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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL


FUNDAMENTOS DE MECÂNICA ESTRUTURAL E MÉTODOS NUMÉRICOS

FUNDAMENTOS DE MECÂNICA ESTRUTURAL E MÉTODOS


NUMÉRICOS

RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIO PROPOSTO

Leonardo Birck

Porto Alegre, Maio de 2013.


Para conduzir a resolução devemos aplicar os conceitos de EDOs de Quarta Ordem. Valores satisfatórios
para a resolução exigem aplicação de algum software de cálculo matricial. Nesse caso será usado o
MATLAB.

As definições do material foram arbitradas da seguinte maneira:


Comprimento da viga (L): 400cm;
Momento de inércia de área (I): 3437cm4;
Módulo de elasticidade (E): 210e5N/cm²
A carca no centro da viga foi arbitrada em 10.000N.

Foi necessário definir o número de subintervalos de análise da viga. A partir disso definiu-se o passo (h).
Definiu-se também a matriz “A” a partir da função de aproximação de derivadas por diferenças finitas e das
condições de contorno. O vetor “B” é função do carregamento. O vetor de deslocamentos “v” é obtido ao
multiplicar a inversa da matriz A pelo vetor B. Dessa forma o valor máximo de deslocamento para as
características do material deve ser próximo a -0,0462cm.

O momento fletor é função da 2ª derivada do deslocamento, por isso aplica-se os conceitos de EDOs de 2ª
ordem.
Figura 1: Equações Diferenciais Ordinárias de 2ª ordem.

O vetor “M” foi obtido a partir da função de aproximação de derivadas por diferenças finitas e das condições
de contorno. Esse vetor representa o Momento em cada ponto da estrutura, o valor encontrado deve se
aproximar de 5e5 N.cm.

Abaixo os gráficos evidenciando os valores encontrados para o deslocamento e momento da estrutura.

Gráfico 1: Curva de deflexão e carga aplicada.


Gráfico 2: Momento fletor e esforço cortante.

O valor de subintervalos (m) deve ser dimensionado de forma a reduzir a soma dos erros por truncamento e
os erros por arredondamento. Erros de arredondamento aumentam com o aumento de “m” e erros de
truncamento aumentam com a diminuição de “m”.

O valor encontrado para o deslocamento no centro do vão foi de -0,0463cm, sendo que o valor correto é
-0,0462cm. Dessa forma o erro encontrado é de 0,25%, o que é aceitável. Já para o momento fletor, o valor
encontrado foi de 5,0125e5 N.cm, sendo que o valor correto é 5e5 N.cm. O erro é pequeno e admissível.

Abaixo o script usado para calcular o deslocamento e momento fletor no centro do vão.

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% 1 DEFINIÇÃO DA VIGA
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L=400; % Comprimento da viga (cm)


I=3437; % Momento de inércia da seção (cm^4)
E=210*10^5; % Módulo de elasticidade (N/cm^2)
EI=E*I; % Rigidez da viga (N*cm^2)
m=400; % Número de subintervalos
h=L/(m-1); % Passo

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% 2 DEFINIÇÃO DO CARREGAMENTO
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x=linspace(0,L,m+1)'; % Coordenadas horizontais (m)

P=zeros(m+1,1);
P((m/2)+1)=-1*10^4; % Carregamento (carga pontual) (N)

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% 3 CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS
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% É abordada aqui a solução de Equações Diferenciais Ordinárias de quarta
% ordem com o Método das Diferenças Finitas.

A=zeros(m+1,m+1); % Montagem da matriz de coeficientes A


B=zeros(m+1,1); % Montagem do vetor resultante B

for ii=1:m+1
if ii==1 || ii==2 || ii==m || ii==m+1 % Condições de contorno
A(ii,ii)=1;
B(ii)=0;
else
A(ii,ii-2)=1; A(ii,ii-1)=-4; A(ii,ii)=6; A(ii,ii+1)=-4; A(ii,ii+2)=1;
B(ii)=P(ii)*h^4;
end
end

v=A\B./EI; % Cálculo dos deslocamentos v(x)

vd=-max(-v)
ve=(-max(-P))*(L)^3/(192*EI); % Valor exato do deslocamento para uma
% viga biengastada submetida à uma
% carga concentrada no meio do vão

erro=(ve-vd)/ve*100; % Comparação dos resultados obtidos

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% 4 CÁLCULO DOS MOMENTOS FLETORES
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% Sabe-se que os momentos fletores são obtidos pelos valores da derivada
% segunda dos deslocamentos.

M=zeros(m+1,1);

for ii=1:m+1
% Para o primeiro nó, diferenças finitas não-centrais progressivas:
if ii==1
M(ii)=(2*v(ii)-5*v(ii+1)+4*v(ii+2)-v(ii+3))/h^2*EI;
% Para o último nó, usam-se diferenças finitas não-centrais regressivas:
elseif ii==m+1
M(ii)=(-v(ii-3)+4*v(ii-2)-5*v(ii-1)+2*v(ii))/h^2*EI;
% Para todos os outros nós, diferenças finitas centrais:
else
M(ii)=(v(ii-1)-2*v(ii)+v(ii+1))/h^2*EI;
end
end

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% 5 CÁLCULO DOS ESFORÇOS CORTANTES
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% Para cálculo dos esforços cortantes, faz-se o cálculo da derivada terceira
% dos deslocamentos.

V=zeros(m+1,1);

for ii=1:m+1
% Para o primeiro nó, diferenças finitas não-centrais progressivas:
if ii==1 || ii==2
V(ii)=(-5*v(ii)+18*v(ii+1)-24*v(ii+2)+14*v(ii+3)-3*v(ii+4))/(2*h^3)*EI;
elseif ii==m || ii==m+1
% Para o último nó, usam-se diferenças finitas não-centrais regressivas:
V(ii)=(3*v(ii-4)-14*v(ii-3)+24*v(ii-2)-18*v(ii-1)+5*v(ii))/(2*h^3)*EI;
% Para todos os outros nós, diferenças finitas centrais:
else
V(ii)=(-v(ii-2)+2*v(ii-1)-2*v(ii+1)+v(ii+2))/(2*h^3)*EI;
end
end

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