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DESMISTIFICANDO O MONITORAMENTO DE
ROLAMENTOS EM BAIXAS ROTAÇÕES
Para realizar medições em baixa rotação deve-se levar em conta as limitações da
instrumentação:
A faixa de operação do Coletor de dados CMVA60 é de 0,5 Hz a 20 kHz
(30 rpm a 1200 krpm);
Acelerômetro:
! Os níveis de aceleração são muito baixos, sendo portanto difícil realizar
uma medição de aceleração. Deve-se utilizar o acelerômetro mais adequado
para os defeitos a serem identificados (100 ou 500 mg/V);
! A relação sinal ruído para espectro de 100 Hz e 400 linhas sem incluir a
atenuação de –3 dB é a seguinte:
" Acelerômetro com sensibilidade de 100 mV/g = 6:1;
" Acelerômetro de baixa freqüência com sensibilidade de 500 mV/g =
142:1.

O nível de ruído é fundamental para uma boa medição. Pode-se controlar ruídos
provenientes do sensor, do cabo e do instrumento. Fatores que aumentam o ruído do
sensor:
! Transientes térmicos (sensor de cisalhamento é melhor do que o de
compressão);
! Choque mecânico;
! Tempo de estabilização (“settling time”), sensores com sensibilidade de 500
mV/g requerem 10X mais tempo para estabilizar, sendo recomendada sua
utilização no modo sempre ligado.

Outras fontes de ruídos:


Ruído ambiente proveniente de outras máquinas;
Fontes de alta Freqüência, tais como cavitação, vazamento de vapor e de ar
com alta pressão, podem causar saturação do amplificador, a qual resulta em
valor alto do espectro em baixa freqüência “ski slope”
Ruído elétrico
Ondas de rádio, interferência eletromagnética de sistemas de alta voltagem
Deformação da base do acelerômetro
Montagem com base magnética vs. prisioneiro

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Aceleração

“Monitoramento
de Rolamentos 2E-3 G’s
com Rotações
de 30 a 600 rpm.”

Figura 1 – Ruído de fundo em espectro de aceleração

Para selecionar o sensor e o tipo de medição mais recomendado é


necessário definir qual problema deve ser identificado (desbalanceamento,
desalinhamento, folgas, rolamento, engrenamento, etc.).

Vibração Senoidal:
Típica de defeitos provocados por desbalanceamento, desalinhamento e
problemas de feltro / tela na seção de prensas de máquina de papel;
Use acelerômetro de baixa freqüência com alta resolução, limitado a 0,5 Hz.

Vibração impulsiva:
Típica de defeitos provocados por folgas, rolamentos e engrenagens;
Use acelerômetro normal e medições de envelope de aceleração.

No caso de excitações de alta freqüência pode-se afirmar que:


! A relação sinal ruído é maior devido as altas freqüências;
! Níveis de sinal podem ainda ser muito baixos;
! Envelope de aceleração amplifica o sinal;
! Não existe limite de baixa freqüência.
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Em baixas rotações, a energia impulsiva pode ser muito pequena. É


possível que ela seja sobreposta por ruídos de acelerômetros comuns

“Monitoramento
de Rolamentos Exemplo 1:
com Rotações
Máquina de papel Kraft
de 30 a 600 rpm.”
Rolo prensa
Rotação=40 rpm,
Defeito na pista externa do
rolamento
BPFO = 344 rpm

Figura 2 – Espectro de Envelope de Aceleração, no qual pode-se identificar defeito


na pista externa do rolamento

Por que a técnica de envelope de aceleração pode ser utilizada para


identificar defeitos impulsivos em baixas rotações?
Por que as freqüências impulsivas independem da rotação do eixo:
O impacto é equivalente a pancada de um martelo;
O espectro em freqüência de um defeito impulsivo apresenta a freqüência do
defeito e múltiplos harmônicos do defeito
Defeitos típicos de baixa freqüência são eliminados pelo filtro passa banda;
Os múltiplos da freqüência de defeito filtrados são envelopados/ amplificados,
resultando no espectro da figura 2 acima, por exemplo. 3
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A energia do impacto é distribuída em maior ou menor


intensidade pelos 4 filtros de Envelope de aceleração

“Monitoramento
de Rolamentos
com Rotações
de 30 a 600 rpm.”

CONFIGURAÇÃO DO MICROLOG
Determine Calcular o Estabelecer o Calcular F
a rotação tempo entre tempo de máximo e o
do eixo eventos (ex. amostragem Número de
BPFO) Linhas

Ajuste do
Considerações tempo de
práticas? amostragem

Criar pontos
Coletar Analisar
de medição

Observações:
1. O tempo de coleta deve ser maior do que 1 volta do eixo e/ou permitir
observar aproximadamente 10 eventos do defeito;
2. Pode necessário realizar 2 medidas, uma para análise no domínio do
tempo e outra para análise no domínio da freqüência;
3. Nas primeiras medições recomenda-se utilizar vários filtros de envelope,
até identificar qual filtro de envelope é mais adequado.

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Exemplo 2:
Rotação do eixo = 3,5 rpm;
Tempo para uma volta = 17,1 segundos
“Monitoramento Rolamento 24092:
de Rolamentos _______________________________________________________
com Rotações Defeito Freq Rpm (Hz) Tempo entre eventos (s)
de 30 a 600 rpm.” _______________________________________________________
BPFO = 12,229x 43 0,717 1,402
BPFI = 14,771x 52 0,867 1,16
BSF = 5,17x 18 0,300 3,316
FTF = 0,453x 2 0,034 37,85
________________________________________________________

1- Tempo de amostragem = N. de linhas / Fmáx:


!32 segundos = 800 linhas / 25Hz (BPFO, BPFI e BSF)
!80 segundos = 800 linhas / 10 Hz (FTF)

2- Considerações práticas:
!Examinar os dados coletados pela primeira vez;
!Se necessário, alterar configuração de pontos;
!Use função MPA (“Multi point automation”).

3- Análise dos dados:


!Observe sinais de impactos periódicos;
!Verifique se a distância entre picos corresponde à defeitos em análise;
!Observe outras funções periódicas.

Exemplo3:
Harmônicos de 140 rpm
indicando folgas em
um espectro de aceleração

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Exemplo 4:
Identificação de falhas em rolamento,
com rotação do eixo = 3,5 rpm, através
“Monitoramento do Envelope de Aceleração 4
de Rolamentos
com Rotações
de 30 a 600 rpm.”

Freqüência de
defeito = 42 rpm

Exemplo 5:
Após a troca de rolo da
seção de prensas de uma
máquina de papel, o
operador sentiu uma
vibração intermitente no
rolo da primeira prensa.
Na medição foi utilizado
um acelerômetro de baixa
freqüência, junto com o
Microlog. Foram
identificadas oscilações na
freqüência de feltro = 40
rpm e vibrações na
freqüência de rotação =
325 rpm com harmônicos.
Conclusão:
Inspeção no rolamento revelou folga excessiva sem dano visível no rolamento.

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Exemplo 6:
Defeito na pista interna (BPFI) do rolamento SKF 10414 instalado na
saída de redutor com rotação de saída de 11,1 rpm.
“Monitoramento
de Rolamentos
com Rotações
de 30 a 600 rpm.”

Exemplo 7:
Defeito na pista externa (BPFO) do rolamento SKF 51113 instalado
na saída de redutor com rotação de saída de 8,3 rpm.

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Comentários

Vamos revisar as perguntas e respostas necessárias para executar uma medição /


“Monitoramento análise de vibrações em rotações de 30 a 600 rpm.
de Rolamentos ●Que problemas existem para realizar medições em baixa rotação?
com Rotações
de 30 a 600 rpm.” A relação sinal / ruído é baixa.
●Quais são as soluções para este problema?

As soluções são; obter o melhor sinal e reduzir o ruído.


●Como configurar o Microlog para medições em rotações baixas?
É necessário, conhecer os tipos de defeitos à analisar, estabelecer a
freqüência de interesse, analisar espectro em freqüência (FFT), forma de
onda do sinal no tempo e selecionar Fmáx e número de linhas para a
melhor resolução e identificação de defeitos.
●Qual filtro de Envelope deve ser selecionado?
Na primeira medição teste alguns dos 4 tipos de Envelope de aceleração
para identificar qual deles apresenta melhor resposta.

CaRisMa Bibliografia:
Serviço ao Cliente SKF: 1- Slow Speed Applications Using SKF Microlog CMVA55
0800-141-152 Colin Kirkwood, P. Eng. Altus Engineering Inc.
•Visite nossos sites: 2- Monitoring of Slow Speed Bearings
• www.skf.com.brr
Dr. Robert M. Jones, Principal Applications Engineer, ,SKF Condition
•www.skfcm.com
Monitoring, May 16-19, 2000 -San Diego, California
•www.fixturlaser.com
•www.railways.skf.com
3- Acceleration enveloping it works! Identifying bearings damages, the true
•www.carb.skf.com
story of bearing monitoring.-Revolutions Newslettre, Volume 7, Number 3.
•www.explorer.skf.com

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