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Influência da cura do silano como pré-tratamento na resistência à

corrosão do aço galvanizado para a Indústria da Construção Civil

Influence of curing of silane as pre-treatment on corrosion resistance of galvanized steel


for the Construction Industry

Sandra Raquel Kunst (1); Giovanni Tessaro (2); Cristiane de Souza Brandolt (3); Tiago
Lemos Menezes (4); Cláudia Trindade Oliveira (5); Célia de Fraga Malfatti (6).

Mestranda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/LAPEC.


Diretor, Tessaros Consultoria e Assessoria Empresarial.
Graduanda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/LAPEC.
Dotourando, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/LACOR.
Professora Doutora, Universidade Feevale/ ICET.
Professora Doutora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/LAPEC
Email para contato: Tessaro.sandra@gmail.com

Resumo
Aço galvanizado ou eletrodepositado com liga ZnFe são materiais comuns na indústria de construção civil e
automotiva. Entretanto, esses materiais à base de zinco necessitam de proteção em ambientes corrosivos,
obtido por meio de um tratamento de superfície. O uso de pós-tratamentos a base de fosfatos ou cromatos,
com o intuito de proteger metais da corrosão, vem se tornando cada vez menos utilizado devido ao seu
custo e impactos ambientais causados. Inúmeros estudos vêm sendo feitos em substituição a esse
processo, e especial destaque tem sido dado os processos empregados para a obtenção de revestimentos
silanos. O processo sol-gel consiste em uma nova alternativa para a produção de revestimentos
multifuncionais nanoestruturados, com possibilidade de ampla aplicação na indústria de construção civil, tal
como acabamento superficial em metais. No presente trabalho o aço galvanizado foi revestido com um filme
de silano obtido a partir de um sol constituído pelo silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano (C9H20SiO5),
por meio do processo de dip-coating. Os filmes silanos foram submetidos a 120ºC, 150°C e a irradiação UV.
Os filmes foram caracterizados quanto à resistência à corrosão por meio de polarização e potencial de
circuito aberto em solução de NaCl 5%, quanto à condutividade elétrica e ao ângulo de contato. A
morfologia dos filmes foi caracterizada por MEV. Os resultados indicaram que os sistemas estudados
dependem do mecanismo de cura do silano aplicado. Os revestimentos de silanos por cura térmica
demonstraram ser bastante eficientes quanto à proteção por barreira contra corrosão.
Palavra-Chave: Aço galvanizado; corrosão; silano; irradiação ultravioleta.

Abstract
Galvanized steel or electroplated ZnFe alloy materials are common in the construction industry and
automotive. However, these zinc-based materials need protection in corrosive environments, obtained by a
surface treatment. The use of post-treatments based on phosphates or chromates, in order to protect metals
from corrosion, is becoming less and less used because of cost and environmental impacts. Several studies
have been made in lieu of that process, and special emphasis has been given the processes employed to
obtain coatings silanes. The sol-gel process consists of a new alternative for the production of multifunctional
nanostructured coatings, with the possibility of wide application in construction industry, such as surface
finish on metal. In this work the galvanized steel was coated with a film of silane obtained from a sol
consisting of silane-Range glicidoxipropiltrimetóxisilano (C9H20SiO5) through the process of dip-coating. The
silane films were subjected to 120 ° C, 150 ° C and UV irradiation. The films were characterized for
resistance to corrosion by polarization and open circuit potential in NaCl 5%, as the electrical conductivity
and the contact angle. The morphology of the films was characterized by MEV. The results indicated that the
systems studied depend on the curing mechanism of the silane used. Coatings by thermal curing silanes
have proven quite effective as the barrier protection against corrosion.
Keywords: Galvanized steel; corrosion; silane; ultraviolet light.
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1 Introdução
Revestimentos de zinco têm sido empregados nas mais diversas áreas, destacando-se
na área de proteção contra corrosão de peças metálicas, principalmente de aço. Os
processos de eletrodeposição e de galvanização são os mais empregados para aplicação
do Zn sobre o aço. A partir do processo de galvanização é possível aumentar a vida útil
do material, porém a corrosão do zinco em meios alcalinos (pH>12) e ácidos (pH<6)
torna-se bastante acentuada, ocasionando dessa forma o aumento da taxa de corrosão
desse revestimento1. Tradicionalmente, a cromatização ou passivação são pré-
tratamentos empregados em aço galvanizado para melhorar as características frente à
corrosão e para promover uma maior aderência à camada orgânica que será aplicada
posteriormente (2-7).
Diretrizes européias já têm estabelecido há alguns anos a restrição à cromatização à
base de cromo hexavalente, estimulando o desenvolvimento de novas formulações de
passivantes para o zinco e suas ligas(8). Neste contexto, os silanos surgem como
alternativas à passivação destes substratos, pois são moléculas que podem atuar como
agentes de acoplamento, promotores de adesão e como protetores de superfícies.
O processo de silanização vem sendo estudado já há algum tempo visando à
substituição dos processos de cromatização e de fosfatização nos sistemas de pinturas
automotivas para o aço, aço galvanizado e alumínio (9). Sua aplicação consiste no
depósito de um filme de polissilano por imersão, em solução hidrolisada de silanos,
formando silanóis que se adsorvem na superfície do metal via os grupos hidroxila ali
formando ligações estáveis de polissiloxanos (10).
Os filmes silanos atuam como um revestimento barreira, retardando a penetração de
espécies agressivas até o substrato metálico e promovendo dessa forma a proteção
contra corrosão (11-13). Os grupos inorgânicos apresentam características de materiais
cerâmicos, contribuindo para o aumento da resistência ao desgaste (14)..
Um método de aplicação deste sol-gel é o dip-coating, que se baseia no princípio de
imersão e retirada com velocidade controlada, o que permite controlar a espessura do
filme formado em função da velocidade de retirada (15).
Descobriu-se os efeitos particularmente positivos dos revestimentos silanos sobre a
aderência de revestimentos não ferrosos de difícil adesão como alumínio e zinco para
posterior revestimento de tinta sobre esses substratos, este pode ser feito através da
liberação do silicone por cura ultravioleta pelos componentes siloxanos epóxi-funcionais e
os siloxanos vinílicos funcionais (16).
O Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano é um composto organofuncional constituído
por uma estrutura de carbono menor com uma terminação epóxi funcionalizados e um
átomo de Si substituído com 3 grupos (-O-CH3). Devido à presença do grupo epóxi
presente molécula garante uma interação ativa com o revestimento orgânico.
No presente trabalho o aço galvanizado foi revestido com um filme de silano obtido a
partir de um sol constituído pelo precursor silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano
(C9H20SiO5) pelo processo de dip-coating com velocidade de retirada de 20 cm.min-1. Os
processos de cura térmica e cura por UV (luz ultravioleta) foram empregados após a
aplicação do filme silano.

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2 Materiais e Métodos

2.1 Preparação da Superfície


Os substratos de aço galvanizado foram desengraxados com detergente neutro, à 70°C
por imersão de 10 minutos. Em seguida foram lavados com água deionizada e secos.

2.2 Elaboração dos Filmes de Silanos


As reações de hidrólise do silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano (C9H20SiO5) foram
conduzidas em soluções silano/álcool/água e ácido acético glacial foi empregado para
ajustar os valores de pH. As alíquotas correspondentes às concentrações desejadas em
volume dos silanos foram de 38,5% adicionadas na solução alcoólica, sendo que após 3
horas de hidrólise resultou no valor de pH final de 2,88.
A aplicação da solução contendo o silano hidrolisado foi realizada pelo processo de
dip-coating, com velocidade de retirada 20 cm.min-1. Após o processo de dip-coating, os
substratos pré-tratatados com o filme de silano foram curados empregando-se o processo
de cura térmica nas temperaturas de 120°C e 150°C ± 2 por 20 minuto em estufa e o
processo de cura por irradiação ultravioleta, com uma velocidade de esteira de
9,7 m.min-1 e uma intensidade de 146 mJ.cm-2 com uma lâmpada de mercúrio de média
pressão, dopada com Gálio. A Tabela 1 mostra a descrição das amostras utilizadas.
.
Tabela 1 - Descrição das amostras utilizadas.
Amostra Descrição

AG Aço Galvanizado sem revestimento

AG/sol-gel12 Aço galvanizado revestido com silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano com


cura térmica (20 minutos a 120°C)

AG/sol-gel15 Aço galvanizado revestido com silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano com


cura térmica (20 minutos a 150°C)
Aço galvanizado revestido com silano Gama-glicidoxipropiltrimetóxisilano com
AG/sol-gelUV cura por irradiação ultravioleta.

2.3 Caracterização dos revestimentos obtidos


2.3.1 Caracterização Morfológica

Os filmes obtidos foram caracterizados quanto à morfologia em vista de topo por MEV-
EDS em um equipamento JEOL-JSM 5800 do centro de microscopia eletrônica da
UFRGS, com tensão de aceleração 20 keV.

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2.3.2 Ângulo de Contato

O teste de ângulo de contato foi realizado pelo método da gota séssil através de um
aparato desenvolvido pelo Laboratório de Óptica & Laser do Instituto de Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O ângulo de contato foi determinado por
meio de um programa de análise de imagens também desenvolvido por este laboratório.
Na medição de ângulo de contato, a gotícula de água é formada colocando a ponta de
uma seringa na superfície da amostra, onde a gota de água é então ligada à superfície da
amostra (17).

2.3.3 Condutividade Elétrica

A condutividade elétrica foi medida usando o método padrão das quatro pontas em um
equipamento Cascade Microtech CS 4-64, associado a uma fonte Keithley 2400. O
método das quatro pontas é baseado na aplicação de corrente elétrica nos terminais
externos, e a voltagem medida entre os terminais internos. A figura 1 mostra um desenho
esquemático da medida de resistividade pelo método de quatro pontas.

Figura 1- Medidas de resistividade pelo método de quatro pontas.

2.3.4 Caracterização Eletroquímica

As curvas de polarização foram obtidas com velocidades de varredura de 1 mV.s-1, em


uma faixa de potencial de 200 mV abaixo do potencial de circuito aberto até 1000mV
acima do potencial de circuito aberto. Os ensaios foram realizados em uma célula
eletroquímica de três eletrodos tendo como eletrodo de referência um eletrodo de
calomelano saturado (ECS) e como contra eletrodo, um fio de platina. O eletrólito utilizado
foi uma solução de NaCl 5%.

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3 Resultados e Discussão dos Resultados

3.1 Caracterização Morfológica


Pode-se observar (figuras 02 a 04) que todos os sistemas estudados AG/Sol-gel12,
AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV, apresentaram uma cobertura regular do substrato.
Contudo, para os sistemas AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV, os revestimentos obtidos
apresentaram a formação de fissuras de forma esférica (figuras 3 e 4). No caso dos
sistema AG/Sol-gel12 (figura 2), houve a formação de fissuras e o descolamento do
revestimento após a cura térmica, indicando o comprometimento da aderência do filme
ao substrato. No entanto, para o sistema AG/Sol-gelUV curado pelo processo UV,
verificou-se a formação de um filme mais homogêneo, porém com pouca cobertura e com
fissuras (figura 4).
O sistema AG/Sol-gel15 apresentou boa cobertura e compatibilidade comparado às
demais amostras. Isto pode estar associado ao fato de que o silano organofuncional
aplicado possui característica epoxídica, portanto, possui maior resistência química, maior
efeito barreira, estrutura mais rígida e maior resistência térmica para suportar altas
temperaturas(18).

Fissuras

Figura 2 – Micrografias obtidas ao MEV para o sistema AG/Sol-gel12. Aumento 150X e 800X.

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Fissuras esféricas

Figura 3 – Micrografias obtidas ao MEV para o sistema AG/Sol-gel15. Aumento 150X e 800X

Fissuras esféricas

Figura 4 – Micrografias obtidas ao MEV para o sistema AG/Sol-gelUV. Aumneto 150X e 800X

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3.2 Ângulo de Contato
A figura 5 mostra as imagens obtidas para a determinação do ângulo de contato pelo
método da gota séssil e, portanto, da molhabilidade da superfície. A partir da Tabela 2 é
possível observar as medidas de ângulo de contato obtidas para os sistemas estudados.

a) b) c) d)

Figura 5 - Imagens obtidas para a determinação do ângulo de contato pelo método da gota séssil:
(a) AG/Sol-gel12; (b) AG/Sol-gel15; (c) AG/Sol-gelUV e (d) AG.

Como pode-se observar (figura 5 e Tabela 2) todos os sistemas estudados AG/Sol-


gel12, AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV, apresentaram um ângulo de contato maior em
relação ao aço galvanizado sem revestimento, o que indica que os filmes obtidos, apesar
de apresentarem fissuras, reduziram a molhabilidade da superfície. Contudo, o
sistemaAG/sol-gelUV, curado pelo processo de cura UV foi aquele que apresentou mais
baixo valor para o ângulo de contado, enquanto que o sistema AG/Sol-gel15 apresentou o
maior valor, concordando com as micrografias obtidas ao MEV, figuras 4 e 3.

Tabela 2: Ângulo de contato médio e desvio padrão obtidos pelo do método da gota séssil.

Amostra Ângulo de Contato

AG/Sol-gel12 86° ± 2
AG/Sol-gel15 90° ± 3
AG/Sol-gelUV 81° ± 2
AG 71° ± 7

3.3 Resistividade Elétrica


A partir da medida da resistividade elétrica observou-se que as amostras revestidas
com os filmes silanos, sistemas AG/Sol-gel12, AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV
apresentaram valores elevados de resistividade elétrica comparativamente à amostra de
aço galvanizado sem revestimento, sendo que a resolução do multímetro não foi
suficiente para medir a resistividade do filme de silano. Esse elevado valor de resistência
evidencia o efeito barreira dos filmes obtidos.

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3.4 Caracterização Eletroquímica
3.4.1 Curvas de potencial de circuito aberto

Os resultados obtidos a partir das medidas de potencial de circuito aberto com o


tempo de imersão em solução de NaCl 5% estão apresentados na Figura 6.
Os valores dos potenciais de circuito aberto observados para os sistemas estudados
AG/Sol-gel12, AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV ficaram próximos dos valores observados
para o substrato de aço galvanizado sem revestimento. Além disso, uma oscilação
importante dos valores de OCP foi observada durante o tempo de imersão (figura 6). Esse
comportamento confirma o que foi observado nas micrografias obtidas no MEV (nas
figuras 2-4), onde é possível observar que o filme obtido apresenta defeitos.

‐0,94
AG Aço 
Galvani
AG/Sol-gel12
‐0,96
zado
AG/Sol-gel15
AG/Sol-gelUV
‐0,98

‐1
E(V)

‐1,02

‐1,04

‐1,06

‐1,08
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)

Figura 6 – Potencial de circuito aberto com o tempo de imersão para revestimentos obtidos para os
sistemas AG/Sol-gel12, AG/Sol-gel15 e AG/Sol-gelUV, em NaCl 5%, com diferentes temperaturas de cura.

3.4.2 Curvas de polarização

A partir da extrapolação das retas de Tafel, aplicada às curvas de polarização (Figura


7), foram determinados o potencial de corrosão (Ecorr), a corrente de corrosão (Icorr) e a
resistência de polarização (Rp) para os sistemas estudados (Tabela 3).

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0,4
AG
0,2
AG/Sol-gel12
AG/Sol-gel15
0
AG/Sol-gelUV
-0,2

-0,4
EECS(V)

-0,6

-0,8

-1

-1,2

-1,4
1,0E-10 1,0E-08 1,0E-06 1,0E-04 1,0E-02 1,0E+00
Log I (A/cm²)

Figura 7 – Curvas de polarização obtidas para os sistemas AG/Sol-gel12, AG/Sol-gel15 e AG/Sol-


gelUV, em NaCl 5%, varredura de 1 mV.s-1, com diferentes temperaturas de cura.
Os resultados obtidos a partir do ensaio de polarização (Figura 7 e Tabela 3)
mostraram que, o pós-tratamento com o filme silano promoveu o aumento da resistência
de polarização (Rp) e a diminuição do icorr para todos os sistemas estudados (Tabela 3)
evidenciando a ação protetora desses revestimentos. Comparativamente aos demais
sistemas, os potenciais de corrosão com pós-tratamento para os sistemas AG/Sol-gel12 e
AG/Sol-gel15 promoveram uma diminuição nos valores de potenciais, deslocando no
sentido de potenciais menos ativos.
A partir dos resultados obtidos por meio das curvas de polarização foi possível
observar a diferença quanto ao desempenho frente à corrosão em função do processo de
cura empregado. Os sistemas AG/Sol-gel12, AG/Sol-gel15 apresentaram melhor
desempenho em comparação aos filmes curados pelo sistema de cura ultravioleta, os
quais foram ineficientes. Isto pode ser devido à presença de trincas nestes filmes
aumentando a susceptibilidade à corrosão localizada. Isto evidencia o efeito positivo dos
pós-tratamentos estudados na proteção contra a corrosão do aço galvanizado quando
este é curado de forma adequada.

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Tabela 3: Dados obtidos partir extrapolação das retas de Tafel

Amostra icorr (A/cm²) Ecorr (mV) Rp (Ω)


AG 1,29 x 10-5 -1044 6,97 x 102
AG/Sol-gel12 4,62 x 10-7 -1009 2,36 x 104
AG/Sol-gel15 2,19 x 10-7 -1024 3,96 x 104
AG/Sol-gelUV 7,38 x 10-6 -887 1,46 x 103

As micrografias obtidas ao MEV para as amostras após ensaio de polarização (Figura


8) mostraram que o sistemas AG/Sol-gel12 e AG/Sol-gel15 apresentaram maior ataque
superficial comparativamente ao sistema AG/Sol-gelUV.

a) b)

c) d)

Figura 8 - Micrografia obtida no MEV após ensaio de polarização para os sistemas: (a) AG/Sol-gel12;
(b) AG/Sol-gel15; (c) AG/Sol-gelUV ; (d) AG.

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4 Conclusões
Os resultados mostraram que os filmes de silanos apresentaram cobertura regular,
porém, foi observada a presença de descontinuidades para todos os filmes. Além disso,
para o sistema AG/Sol-gelUV verificou-se o descolamento do revestimento, indicando o
comprometimento da aderência do filme ao substrato. Ficou evidenciada a maior
compatibilidade do sistema AG/Sol-gel15 para o tratamento do aço galvanizado. Ainda
assim, todos os filmes obtidos apresentaram um significativo aumento da resistência de
polarização e diminuição da densidade de corrente de corrosão comparativamente ao aço
galvanizado sem revestimento.
Portanto, nas condições estudadas neste trabalho, os sistemas AG/Sol-gel12 e
AG/Sol-gel15 apresentaram melhor desempenho, pois, os filmes curados pelo sistema de
cura ultravioleta foram ineficientes, apresentando trincas, tornando-se susceptíveis à
corrosão localizada.

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