amor e nos ensinar -se possível quando se abandona a
a amar. Jesus, o Filho de Deus, ama ideia, tão arraigada em nossa so-
como o Pai, pois essa é a sua natureza. ciedade, de sentimento romântico.
2. Uma atitude prática: A carta Dugan2 apresenta uma definição de
de João afirma que, ao amar a Deus, amor aparentemente fria para os

1. Dugan (2012:126). 2. Idem, p. 128.

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apaixonados de plantão, mas bem perder a verdade de que ele morreu
embasada no que se nota em Jesus: por pessoas com nome e endereço,
“... amar é pagar o preço de fazer como você. Não se trata, portanto,
o que é melhor para Deus e para os de um amor genérico, mas, sim, de
outros”. Antes de rejeitar essa defi- um amor pessoal, individualizado.
nição, analise o amor prático e real Paulo capta essa ênfase, quando diz:
oferecido por Cristo a humanidade. ... vivo pela fé no Filho de Deus, que
Em primeiro lugar, o amor de me amou e se entregou por mim
Cristo foi substitutivo.3 O texto (Gl 2:20 – Grifo nosso).
mais famoso da Bíblia sobre o amor 4. Uma ordem ao discípulo:
de Deus é João 3:16, e lá podemos Durante todo o seu ministério, Jesus
aprender que esse amor levou Jesus apresentou aos discípulos esse amor
à cruz para morrer pelos pecadores. prático, substitutivo, sacrificial e pes-
Ele assumiu um lugar que não era soal. No texto básico desta lição,
seu, mas nosso. Ao amar pecado- Jesus nos diz que esse amor é um
res que não merecem seu amor, ele mandamento para seus seguidores,
o fez com uma atitude prática: to- isto é, o amor de Jesus não é somen-
mou o nosso lugar e morre por nós te para se admirar, mas para imitar e
(2 Co 5:14-15). Em segundo lugar, reproduzir na prática.
o amor de Cristo foi sacrificial.4 Ao Note que não se trata de algo op-
assumir o lugar de homens pecado- cional, mas de um mandamento! Hen-
res, ele foi até o ponto do sacrifício driksen7 afirma que se trata de um pre-
de sua própria vida: Mas Deus prova ceito, “uma regra feita por Jesus e ilus-
o seu amor para conosco pelo fato trada mediante seu próprio exemplo,
de Cristo ter morrido por nós, sendo para regulação da conduta e atitude
nós ainda pecadores (Rm 5:8). Em interior dos discípulos, para com Cris-
circunstâncias difíceis ou depressões, to, um para com o outro, e o mundo”.
você pode perguntar: “Será que Amar é um mandato que precisa
Deus me ama?”. Aos pés da cruz,5 ser internalizado e vivenciado. O con-
essa pergunta é respondida: Sim, ele trário disso é falsidade. Quem recebe
o ama, pois morreu em seu lugar. a Jesus, precisa tê-lo como padrão,
Em terceiro lugar, o amor de Cristo inclusive e fundamentalmente, na
foi pessoal.6 Ao se afirmar que Jesus prática do amor: ... aquele que não
morreu por amar o mundo, pode-se ama, não conhece a Deus, porque
Deus é amor (1 Jo 4:8). É preciso “pa-
gar o preço”, como vimos na defini-
3. McCall (2009:148).
ção apresentada anteriormente. Jesus
4. Idem, p. 149.
5. Idem.
6. Idem. 7. (2004:636).

20 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


pagou um alto preço e pede a mesma estava presente no Antigo Testamen-
atitude em nossos relacionamentos. to (Lv 19:18)? Está na parte final da
Muito bem, para termos uma vida fala de Jesus: Como eu os amei, vo-
cristã saudável, precisamos amar as cês devem amar-se uns aos outros (Jo
pessoas. E não podemos fazer isso de 13:34b – grifo nosso). O mandamento
qualquer jeito. Jesus disse: Um novo permanece, mas, agora, com a encar-
mandamento lhes dou: Amem-se uns nação de Cristo, temos um padrão a
aos outros (Jo 13:34a). Mas onde está seguir: amar como ele amou! Esforce-
a novidade deste mandamento, que já mo-nos para seguir seu modelo!

01. A partir do conceito bíblico de que “Deus é amor”, reflita sobre


como os seres humanos podem refletir a natureza de Deus. Baseie-se
no item 1 e em Jo 3:16; 1 Jo 4:8.

02. Com base em 1 Jo 4:7-21 e no item 2, discuta com a classe sobre


a praticidade do amor de Cristo, a partir das instruções de João aos
leitores de sua primeira carta.

03. Leia 2 Co 5:14-15; Rm 5:8; Gl 2:20, e comente as três características


do amor de Cristo apresentadas no item 3.

04. Após ler Jo 13:34 e o item 4, explique o significado do “novo


mandamento” deixado por Cristo para seus discípulos.

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II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Ame as pessoas de maneira A Bíblia diz que Deus amou todas


incondicional. as pessoas do mundo de forma es-
De que forma podemos amar pantosa (Jo 3:16). Por isso, o amor
como Cristo amou? Uma maneira praticado por você precisa ser abran-
é amando as pessoas indistinta- gente. Para seu exercício pessoal,
mente, mesmo que elas não mere- a Bíblia apresenta, no mínimo, três
çam ser amadas. Se você for amar grupos que precisam ser amados:
somente as pessoas que mereçam, os cristãos (Jo 13:34-35; Hb 13:1-3).
quem você vai amar? Lembre que Esse é um amor que se manifesta na
Jesus não lhe amou por causa de igreja local.8
suas qualidades e méritos. A Bíblia Os necessitados também devem
diz que Deus nos amou e demons- ser alvos do seu amor (1 Jo 3:17-18;
trou isso no fato de que Cristo Tg 2:15-17). O amor de Deus em
morreu em nosso favor quando você tem de transbordar em atos de
ainda éramos pecadores (Rm 5:8 misericórdia.9 Se você vê alguém na
– grifo nosso). sarjeta e não se sensibiliza, se você
Pessoas de qualquer religião e sabe que alguém está passando ne-
mesmo ateus valorizam a ideia do cessidade e não faz nada para mu-
amor entre os seres humanos; mas dar essa situação e se você já não
este tipo de amor sempre apresen- se compadece com a dor e o sofri-
ta condições e espera algo em tro- mento do seu semelhante, há algo
ca. Todavia, o cristão deve seguir o muito errado com o seu coração.
exemplo do Mestre e decidir amar O amor cristão é compassivo! Além
voluntariamente, sem exigir me- dos seus irmão na fé e dos necessi-
recimento e sem esperar permuta, tados, você precisa amar seus inimi-
fazendo o que for necessário para gos (Mt 5:43-48; Lc 6:27-36). Amar
tornar essa uma realidade substitu- como Jesus implica amar quem se
tiva e sacrificial. Como isso é possí- opõe a você.10 Amar quem nosso
vel? Ame as pessoas pelo que Jesus ama, que só lhe faz o bem é muito
é para você. Faça para os outros fácil. Seu desafio é amar também
como se estivesse fazendo para Je- quem o aborrece.
sus (Mt 25:34-40).
2. Ame as pessoas de maneira
abrangente. 8. McKinley (2012:121).
Se existe algo na vida cristã que 9. Idem, p. 122.
não podemos economizar é o amor. 10. Idem, p. 123.

22 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


05. Amar, para o mundo, restringe-se a nutrir bons sentimentos por
quem “merece” afeição. Para o cristão, significa pagar o preço de
fazer a vontade de Deus. Como você pode demonstrar esse amor
sacrificial, no dia-a-dia?

06. Discuta com a classe exemplos práticos de amor pelos irmãos, pelos
necessitados e pelos inimigos, a partir dos respectivos textos: Mt 5:43-
48 e Lc 6:27-36; Jo 13:34-35; Hb 13:1-3 e 17; Tg 2:15-17; 1 Jo 3:17-18.

DESAFIO DA SEMANA

Como você entendia o amor, até hoje? Talvez, tinha a ideia


popular de amar quem merece e ou por quem você nutre bons
sentimentos. O amor de Cristo é diferente e, por consequência,
o amor de cada cristão deve também ser diferente, pois implica
uma séria e voluntária decisão de “pagar o preço”. Que significa,
também, amar as pessoas de maneira incondicional e abrangente.
O desafio da semana que temos para você é este: coloque em
prática o amor que Jesus nos ensinou. Comece amando os seus
irmãos em Cristo. Isso parece simples, mas, infelizmente, há muita
gente de “cara virada” para os outros, dentro das igrejas. É triste
a constatação de que alguns irmãos veem-se como inimigos. Se
você fizer isso, vai perceber que, ao amar como Jesus amou, da
amargura e sentimentos ruins, pode nascer misericórdia e bons
sentimentos, mesmo para aqueles que nos fizeram algum mal.
Pratique o amor e ele crescerá dentro de você.

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4
26 DE ABRIL DE 2014
Recuse aplausos

Hinos sugeridos – BJ 183 • BJ 315

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante a Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo
necessidade de cultivar a
Jesus, que, embora sendo Deus, não
humildade, o altruísmo
e o interesse em servir considerou que o ser igual a Deus era algo
ao próximo. a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo. (Fp 2:5-7)

LEITURA DIÁRIA
D 20/04 Fp 3:8-10 INTRODUÇÃO
S 21/04 Ef 4: 1-6 Na semana passada, aprendemos que Jesus
T 22/04 Jo 5:41-44 amou as pessoas sem discriminação; aquele
Q 23/04 Lc 14:7-11 estudo orientou-nos a fazer o mesmo para
Q 24/04 1 Pd 5:5-6
que o mundo nos reconheça como seus dis-
S 25/04 1 Co 10:33
cípulos. No estudo de hoje compartilharemos
S 26/04 Mc 10:42-45
um trecho da carta de Paulo aos filipenses,
onde aprenderemos uma das maiores lições
deixadas por Jesus: a humildade.
A palavra de Deus nos mostra que Jesus, dife-
rentemente do que a maioria das pessoas alme-
ja, não procurou ser elogiado ou aplaudido pelos
homens. Ele optou pelo anonimato, pela simplici-
dade, pela humildade. Para ensinar os seus discí-
pulos a fazerem o mesmo, derramou água numa
bacia e começou a lavar os pés dos seus discí-
pulos (Jo 13:5). Seu exemplo, nesta questão, é
admirável. Assim sendo, aprendamos com Jesus.

Acesse os
Comentários Adicionais I OBSERVANDO OS PASSOS DELE
e os Podcasts
deste capítulo em
www.portaliap.com.br Gostamos de ver nosso trabalho reconhecido
e de receber aplausos e elogios. É também agra-

24 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


dável, para nós, ouvir o nosso nome tem muito amor próprio ou que tem
nos agradecimentos, no final de um autoestima baixa. Humilde é a pes-
evento. Que problema há nisso? O soa que não pensa só em si mesma1
problema é valorizarmos demais essas e não se vê como inferior ou superior
coisas e passarmos a correr atrás de- aos outros. A humildade é um requi-
las. Quantos ficam arrasados por não sito fundamental na vida dos cristãos,
verem reconhecimento por não rece- para que o Corpo de Cristo permane-
berem elogios e aplausos ou por não ça unido e em paz (Ef 4:1-6).
terem o nome citado! Isso acontece A humildade era uma das muitas
porque, desde que o pecado entrou virtudes de Jesus. Ele mesmo disse:
no mundo, temos a tendência de ser- Aprendam de mim que sou manso
mos vaidosos, arrogantes, orgulhosos e humilde de coração (Mt 11:29).
e egoístas. Mas, em Filipenses 2, te- Em certa ocasião, ele disse aos que o
mos muito a nos aprender com Jesus ouviam: Eu não procuro ser elogiado
sobre essas questões. pelas pessoas (Jo 5:41). Pedro apren-
1. Seja humilde: Tendo Jesus deu com o Mestre (Lc 14:11) e en-
como modelo, o apóstolo orienta os sinou aos seus leitores: Sejam todos
cristãos filipenses: Nada façam por humildes uns para com os outros,
ambição egoísta ou por vaidade, mas porque Deus se opõe aos orgulho-
humildemente considerem os outros sos, mas concede graça aos humil-
superiores a si mesmos (Fp 2:3). Nes- des (1 Pd 5:5).
se versículo, ele trata sobre a maneira 2. Seja altruísta: Aliada à humil-
correta de se relacionarem uns com dade, outra virtude que deve ser de-
os outros. Paulo os orienta a não fa- senvolvida pelo cristão é o altruísmo.
zerem nada por ambição egoísta ou Sobre, isso Paulo escreve: Cada um
por vaidade. cuide, não somente dos seus interes-
A primeira expressão é a tradução ses, mas também dos interesses dos
do termo grego eritheia, que signi- outros (Fp 2:4). Aqui, os filipenses são
fica colocar-se acima dos outros; a ensinados a não pensar apenas em
segunda, é a tradução do termo ke- si mesmos ou visar apenas aos seus
nodoxia, que traz a ideia de vã glória. próprios interesses, como é comum
Paulo está ensinando que, por serem entre os ímpios, mas a ser altruístas,
cristãos, eles não deveriam achar-se isto é, abrir mão de seus próprios in-
melhores que os outros, nem dese- teresses em prol dos demais.
jar a glória pra si. Antes, deveriam Segundo Wiersbe, os “outros”
ser humildes e considerar os outros são o elemento-chave deste capí-
superiores. Mas o que é ser uma pes- tulo (Fp 2:3,4). Os olhos do cristão
soa humilde? Humilde não é quem
menospreza a si mesmo, que não 1. Murray apud Wiersbe (2006:94).

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não estão voltados para si mesmo, ceu na prática: ... mas esvaziou-se
mas, sim, para as necessidades dos a si mesmo, vindo a ser servo, tor-
outros.2 Paulo disse algo semelhante nando-se semelhante aos homens.
aos cristãos coríntios: Ninguém deve E, sendo encontrado em forma hu-
buscar o seu próprio bem, mas sim o mana, humilhou-se a si mesmo e foi
dos outros (1 Co 10:24). obediente até à morte, e morte de
Paulo ensinava o que vivia, pois, cruz! (Fp 2:7-8).
como missionário, pregador do Sendo um bom pastor, Paulo está
evangelho, abriu mão de muitas coi- tratando os problemas internos da
sas para contribuir com a salvação de igreja de Filipos; fez isso não apenas
muitas pessoas (1 Co 9:1-23). Foi ele oferecendo conceitos doutrinários,
quem declarou: Como também eu mas mostrando o exemplo de Cris-
em tudo agrado a todos, não bus- to. O melhor remédio para curar os
cando o meu próprio proveito, mas o males da igreja é olhar para Jesus,
de muitos, para que assim se possam seguir os seus passos e imitar o seu
salvar (1 Co 10:33). exemplo.3 Ao olhar para o exemplo
A exortação de Paulo à igreja de Cristo, os filipenses deveriam sa-
tem como base a vida e os ensinos ber exatamente o que fazer.
de Jesus, que declarou abertamen- Paulo não está dizendo que Je-
te: Pois não procuro agradar a mim sus deixou sua divindade, enquan-
mesmo, mas àquele que me enviou. to homem, mas, sim, que ele abriu
Pois desci do céu, não para fazer a mão de sua glória, desceu das al-
minha vontade, mas para fazer a turas e usou seus privilégios para
vontade daquele que me enviou (Jo abençoar os outros.4 Ele se dispôs
5:30; 6:38). Abrir mão dos interesses a renunciar seus direitos, a fim de
próprios em prol de outrem é uma servir os outros.5 Jesus demonstrou
atitude cristã. sua humildade e sua total submis-
3. Prefira servir: A maneira práti- são ao Pai, ao servi-lo na condição
ca de mostrar humildade e altruísmo de homem.
é servir as pessoas. O maior exemplo O Senhor Jesus ensinou a seus
nisso, sem dúvida, é Jesus, e Paulo discípulos que, no Reino de Deus, o
escreve: Seja a atitude de vocês a mais importante é aquele que serve
mesma de Cristo Jesus, que, embora os outros, não o contrário, pois nem
sendo Deus, não considerou que o ele mesmo, o Filho do homem, vie-
ser igual a Deus era algo a que devia ra para ser servido, mas para servir e
apegar-se (Fp 2:5-6). Em seguida, o
apóstolo explica como isso aconte-
3. Lopes (2007:122)
4. Idem, p. 125.
2. Wiersbe (2006:94) 5. McCall (2009:29)

26 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


dar a sua vida em resgate por mui- de sua glória, nos céus, para mor-
tos (Mc 10:42-45). Portanto, cabe rer na cruz em prol da humanidade
ao discípulo de Cristo seguir os seus pecadora. Enquanto viveu entre os
passos: optar pelo servir e não pelo homens, rejeitou os “holofotes”, os
ser servido. primeiros lugares, o trono de Israel,
Embora sendo Deus, Jesus não curou os enfermos, libertou os opri-
usou isso para humilhar quem quer midos, abençoou as crianças e lavou
que fosse. Ao contrário, abriu mão os pés de pecadores!

01. Leia Fp 2:3; o item 1, e responda: O que Paulo quis ensinar aos
cristãos filipenses? O que é ser humilde?

02. Após ler Fp 2:4; 1 Co 10:24; Jo 6:38, responda: O que é altruísmo?


O que esses textos ensinam para a nossa vida cristã?

03. Comente sobre o exemplo de Jesus, na humildade e no


altruísmo? O que devemos aprender com isso? Baseie-se em Fp 2:5-8
e no item 3.

04. Leia Mc 10:42-45; o segundo parágrafo do item 3, e responda:


Como Paulo procurou corrigir os problemas da igreja de Filipos? Será
que podemos aplicar o mesmo método para a igreja de hoje?

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II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Siga os passos de Jesus: cul- 2. Siga os passos de Jesus: cul-


tive a humildade! tive o altruísmo!
Na primeira parte desta lição, O estudo desta semana também
aprendemos que Jesus deixou a ensinou o quanto Jesus foi altruísta.
sua glória nos céus, abdicou-se Ele desceu dos céus, viveu como ho-
de sua coroa, recusou a glória dos mem entre os homens, foi condena-
homens e se humilhou. Convenha- do injustamente e morreu numa cruz
mos: Jesus nos deixou uma bela como um malfeitor. Jesus se subme-
lição! Se proclamamos a fé cristã, teu a todas as essas coisas, por nos
se afirmamos ter comunhão com amar. Sua atitude deve nos encorajar
Cristo, devemos andar como ele a sermos mais altruístas.
andou (1 Jo 2:6). Infelizmente, a igreja de Cristo tem
Portanto, que este estudo nos sofrido por conta do egoísmo de al-
ajude a repensar a nossa conduta e guns. Quantas disputas carnais! Quan-
nos leve a sondar o nosso coração. tas congregações se dividem por causa
Será que, às vezes, fazemos a coisa de preferências pessoais! Entretanto,
certa com a motivação errada? A com Cristo, os seus seguidores apren-
humildade é uma virtude de Cristo dem a abrir mão de interesses próprios
(Mt 11:29). A soberba e a altivez ou dos seus direitos em favor dos ou-
de espírito, ao contrário, são dia- tros. Com Jesus, você aprende a se
bólicas (Is 14:11-14) e levam à des- importar com os outros e não pensar
truição (Pv 16:18). Portanto, cultive apenas em si mesmo; aprende que, ao
a humildade para que você possa invés de querer ser servido, deve que-
se relacionar melhor com Deus e rer servir seu irmão. Portanto, siga os
com o próximo. passos de Jesus e cultive o altruísmo.

05. Após ler a primeira aplicação, responda: Que atitudes devemos


tomar, para cultivar a humildade?

06. Após ler a segunda aplicação, dê exemplos de como podemos


cultivar o altruísmo em nosso dia-a-dia.

28 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


DESAFIO DA SEMANA

O estudo desta semana ensinou-nos a imitar as atitudes humil-


des e altruístas de Jesus, que, sendo Deus, se fez homem; sendo
Rei, se fez servo dos homens; desceu do trono de glória para uma
rude cruz. Uma lição maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, desa-
fiadora, porque costumamos buscar a glória dos homens, cujos
aplausos ainda nos dão uma falsa sensação de grandeza.
Que, ao longo da próxima semana, possamos refletir honesta-
mente sobre a nossa postura diante de determinadas situações e
sobre as nossas motivações por detrás das nossas atitudes e em-
preendimentos. É possível que descubramos que a nossa falta de
paciência com as pessoas é fruto da nossa arrogância, que nosso
descontentamento com a igreja é fruto do nosso egoísmo e que
a nossa indisposição para fazer a obra de Deus é fruto do nosso
anseio por querermos apenas ser servidos.

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5
3 DE MAIO DE 2014
Pregue a
Boa Nova
Hinos sugeridos – BJ 193 • BJ 165

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Despertar o estudante Daí por diante passou Jesus a pregar e a
da Escola Bíblica para a
dizer: arrependei-vos, porque está próximo o
extrema importância de
imitar o exemplo de Jesus reino dos céus. (Mt 4:17)
em seu compromisso com
a evangelização.
INTRODUÇÃO
Chegamos, hoje, ao quinto estudo desta
LEITURA DIÁRIA série de lições, cujo título é: Siga os passos de
D 27/04 Is 61:1-3 Jesus: aquele que afirma que permanece nele,
S 28/04 Mt 4:23-25 deve andar como ele andou (1 Jo 2:6). Na lição
T 29/04 Lc 8:1-4
de hoje, observaremos, com a máxima atenção,
Q 30/04 Mt 28:18-20
mais uma vez, o extraordinário exemplo de Jesus
Q 01/05 Rm 10:13-17
S 02/05 Mc 16:15 Cristo. Desta vez, veremos que as Escrituras Sa-
S 03/05 Jo 17:13-17 gradas o apresentam como o maior exemplo de
uma vida inteiramente dedicada à evangelização.
Ao ler a narrativa dos evangelhos, vemos,
de forma clara, o comprometimento de Jesus
com a evangelização. Ele a definiu como par-
te integrante de sua missão. O Espírito do Se-
nhor está sobre mim, pelo que me ungiu para
evangelizar os pobres, disse o mestre (Lc 4:18-
19). Sim, Jesus é, incontestavelmente, o nosso
exemplo de uma vida comprometida com a
evangelização. Sendo assim, observemos, de
forma mais atenta, o seus passos.

Acesse os
Comentários Adicionais I OBSERVANDO OS PASSOS DELE
e os Podcasts
deste capítulo em
www.portaliap.com.br Evangelizar vem da expressão grega evan-
gelizomai, que significa, literalmente, trazer ou

30 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


anunciar as boas novas de que o reino impróprios para falar do evangelho.
Deus chegou a nós (Mc 1:14-15). O ato Por isso, ele pregava no templo (Jo
de proclamar e de propagar esse evan- 7:28), na sinagoga (Lc 5:15), no mon-
gelho constitui-se o ato de evangelizar. te (Mt 5:1-2), em casa (Mc 2:1-2), na
Como bem sabemos, Jesus se dedicou beira de um lago (Mc 2:13), em cima
arduamente à pregação do evangelho de um barco (Lc 5:1-3), sentado jun-
do reino em seu ministério. Veremos, to a um poço (Jo 4:6) e, também, em
a seguir, que ele nos ensinou a fazer o cidades e vilarejos (Mt 9:35). Para o
mesmo, através de seu exemplo. Senhor Jesus, todo lugar era um es-
1. O maior evangelista: Não há paço apropriado para compartilhar a
dúvidas de que Jesus é o nosso maior mensagem do evangelho.
exemplo de uma vida devotada à Não restam dúvidas, portanto, de
evangelização. Ele era simplesmente que ele é o maior missionário de to-
incansável neste quesito. Marcos diz dos os tempos. Afinal, muito antes
que, envolvido na evangelização, por de qualquer missionário transcultural
vezes, Jesus não tinha tempo nem deixar seu país para pregar o evan-
para comer (Mc 6:31). Mateus, por gelho a pessoas de terras distantes,
sua vez, relata que Jesus percorria o próprio Jesus deixou os altos céus
todas as cidades e aldeias, ensinando para vir à terra trazer-nos as boas no-
nas sinagogas, pregando o evange- vas do reino (Mt 11:4-5; Hb 3:1).
lho do reino, e curando toda sorte de De acordo com as Escrituras, ele
doenças e enfermidades (Mt 9:35). se esvaziou de sua glória e assumiu
Quando o assunto era pregar nossa natureza humana (Fp 2:5-8;
o evangelho, Jesus realmente não Jo 1:14). Interessou-se pelas pesso-
perdia tempo. Ele aproveitava cada as e aceitou-as, independentemente
chance que tinha para evangelizar; de quem eram e do o estilo de vida
não deixava escapar nenhuma. Além que levavam. Ele fez amigos entre
disso, o mestre não tinha preconcei- os excluídos da sociedade da época
tos: evangelizava pecadores tidos, (Mt 11:19; Lc 7:34); tocou nos “into-
por muitos, como “da pior espécie” cáveis”; abraçou os marginalizados.
(Lc 7:34), cobradores de impostos Em sua missão, curou os doentes;
(Mc 1:15), estrangeiros (Lc 17:11-18), alimentou os famintos; deu vida aos
mestres da lei (Jo 3:1-10), religiosos mortos; andou de cidade em cidade;
(Mt 12:38-40), soldados romanos (Mt buscou os perdidos; tocou em lepro-
8:5-13), homens, mulheres e crianças sos; abraçou crianças; perdoou pros-
(Mt 14:21; 27:55; Mc 10:13-16). titutas e restaurou mulheres despre-
Ele não discriminava ninguém! zadas, através do poder evangelho.
Sua vida era orientada pelo evange- Sim, Jesus mergulhou num mun-
lismo. Para Jesus, não havia lugares do cheio de pecado e escuridão,

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a fim de lhe trazer a luz e a salva- de viver diariamente, de tratar e, prin-
ção (Jo 1:1-14). É isso que significa cipalmente, de se relacionar com as
evangelizar. Certamente, não existe pessoas era, em si mesmo, um pode-
ninguém mais capaz de exemplificar roso meio de pregação do evangelho.
com tamanha perfeição o que signi- Jesus era diferente dos fariseus, que,
fica, em essência, ser um missionário por seu zelo e busca por santidade,
do que o próprio Jesus Cristo. Ele era não se relacionavam com os pecado-
comprometido com a evangelização res, com medo de se contaminarem.
e se tornou para todos nós um extra- Cristo não tinha esse problema.
ordinário exemplo a ser seguido. Ele não ficava trancafiado dentro do
2. A melhor estratégia: Em nos- templo de Jerusalém, isolado do mun-
sos dias, as prateleiras das livrarias do, como um monge em um mostei-
evangélicas estão abarrotadas com li- ro. Muito pelo contrário: ele estava,
vros oferecendo métodos e estratégias cotidianamente, nas ruas, dialogando
eficazes para a evangelização. Entre- e se relacionando com as pessoas.
tanto, quando observamos os passos Seu templo era o ar livre e seu púlpi-
de Jesus Cristo, chegamos à conclu- to, os lugares pelos quais passava. A
são de que a estratégia mais eficaz de estratégia de Jesus era bem simples:
evangelização não é, primordialmen- desenvolver amizades com as pesso-
te, nenhuma ferramenta teológica ou as, na intenção de lhes compartilhar o
estratégia eclesiástica (ainda que estas evangelho do reino. Por isso, aqueles
sejam importantes), mas um estilo de que o ouviam eram chamados de seus
vida orientado pela evangelização. amigos (Jo 15:13-15; Lc 12:4).
Ter um estilo de vida orientado Mais do que qualquer outra pes-
pelo evangelismo é compreender-se soa, Jesus Cristo sabia que a melhor
como um missionário 24 horas por maneira de evangelizar os perdidos
dia. É compreender que, por meio de era movendo-se intencionalmente
nosso trabalho, das atividades que em direção a eles, indo onde estavam,
desempenhamos, dos lugares que encontrando-os onde viviam, relacio-
frequentamos e das amizades que nando-se e caminhando lado a lado
desenvolvemos, podemos pregar o com eles. Afinal, evangelizar sem ir e
evangelho com mais facilidade e efi- se relacionar com as pessoas em seu
cácia. Essa era a estratégia de Jesus. próprio contexto faz tanto sentido
Podemos dizer que seu estilo de vida quanto um pescador esperar que o
era evangelístico. peixe vá buscá-lo em casa! É ilógico!
Jesus atraía os pecadores, ao con- Esse é o motivo pelo qual Jesus era
trário de muitos cristãos, em nossos reconhecido por todos como amigo
dias, que têm o prazer afastá-los. Seu de publicanos e pecadores (Lc 7:34).
jeito de agir e de falar, sua maneira A razão é que ele se envolvia com

32 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


as pessoas, independentemente de feito diariamente por todos nós, no
quem eram ou de como viviam, com contexto em que estamos inseridos,
a intenção de lhes poder anunciar seja qual for.
as boas novas. Ele desejava intensa- Assim, Jesus Cristo é o melhor
mente salvá-las. É tocante ver, nos exemplo de alguém comprometido
evangelhos, o estilo de vida de Jesus: com a evangelização. Ele nos mostra
ele amava, aceitava e incluía todos que evangelizar é algo que fazemos
os tipos de pessoas da sociedade. nas situações mais simples e coti-
Cada palavra, olhar ou gesto seu dianas de nossas vidas – enquanto
era um convite ao reino e um chama- pegamos o ônibus, pagamos uma
do para ser seu discípulo. Seu amor conta, esperamos na fila do mercado
pelos perdidos é fascinante e admi- etc. A nós, seus discípulos, cabe ape-
rável! Jesus nos mostra que evange- nas o dever de imitá-lo. Para tanto,
lizar tem tudo a ver com o estilo de veremos, a seguir, dois princípios que
vida que desenvolvemos. É algo a ser nos ajudarão nesse grande desafio.

01. Leia o primeiro parágrafo do item 1 e os seguintes textos


bíblicos: Mc 6:31; Jo 4:34 e Mt 9:35. Após a leitura, converse sobre a
dedicação de Jesus à tarefa de evangelizar.

02. Jesus tinha algum tipo de preconceito? Para ele, havia lugares
impróprios para compartilhar o evangelho? Ele perdia alguma chance
de evangelizar? Para responder essas questões, utilize o item 1.

03. Com base no item 2 e em Lc 7:34-35, comente sobre como Jesus


era conhecido pelas pessoas. Fale sobre a estratégia de Jesus para
evangelizar as pessoas.

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4. Ainda com base no item 2, discuta em classe sobre a melhor
estratégia de evangelização que existe.

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Compreenda esta tarefa! Todo cristão é um missionário ou é


Pouco antes de ser ascenso aos um impostor.1
céus, Jesus Cristo disse: Ide por 2. Engaje-se nesta tarefa!
todo o mundo e pregai o evangelho Jesus espera que todo cristão se
a toda a criatura (Mc 16:15). Aqui engaje na evangelização. Afinal, foi
está a tarefa de todo aquele que ele quem disse: Assim como o Pai
afirma seguir a Jesus Cristo. Precisa- me enviou, eu os envio (Jo 20:21).
mos, urgentemente, compreender De acordo com a Bíblia, todo cris-
que essa missão é de todos os que tão é enviado ao mundo do qual foi
se dizem cristãos, não apenas de tirado (Jo 17:13-17) com a missão
pastores ou missionários. Tragica- de tornar homens e mulheres de
mente, muitos cristãos, atualmente, todos os lugares em discípulos de
pensam que podem terceirizar esta Jesus Cristo (Mt 28:19-20; At 1:8;
responsabilidade pessoal. Estão tre- Mc 16:15). Fazendo eco a este en-
mendamente enganados! sino, o apóstolo Pedro nos diz que
Para Jesus Cristo, todo cristão fomos chamados para anunciar as
deve ser um missionário em sua grandezas daquele que os chamou
própria sociedade, no contexto das trevas para a sua maravilhosa
em que está inserido, na cidade luz (1 Pd 2:9).
em que mora, nos lugares que fre- É bom entendermos que “sair
quenta, na empresa em que traba- para o mundo”, a fim de fazer dis-
lha, na faculdade em que estuda, cípulos para Jesus, não significa
na família a que pertence, nos gru- apenas viajar para uma nação dis-
pos de amizade que possuí e em tante ou uma tribo indígena para
todos os demais relacionamentos evangelizá-la. O mundo também é a
que desenvolve. Tendo isso em vis- sociedade em que estamos inseridos
ta, faz todo sentido o que o gran- ou qualquer grupo do qual participa-
de pregador britânico do século
dezenove, Charles Spurgeon, dizia: 1. Costa (2011:15).

34 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


mos que ainda não reconhece Jesus em uma loja, em uma escola, em um
como Senhor. É a este mundo que hospital, em uma fábrica ou até mes-
você e eu somos enviados por Cristo mo em nossa família”.2
para fazermos discípulos. Pode ser
“em nossa rua, em um escritório, 2. Dudley (2006:429).

05. Com base na primeira aplicação, pergunte a si mesmo se tem, de


fato, compreendido corretamente a tarefa da evangelização. Será
que você não a tem terceirizado?

06. Com base na segunda aplicação, reflita: Você tem se engajado


na tarefa de evangelizar outras pessoas? Em seguida, discuta com
a classe sobre o que significa “sair para o mundo”, a fim de fazer
discípulos para Jesus.

DESAFIO DA SEMANA

Estamos chegando ao fim de mais um estudo. A cada sema-


na, temos sido poderosamente desafiados por Deus a imitar Jesus
Cristo, nosso Senhor, em determinado aspecto de sua vida. Hoje,
não foi diferente. Fomos desafiados pela Escritura a imitá-lo, es-
pecificamente, em seu comprometimento com a evangelização.
Sendo assim, o desafio desta semana será o de se engajar nesta
tarefa, nos lugares em que você está inserido.
Durante esta semana, aproxime-se de algumas pessoas com as
quais você ainda não possui amizade em seu trabalho ou faculda-
de, com a intenção de lhes poder compartilhar o evangelho. Preste
atenção nas oportunidades que tiver para falar de Jesus. Além dis-
so, quando perceber uma chance favorável, convide-os para parti-
cipar de um pequeno grupo de estudo da Bíblia ou mesmo para ir
à igreja. Creia: o Espírito Santo o ajudará.

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6
10 DE MAIO DE 2014
Perdoe sempre

Hinos sugeridos – BJ 21 • BJ 272

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante o Suportem-se uns aos outros e perdoem
caráter do perdão que
as queixas que tiverem uns contra os
o Pai nos oferece em
Cristo e incentivá-lo a outros. Perdoem como o Senhor lhes
perdoar sempre. perdoou. (Cl 3:13)

LEITURA DIÁRIA INTRODUÇÃO


D 04/05 Ne 9:17-20 Na lição desta semana, vamos aprender
S 05/05 Sl 86:5 com Jesus um dos passos mais desafiadores
T 06/05 Mt 6:12, 14-15 a ser posto em prática pelos seus discípulos: o
Q 07/05 Mt 18:23-27 perdão. Ninguém jamais recebeu tantas ofen-
Q 08/05 Mt 18:28-35
sas como nosso mestre. O profeta Isaías afir-
S 09/05 2 Co 2:10
S 10/05 Ef 4:31-32
mou que ele era desprezado e o mais indigno
entre os homens (...), como um de quem os
homens escondiam o rosto (...), e não fizemos
dele caso algum (Is 53:3).
Todavia, ninguém jamais amou e perdoou
tanto como Jesus. Ele não contabilizou mágo-
as e rancores, enquanto viveu nesta terra. Je-
sus perdoou aqueles que o difamaram, aque-
les que o traíram, que o humilharam, que o
feriram, que o mataram, e o desampararam.
Sim, ele perdoou a todos. Ele é o nosso exem-
plo. Sigamos os seus passos.

Acesse os
I OBSERVANDO OS PASSOS DELE
Comentários Adicionais
e os Podcasts A Escritura revela que o Pai é compassivo e
deste capítulo em
www.portaliap.com.br pronto a perdoar. A ele, pertence a misericór-
dia e o perdão (Dn 9:9). Em Neemias 9:17, está

36 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


escrito que, apesar da rebelião de seu retratação), ou perdoada, com base
povo, Deus não o desamparou, pois na proposta da cruz, pois lá Jesus
é Deus perdoador (o que significa, Cristo cancelou o nosso débito, ao
literalmente, “Deus de perdões”). sofrer o castigo que merecíamos. Em
Em Jesus, o caráter perdoador do Isaías 53, lemos que ele levou sobre
Pai é-nos revelado em sua plenitude. si as nossas enfermidades, (...) o cas-
Nele, podemos não apenas receber, tigo que nos trouxe paz estava sobre
mas também oferecer perdão. ele, e pelas suas feridas fomos sara-
1. O significado do perdão: dos (Is 53:4-5).
No Novo Testamento, duas palavras Então, o que é perdoar? Não é um
gregas são utilizadas para referir-se exercício emocional, mas, sim, um
ao perdão: aphiemi e charizomai. A exercício legal, como acontece em tri-
primeira tem o sentido de “deixar bunais. Perante o Senhor, em oração,
ir, abrir mão de, deixar de lado uma dizemos: “Senhor, quanto a mim, eu
dívida”; a segunda significa fazer abro mão de qualquer tipo de com-
“algo confortável a outra pessoa, fa- pensação, eu reconheço que esta
zer um favor, mostrar-se generoso, pessoa tem uma pendência comigo,
benevolente”. Logo, podemos dizer mas eu perdoo desta dívida”. Perdão
que o perdão é a escolha ou a deci- é um gesto de generosidade, bonda-
são de “deixa ir” o ressentimento; é de e graça para com o ofensor. Per-
“abrir mão” da vingança ou da com- doar é mostrar-se favorável a alguém,
pensação, quando alguém nos fere.1 mesmo quando essa pessoa nos fere.
É comum ouvirmos pessoas dize- Isso não significa minimizar a ofensa,
rem: “Eu não consigo sentir o per- mas exaltar a graça (Jo 8:1-11).
dão!”. É importante um esclareci- 2. A importância do perdão:
mento aqui. Para começar, perdão Sem perdão, nossa vida seria insu-
não é um sentimento, mas uma es- portável e viveríamos em perma-
colha; não é algo que sentimos, mas nente estado de guerra; isso por-
um ato que praticamos. Neste senti- que é impossível nos relacionarmos,
do, o perdão é um ato jurídico. sem, em algum momento, ferirmos
Quando alguém nos ofende ou ou sermos feridos. Se não hou-
nos machuca ou peca contra nós, ver cuidado, de repente, o veneno
viola o equilíbrio e a paz entre pesso- de não perdoar agirá implacável e
as. Esse pecado cria, por assim dizer, devastadoramente. Ninguém está
uma “dívida”. Essa “dívida” pode imune a ser magoado.2 Por isso,
ser resolvida de duas formas: sendo destacamos três razões pelas quais
paga, por compensação (vingança, o perdão é importante.

1.McCall (2009:110) 2. Brito (2012:120)

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Em primeiro lugar, o perdão é ceramente o ofensor, na presença de
importante para preservar a comu- Cristo, impede que Satanás exerça
nhão com Deus. Jesus mostrou, na vantagem sobre nós (2 Co 2:10,11).
parábola do credor incompassivo, Sendo assim, o perdão é uma ne-
que este desfrutava da misericórdia cessidade de todos. É uma questão
de seu senhor, até que fora flagra- de sobrevivência. Você perdoa ou
do recusando-se a conceder a outra adoece, perdoa ou vive amargurado.
pessoa o mesmo tratamento que ha- O perdão é um meio que Deus nos
via recebido. Como consequência, a concede de fazermos uma higiene
misericórdia de seu senhor transfor- mental, de termos saúde e de alcan-
mou-se em indignação (Mt 18:23- çarmos paz interior.
35). A falta de perdão impede até 3. A maneira do perdão: O favor
mesmo que nosso culto seja aceito de Deus em Cristo é nosso maior re-
(Mt 5:23,24). ferencial de perdão. Nele, Deus não
Em segundo lugar, o perdão é apenas nos concede o seu perdão,
importante para manter a saúde. Es- mas também nos ensina a perdoar.
tudos científicos têm demonstrado Nosso Senhor nos ensina a não usar-
que aprender a perdoar pode ajudar mos a ofensa para tripudiar sobre
o agressor, mantendo-o sob nosso
indivíduos de meia idade a evitar do-
controle. O perdão não escraviza,
enças cardíacas.3 Na Parábola do ser-
mas liberta! O perdão de Jesus não
vo impiedoso, registrada em Mateus
depende dos méritos do ofensor.
18:21-35, Jesus nos ensina que a fal-
Quando o Senhor nos perdoou, éra-
ta de perdão é sinônimo de prisão e
mos ainda pecadores, incapazes de
angústia. Quem não perdoa é entre-
quitar a dívida (Rm 5:6-10).
gue aos flageladores da consciência.
Um exemplo desse tipo de perdão
O perdão é a assepsia da alma, a fa-
praticado por Jesus foi visto na cruz,
xina da mente, a cura das memórias
quando ele clamou: Pai, perdoa-lhes,
amargas4 (Sl 32:3; 38:3).
pois não sabem o que estão fazen-
E em terceiro lugar, o perdão é im-
do (Lc 23:34). Ali, enquanto sentia
portante para não sermos vencidos
as dores da ofensa, ele não espe-
por Satanás. Segundo as Escrituras,
rou por sinais de arrependimento.
ira e amargura guardadas podem Para perdoar, não procurou razões
tornar-se veneno em nosso interior no coração dos ofensores, mas em
(Ef 4:26,27; Hb 12:15). Perdoar sin- seu próprio coração. O que Cristo
fez foi tratar o problema e cortar o
3.Disponível em: <http://www.selecoes.com. mau pela raiz. Ele poderia exigir uma
br/mundo_melhor/o-poder-do-perdao_3154.
htm>Acesso em 18 de outubro de 2013). compensação, poderia até morrer
4. Lopes (2008:196) rancoroso, mas escolheu perdoar.

38 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


O perdão de Jesus não se impor- não propõe um limite para suportar
ta com o tamanho da dívida. Cristo um ofensor; pelo contrário, enfatiza
sofreu terríveis afrontas de seus opo- nosso dever de perdoar quantas ve-
sitores; contudo, seu amor generoso zes forem necessárias (Lc 17:3-4).
sobrepujou o ódio. Na parábola do O perdão de Jesus é espiritual.
credor incompassivo, a dívida do pri- Perdoar não é fruto de mero esforço
meiro devedor era muito maior que humano. Não se trata, tão somente,
a do segundo. Nossa dívida com o de uma simples disposição mental.
Pai também era infinitamente maior A atitude perdoadora faz parte da
que qualquer outra que alguém pos- experiência da regeneração. O tem-
sa cometer conosco. peramento não-inclinado a perdoar
O perdão de Jesus é sem limites. é incompatível com a regeneração6
Não há como ter garantia de que as pois o perdão provém de nossa união
pessoas não voltarão a cometer er- com Cristo, através de seu amor der-
ros, depois de serem perdoadas. Per- ramado em nosso coração pelo Espí-
doar é abrir o coração para a possibi- rito (Rm 5:5; Cl 3:12-17). Então, que
lidade de ser magoado novamente.5 o Espírito Santo ajude você a praticar
A matemática dos setenta vezes sete o perdão ensinado por Jesus.

5. Brito (2012:121-122) 6. Champlin (1980:325)

01. Leia Ne 9:17; o item 1, e responda: Quais são os significados da


palavra perdão? É certo dizer: “Eu não consigo sentir o perdão”? Por quê?

02. Leia Mt 5:23,24; Sl 32:3; Ef 4:26,27; o item 2, e comente com a


classe sobre a importância do perdão. O que acontece conosco,
quando não perdoamos?

03. À luz de Lc 23:34 e Mt 18:23-35, discuta com a classe sobre as duas


primeiras características do perdão de Jesus apresentadas no item 3.

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04. Como devemos lidar com pessoas que nos ferem repetidas vezes?
Onde podemos encontrar forças para perdoar? (Lc 17:3-5; Cl 3:12-17).

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Para perdoar sempre, cultive ras, orando e louvando ao Senhor


as virtudes espirituais. com canções espirituais. Quem não
Somente poderemos “suportar” perdoa, torna-se cativo do seu de-
as queixas que temos uns contra os safeto.8 Não seja escravo da mágoa;
outros se buscarmos virtudes como: seja discípulo de Cristo!
humildade, paciência, compaixão e 2. Para perdoar sempre, recor-
mansidão (cf. Ef 4:1-3; Cl 3:12-13). de os perdões recebidos.
Essas virtudes são próprias de Jesus. Em geral, sentimos dificuldades
O seu cultivo só é possível através da em perdoar os outros por nos sen-
ação do Espírito Santo em nós. Per- tirmos superiores a eles. Pensamos:
doar não é uma atitude carnal; é re- “Quem ele pensa que é para me di-
sultado do fruto do Espírito operando zer isso! Ele não é melhor que eu”.
em nosso pensar, nosso agir e nosso Perceba que facilmente podemos li-
falar (Gl 5:22; Ef 4:29-32; 5:18-21). dar com as desavenças dos outros,
Não há espaço para a amargura mas, quando nós mesmos somos
no coração de um seguidor do Cris- diretamente afetados, logo procura-
to que pratica o perdão.7 Portanto, mos nossos direitos, exigimos retra-
fique longe da amargura, da raiva e tação, punição ou revidamos “com a
da maledicência. Desvie-se daqueles mesma moeda”. Mas será que essa é
que gostam de promover divisões na a forma certa de pensar e agir?
igreja. Deixe-se encher mais e mais O que fazer, quando temos “di-
do Espírito Santo, lendo as Escritu- reito” a uma compensação? A Bíblia

7.McCall (2009:112) 8. Lopes (2008:187)

40 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


nos manda perdoar, usando como por nós: Ele pagou a dívida em nos-
base o fato de que também fomos so lugar! Além disso, ele continua a
perdoados por Deus de um débito nos perdoar. Por isso, Paulo escre-
ainda maior. Logo, não somos me- veu: Suportem-se uns aos outros
lhores que nossos ofensores. Jesus e perdoem as queixas que tiverem
tinha todo o direito de nos cobrar uns com os outros. Perdoem como
a dívida, mas resolveu nos perdoar. o Senhor lhes perdoou (Cl 3:13 –
Na verdade, ele fez mais do que isso grifo nosso).

05. Relacione as virtudes que você pode cultivar, para ter um coração
perdoador. Leia também Ef 4:1-3; Cl 3:12-13; Gl 5:22.

06. Após ler a segunda aplicação e Cl 3:13, comente a frase: “Para


perdoar sempre, recorde os perdões recebidos!”.

DESAFIO DA SEMANA

Querido estudante, provavelmente, todos iremos concordar


que é mais fácil falar de perdão do que exercitá-lo. Entretanto,
se nosso Mestre nos ordenou, podemos ter a certeza de que é
possível perdoar e pedir perdão. Lembre que a base para sermos
perdoadores não é a maneira como somos tratados pelos outros,
mas, sim, o modo como Cristo nos tratou.9
Revista-se do Senhor e, bondosamente, perdoe o irmão faltoso.
Se você feriu alguém, procure essa pessoa, admita seu erro, humilde-
mente, e peça-lhe perdão. Saiba que perdoar não é um gesto de fra-
queza, nem de superioridade. Suportar repetidas vezes o irmão que
erra não significa minimizar a ofensa, mas exaltar a graça (Rm 5:20b).

9. McCall (2009:112)

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7
17 DE MAIO DE 2014
Tenha paciência

Hinos sugeridos – BJ 130 • BJ 7

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Apresentar Jesus como Todavia (...), me foi concedida misericórdia,
o principal modelo de
para que em mim, o pior dos pecadores,
paciência e encorajar o
estudante a segui-lo. Cristo Jesus, demonstrasse toda a grandeza
da sua paciência. (1 Tm 1:16)

LEITURA DIÁRIA
D 11/05 Ex 34:6
INTRODUÇÃO
S 12/05 Sl 103:8 Você se considera alguém que possui
T 13/05 Rm 2:4; 9:22 paciência? Pense nas seguintes situações:
Q 14/05 1 Tm 1:16 Quando liga o seu computador para aces-
Q 15/05 2 Co 1:6 sar a internet e a página “demora” mais
S 16/05 Tg 5:7-8
de 15 segundos para abrir, como você se
S 17/05 Hb 6:12
sente? Quando está dirigindo e alguém o
corta a frente numa estrada ou rua, como
reage? Quando pega um ônibus ao lado de
alguém que fala alto no celular, o que pas-
sa pela sua mente?
Quando seu cônjuge faz algo que não
o agrada, que atitude costuma tomar?
Quanto você consegue aturar uma criança
barulhenta? Quanto tempo você consegue
conversar com aquele parente seu, idoso,
que conta sempre as mesmas histórias com
a mesma empolgação? Dependendo de
como respondeu a essas perguntas, você já
pode ter uma noção do quanto é ou não
Acesse os
Comentários Adicionais paciente. A presente lição trata justamente
e os Podcasts da necessidade de sermos pacientes, assim
deste capítulo em
www.portaliap.com.br como Jesus.

42 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

Você já deve estar acostumado as pessoas e os eventos: 1) Para com


com a proposta desta série de lições. as pessoas, pela ideia de paciência
Esta é o sétimo estudo em que ob- inesgotável e de esperança constan-
servaremos uma faceta do compor- te em relação a elas, por mais desa-
tamento de Jesus e seremos desafia- gradáveis que sejam; 2) para com os
dos a segui-lo. Desta vez, aprendere- eventos, pela ideia de esperança e fé
mos como refletir melhor a paciência permanentes, por mais obscura que
de nosso Senhor em nosso dia-a-dia. seja a situação ou por mais incompre-
E o que é a paciência? Como imitar ensíveis que os eventos se mostrem.
Jesus? Vejamos. O apóstolo Paulo afirma que Je-
1. A plena paciência de Jesus: sus possuía essa qualidade de modo
A paciência é uma qualidade aplica- acentuado: ... a grandeza da sua
da a Deus, de forma constante, nas paciência. A palavra “grandeza”
páginas das Escrituras Sagradas (cf. também poderia ser traduzida por
Êx 34:6; Ne 9:17; Sl 103:8, 86:15, “plenitude”. Jesus possui paciência
145:8; Rm 2:4, 9:22; 1 Tm 1:16; 2 de modo pleno. Ele não era e não
Pd 3:9,15). Dentre estes textos, des- é “meio” paciente. O que seria de
tacamos aquele que serve de base nós, se isso não fosse verdade? É um
para esta lição. Paulo afirma, com grande desafio imitá-lo.
todas as letras, que Jesus é grande 2. Um exemplo da paciência de
em paciência (1 Tm 1:16). Jesus: Qual a razão de Paulo afirmar
A KJV apresenta a expressão que Jesus é pleno em paciência? Sua
“grandeza de sua paciência”, bem própria vida! Ele disse: ... em mim, o
como a NVI. A palavra traduzida pior dos pecadores, Cristo Jesus de-
por “paciência”, neste versículo, é monstrou toda a grandeza da sua pa-
makrothumia, por sinal, muito rica ciência, usando-me como um exem-
em significados. É formada por duas plo para aqueles que haveriam de crer
outras: makros, que significa “gran- para a vida eterna (1 Tm 1:16 – NVI).
de” ou “longo”, e thumos, que O apóstolo tinha a certeza da pa-
significa “ânimo” ou “disposição”. ciência de Jesus em relação a sua
A ideia é de “grande ânimo” ou vida. Antes da conversão, Paulo era
“grande paciência”. um perseguidor da igreja (At 7:59-
Makrothumia expressa, segundo 8:1), mas, ao encontrar-se com Cris-
Barclay,1 uma certa atitude para com to, foi transformado (At 9:1-9) em
um grande servo de Deus (At 9:20-
1. Barclay (2000:88). 25). Paulo merecia a morte; entre-

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tanto, Cristo, “longe de castigá-lo teus nos revela o coração do Senhor,
como merecia, chegou a fazer dele ao registrar aquilo que ouviu do mes-
um vaso escolhido”.2 tre: ... aprendei de mim, porque sou
Jesus salvou o “principal dos peca- manso e humilde de coração; e
dores”, a fim de mostrar um de seus achareis descanso para a vossa alma
surpreendentes atributos, a “paciên- (Mt 11:29 – grifo nosso). Mansidão e
cia”. Ao “invés de esmagar este as- humildade, aqui, são duas outras vir-
sassino perseguidor, Jesus o tolerou tudes necessárias para quem deseja
dia após dia doloroso, semana após ser paciente como Jesus.
semana dolorosa, mês após mês Vamos entender estas duas pa-
doloroso”.3 Jesus esperou o momen- lavras? A palavra “manso” poderia
to certo e o perdoou dos seus hor- ser traduzida também por “gentil”,
ríveis delitos, colocando-o no apos- “moderado”, “meigo” ou “amisto-
tolado e dando-lhe forças para cada so”. Sem mansidão, não consegui-
dia. Que bom que Deus é diferente mos ser tolerantes com aqueles que
do homem! A paciência de Deus tropeçam. Na primeira vez em que
“aguarda, ao passo que a impaci- alguém faz algo errado, perdemos a
ência do homem já há muito tempo paciência e explodimos em raiva. O
teria agido em ira destrutiva”.4 texto também diz que Jesus é “hu-
O que aconteceu com Paulo, milde”. Quem é humilde, tem facili-
como ele mesmo disse, é uma es- dade para praticar gentilezas e servir
pécie de amostra do que Deus faria o próximo6, e isso faz parte da na-
a milhares de milhares de pessoas tureza de nosso Senhor. Essas duas
que viriam a acreditar em Cristo em palavras (manso e humilde) mostram
todos os tempos.5 Jesus foi pacien- a beleza do coração de Deus.
te apenas com Paulo? Certamente, Jesus disse: ... sou manso e humil-
não! Ele foi e continua sendo pacien- de de coração. A palavra destacada,
te conosco. Devemos ser do mesmo coração (gr. cardias), é a essência da
modo. Precisamos seguir seu exem- personalidade do Senhor, ou seja, a
plo e ser pacientes com as pessoas essência de Cristo é mansidão e hu-
com as quais convivemos (Ef 4:2). mildade. Só é paciente quem cultiva
3. A fonte da paciência de Je- no coração essas qualidades. Deve-
sus: A paciência de Jesus é fruto de mos aprender com Cristo a desempe-
seu coração santo. O evangelista Ma- nhar nossa paciência com nosso pró-
ximo. Devemos esperar as pessoas ca-
minharem rumo às mudanças, afinal
2.Kelly (1983:60).
ninguém muda da noite para o dia.
3. McCall (2009:105).
4. Barclay (2000:91).
5.Idem. 6. Champlin (2001:182).

44 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Só alcançaremos tal paciência se cul- perdão e salvação para com os que
tivarmos esses valores vistos em Jesus. creem em sua graça. Sabendo des-
Observamos, nesta primeira par- sas coisas, capacitados com seu po-
te da lição, como Jesus é paciente der, devemos imitar o mestre Jesus
para conosco. Sua paciência brota em sua paciência. Seremos desafia-
de seu coração manso e humilde e dos a essa atitude, na próxima parte
é demonstrada em sua atitude de deste estudo.

01. Você se considera uma pessoa paciente? Considere as questões


apresentadas na introdução para ajuda-lo na resposta.

02. Explique à classe o significado da palavra “longanimidade” ou


“paciência”, encontrada em 1 Tm 1:16.

03. Comente sobre como o exemplo de transformação operado por Jesus


na vida de Paulo evidencia sua paciência. Leia At 26:9-14; 1 Tm 1:16.

04. Baseado no Texto de Mt 11:29, fale sobre os significados de


mansidão e humildade presentes no texto. Comente sobre a
importância de “cultivar” valores como os de Jesus.

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Tenha paciência, mesmo como Senhor da nossa vida, o Es-


diante de situações difíceis. pírito Santo começa a imprimir em
Quando recebemos a Cristo nós o caráter de Cristo. Algumas

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das facetas deste caráter estão re- 2. Tenha paciência, mesmo
gistradas em Gálatas 5:22, na lista diante de pessoas difíceis.
que chamamos de fruto do Espírito. A conversão de Paulo foi uma
Uma delas é a paciência. O Espírito amostra de como Deus pode perdo-
trabalha em nós para que sejamos ar alguém que tanto mal fez. Paulo
pacientes como Jesus. E imagine conheceu a paciência divina (Rm
que palavra aparece na língua ori- 2:4). Após sua mudança de vida, o
ginal? Makrothumia! Lembra o que apóstolo procurou retribuir o trata-
já afirmamos? Jesus era pleno dessa mento paciente de Deus sendo tam-
qualidade. Permitamos que o Espíri- bém com as pessoas.
to nos ajude a exercitar essa virtu- Devemos agir da mesma forma:
de, cada vez mais. Sejam humildes e amáveis. Sejam
Todos os dias, somos submeti- pacientes uns com os outros, tendo
dos a situações diante das quais tolerância pelas faltas uns dos outros
precisamos desenvolver essa ha- por causa do amor, entre vocês (Ef
bilidade dada por Deus. Na fila 4:2 – BV). Devemos esperar a trans-
do banco, no trânsito, diante de formação de cada um, no devido
uma doença incurável, na espera tempo: a mudança das palavras, do
de uma resposta (humana ou di- vestuário mais descente, da frequ-
vina). Enfim, a vida nos apresenta ência mais assídua nas reuniões da
várias situações que nos permitem igreja. Quem sabe você precisa de
praticar a paciência exigida para o paciência para ver seu cônjuge trans-
momento. Por isso, tenhamos pa- formado, seu filho restaurado, sua
ciência, como Jesus, em cada uma filha mudada. Seja qual for a situa-
dessas situações, por mais compli- ção, permaneça orando e ajudando.
cadas que sejam. Tenha paciência!

05. Como você tem lidado com situações que facilmente o tiram do sério?

06. Pense em atitudes concretas para demonstrar mais longanimidade


para com as pessoas.

46 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


DESAFIO DA SEMANA

Esta série de lições desafia-nos, a cada semana, a seguir dia-


riamente os passos de Jesus Cristo. Ele é nosso modelo! Neste
estudo, aprendemos que o Senhor tem um coração paciente. Por
ser assim, trata-nos com grande paciência. Temos a grande missão
de cultivar paciência em nosso coração e de demonstrar essa qua-
lidade às pessoas que conhecemos.
Nosso desafio, nesta semana, é alistar algumas coisas que nos
fazem “esquentar a cabeça” rapidamente. Coloque diante de Deus,
em oração, cada situação, e, ao se deparar com elas, tenha uma
ação diferente. Também apresente a Deus uma pessoa com quem
você precisa insistir para que se aproxime do Senhor e tome um novo
rumo na vida; se possível, encontre-se com ela e reforce seu apoio.

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50ªAssembleiaGeral
Sumaré, 28 a 30 de novembro de 2014

Os ceifeiros, os frutos e os campos

Faça a sua inscrição e participe!


Informações nas páginas seguintes
50ªAssembleiaGeral
Sumaré, 28 a 30 de novembro de 2014

F ICH A D E IN S CR I Ç ÃO

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Idade: Pastor Presbítero Diácono Membro
Convenção a que pertence:

F ORM A D E PA G A M E NT O
(assinale a opção desejada)

INSCRIÇÃO PARA 3 DIAS – R$ 370,00


1 x R$ 370,00 com cheque para até o dia 14/11
2 x R$ 185,00 com cheque para os dias 14/10 e 14/11
3 x R$ 124,00 com cheque para os dias 14/09, 14/10, 14/11
4 x R$ 93,00 com cheque para os dias 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
5 x R$ 74,00 com cheque para os dias14/7, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
6 x R$ 62,00 com cheque para os dias 14,06, 14,07 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
7 x R$ 53,00 com cheque para os dias 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
8 x R$ 47,00 com cheque para os dias 14/04, 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11

INSCRIÇÃO PARA 2 DIAS – R$ 268,00


1 x R$ 268,00 com cheque para até o dia 14/11
2 x R$ 134,00 com cheque para os dias 14/10 e 14/11
3 x R$ 90,00 com cheque para os dias 14/09, 14/10, 14/11
4 x R$ 67,00 com cheque para os dias 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
5 x R$ 54,00 com cheque para os dias14/7, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
6 x R$ 45,00 com cheque para os dias 14,06, 14,07 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
7 x R$ 39,00 com cheque para os dias 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
8 x R$ 34,00 com cheque para os dias 14/04, 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11

INSCRIÇÃO PARA 1 DIA com hospedagem – R$ 146,00


1 x R$ 146,00 com cheque para até o dia 14/11
2 x R$ 73,00 com cheque para os dias 14/10 e 14/11
3 x R$ 49,00 com cheque para os dias 14/09, 14/10, 14/11
4 x R$ 37,00 com cheque para os dias 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
5 x R$ 30,00 com cheque para os dias 14/7, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
6 x R$ 25,00 com cheque para os dias 14,06, 14,07 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
7 x R$ 21,00 com cheque para os dias 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
8 x R$ 19,00 com cheque para os dias 14/04, 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
INSCRIÇÃO PARA 1 DIA sem hospedagem, com refeições – R$ 86,00
1 x R$ 86,00 com cheque para até o dia 14/11
2 x R$ 43,00 com cheque para os dias 14/10 e 14/11
3 x R$ 29,00 com cheque para os dias 14/09, 14/10, 14/11
4 x R$ 22,00 com cheque para os dias 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
5 x R$ 18,00 com cheque para os dias14/7, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
6 x R$ 15,00 com cheque para os dias 14,06, 14,07 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
7 x R$ 13,00 com cheque para os dias 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11
8 x R$ 11,00 com cheque para os dias 14/04, 14/05, 14/06, 14/07, 14/08, 14/09, 14/10, 14/11

INSCRIÇÃO COM HOSPEDAGEM NO HOTEL MAPLE VILLAGE

Os valores das diárias dos apartamentos da hospedagem tipo “Hotel Maple Village” serão:
Apartamento para 1 pessoa: R$ 210,00 (por pessoa)
Apartamento para 2 pessoas: R$ 110,00 (por pessoa)
Apartamento para 3 pessoas: R$ 75,00 (por pessoa)
Apartamento para 4 pessoas: R$ 65,00 (por pessoa)

Para o participante que se hospedar no hotel, o valor do pacote para o mesmo será:
o valor do pacote -15% + diárias do hotel.
Exemplo: Participante com o pacote 1 de R$ 370,00, que ficará hospedado com outras
2 (duas) pessoas no “Maple Village”:

Valor do pacote: R$ 315,00 (R$ 370,00 -15%)


Diárias do hotel: R$ 225,00 (3 dias x R$ 75,00 por pessoa)
Total participante: R$ 540,00

Obs.: As hospedagens no hotel com 4 (quatro) pessoas no apartamento será utilizado beliche.

IMPORTANTE: APÓS O DIA 14/11/2014, A INSCRIÇÃO SERÁ EFETUADA SOMENTE NO


LOCAL, COM REAJUSTE:
• 3 DIAS (sexta, sábado e domingo) – R$ 460,00
• 2 DIAS (sábado e domingo) – R$ 350,00
• 1 DIA (sábado) – R$ 190,00

PROCEDIMENTO PARA INSCRIÇÃO


ü Preencha todos os campos da ficha, assinalando a opção de pagamento desejada, de acordo
com a quantidade de dias de sua participação e tipo de hospedagem.

ü Deposite o valor equivalente a sua escolha no banco BRADESCO, Ag. 99-0 – C/C 295411-7;
destaque a ficha de inscrição (devidamente preenchida); anexe cópia do comprovante do
pagamento ou cheques preenchidos, nominais à CONVENÇÃO GERAL DAS IGREJAS ADVENTISTA
DA PROMESSA e remeta-os, via correio, para:
Secretaria Geral da IAP
Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo, SP – CEP 01014-000

ü Você também pode enviar sua solicitação de inscrição via fax: (11) 3119-6458.

Para quaisquer informações adicionais, entre em contato com a Secretaria Geral:


Telefone: (11) 3119-6457, falar com Irma Velázquez – secretariaiap@terra.com.br
SÁBADO ESPECIAL – CONGRESSO DE MISSÕES
29 de novembro de 2014

SÁBADO MANHÃ

Os ceifeiros:
agentes da colheita
“A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.
Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande
ceifeiros para a sua seara” - Mateus 9:37-38

SÁBADO TARDE

Os frutos:
resultados da colheita
“E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão
grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira
aos gentios a porta da fé.” - Atos 14:27

SÁBADO NOITE

Os campos:
desafios da colheita
“Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão
brancas para a ceifa.” - João 4:35

PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM!


Faça a sua inscrição no Portal IAP (www.portaliap.com.br)
ou use a ficha no verso desta página.
8
24 DE MAIO DE 2014
Ande em
santidade
Hinos sugeridos – BJ 34 • BJ 12

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Explicar que os discípulos E a favor deles eu me santifico a mim mesmo,
de Jesus devem ter
para que eles também sejam santificados na
um viver diferenciado,
sempre buscando verdade. (Jo 17:19)
santidade e coerência.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA Onde está, nos dias atuais, aquela antiga
D 18/05 1 Co 1:30-31 ênfase cristã de que devemos viver em san-
S 19/05 Jo 17:17-19 tidade? Embora o número de evangélicos
T 20/05 2 Co 7:1 tenha aumentado (22,2% dos brasileiros1)
Q 21/05 Hb 12:14 o número de contradições e maus testemu-
Q 22/05 1 Ts 4:3-7
nhos não diminuiu. Muitos dos que se dizem
S 23/05 1 Pd 3:14-15
seguidores de Cristo continuam levando
S 24/05 Ap 22:11
uma vida que contradiz a vida e os ensinos
de Jesus.
Andar em santidade significa ter um viver
consagrado ou separado para Deus. E a es-
sência da “santidade” é ser dedicado a Deus e
aos seus propósitos.2 Stott3 definiu santidade
como “semelhança com Cristo, e semelhan-
ça com Cristo é o propósito eterno de Deus
para seus filhos”. Assim sendo, nesta lição,
aprenderemos o que é andar em santidade,
segundo Jesus.

Acesse os
Comentários Adicionais 1. Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/
e os Podcasts numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-
deste capítulo em -ibge.html> Acesso em 30/11/2013.
www.portaliap.com.br
2. McCall (2009:55).
3. Apud Dudley (2006:310).

48 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

A essência da santidade é viver para ca deixou de denunciar as injustiças


os propósitos de Deus; viver para agra- e pecado.
dar a Deus, em vez de viver para os Jesus viveu no mundo, mas tinha
próprios interesses e prazeres.4 Essa foi a nítida noção de que não era do
a maneira como Jesus viveu. Os seus mundo (Jo 17:14,16), ou seja, suas
passos nunca foram dados para si mes- atitudes e caráter não foram for-
mo, mas sempre para o agrado do Pai. matados pelo mundo.5 Porém, essa
A santidade tem sido muito buscada, convicção não levou Jesus a se isolar
e muitos modelos têm sido apresen- do mundo. Muito pelo contrário, a
tados, mas nunca podemos esquecer santidade de Jesus foi de ação contra
que Jesus é o modelo que devemos se- o pecado: Digo-lhes a verdade: Todo
guir. Ele é o padrão de santidade, por aquele que vive pecando é escravo
que não cometeu pecado, nem dolo do pecado. O escravo não tem lugar
algum se achou em sua boca (1 Pd permanente na família (Jo 8:34-35).
2:22-23). Ao observamos os passos de Jesus não se omitiu e nadou contra a
Jesus, encontramos algumas marcas corrente. Seus valores eram os valores
da vida em santidade que ele propõe. do Reino e ele não os negociava. Nun-
1. Uma vida não omissa: Jesus ca se eximiu de dizer o que era para
morou, estudou, ensinou, pescou ser dito. Quando precisou, denunciou
e comeu no mundo. Ele estava in- a falsa religiosidade, não se omitiu (cf.
serido numa sociedade; andou e se Mt 23). Quando precisou enfrentar
relacionou com pessoas. Conviveu àqueles que oprimiam os mais fracos,
com seus dilemas e desafios; en- não retrocedeu (Mc 11:15-19). Ele foi
frentou tentações e sofreu pressões xingado de tudo quanto é nome, mas
da cultura vigente. Diz a Bíblia que não reagiu. Sofreu em silêncio, con-
foi ele tentado em todas as coisas, à tente em deixar Deus acertar as coisas
nossa semelhança, mas não pecou (1 Pd 2:23 – AM). Quando maltratado,
(Hb 4:16). Vale destacar que, diante não fazia ameaças (1 Pd 2:23b – ARA).
das práticas e padrões apresentados É um grande desafio imitá-lo nisso,
pelo mundo, Jesus nunca se omitiu, mas é para isso que somos chamados.
ou seja, ele não se conformou, nem 2. Uma vida não arrogante: Hoje
se calou. Conviveu em meio aos pe- em dia, parece difícil equacionar san-
cadores, andou e comeu com eles tidade e humildade. Mas isso foi exa-
(Mc 2:15-16; Lc 5:30); porém, nun- tamente o que Jesus fez. A humildade
ca compartilhou de seus erros. Nun- divina era o segredo de sua vida, sua

4. Idem. 5. Hendriksen (2004:767).

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morte e sua exaltação.6 Jesus nunca se 3. Uma vida não julgadora: Os
colocou acima das demais pessoas, por religiosos da época de Jesus não es-
serem pecadoras. Mesmo sendo Deus, tavam sempre de prontidão somente
assumiu a forma de servo, tornando-se para serem elogiados e parabeniza-
humano, e não exigiu privilégios espe- dos; também estavam prontos a en-
ciais, mas viveu uma vida abnegada e contrar e apontar os defeitos e erros
obediente (Fp 2:8 – AM). dos outros. Eles andavam exatamente
Jesus nunca usou sua divindade no caminho oposto de Jesus, que esta-
como pretexto para a autopromoção va sempre pronto e disposto a acolher
ou a autoproteção; ele escolheu “não os mais diversos tipos de pecadores.
agarrar-se aos privilégios que eram seus É interessante analisar que a prin-
por direito”.7 Jesus nunca fez questão cipal acusação dos escribas e fariseus
de falas, olhares e aplausos das pesso- contra Jesus era: Por que o mestre
as, diante do seu viver. O alvo da sua de vocês come com publicanos e
vida estava em que os homens vissem “pecadores”? (Mt 9:11). A vida santa
o seu modo de viver e, assim, glorifi- que Jesus propõe não é excludente e
cassem ao Pai, que está nos céus. Ele julgadora; antes, acolhe os pecado-
agia assim e queria que seus discípulos res e lhes oferece a chance do arre-
fizessem o mesmo (Mt 5:16). pendimento e da conversão. Não se
A principal marca da santidade fal- vive em santidade numa redoma de
sificada é a falta de humildade.8 Nós, vidro, apontando o dedo para os que
que buscamos santidade, precisamos estão fora.
estar atentos, sempre olhando para O grande impacto da vida de Je-
Jesus, para que não aconteça que o sus foi justamente sua postura dian-
que foi começado pelo Espírito seja te dos pecadores. Numa sociedade
dominado pelo orgulho. A verdade é que excluía e julgava, Jesus fez ques-
que a humildade é a beleza da santi- tão de ter, perto de si, gente que
dade. Cuidemo-nos, então, para que necessitava da graça e do perdão de
não busquemos santidade apenas aos Deus. A santidade que Jesus propõe
olhos dos homens, como os fariseus, não é uma santidade que esbraveja:
que praticavam boas obras para se- “Apedreja!”, diante de pecadores
rem vistos (Mt 23:5). Tudo que esses surpreendidos em seu pecado; antes
religiosos denunciados por Jesus fa- é uma santidade que diz: ... eu não
ziam era com vista a serem aplaudi- te condeno, eu não te julgo; vai e
dos, o que é lamentável. não peques mais (Jo 8:11).
4. Uma vida não preconceitu-
6. Murray (2005:66). osa: Na mais longa oração de Jesus
7. McCall (2009:29). por seus discípulos, ele pediu ao Pai:
8. Murray (2005:66). ... eles não são do mundo, como tam-

50 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


bém eu não sou. Não peço que os ti- pertencem ao mundo perverso”.9
res do mundo, e sim que os guardes Isso, porém, não implica não se rela-
do mal. (...) Santifica-os na verdade (Jo cionar com pessoas que consideramos
17:14-15, 17). O que Jesus quis dizer, pecadoras. Jesus se relacionou com
ao afirmar que os santos não são do pessoas pecadoras, mal-vistas pela so-
mundo? Obviamente, não estava pen- ciedade da sua época. Ele não se im-
sando em mundo como sinônimo de portou em ser rotulado como amigo
pessoas ou espaço físico, geográfico. de pessoas de má fama (Mt 11:19).
O “mundo” inimigo de Deus e dos Essa era a sua maneira de lhes mostrar
discípulos de Jesus, que estão na tri- Deus e lhes apresentar os valores do
lha da santidade, é um sistema de va- reino. Vivamos uma vida de santidade,
lores corrompidos em que Deus não que aproxima os pecadores de Deus.
é Senhor e que tem como chefe Sata- A Bíblia é bem clara em dizer que os
nás. Diante disso, não ser do mundo, passos de Jesus nunca foram dados, a
para Jesus, significa não fazer parte não ser em santidade. Por isso, ele deve
de um padrão de conduta que é con- ser sempre nosso padrão. Em se tra-
tra a vontade de Deus. Quando ele tando de santidade, quem melhor para
orou para que seus discípulos fossem nos espelharmos do que Jesus? Pois
santificados, queria dizer: “Concede não temos um sumo sacerdote que
que esses discípulos não entrem no não possa compadecer-se das nossas
domínio de Satanás, pois eles defini- fraquezas, mas sim alguém que, como
tivamente não pertencem ao seu do- nós, passou por todo tipo de tentação,
mínio. Eles são teus e meus; eles não porém, sem pecado (Hb 4:15).

9. Hendriksen (2004:768).

01. De acordo com a introdução, aponte algumas razões por que o


número de evangélicos aumentou, mas, ao mesmo tempo, tal fato
parece não gerar uma mudança em nossa sociedade?

02. Leia o item 1; Hb 4:16; Jo 8:1-8; Mc 11:15-19 e comente sobre o


fato de Jesus lidar com pecadores, mas não ser omisso diante de suas
falhas. O que significa não se omitir?

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03. Explique a frase a principal marca da santidade falsificada é sua
falta de humildade. Baseie-se no item 2 e Fp 2:3-8; Mt 23:1-8.

04. Nos dias atuais, é possível viver em santidade, sem ter uma
atitude julgadora e preconceituosa? Podemos ver estas características
em Jesus? Leia os itens 3 e 4 e também Jo 8:11; Mt 9:9-13.

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Busque santidade! normais, que comem arroz e feijão,


A essência da santidade é dedicar- apreciam um bom churrasco, gostam
-se a Deus e aos seus propósitos. Jesus de agradar os filhos, se alegram com
viveu assim. E quem afirma que está os amigos, abraçam, riem, choram,
nele, deve andar como ele andou (1 beijam e são vulneráveis à tentação.
Jo 2:6). A santidade não é uma opção, Enquanto vivemos o nosso dia-a-dia
para nós, crentes em Jesus. A Bíblia é e fazemos todas essas coisas, somos
bem clara, quando diz: Esforcem-se comprometidos com valores de ordem
para viver em paz com todos e para superior, o reino de Deus. Nosso gran-
serem santos; sem santidade nin- de alvo é imitar a vida de Jesus, e, nes-
guém verá o Senhor (Hb 12:14). Não te sentido, devemos causar “choque”
podemos perder de vista o avanço num mundo em trevas, comprometido
no processo de santificação; afinal, a com os valores deste século (Mt 5:16;
“vida cristã se caracteriza pela práti- Ef 4:25-5:8). Vivamos comprometi-
ca de andar na luz. Ou seja, o cristão dos com esta ordem: Sejamos santos,
tem de levar uma vida de moralidade como santo é aquele que nos chamou.
e retidão ética, em contraste com as 2. Busque coerência!
trevas e corrupção que o cercam”.10 Seguir os passos de Jesus implica
Dugan11 afirmou que, mesmo cris- uma mudança radical de compor-
tãos, continuamos sendo pessoas tamento. A santidade não pode ser
apenas um discurso; antes de tudo,
10. Dugan (2012:104). precisa ser uma vivência. Precisa ha-
11. Idem, p. 105. ver coerência entre fala e ação, dis-

52 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


curso e exemplo. Somos chamados verdadeiramente andam em santi-
não somente para pregar sobre san- dade. Os que andam em santidade
tidade, mas também para vivê-la. têm comunhão uns com os outros,
Em 1 João, a Bíblia chama os in- recebem o perdão de seus pecados,
coerentes de mentirosos: Se afir- são purificados de todo o pecado
marmos que temos comunhão com e injustiça. Então, os que verdadei-
ele, mas andamos nas trevas, menti- ramente vivem em santidade estão
mos e não praticamos a verdade (1 sempre mantendo uma conduta co-
Jo 1:6). Nos versículos 7 e 9, João erente em seu viver diário.12
mostra a diferença entre esses in-
coerentes cristãos e aqueles que 12. Idem, p. 103.

05. Leia a primeira aplicação; 1 Jo 2:6; Hb 12:14, e responda:


Pensando na época em que vivemos, o que pode nos impedir de
buscar a santidade?

06. Após ler a segunda aplicação e 1 Jo 1:6, responda: Qual deve ser a
nossa postura, diante de uma sociedade cada vez mais pecaminosa?

DESAFIO DA SEMANA

Vida com sentido é somente aquela vivida em santidade, bus-


cando sempre a semelhança com Jesus. Mesmo não sendo do
mundo, vivemos nele. Mas nosso viver tem de ser diferenciado,
pois somos “sal da terra” e “luz do mundo”.
Por essa razão, temos o desafio de viver em santidade, con-
frontando o pecado, sem arrogância, sem julgamentos e, princi-
palmente, sem preconceito. Que, através do nosso santo viver, as
pessoas vejam Cristo e glorifiquem o nosso Pai que está nos céus.

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9
31 DE MAIO DE 2014
Seja solidário

Hinos sugeridos – BJ 188 • BJ 48

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Explicar o significado O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade
e a importância da
vos afirmo que, sempre que o fizestes a um
solidariedade, os motivos
e a ocasião corretos para destes meus pequeninos irmãos, a mim o
praticá-la, a partir do fizestes. (Mt 25:40)
exemplo de Jesus.

INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA O vizinho não consegue fazer o carro fun-
D 25/05 Mt 25:31-43 cionar; por isso, vem lhe pedir ajuda, pois
S 26/05 At 20:35 precisa levar o filho para a escola e a esposa,
T 27/05 Sl 146:5-9
que está em trabalho de parto, para a mater-
Q 28/05 Pv 31:8-9
nidade. Acontece que esse vizinho não é nada
Q 29/05 Jr 22:3
S 30/05 Lc 14.12,13 agradável. O que fazer, nessa situação? Ser
S 31/05 Tg 1:26-27 solidário? O que Jesus faria, num caso desses?
O que falaria a esse homem? Aprender com
Jesus é o maior privilégio de todo discípulo.
Com base em Mateus 25:31-43 e Atos 20:35,
a lição desta semana traz à discussão o tema so-
lidariedade. A intenção é aprender com o ho-
mem mais solidário que este mundo já conhe-
ceu: o Senhor Jesus Cristo, e, então, crescer na
compreensão e na prática dessa nobre virtude.

I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

Como podemos definir solidariedade? De


Acesse os
Comentários Adicionais modo simples, é o ato de bondade com todas
e os Podcasts as pessoas a nossa volta, especialmente aque-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br las com mais dificuldades. Essa era uma ca-
racterística do ministério de Jesus, que andou

54 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


fazendo o bem (At 10:38). Este tam- sos (Mc 1:40-45), os religiosos (Mc
bém é um mandamento que deve 10:18-21) e os de má reputação (Lc
ser levado a sério por todo seguidor 7:36-50; Jo 4:7-42). O Mestre com-
de Jesus: Façamos o bem! (Gl 6:10). padeceu-se dos excluídos e forçados
Analisemos esse importante tema a viver à margem da sociedade.
com mais detalhes. Todo necessitado era alvo da
1. A solidariedade era uma mar- compaixão de Jesus. Tanta demons-
ca em Jesus: O ministério de Jesus tração de compaixão levou-o a rece-
foi amplamente marcado por solida- ber elogios? Não. Ao contrário, sua
riedade. Ele se identificou intimamen- reputação foi questionada, ao ser
te com o ser humano e suas necessi- chamado de “amigo dos pecadores”
dades, sentiu suas dores, condoeu-se (Mt 11:19), e, por fim, sua manei-
por causa de seus conflitos interiores. ra de tratar as pessoas custou-lhe a
Ninguém se identificaria tanto com vida. Aliás, a maior demonstração da
as fraquezas da humanidade como o compaixão de Jesus foi dar sua vida
Messias. Envolver-se com os necessi- para resgatar a humanidade.
tados, fazer alguma coisa para aliviar- 2. Entendendo a base para a
-lhe o sofrimento foi a sua marca. solidariedade: No texto de Mateus
Os que tinham sofrimentos físi- 25:31-46, Jesus incentiva a práti-
cos eram tocados pela compaixão ca da solidariedade. Sua fala revela
do Messias. Dois cegos pedintes que seus verdadeiros discípulos edi-
clamaram a Jesus (Mt 20:31), e ele, ficariam uma comunidade que lidaria
“condoído”, os tocou e os curou (Mt com as necessidades dos seus seme-
20:30-34). A mulher duplamente lhantes de modo sacrificial e prático.
pesarosa – era viúva e estava cami- Seus discípulos dariam água e comida
nhando para enterrar seu filho único aos famintos (alívio imediato); aco-
– também foi alvo da compaixão de lheriam o estrangeiro, abrindo suas
Jesus (Lc 7:12-13). A sua compai- casas; vestiriam os “nus” (os mais po-
xão é sempre um conforto para nós, bres dentre os pobres); cuidariam dos
quando enfrentamos a dor da perda doentes; visitariam os prisioneiros.
de entes queridos. Esse é o tipo de comunidade que os
Jesus também se mostrou sensível discípulos de Jesus iriam estabelecer.
para com os perdidos. A Bíblia diz: É preciso, porém, compreender
Vendo as multidões, compadeceu- que praticar solidariedade, por si só,
-se delas, porque estavam aflitas não resulta em salvação. Em outras
e exaustas, como ovelhas que não palavras, ninguém é salvo por ser so-
têm pastor (Mt 9:36). As crianças, de lidário. Dizer que a prática de boas
igual modo, foram acolhidas por ele obras salva é forçar o texto vergo-
(Mc 10:13-16), assim como os lepro- nhosamente, pois não é essa a men-

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sagem nele contida. Observe que, an- porque seu serviço foi espontâneo,
tes de mencionar as boas obras (vv. alegre e humilde.3
35,36), Jesus diz, claramente, que 3. Praticando a solidariedade:
seus discípulos já eram herdeiros do Sabendo que a solidariedade deve
“reino que vos está preparado desde fazer parte da vida diária dos verda-
a fundação do mundo” (v 34). Todas deiros seguidores de Jesus e que deve
as promessas da salvação são gratui- ser uma prática despretenciosa, os
tas em Cristo. Os que atendem ao que foram resgatados pela compaixão
convite para a salvação em Jesus tor- salvadora de Cristo precisam praticá-la
nam-se herdeiros do reino (Rm 8:17). como uma maneira de honrar aquele
Fazer as boas obras não é um jeito que os salvou, até que tal prática se
de conseguir a salvação, “mas sim torne natural e faça parte do dia-a-dia.
uma prova de que estamos salvos, O que não falta, nos dias atuais,
de que a fé verdadeira e salvadora em cada local do mundo, é oportuni-
já se faz presente”.1 O objetivo da dade para ser solidário, pois o mun-
solidariedade não é a recompensa. do está repleto de miséria e pecado,
Quando os salvos praticam atos de de pessoas com as mais diferentes
solidariedade, estão cumprindo o necessidades. Ningém pode alegar
ensino: “Mais bem-aventurado é dar falta de oportunidade para demons-
que receber” (At 20:35). Isso não trar compaixão.
significa que os que recebem são Solidariedade, para todo cristão,
menos importantes do que os que deve ser um ato de amor e uma hon-
dão. A ideia dessa bem-aventurança ra. Mais importante que o tamanho
de Jesus é que a felicidade verdadei- da ajuda prestada é o ato de ajudar
ra não se encontra “na capacidade quem necessita. Jesus disse: Em ver-
de acumular riquezas, mas na prática dade vos afirmo que, sempre que o
de compartilhá-las”.2 fizerdes a um destes meus pequeni-
Ao chegarem diante do Senhor, nos irmãos, a mim o fizestes (v 40 –
os crentes solidários não estarão grifo nosso). Em outras palavras, Je-
conscientes da importância de seus sus estava dizendo: “Se vocês abrem
atos (vv 37-40), porque não o fize- o seu coração para os necessitados,
ram por recompensa, mas por amor então eu sei que vocês abriram o
sacrificial. Apesar de entenderem seu coração e a sua vida para mim”.
ter realizado tão pouco, receberão Nenhum “coração que ama a Cristo
elevado elogio, diretamente do Rei. pode ser frio para com os vulneráveis
Ficarão espantados com o elogio e necessitados”.4

1. Keller (2013:69). 3. Hendriksen (2001:546).


2. Wiersbe (2006:632). 4. Keller (2013:69).

56 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Já pensou na seriedade das pala- cessitados e desamparados que so-
vras de Tiago (4:17)? Saber das misé- frem (Tg 1:26 – AM).
rias alheias e o que precisa ser feito Diante de tantas misérias, Deus
não é o suficiente. Pessoas precisam continua a tratar e a restaurar vidas.
de amparo, de ombro amigo, de Ele o faz usando como instrumentos
ajuda física, financeira, moral. Mais aqueles que foram salvos por seu in-
que qualquer entidade no planeta, a finito amor solidário. Através da Pala-
igreja precisa, através de suas ações, vra e da ação do Espírito Santo, Deus
deixar claro que se importa com os desperta nos seus filhos a capacidade
sofrimentos das pessoas. Tiago ainda de se idenficarem com as diferentes
diz: Religião de verdade, que agrada necessidades das pessoas e se envol-
a Deus, o Pai, é esta: cuidem dos ne- verem com elas para restaurá-las.

01. Leia Mt 20:34; Mc 1:41; Lc 7:13; 6:34, e comente sobre a compaixão


de Jesus em relação às necessidades dos outros e como isso marcou o
seu ministério.

02. Leia Mt 25:35-36 e comente com a classe sobre o tipo de


comunidade que Jesus esperava que os seus discípulos edificassem.

03. Leia Mt 25:34 e responda: Fazer boas obras é um jeito de conseguir


a salvação? Comente ainda sobre o propósito da solidariedade.

04. Leia Mt 25:37-40; At 20:35, e comente sobre o privilégio de


honrar o Senhor com a prática a solidariedade.

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II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. É preciso disponibilidade 2. É preciso sensibilidade para


para praticar solidariedade. praticar solidariedade.
O egoísmo é um grande impedi- Solidariedade não pode ficar ape-
mento para a prática da solidariedade. nas nas palavras; portanto, pense em
Nós, via de regra, não queremos abrir como poderá ajudar necessitados
mão daquilo que é nosso: nosso dinhei- próximos a você. Muitos não neces-
ro, nosso tempo, nossos bens, nossas sitam que lhes seja dado alimento,
diversões. Jesus é o exemplo máximo mas carecem de afeto, atenção e ca-
de disponibilidade. Para solidarizar-se rinho. A exemplo da mulher da cida-
com a mulher samaritana (Jo 4:1-42), de de Naim, pessoas próximas estão
por exemplo, dispôs de tempo, aten- sofrendo pelas perdas. Você pode
ção total e tudo que foi necessário para solidarizar-se com elas?
ajudá-la a mudar sua triste realidade. O próximo, quão próximo é? Às
Fome, enfermidades e falta de mo- vezes, pensamos que o simples fato
radia são alguns dos problemas dos de estarmos perto é suficiente; por
nossos dias. Em muitas situações, é isso, não prestamos a devida aten-
possivel ajudar de longe, mas, ainda ção às pessoas e nos atemos apenas
assim, será necessário desprendimen- ao que vemos e ouvimos. Mas, mui-
to com relação ao dinheiro e, muitas tas vezes, as reais necessidades das
vezes, será necessário desprendimento pessoas estão nas lágrimas nunca
também em relação ao tempo. Conhe- derramadas e nas dores nunca pro-
ce alguém com necessidades físicas ou nunciadas. É preciso sensibilidade
materiais? O que você pode fazer? para perceber isso.

05. De que maneira você pode se doar mais para ser mais parecido
com Jesus, no quesito solidariedade?

06. Você tem facilidade para perceber as necessidades das pessoas,


mesmo quando elas nada dizem? O que pode fazer para melhorar?

58 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


DESAFIO DA SEMANA

Lembra-se de alguém que precisa de compaixão e solidarieda-


de? Talvez seja o bêbado, o casal prestes a romper os laços do
matrimônio, a criança de rua, o adolescente rebelde, aquele que
perdeu a esperança, o que está prestes a cometer suicídio. Per-
gunte-se: Quais são os meus talentos e como posso usá-los para
demonstrar que me importo com alguém?
Seu desafio é treinar-se para ser solidário sempre. Para isso, ini-
cie seu treinamento com alguém. Nos próximos dias e de alguma
maneira, dedique tempo ou dinheiro, se necessário, para ajudar
uma pessoa, demonstrando-lhe que ela é importante, não pelo
que tem, mas por ser criação de Deus.

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10
7 DE JUNHO DE 2014
Sirva os outros

Hinos sugeridos – BJ 309 • BJ 175

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante da Porque eu vos dei o exemplo, para que, como
palavra de Deus, à luz
eu fiz, façais vós também. (Jo 13:15)
do exemplo de Jesus,
nossa responsabilidade
de servir o próximo
com humildade, amor, INTRODUÇÃO
sinceridade, disposição, Especialmente nos últimos anos, tem sido
sem discriminação. fácil perceber o quanto o mundo tornou-se
veloz e dinâmico. Diante desse cenário, as
pessoas do nosso tempo parecem ter cada vez
LEITURA DIÁRIA
menos tempo; dedicam-se cada vez mais a si
D 01/06 Is 41:8
próprias. Nesse contexto de pessoas indepen-
S 02/06 Jo13:15
dentes e egoístas, de gente autossuficiente
T 03/06 Mt 24:25-28
Q 04/06 1 Co 9:19 que vive em função de si mesma, você é cha-
Q 05/06 Mc 10. 43-44 mado a seguir os passos de Jesus.
S 06/06 Mt 20:28 Ele viveu servindo as pessoas: consolando
S 07/06 Tg 2:15,16 os tristes, indo àqueles que eram marginaliza-
dos e discriminados pela sociedade, curando
os doentes, alimentando famintos. Serviu até
mesmo os seus discípulos. A base do nosso
estudo de hoje é Jo 13:1-20, um texto muito
familiar. Nele, Jesus nos deu “alguns princí-
pios eternos, relacionados com o servir, que
não podemos ignorar”.1

I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

Acesse os Em Jo 13:1-20, temos o relato da última


Comentários Adicionais
e os Podcasts noite de Jesus, antes de sua crucificação.
deste capítulo em
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1. Swindoll (1983:176)

60 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Ele estava reunido com seus discí- Na casa em que Jesus comeu a
pulos para comer a páscoa. Nessa páscoa com os seus discípulos, não
noite, havia uma competição entre havia escravos para lhes lavar os pés,
os discípulos, e Jesus sabia disso. O quando eles chegaram. Era uma casa
evangelho de Lucas registra que eles emprestada para aquele momento.
suscitaram também entre si uma dis- O que deveria acontecer, então?
cussão sobre qual deles parecia ser Como chegaram juntos, deveriam la-
o maior (Lc 22:24). É nesse contexto var os pés uns dos outros, antes de ir
que Jesus os serve com humildade e à mesa. Contudo, os discípulos esta-
amor, sem discriminá-los. vam diante de um constrangimento
1. Jesus serviu com humildade: social; sabiam o que deveriam fazer;
Segundo Swindoll,2 havia poucas es- no entanto, ninguém queria dar o
tradas pavimentadas em Jerusalém; braço a torcer. Lembremos que eles
por isso, era costume o anfitrião pro- foram para o jantar discutindo so-
videnciar um escravo que ficasse à bre quem era o maior! Foram para a
porta, tendo nas mãos uma vasilha mesa com os pés sujos, e pior: com
de água, uma bacia e uma toalha, corações nessa mesma situação.
para lavar os pés empoeirados ou Eles lutavam pelo trono, mas não
enlameados de cada visitante. Na au- pela bacia e pela toalha. A atitude
sência dos criados, um dos primeiros de Jesus deixa-os desconcertados: Ele
convidados que chegavam assumia a saiu da mesa discretamente, tirou sua
função do servo da casa e lavava os túnica e, pegando a toalha, a água e
pés dos que viessem depois. a bacia, começou a lavar os pés de
É importante lembrar, ainda se- cada um. Jesus tinha consciência de
gundo Swindoll, que, naqueles dias, que era o Filho de Deus (Jo 13:3); no
as pessoas se reclinavam para comer, entanto, assumiu o lugar de servo.
deitadas de lado, apoiadas sobre um 2. Jesus serviu com amor:
cotovelo, sobre uma almofada fina João inicia seu relato mencionando
ou sobre um tapete no chão. A mesa o amor de Cristo. “Ele os amou ao
era um bloco retangular de madeira, extremo” é a ideia que João quer
baixa, e sobre ela se colocavam os transmitir (Jo 13:1).4 Esta é a motiva-
alimentos. Nessa posição, seria difí- ção de Jesus: seu amor. Os discípulos
cil ignorar um par de pés sujos.3 Daí não tinham nada a oferecer a Jesus
a importância de todos aqueles que e, mesmo assim, ele os serviu. O Pai
estavam à mesa terem os seus pés já havia depositado em suas mãos
bem lavados. todas as coisas (Jo 13:3). O que mais
eles podiam dar a Jesus?
2. Idem.
3. Idem, p. 178. 4. Idem.

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Após terem seus pés lavados, tal- aqui, na sinceridade do serviço de Je-
vez os discípulos esperassem que Je- sus. Ele não estava fazendo “média”
sus ordenasse que todos lhe lavassem com quem iria traí-lo. Seu serviço era
os pés. Mas a motivação com que o sincero e sem discriminação.
Mestre serviu era pura e despreten- Jesus não serviu apenas aqueles que
siosa (Jo 5:41, 7:18, 8:50,54). No seu se consideravam “melhores”; não ser-
gesto, não havia “nada de segundas viu apenas os “mais santos”; não ser-
intenções, nada de intuitos ocultos. viu apenas os familiares ou apenas os
Uma total ausência de hipocrisia, de que faziam parte de seu convívio mais
ambiguidade, de jogadas políticas e íntimo. É claro que é muito mais fácil
de superficialidade verbal”.5 servir aqueles que nos amam e falam
O amor de Jesus, ante os discípulos, bem de nós; por isso, nosso desafio é
desafia-nos a repensar nossas motiva- seguir os passos de Cristo e servir de
ções para o serviço. Por que servimos? forma verdadeira e não discriminatória.
Qual nossa real motivação? Não sirva 4. Jesus serviu de forma exem-
esperando o reconhecimento, o elo- plar: Do ponto de vista humano, o
gio, o aplauso ou o “tapinha nas cos- maior é o que manda: ... sabeis que os
tas”; não sirva por interesse ou para que são considerados governadores
ser percebido; não sirva por constran- dos povos têm-nos sob seu domínio,
gimento, nem por tristeza. Aprenda- e sobre eles os seus maiorais exercem
mos com o mestre Jesus a servir uns autoridade (Mc 10:42). Mas, do pon-
aos outros com alegria e amor. to de vista de Deus, Jesus disse: ... mas
3. Jesus serviu sem discrimina- entre vós não será assim (Mc 10:43).
ção: O serviço de Jesus não foi se- De acordo com o ensino do Mestre,
letivo ou discriminatório. Ele serviu no reino de Deus, o princípio é o se-
a todos: o jovem rico e, da mesma guinte: ... quem quiser tornar-se gran-
maneira, o cego que mendigava es- de entre vós, será esse o que sirva, e
molas (Lc 18:18; Mc 10:49); homens quem quiser ser o primeiro entre vós
e mulheres; idosos e crianças; judeus será servo de todos (Mc 10:43-44).
e estrangeiros; religiosos e pecado- O método de ensino de Jesus sem-
res; gente que o amava e gente que pre foi perfeito. Ele não agia como
o perseguia; discípulos e traidores. os fariseus e os escribas, que eram
Até mesmo Judas foi alvo do ser- hipócritas, em relação à doutrina e
viço de Jesus, pois também teve os ao serviço (Mt 23:13-33), mas vivia o
seus pés lavados por Cristo, embora que ensinava. Por isso, embora sen-
ambos soubessem da traição. Será do Deus e pudesse exigir ser servido e
que faríamos o mesmo? Vale pensar, tratado como um rei, não fez isso. Ao
contrário, tornou-se servo, pois essa
5. Idem, p. 27. era a sua missão (Mt 20:28). Através

62 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


de seu exemplo, Jesus nos ensinou a Mestre, vos lavei os pés, também vós
servir uns aos outros (Jo 13:15). deveis lavar os pés uns dos outros
As palavras de Jesus são claras e (Jo 13:13,14). Sigamos os passos
diretas: ... vós me chamais o Mestre do nosso Senhor e Mestre e sirva-
e o Senhor, e dizeis bem, porque eu mos uns aos outros com humildade,
o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o amor e sem discriminação.

01. Com base no item 1, comente sobre o contexto social que


envolvia o ato de lavar os pés e a humildade do serviço de Jesus.

02. De acordo com o item 2 e Jo 13:1, qual era a motivação de Jesus


para servir? É possível servir com a mesma motivação?

03. Com base no item 3, o que significa servir sem discriminação?

04. De acordo com Mc 10:42-44 e com o item 4, por que o serviço de


Jesus é exemplar?

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Sirva os outros com since- em atenção e aplausos humanos


ridade. (Mt 23:6-7).
Infelizmente, muitos, hoje, pres- Espelhe-se no exemplo de Cristo:
tam serviço em causa própria, pen- Aproxime-se das pessoas para servi-
sando em seu próprio benefício. -las; mas faça isso com verdadeira
Jesus, ao contrário, não era viciado empatia (Tg 2:15,16; 1 Jo 3:17). Há

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pessoas próximas de você necessi- e liderança. Nessas ou em situações
tando do seu serviço. Sirva, ainda semelhantes, é fácil você esquecer
que elas não tenham nada a lhe re- que é chamado para servir.
tribuir e que ninguém saiba ou esteja Mas não esqueça que a honra do
olhando. Sirva com sinceridade. cristão está em servir e não em ser
2. Sirva os outros com disposição. servido. Jesus chamou para si servos,
Talvez você tenha recebido de não celebridades; discípulos, não se-
Deus uma posição importante na nhores. Deus tem lhe dado saúde,
empresa onde trabalha. Talvez se bens, dons e talentos; agora, você só
encontre numa situação em que te- precisa de disposição para servir. Es-
nha de tomar decisões importantes teja pronto! As oportunidades para
ou exerça uma posição de influência o cristão servir são numerosas.

05. O que significa servir os outros com sinceridade?

06. Qual tem sido sua disposição para servir os outros? Pense em
exemplos e oportunidades em que isso seja possível.

DESAFIO DA SEMANA

Se você tem chegado à conclusão de que precisa seguir mais os


passos de Jesus, assumindo sua missão em servir, parabéns! Seu
desafio, nesta semana, será o de refletir sobre como pode servir
mais o seu semelhante. Uma vez que vierem a sua mente as possi-
bilidades de agir como Jesus, arregace as mangas, amarre a toalha
na cintura e sirva algumas pessoas, assim como Cristo.
Se você pensa que já tem servido, lembre que não importa o
quanto você serve: sempre pode servir mais. Continue servindo!
Um dia, Cristo lhe dirá: “Bem está, servo bom e fiel, sobre o pouco
foste fiel; sobre muito te colocarei. Entra no gozo do seu Senhor!”.

64 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


11
14 DE JUNHO DE 2014
Viva em oração

Hinos sugeridos – BJ 86 • BJ 84

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi
da Bíblia que a oração
para um lugar deserto e ali orava. (Mc 1:35)
era prioridade no
ministério de Jesus e
que é um meio de
cultivar intimidade com INTRODUÇÃO
o Pai e solidariedade Lucas é enfático em afirmar que o ministério
com o próximo. de Jesus era caracterizado pela pregação. Cristo
pregava o evangelho nas sinagogas (Lc 11:44),
nas aldeias e nas cidades (Lc 8:1, 9:6). Sim, ele
LEITURA DIÁRIA pregava, e muito! Contudo, além da pregação,
D 08/06 2 Cr 7:14 a oração também fazia parte da rotina do Mes-
S 09/06 Mt 6:5-6 tre. Lucas não omite esse fato (Lc 3:21, 6:12,
T 10/06 Mt 6:7-8
22:39-46). A pregação não exclui a oração. Ao
Q 11/06 Mt 6:9-13
Q 12/06 Lc 3:21, 6:12
contrário, ambas se complementam.
S 13/06 Lc 22:39-46 Por meio da pregação, Jesus ensinava as pes-
S 14/06 1 Ts 5:17 soas, mas, através da oração, ele conversava
com o Pai. Por definição, orar é colocar-nos na
presença de Deus, por meio da fé, valendo-nos
do sacrifício de Cristo; é falarmos com Deus
com toda a liberdade, por meio da palavra au-
dível ou silenciosa.1 Jesus vivia em oração. Será
que podemos dizer o mesmo de nós?

I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

Em seu ministério terreno, Jesus jamais tro-


Acesse os cou a intimidade com Deus pelo assédio das
Comentários Adicionais
e os Podcasts multidões. Marcos ressalta bem essa questão.
deste capítulo em
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1. César (2005:21).

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Após curar muitos enfermos em Ca- goga, Jesus seguiu com os discípu-
farnaum, Jesus foi para um lugar de- los para a casa de Simão e André,
serto, e, ali, orava (Mc 1:35); depois onde curou de uma febre a sogra
da famosa multiplicação dos pães, de Simão (vv.29-31). Mas o seu tra-
“quando a multidão o queria fazer balho não parou por aí. À tarde,
rei”2, despediu-se dela e, em segui- trouxeram-lhe todos os enfermos
da, subiu ao monte para orar (6:46). e endemoninhados (v.32), e Jesus
Jesus é nosso exemplo. Ele orou e curou muitos doentes e expeliu mui-
devemos imitá-lo. Jesus priorizou e tos demônios (v.34).
ensinou a oração. É o que veremos, Esta era a rotina diária de Jesus:
a partir de agora. muito trabalho. Marcos poderia pa-
1. Jesus priorizou a oração: rar a narração dos fatos relacionados
Nas grandes metrópoles, a vida é àquele dia, no v.34, mas não o fez.
marcada por constante e correria. A Algo importante ainda precisava ser
pressão do dia-a-dia, principalmente mostrado. No v.35, ele continua:
no âmbito profissional, culmina em Tendo-se levantado alta madrugada,
estresse e muito cansaço. Isso é sufi- saiu, foi para um lugar deserto e ali
ciente para que muitos cristãos igno- orava. O cansaço físico não impedia
rem a prática diária da oração, o que Jesus de orar. Ali, ele derramou o seu
não justifica a omissão dessa prática coração em oração ao seu Pai. Tinha
devocional tão importante, se to- plena consciência de que não podia
marmos por base a vida de Jesus. viver sem comunhão com o Pai, por
O ministério do Mestre era in- meio da oração. Jesus entendia que
tenso. Foram, aproximadamente, a intimidade com Deus precede o
três anos de muito suor derramado exercício do ministério.3
e cansaço acumulado. A cada dia, Na vida de Jesus, a oração era prio-
Jesus e seus discípulos encaravam ridade. Na agenda da igreja, ela tam-
novos desafios. Para ter uma ideia, bém deve ser. Jesus orou por ocasião
o primeiro capítulo do evangelho de de seu batismo (Lc 3:21); quando as
Marcos mostra as atividades de Jesus multidões se congregaram (5:15,16);
em um desses dias intensos. antes de escolher os discípulos (6:12);
O v.29 trata da chegada de Cris- depois de operar milagres (Mc 6:31);
to em Cafarnaum. Ali, ele passou a quando estava para fazer a seus dis-
ensinar na sinagoga. Nessa ocasião, cípulos uma importante pergunta (Lc
apareceu um homem possesso de 9:18),4 etc. O Filho de Deus levava a
espírito imundo (v.23), mas Jesus o sério a prática da oração.
repreendeu (v.24). Saindo da sina-
3. Idem, p. 98.
2. Lopes (2006:99). 4. Hendriksen (2003:299).

66 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Mediante a tudo que dissemos Santificar o nome de Deus signi-
até agora, é importante refletirmos: fica ter reverência por ele, honrá-lo,
A oração tem sido prioridade em glorificá-lo e exaltá-lo.6 Bastos7 res-
nossa agenda diária? Gastamos mais salta que santificamos o nome de
tempo em reuniões de oração do Deus através de uma vida obediente
que em reuniões de planejamento? e por meio de palavras de louvor e
Temos confiado mais na capacitação gratidão. Logo, agradecer a Deus na
divina do que no preparo humano?5 oração é imprescindível.
Não deixemos de orar. Não perca- Além da adoração, Jesus ensina
mos a oportunidade de cultivar uma que, na oração, é preciso buscar a
vida de comunhão com o criador. vontade divina: ... venha o teu reino;
2. Jesus ensinou a oração: Orar é faça-se a tua vontade, assim na terra
preciso; mas não de qualquer manei- como no céu (Mt 6:10). Esse princí-
ra. Embora não deva, um cristão pode pio é fundamental. Quando pedimos
orar de modo incorreto. Ao menos, foi “venha o teu Reino”, invocamos a
isso que Tiago sugeriu, quando disse: soberania ou o governo de Deus so-
... pedis e não recebeis, porque pedis bre a nossa vida de um modo geral.8
mal, para esbanjardes em vossos pra- Deus tem o direito de atender ou
zeres (Tg 4:3). O que fazer, quando não os nossos pedidos. Nem sempre
não se sabe a maneira correta de orar? a nossa vontade é a vontade dele (Is
Recorrer aos ensinos de Jesus! Assim 55:8); porém, as decisões do Senhor
fez um dos discípulos, que pediu: Se- são perfeitas (Is 55:9). Quem nele
nhor, ensina-nos a orar (Lc 11:1). confia é bem-aventurado (Sl 34:8).
A partir daí, Jesus ensinou aos dis- No v.11, Jesus ensina o princípio da
cípulos a oração-modelo, conhecida petição pela provisão física ou mate-
como a oração do Pai nosso. Nela, rial: ... o pão nosso de cada dia dá-nos
ele ensina alguns princípios que de- hoje. Deus é quem supre as nossas ne-
vem nortear o conteúdo da oração. cessidades básicas, tal como assiste as
Sobre estes, trataremos agora, com aves dos céus (Mt 6:25-36). Ele pode
base no evangelho de Mateus. Disse fazer isso porque é dono de todas as
Jesus: ... vós orareis assim: Pai nosso coisas (Sl 24:1). Ele cuida de seus fi-
que estás nos céus, santificado seja lhos. O Senhor se importa com o bem-
o teu nome (Mt 6:9). Está em vista, -estar físico daqueles que o buscam.
no texto, uma adoração verbalizada, No v.12, Jesus ensina que a ora-
declarada, em razão do que Deus é ção também deve conter o princípio
e faz por nós (Sl 150). A oração, por-
tanto, começa com adoração.
6. Hendriksen (2001:461).
7. (2009:59).
5. Lopes (2008:71). 8. Idem, p. 60.

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da petição pela provisão espiritual: do mal. Não há, entre os mortais,
... e perdoa-nos as nossas dívidas. quem não esteja sujeito às tenta-
Mesmo redimidos, somos pecadores ções. Travamos lutas constantes
e pecamos diariamente. Portanto, contra o mundo, a carne e o diabo.
precisamos do perdão de Deus, to- Contudo, Deus pode dar-nos o es-
dos os dias. Ao mesmo tempo que cape, diante desses males; por isso,
pedimos perdão, precisamos predis- precisamos recorrer a sua proteção
por-nos a perdoar o próximo: ... as- (1 Co 10:13). A oração ensinada por
sim como nós temos perdoado aos Jesus começa e termina com adora-
nossos devedores. ção: ... pois teu é o reino, o poder e
No v.13, Jesus ensina que, na a glória para sempre. Amém!. Pense
oração, deve, ainda, haver a peti- nisto: Quem almeja andar nos pas-
ção por proteção: ... e não nos dei- sos do Mestre precisa pôr em práti-
xes cair em tentação; mas livra-nos ca o seu ensino.

01. Com base em Mc 1:21-34 e no item 1, comente sobre a rotina


diária de Jesus. Será que o dia-a-dia de seu ministério era tranquilo?

02. Leia Mc 1:35; o item 1, e responda: Apesar de um dia cheio de


atividades, o que Jesus priorizava? É possível, nos dias de hoje,
priorizarmos o mesmo? Comente com a classe.

03. Tg 4:3 diz: ... pedis e não recebeis, porque pedis mal. O que o
apóstolo sugere, nessa frase?

04. Leia Mt 6:9-13; o item 2, e comente com a classe sobre os princípios


ensinados por Jesus acerca da oração.

68 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Na oração, valorizemos a in- 2. Na oração, valorizemos a so-


timidade com o Pai. lidariedade com o próximo.
O dia-a-dia de Jesus, durante o Jesus ensinou seus discípulos a
seu ministério terreno, não era fácil. orar: ... vós orareis assim (Mt 6:9).
A pressão diária era constante. Como O que nos chama à atenção, na
homem, Jesus estava sujeito ao cansa- oração-modelo, é o seu caráter co-
ço; porém, não se privou da intimida- letivo. Jesus deixa claro que o Pai é
de com o Pai. Ao contrário, procurava nosso, não meu; que o pão é nosso,
um lugar adequado para a oração não meu; que devemos pedir perdão
(Mc 1:35). Por meio dela, Jesus dia- pelas nossas dívidas e que devemos
logava com o Pai e expunha, diante perdoar os nossos devedores. A ora-
dele, suas necessidades (Mt 26:39) e ção não pode ser egoísta ou indivi-
as necessidades de outrem (Jo 17). dualista, mas solidária.
A oração prevê momentos de intimi- Obviamente, na oração, o cris-
dade com Deus (Mt 6:6). Essa intimida- tão pedirá a Deus a provisão para as
de é adquirida com orações regulares. suas necessidades individuais; con-
Esse precisa tornar-se nosso hábito di- tudo, não deverá esquecer-se das
ário. Daniel orava três vezes ao dia (Dn necessidades alheias. O capítulo 17
6:10); Cornélio também tinha uma vida de João narra a mais longa oração
de constante oração (At 10:2); Paulo de Jesus. Nela, Cristo intercede mais
entendia que a oração deve ser contí- pelos seus discípulos do que por si
nua (Ef 6:18; 1Ts 3:10). Valorizemos, mesmo (vv.9-26). Não podemos ser
portanto, a intimidade com o Senhor, diferentes dele. Pensemos nisso. Va-
fazendo da oração nossa prioridade. lorizemos a solidariedade.

05. Com base na primeira aplicação, responda: Como podemos


cultivar, na oração, a intimidade com Deus?

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06. Com base na segunda aplicação, responda: Como podemos
cultivar, na oração, a solidariedade com o próximo?

DESAFIO DA SEMANA

Graças ao bom Deus, chegamos ao final de mais um estudo.


Hoje, vimos que Jesus priorizou a oração, durante o seu ministério.
Além disso, ele ensinou seus discípulos a orar, tratando os princípios
que devem nortear a oração. Também aprendemos que a intimida-
de com o Pai, por meio da oração contínua, e a solidariedade com
o próximo, por meio da oração intercessória, devem ser valorizadas.
Considerando o que estudamos hoje, cabe-nos pôr em prática
o que aprendemos. Como fazer isso? É simples: cumpra o desafio
que lhe será proposto para esta semana: Proponha-se a intensifi-
car a oração em sua rotina diária. Para isso, separe, todos os dias,
um tempo a mais para a oração. Faça uma lista das pessoas que
precisam urgentemente de oração e interceda por elas. Lembre-se:
Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo (Tg 5:16b).

70 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


12
21 DE JUNHO DE 2014
Insista na
caminhada
Hinos sugeridos – BJ 420 • BJ 27

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Explicar a importância Portanto, também nós, visto que temos
de caminhar na vida
a rodear-nos tão grande nuvem de
cristã com perseverança,
sem distrações e com testemunhas, desembaraçando-nos de
excelência, tendo Cristo todo peso e do pecado que tenazmente
como maior exemplo. nos assedia, corramos, com perseverança, a
carreira que nos está proposta. (Hb 12:1)

LEITURA DIÁRIA
D 15/06 Hb 12:1-3 INTRODUÇÃO
S 16/06 Mt 10:22 Vanderlei Cordeiro de Lima é um ex-marato-
T 17/06 Rm 2:5-9 nista brasileiro, ganhador de várias medalhas,
Q 18/06 1 Co 9:24-25
inclusive olímpicas. Ficou bastante conhecido
Q 19/06 1 Co 9:26-27
S 20/06 Hb 10:36-39
no ano de 2004, quando disputava uma me-
S 21/06 2 Pd 3:18 dalha nas Olimpíadas de Atenas. Apesar de
disputar com grandes nomes, Vanderlei abriu
vantagem sobre seus oponentes. Infelizmente,
quando a medalha de ouro parecia ganha, o
maratonista foi atacado por um irlandês faná-
tico, que o jogou para fora da pista.
Graças à ajuda de um espectador da corri-
da, ele conseguiu se desvencilhar e prosseguir
na liderança. Contudo, o espanto o levou a
perder a concentração e a vantagem sobre os
demais concorrentes. Ainda assim, não de-
sistiu, foi até o fim e ganhou a medalha de
bronze. Vanderlei poderia ter desistido, mas
Acesse os
Comentários Adicionais escolheu continuar e deixou-nos uma bela li-
e os Podcasts ção. Embora esse seja um grande exemplo de
deste capítulo em
www.portaliap.com.br persistência, a Bíblia nos apresenta um exem-
plo ainda maior: Jesus Cristo.

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I OBSERVANDO OS PASSOS DELE

Em Hebreus 12:1-3, o cristão é con- Devemos nos despir de todo tipo


vidado a olhar para Jesus e aprender de pecado (Lc 21:34; Cl 3:5, 8-9; Tg
uma bela lição de perseverança. Esse 1:21; 1 Pd 2:1; 1 Jo 2:16) e de tudo
ensino é ilustrado pela disciplina e de- que é empecilho para a caminha-
terminação dos atletas. O escritor de da, como maus hábitos, prioridades
Hebreus tomou emprestados elemen- equivocadas etc.3 Infelizmente, essas
tos dos esportes para elucidar a cami- coisas nos assediam com tenacidade
nhada cristã.1 Os destinatários da carta e nos distanciam do alvo. Tendo isso
foram encorajados a permanecer fir- em vista, corramos com perseveran-
mes até o fim. Examinemos a instrução. ça a carreira que nos está proposta.
1. Caminhe com perseverança: O Os atletas devem correr rapida-
texto inicia assim: Portanto, também mente e esforçar-se arduamente
nós, visto que temos a rodear-nos tão para concluir a corrida. O texto usa
grande nuvem de testemunhas (Hb a palavra “perseverança”, que reme-
12:1b). O termo “portanto” faz uma te à estabilidade, constância e tole-
ligação entre o assunto seguinte e o rância. Isso indica que, mesmo que
anterior. Compreendemos, então, que passemos por dificuldades, não de-
a nuvem de testemunhas a nos rodear vemos desanimar. Tal como os atle-
são os heróis da fé, citados no capítulo tas têm uma pista certa, nós temos
11. Claro que não nos cercam literal- apenas um caminho, que é Cristo (Jo
mente, mas, com sua vida, são exem- 14:6). Ele é nosso alvo e nosso maior
plos de perseverança na caminhada. exemplo (Jo 16:33).
O termo “testemunha” tem ori- 2. Caminhe sem distração: Tal
gem na palavra mártir. Isso signi- qual um maratonista, que não pode
fica que muitos cristãos tiveram de desviar seu foco, também temos um
provar sua fé genuína em Deus até alvo. O texto de Hb 12:2 orienta-nos
as últimas consequências, mas fo- a olharmos firmemente para Jesus. Isso
ram sustentados por ele.2 Pelo seu indica que não devemos olhar para
testemunho, eles nos encorajam a trás, com saudades da vida anterior ao
prosseguir. A orientação do autor de nosso encontro com Cristo, nem olhar
Hebreus é que nos desembaracemos ao redor, lamentando-nos pelas perse-
de todo peso e pecado que possam guições ou provações sofridas.
atrapalhar a corrida. O texto também nos diz que Jesus
é o Autor e Consumador da nossa fé.

1. Kistemaker (2003:512).
2. Wiersbe (2006:417). 3. McCall (2009:96).

72 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


Autor significa que Jesus é o funda- ideia de tirar a soma, ou seja, avaliar
dor ou o líder e a inspiração para os cuidadosamente.6 Somos orientados
cristãos. Consumador, por sua vez, a conferir a perseverança de Cristo,
significa que ele é o aperfeiçoador, a despeito do sofrimento a que foi
e, de fato, com sua vida de total fide- submetido. Nosso desânimo se dá
lidade ao Pai, garantiu que, por meio pelo vacilo na determinação de fixar o
da fé, fôssemos salvos e prosseguís- olhar em Cristo e tê-lo como exemplo.
semos na santificação. Não é possível comparar a agonia
Jesus, por amor a nós e em obe- de Jesus com nossas aflições. Certa-
diência ao Pai, suportou o sofrimen- mente, nossas desventuras parecem
to e a vergonha da morte de cruz (1 pequenas. Ele suportou, manteve-se
Pd 2:20-21); permitiu que sua carne resoluto, visando à salvação da hu-
fosse moída pelas nossas transgres- manidade (Jo 10:11, 17-18). Volte-
sões (Is 53:5). Na cruz, “Jesus tinha mos nossa atenção para ele, nosso
todos os pecados de seu povo sobre exemplo de perseverança.
seu corpo inocente”.4 Em inúmeras Cristo venceu a morte para nos
situações, poderia ter desistido (Lc dar vida; suportou a dor para nos li-
22:39-46, 23:32-39), mas perseve- vrar da prisão do pecado; enfrentou
rou até o fim, triunfou e está assen- a vergonha, a fim de que fôssemos
tado em lugar de honra. justificados; tolerou as chacotas e
Cristo suportou a cruz tendo em derrotou satanás, visando ao futu-
vista a alegria que lhe estava propos- ro, quando seremos glorificados e a
ta. Ao final de tudo, veria que sata- maldade será destruída.
nás seria destruído e nós seríamos Que a exaustão da vida não nos
salvos. Que, à semelhança de Jesus, leve à perda de esperança. Que nos-
não desviemos os olhos do alvo. A sa visão esteja no que está além des-
caminhada nem sempre será fácil, ta vida transitória. Olhar para Jesus
mas podemos ter a certeza de que “renova a força cristã e aumenta sua
ele nos auxiliará, pois, como ser hu- coragem”.7 Tenhamos essa verdade
mano, suportou com perseverança em mente, para avançarmos e nun-
as mesmas aflições que nós suporta- ca abandonarmos este caminho, cujo
mos (Hb 2:17-18).5 fim é a vitória (cf. Fp 3:13-14; Rm 2:7).
3. Caminhe com excelência: Em A orientação desses três versícu-
Hebreus 12:3, somos chamados à los é que voltemos nosso olhar para
reflexão. “Considerar, pois, atenta- fora de nós mesmos. Se pensarmos
mente” é uma expressão que traz a apenas em nossas fraquezas e limi-

4. Idem, p. 98. 6. Guthrie (1984:235).


5. Kistemaker (2003:517). 7. Kistemaker (2003:519).

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tações, certamente desistiremos da zeres e as tentações deste mundo
caminhada. Se olharmos para outros também tendem a nos fazer desviar
cristãos, ao nosso redor, provavel- o foco. Portanto, caminhemos perse-
mente nos decepcionemos. Os pra- verantes, com Jesus em vista.

01. Leia o item 1; Hb 12:1, e responda: Na caminhada cristã, temos


alguns exemplos para observar. Quais são? Explique a importância
de abandonar o peso e o pecado.

02. Reflita a respeito da palavra “perseverança”. Baseie-se no


comentário, em Hb 12:1 e Jo 16:33.

03. Após ler o item 2 e Hb 12:2, pense a respeito das coisas que
podem servir de distração para o cristão. Será que Jesus também
teve embaraços em seu caminho? Leia também Lc 22:39-46, 23:32-39.

04. Leia Hb 12:3; o item 3, e responda: Ao olharmos para o sofrimento


que Jesus suportou, será que nossas angústias têm alguma relevância?

II ANDANDO NOS PASSOS DELE

1. Na caminhada, seja persis- mem. Que bênção! De acordo com


tente. essas palavras, o Senhor Jesus torce
Em Hb 12:3, lemos: Pensem bem por você, nessa corrida. Ele fez e con-
naquele que suportou a cruz e a opo- tinua fazendo de tudo para que você
sição dos pecadores contra si mesmo, não desanime, não desista, não pare
para que vocês também não desani- no meio da corrida, nem se desvie.

74 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


O mundo, a carne e o diabo farão algumas coisas. Todo atleta sério se
de tudo para você se desvie. Se es- sujeita a uma dura disciplina, que
tiver difícil, não esmoreça! Não seja inclui o controle de alimentos, bebi-
um desistente. Levante a sua cabeça, das, exercícios e sono, pois sabe que,
olhe para Jesus e continue a corrida. se for distraído nessa preparação físi-
Vá até a linha de chegada. Lá, está ca, estará fadado ao fracasso.
o Senhor, de braços abertos, para De igual modo, devemos estar
recebê-lo e comemorar com você a atentos diante da corrida que nos é
vitória. Ele disse: Sê fiel até à morte, proposta (Hb 12:1). Jesus disse: Eis
e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2:10). que venho sem demora; guarda o que
2. Na caminhada, esteja atento. tens, para que ninguém tome a tua co-
Vimos, neste estudo, que são mui- roa (Ap 3:11). São muitos os empeci-
tas as distrações e os obstáculos que lhos que podem distraí-lo. Então, não
podem atrapalhar o atleta, durante seja descuidado! Atente para a sua
uma corrida. Ele precisa ter foco. preparação, com a oração e a leitura
Um descuido pode tirá-lo da com- da palavra. Faça como Paulo, que, na
petição. Na verdade, antes mesmo sua jornada, sempre se manteve alerta
da corrida, necessita estar atento a e bastante focado (cf. Fp 3:13-14).

05. Leia a primeira aplicação; Hb 12:3; Ap 2:10, e fale sobre os


motivos que temos para sermos persistentes.

06. Leia a segunda aplicação; Fp 3:13-14, e responda: O que acontece,


se o atleta for distraído, durante a corrida? E se ele se descuidar de
sua preparação física? Que lições temos desse exemplo?

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DESAFIO DA SEMANA

Durante esta semana, aprendemos que temos exemplos de


heróis bíblicos que nos encorajam a sermos perseverantes na ca-
minhada cristã. Mas, acima de tudo, temos o exemplo de Jesus
Cristo, que suportou aflições incrivelmente maiores que as nossas
e não desistiu. Jesus ainda nos incentiva a perseverar, com seu
auxílio sempre presente.
Provações e adversidades certamente virão. O mundo estará
sempre oferecendo propostas aparentemente interessantes. Mas
o que irá caracterizá-lo como um verdadeiro cristão é sua insistên-
cia na caminhada. Tenha Jesus como alvo e permaneça firme até o
fim, quando receberá a coroa que é sua (Ap 2:10). Aguarde a volta
de Cristo ansiosamente, em perseverança.

76 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


SÁBADO
ESPECIAL
Escola Bíblica e
Programa de Culto

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13
28 DE JUNHO DE 2014
Evangelize
sem preconceito
Hinos sugeridos – BJ 104 • BJ 6

OBJETIVO TEXTO BÁSICO


Mostrar ao estudante Jesus respondeu: “Quem beber desta água
da palavra de Deus que
terá sede outra vez, mas quem beber da água
devemos evangelizar
todas as pessoas, sem que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo
preconceitos, a exemplo contrário, a água que eu lhe der se tornará
do que fez o Senhor nele uma fonte de água a jorrar para a vida
Jesus Cristo. eterna”. (Jo 4:13-14)

LEITURA DIÁRIA
INTRODUÇÃO
D 22/06 Jo 4:13-14
Chegamos ao último estudo desta série de
S 23/06 Mt 24:14
T 24/06 Jo 4:1-19 lições, que apresentou diversas atitudes de Je-
Q 25/06 Jo 4:20-38 sus. Nesse estudo, em particular, vamos nos
Q 26/06 Lc 18:35-43 debruçar sobre o encontro do Mestre com a
S 27/06 At 26:22-23 mulher samaritana. Esse encontro foi muito
S 28/06 Gl 3:8
importante para ela, que era alguém de má
fama e sofria com o preconceito da sociedade.
Será que temos aproveitado as oportunida-
des que Deus nos concede para falar às pesso-
as sobre a salvação que está somente em Cris-
to Jesus? Temos nos calado ou temos evange-
lizado? Este estudo vai apontar a importância
de nos aproximarmos de todas as pessoas,
mesmo as marginalizadas, para, assim, evan-
gelizá-las, sem nenhum receio ou preconceito.

Acesse os
I AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
Comentários Adicionais
e os Podcasts Esta lição faz parte da série especial “Apren-
deste capítulo em
www.portaliap.com.br da a evangelizar com Jesus”. Temos muito a
aprender com as ações evangelísticas de Jesus

78 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


em relação à samaritana. Não esque- era judeu, mas, mesmo com todas
çamos que se trata de uma mulher as diferenças religiosas que havia
cuja história de vida lhe rendeu algu- entre judeus e samaritanos, ele fez
mas amarguras; uma mulher margi- questão de falar com ela. O primeiro
nalizada, em razão de sua conduta ponto importante, no que se refere
degradante. Contudo, depois do en- à estratégia evangelística de Jesus é
contro com Cristo, sua vida foi com- que ele não deixou a oportunidade
pletamente transformada. Observe- passar; pelo contrário, fez questão
mos o exemplo do Mestre, para que de iniciar um diálogo com a mulher.
possamos aprender com ele e seguir Quantas vezes temos desperdi-
os seus passos. çado as oportunidades que temos
1. Aproveite bem as oportuni- de falar do amor de Deus revelado
dades: Na Bíblia, está registrado que em Jesus. Precisamos fazer o que o
Jesus saiu da Judeia e voltou mais apóstolo Paulo nos orienta: Pregue a
uma vez para a Galileia. Mas, antes palavra, esteja preparado a tempo e
disso, precisava passar pela Samaria fora de tempo (2 Tm 4:2). No traba-
(Jo 4:3,4). Ele chegou à cidade de Si- lho, em casa, nos almoços de família,
car, onde se encontrava o poço de no hospital, na fila do ônibus, onde
Jacó. Nesse poço, sentou-se e des- quer que estejamos, que possamos
cansou (Jo 4:6). Foi justamente nesse aproveitar as várias oportunidades
lugar que aconteceu o encontro que para evangelizar.
transformou a vida da samaritana. 2. Evangelize de modo impar-
Por volta da hora sexta (meio-dia, cial: O segundo ponto relacionado à
conforme o horário judeu), uma mu- estratégia utilizada por Jesus é que
lher dirigiu-se sozinha ao poço onde ele não se preocupou com o fato de
estava Jesus. Uma informação inte- a samaritana ser uma mulher de má-
ressante a esse respeito é que, de -fama, desprezada pela sociedade.
forma geral, as mulheres iam tirar Em público, um judeu não deveria
água em grupos, numa hora em que dirigir a palavra a uma mulher, mui-
o clima estivesse mais fresco e mais to menos a uma samaritana, mas
ameno. A samaritana, porém, foi ao o amor de Cristo pela vida daquela
poço na hora sexta, justamente para mulher era tão grande que ele não
não encontrar com outras mulheres, se preocupou com o preconceito,
que poderiam muito bem desprezá- nem com as convenções sociais.
-la e ridicularizá-la. Cristo pediu: Dá-me de beber (Jo
Mas, quando chegou ao poço, a 4:7). A sua maior preocupação era
samaritana descobriu que não estava com a salvação da samaritana; por
sozinha: havia alguém muito espe- isso ele começou a conversa pedindo
cial esperando por ela. Esse alguém água. A mulher surpreendeu-se pelo

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fato de um judeu falar com uma sa- 3. Não tenha medo de falar so-
maritana e perguntou: “Como um bre o pecado: A certa altura da con-
judeu poderia pedir água a uma sa- versa, Jesus disse à mulher: Vai, cha-
maritana?”. No entanto, o pedido ma teu marido e vem cá (Jo 4:16).
de Jesus foi somente uma maneira Jesus tocou na ferida desta mulher.
de começar a conversa para poder Aqui, o Senhor quis despertar sua
lhe falar sobre a “água da vida” (Jo consciência do pecado. Para beber
4:10), que, inicialmente, foi entendi- da água de Jesus, era necessário re-
da pela mulher no sentido literal. Je- conhecer e confessar sua culpa. A
sus continuou o diálogo e esclareceu menção de seu marido era a melhor
que a sua água não saciava a sede maneira de lembrar-lhe sua vida imo-
física, mas, sim, a sede de Deus (Jo ral. O Senhor estava, agora, falando
4:13-14). à consciência dela.2 Isso nos ensina
Jesus não fazia acepção de pes- que não é possível haver conversão,
soas. Em uma ocasião anterior, ha- sem a consciência do pecado.
via aconselhado um judeu moralista Esse é outro ponto importante
(João 3); agora, estava prestes a tes- na abordagem de Cristo. A Bíblia
temunhar a uma mulher samaritana é categórica, ao afirmar que não é
imoral.1 Nicodemos era um líder ju- possível haver conversão, enquanto
deu, um homem de moral; a samari- a pessoa não estiver convencida dos
tana, por sua vez, fazia parte de um seus pecados (Rm 10:10). Somente
povo impuro (da perspectiva judaica), depois dessa convicção é que a fé
uma mulher imoral. Entretanto, am- em Cristo poderá agir e transformar
bos sofriam do mesmo mal: foram a vida do ser humano.
concebidos em pecado (Sl 51:5), Dessa forma, temos condições de
eram incapazes de compreender as perceber a importância de evangeli-
coisas de cima, das quais Jesus falava. zar sem preconceito. Mesmo saben-
Por essa razão, a água que Jesus do que a samaritana vivia uma vida
tem para dar não tem um endere- de pecado, Cristo se propôs a lhe
ço específico. Não foi providenciada falar das boas novas de salvação. Ela
para uma nação específica, para uma atendeu o convite de Jesus, de ma-
família específica. Não existe uma tri- neira que o encontro com o Mestre
bo que tenha a prerrogativa de des- influenciou e transformou toda a sua
frutar exclusivamente desse refrigé- existência, motivando-a a evangeli-
rio. Jesus é tal como os samaritanos zar toda a sua vila (Jo 4: 27-29).
declararam mais tarde: o Salvador Podemos e devemos aproximar-
do Mundo (Jo 4:42 – grifo nosso). -nos das pessoas marginalizadas

1. Wiersbe (2006:385) 2. Hendriksen (2004:221).

80 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


pela sociedade, como, por exemplo: No final da conversa, a samaritana
as prostitutas, os viciados, os mora- reconheceu que Jesus é o Cristo. Isso
dores de rua, os alcoolistas, os presi- causo uma profunda mudança em
diários etc. Por meio desse episódio, sua vida e em suas atitudes. O nos-
aprendemos que, ao evangelizar so principal objetivo, ao evangelizar
sem preconceito, podemos motivar as pessoas marginalizadas ou as que
as pessoas a reconhecer os seus pe- não são, é que esses homens, mu-
cados e a mudar de vida, para que lheres, jovens e crianças tenham a
sejam alcançadas pela graça de Cris- oportunidade de conhecer a verdade
to Jesus. e ser libertos por ela (Jo 8: 32).

01. Leia Jo 4:7,17-18 e fale sobre quem era a mulher samaritana. Ela
tinha uma boa reputação? Fale sobre os seus motivos para buscar
água sozinha.

02. Com base em Jo 4:3-7, podemos ver que Jesus, logo que viu a
mulher samaritana, iniciou uma conversa com ela. O que isso tem a
nos ensinar sobre a sua estratégia evangelística?

03. Leia Jo 4:9,27 e fale sobre a surpresa da mulher e dos discípulos


pelo fato de Cristo ter iniciado aquela conversa. Qual a razão da
surpresa? O que isso nos ensina sobre como Jesus evangelizava?

04. Após ler Jo 4:15-16, comente sobre a razão de Cristo ter pedido
para a mulher chamar o seu marido. O que podemos aprender dessa
atitude de Jesus?

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II LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

1. Evangelize sem preconcei- 2. Evangelize sem preconcei-


tos, pois Jesus não morreu só tos, pois Jesus não transforma
por alguns. só alguns.
O encontro e a conversa de Je- Ao evangelizar a mulher samari-
sus com a mulher samaritana são tana, Jesus não estava preocupado
um grande e maravilhoso exemplo com o que a sociedade iria achar.
de como cada um de nós deve pro- Seu propósito era que aquela mulher
ceder, se quiser evangelizar sem tivesse a oportunidade de encontrar
preconceito. Em nenhum momen- quem iria salvar e transformar a sua
to ele desprezou ou ridicularizou a vida. E foi isso que aconteceu: a sa-
mulher, mas, durante todo o epi- maritana teve a vida modificada pelo
sódio, deixou transparecer amor, poder do evangelho, pelas boas no-
misericórdia e preocupação com a vas de salvação em Cristo Jesus.
salvação dela. Aquela mulher triste, solitária,
O nosso dever, como servos do abandonada e desprezada teve sua
Senhor, é evangelizar sem julgar vida transformada, depois do encon-
as pessoas. Para isso, devemos nos tro com Cristo. Ela não teve vergonha
aproximar delas como Jesus: sem de ir até a cidade e contar a todos o
preconceitos, até porque ele morreu que havia acontecido. Suas atitudes
por todos: os marginalizados e os mudaram. Encontrar-se com Jesus
considerados “bons” pela nossa so- foi a melhor coisa que aconteceu em
ciedade. Sendo assim, ao se deparar sua vida. Jesus pode transformar e dar
com pessoas desprezadas pela so- novo rumo à vida de todas as pessoas.
ciedade, lembre que Cristo também Você se dispõe a deixar que ele o use
deu a vida por elas. para levar o evangelho àqueles consi-
derados perdidos pela sociedade?

05. Segundo a primeira aplicação, por que precisamos lembrar que


Cristo não morreu só por alguns, na hora de evangelizar os perdidos?

82 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


06. O que acontece com uma pessoa que tem um encontro com Jesus?
Você acredita que ele tem poder para transformar todas as pessoas?
Dispõe-se a pregar àqueles considerados perdidos pela sociedade?

SEU DESAFIO

Que, por meio deste estudo, você se sinta desafiado a seguir


ainda mais o exemplo de Jesus, cuja preocupação maior é a salva-
ção das pessoas, mesmo das que são desprezadas e marginaliza-
das pela sociedade. Ao se deparar com os desprezados, que você
se compadeça.
Deus nos chamou para sermos sal e luz, para fazermos diferen-
ça na vida das pessoas em meio a esta geração. Uma das principais
maneiras disso acontecer é evangelizarmos todas as pessoas, sem
fazer qualquer distinção ou acepção. Que o Senhor permita que
mais pessoas sejam alcançadas pelo evangelho, por meio de nos-
sas vidas!

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SÁBADO ESPECIAL
Sugestão para programa de culto

Avisos Não há outro igual;


Ele é digo.
Abertura
Vamos louvar ao Senhor!
Hino: “Vem agora” – 08 BJ
Leitura bíblica: Isaías 52:7-9 – NTLH Glória a Deus!
Só ele é digno de glória.
Como é bonito ver um mensagei- Desde o amanhecer,
ro correndo pelas montanhas, tra- Até o sol se pôr
zendo notícias de paz, boas notícias Seu nome é digno de louvor.
de salvação! Ele diz a Sião: “O seu
Deus é Rei!”. Escutem os gritos dos Todo louvor e toda a glória. (8x)
vigias! Eles gritam de alegria, todos Digno é o Deus de Israel.
juntos, pois vêem com os seus pró-
prios olhos a volta do Senhor para
Dedicação dos dízimos e ofer-
Sião. Jerusalém arrasada, cante de
tas: Música instrumental ou cântico
alegria, pois o Senhor tem pena do
seu povo e vai salvar Jerusalém. “Jesus, Filho de Deus”
Fernandinho
Oração
Deixou os céus para me encontrar.
Palavra pastoral
Aqui não é o seu lugar
Louvores Um amor assim, o mundo não
conheceu.
“Não há outro igual”
Naquela cruz se entregou.
Diante do Trono
O seu perdão me alcançou.
Não há outro igual ao Senhor. Um amor assim, o mundo não
Não há outro igual; conheceu.
Ele é poderoso.

84 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2014


No altar de adoração, Ofereço minha vida a ti.
Seja sempre exaltado, Usa o meu viver para tua glória.
Jesus, Filho de Deus! Os meus dias são teus, Senhor.
Deixou a sua glória, Que seja o meu louvor
Morreu em meu lugar, Sacrifício agradável.
Jesus, Filho de Deus! Minha vida eu te dou
Tu és Jesus, Filho de Deus!
O meu passado, o meu futuro,
Levou sobre si pecado e dor. Sonhos que um dia se realizarão,
Venceu a morte e ressuscitou. Minha esperança e os meus planos,
Um amor assim, o mundo não Todo o meu ser pertence ao Senhor.
conheceu.
Dou-te porque me deste primeiro.
Seja exaltado, engrandecido! Tudo o que tenho já pertence ao
Seu nome é santo! Poderoso é! Senhor.
E não há nada que apague o seu A minha vida é tua somente.
amor. Me rendo a ti, meu Senhor.
A cruz me libertou! (4x)
Mensagem bíblica: “Traga pes-
soas aos pés do Salvador”
“Ofereço minha vida”
Apelo e oração
Igreja Bíblica da paz
Hino: “Trabalhai e orai” – 165 BJ
Tudo o que sou, tudo o que tenho,
Bênção Apostólica
Está diante de ti, Senhor.
Minhas tristezas e alegrias
A ti entrego agora, Senhor.

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Sumaré, 28 a 29 de novembro de 2014

Os ceifeiros, os frutos e os campos

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