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COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Relatório Final
PIBIC/ COPES
1
Conteúdo
1 Introdução 3
2 Objetivos 4
3 Metodologia 6
4 Resultados e Discussões 7
4.2 Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.2.5 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.2.10 Diferenciabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2
4.2.11 Matriz jacobiana e Vetor Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.3.2 Contração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 Conclusões 63
6 Perspectivas 71
7 Referências 72
8 Outras Atividades 73
3
1 Introdução
entre outras.
Análise na Reta, Cálculo I e Cálculo III que nos proporciona conhecer diversos conteúdos
imediata dos muitos teoremas que estudamos nas disciplinas cursadas. Por isso, optamos
por realizar essa investigação acerca da relação entre os Teoremas mencionados sob a luz de
Este trabalho está estruturado em três subseções que fazem referência a aspectos
entre os teoremas acima citados e mostraremos alguns exemplos que retomem a equivalência.
inverter uma função, mesmo que localmente e faz uso das propriedades de diferenciabilidade
da inversa.E, por isso, também trataremos a respeito do Teorema da Função Inversa , que
diz basicamente que se Df (x0 ) é invertível, então f é invertível numa vizinhança de x0 . Este
determina condições sob as quais uma relação com F (x, y) = 0 dene como função de x ou
x como função de y. A solução é local no sentido que o tamanho do intervalo I pode ser
4
2 Objetivos
Implícita e Inversa. Visando alcançar os objetivos do projeto, foi proposto pelo orientador,
que o mesmo fosse executado em duas etapas: a primeira objetiva uma revisão dos
principais conceitos básicos alguns resultados preliminares que contribuirão para um melhor
formação mais aprofundada em que focalizaremos os resultados que darão subsídios para a
5. Conexidade;
5
Etapa 2: Janeiro de 2018 - Março.
2. Difeomorsmo do homeomorsmo;
4. Aproximações sucessivas;
6
3 Metodologia
Inversa e Implícita, bem como algumas de suas aplicações. Nosso trabalho está dividido em
Para cumprir cada etapa do projeto, são realizados estudos dirigidos com exposições
semanais pelo aluno na presença do orientador, sobre os temas dos estudos dirigidos sugerido
projeto.
7
4 Resultados e Discussões
o nosso objetivo nal, isto é, demonstrar a equivalência entre os Teoremas da Função Inversa
e da Função Implícita.
iguais a R:
Rn = R × R × · · · × Rn .
Os pontos de Rn são as n-listas x = (x1 , ..., xn ) cujas coordenadas x1 , ..., xn são números
reais.
x + y = (x1 + y1 , ..., xn + yn ),
e1 = (1, 0, ..., 0), e2 = (0, 1, ..., 0), ..., en = (0, 0, ..., 1),
8
que tem uma coordenada igual a 1 e as outras nulas. Para todo x = (x1 , ..., x2 ) em Rn ,
temos:
x = x1 e1 + ... + xn en .
De fato, dada T ∈ L(Rm ; Rn ), seja AT = (aij ) a matriz cuja j-ésima coluna é o vetor
coluna (T ej )t , onde {e1 , ..., en } é a base canônica de Rm ,ou seja, a matriz AT é denida pelas
igualdades
n
X
T (ej ) = aij e∗i (j = 1, ..., m).
i=1
∗ ∗ n
onde {e1 , ..., en } é base canônica de R .
n n
!
X X
TA (x) = aij xj , · · · , anj xj
j=1 j=1
φ : L(Rm ; Rn ) −→ M (n × m)
T 7−→ AT
é sobrejetora.
portanto,
9
.
Akl = (akl
ij ), 1 6 k 6 n, 1 6 m,
onde
1, (i, j) = (k, l)
(akl
ij ) =
0, (i, j) 6= (k, l)
Além disso, como φ é uma bijeção, podemos induzir em L(Rm ; Rn ) uma estrutura de
Podemos, assim, sempre que for conveniente, substituir L(Rm ; Rn ) ora por M (n × m) ora
por Rmn .
1, i = j
πi =
0, i 6= j
ou seja,
n
X
πi = (x1 , ..., xm ) = xi πi ej = xi
i=1
10
ϕ(λx + x0 , y) = λϕ(x, y) + ϕ(x0 , y);
ϕ(x, y) = ϕ(y, x)
4. ∀x 6= 0, hx, xi > 0.
Ou seja, o produto interno sobre E é uma função bilinear, simétrica e positiva denida.
hx, yi = x1 y1 + · · · xn yn ,
11
Proposição 1 (Desigualdade de Cauchy -Schwarz). Seja E um espaço vetorial com produto
interno h, i . Então
Ou seja,
Além disso, khx, yik = kxkkyk, se e somente se,4 =0 , ou seja, se e somente se, existe
λ0 ∈ Rtal que x + λ0 y = 0.
Denição 4. Uma norma num espaço vetorial real E é uma função real kk : E −→ R que
1. kλxk = |λ|kxk;
3. x 6= 0 =⇒ kxk > 0
12
Demonstração. De fato, como
e,
Temos que
Ou seja,
p q
|xk = hx, xi = x21 + · · · + x2n
Observação 5. Há uma innidade de normas que podem ser denidas no espaço euclidiano
13
Demonstração.
p
De fato, como kxkm = x21 + · · · + x2n > |xi |, ∀i = 1, · · · , n , temos que
kxkm 6 |xk.
Finalmente,
n
X
kxk2s = (|x1 | + · · · + |xn |)2 = |x1 |2 + · · · + |xn |2 + 2 |xi ||yi | > |x1 |2 + · · · + |xn |2 = kxk2
i,j=1
são equivalentes.
Observação 7. Uma norma pode não provir de um produto interno, ou seja, nem sempre
p
kxk = hx, xi
Com efeito, se a norma kxk provém de um produto interno h, i, então vale a identidade
do paralelogramo:
que diz que a soma dos quadrados das diagonais de um paralelogramo é igual à soma dos
De fato,
Com isso, podemos mostrar que as normas kkm e kks em Rn não provém de um produto
interno.
14
Demonstração. Sejam e1 e e2 vetores da base canônica do Rn , temos que
Observação 8. A forma geométrica das bolas e esferas, em geral, dependem da norma que
se usa.
1. B((a, b), r) = {(x, y) ∈ R2 /(x − a)2 = (y − b)2 < r} (disco aberto de centro (a,b) e raio
r > 0.)
2. B[(a, b), r] = {(x, y) ∈ R2 /(x − a)2 = (y − b)2 6 r} (disco fechado de centro (a,b) e
3. S[(a, b), r] = {(x, y) ∈ R2 /(x−a)2 = (y −b)2 = r} (círculo de centro (a,b) e raio r > 0.)
15
Figura 1: Bolas com a métrica Euclidiana.
Figura 2: Bola aberta, esfera e bola fechada no plano, em relação à norma do máximo.
1. B((a, b), r) = {(x, y) ∈ R2 /(x − a)2 = (y − b)2 < r} (disco aberto de centro (a,b) e raio
r > 0.)
2. B[(a, b), r] = {(x, y) ∈ R2 /(x − a)2 = (y − b)2 6 r} (disco fechado de centro (a,b) e
3. S[(a, b), r] = {(x, y) ∈ R2 /(x−a)2 = (y −b)2 = r} (círculo de centro (a,b) e raio r > 0.)
16
Figura 3: Bola fechada, esfera e bola aberta com relação à métrica da soma.
Demonstração. De fato,
⇐⇒ (x1 , · · · , xn ) ∈ a1 − r, a1 + r) × · · · × (an − r, an + r)
x, y ∈ X =⇒ [x, y] ⊂ X.
conjunto convexo.
k(1 − t)x + ty − ak = k(1 − t)x + ty − (1 − t)y − (1 − t)a − tak 6 k(1 − t)(x − a)k + kt(y − a)k = r
17
Denição 7. Um subconjunto X ⊂ Rn é limitado com respeito a uma norma em Rn quando
existe c > 0 tal que kx|| 6 c para todo x em X, ou seja, quando existe c > 0 tal que
X ⊂ B[o, c].
4.2 Preliminares
Esta seção nos conduzirá a alguns resultados importantes que nos auxiliarão na
e diferenciabilidade em Rn .
Cauchy. Tais sequências serão úteis para obtermos informações que serão estudadas na teoria
Denição 9. Dizemos que (xm )é limitada se ∃ r>0 tal que kxm k < r ∀ m ∈ N.
Mostraremos uma outra maneira de denirmos uma sequência limitada através das
xm = (xm m m
1 , x2 , · · · , xn , ∀ m ∈ N.
18
Demonstração.
⇒) Se (xm )m∈N é limitada Rn , então ∃ r > 0 tal que kxm k < r , ∀ m ∈ N. Logo, pela
(xm 2 m 2 2
1 ) + · · · + (xn ) ≤ r .
Assim,
(xm 2 2
i ) ≤ r ∀ i = 1, 2, · · · , n e ∀ m ∈ N.
Portanto,
|xm 2
i | ≤ r∀ m ∈ N e i = 1, 2, · · · , n.
Ou seja, (xm
i )m∈N é limitada em R, ∀ i = 1, 2, · · · , n.
(xm 2 m 2 2 2
1 ) + · · · + (xn ) ≤ r1 + · · · + rn , ∀ m ∈ N.
p
Portanto, kxm k ≤ r12 + · · · + rn2 = r ∀ m ∈ N.
m
Exemplo 7. Um exemplo de sequência limitada é (xm ), onde xm = ∀ m ∈ N, pois,
m+1
|xm | < 1 para todo m ∈ N.
1
Exemplo 8. A sequência xm = , sin(m) ∀ m ∈ N é uma sequência limitada em R2 .
m
De fato,
1
≤1 e sin(m) ≤ 1, ∀ m ∈ N
m
Logo, pelo Teorema 4.2.1, (xm )m ∈ N é limitada.
temos que (xm ) não é limitada, já que a segunda coordenada do n-ésimo termo desta
19
Denição 10. Dizemos que uma sequência, em Rn , (xm ) é convergente e converge para
x ∈ Rn se dado qualquer número > 0, é sempre possível encontrar um número n0 tal que
lim xn = x ⇔ lim xm
i = xi , ∀ i = 1, · · · , n,
Demonstração.
|xm
i − xi | ≤ kxm − xk < , ∀ i = 1, · · · , n,
Logo,
lim xm
i = xi , ∀ i = 1, · · · , n,
20
Logo, para k0 = max{k01 , · · · , k0n } e m ≥ k0 , encontramos
n
2
X n2
kxm − xk |xm 2
i − xi | < .
i=1
n
Portanto,
kxm − xk < , ∀ m ≥ k0 .
Denição 11 (Sequência de Cuachy) . Dizemos que uma sequência (xm ) ⊆Rn é de uma
k xk − xl k< ε
1
Exemplo 11. A sequência (xm ) = ((1, ))m∈N .
m
2
De fato, dado > 0, ∃n0 ∈ Ntal que n0 >
. Com isso, ∀m, k > n0 , obtemos
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
kxm − xk k < = hk(1, ) − (1, 1 )ik = k(0, − )k = | − | ≤ + ≤ − <
m k m k m k m k n0 n0
+ df rac2 =
2
Portanto, kxm − xk k < sempre que m, k > n0 . Por conseguinte, (xm ) é uma sequência
de Cauchy.
1
k(o, n0 ) − (0, n− 0 + 1)k = k(0, −1)k = 1 >
2
coordenadas.
Cauchy, ∀i = 1, · · · , n .
21
Demonstração. ⇒) Suponhamos que (xm ) é de Cauchy, então dado > 0 ∃ ∈ Ntal que ∀
m, k > no tem-se
kxm − xk k < .
|xm k
i − xi | 6 kxm − xk k < , ∀i = 1, · · · , n.
Logo, (xm
i )m∈N é de Cauchy EM R, ∀i = 1, · · · , n
|xm k
i − xi | < √ ∀i = 1, · · · , n
n
n
2
X 2
kxm − xk k = |xm k 2
i − xi | < n = 2
i=1
n
Exemplo 13. A sequência ((1 − cos m, m))m∈N ⊆ R2 não é de Cauchy, pois (m ⊆⊂ Rnão o
é.
em Rn .
Demonstração. Se (xk ) é um sequência de Cauchy em , então pelo teorema anterior, (xki )k∈N
( ∀ i=1, ..., n) é uma sequência de Cauchy em R.
lim xki = ai ; i=1, ..., n. Então segue pelo teorema ??, lim xk = a.
k→∞ k→∞
A recíproca é imediata.
22
Exemplo 14. A sequência ((0, m))m∈N ⊆ R2 é divergente , pois como foi mostrado
algumas propriedades que os caracterizam. Pretendemos ilustrar tal trabalho para que o
leitor possa ter uma melhor compreensão de alguns resultados que estão por vir. Porém,para
denirmos o que signica um conjunto ser aberto, precisamos aber que tipo de conjunto
Já o conjunto
Sr [x] = {y ∈ Rn : ky − xk} = r
B (x) ⊆ X
Observação 12. Sabemos que intX ⊆ X . Portanto, para provarmos que X é aberto é
23
Exemplo 15. O intervalo aberto (a, b) ⊆ R é aberto. Pelo que foi destacado anteriormente
temos que int(a, b) ⊆ (a, b). Seja c ∈ (a, b). Desejamos encontrar >0 tal que
c+<b⇒<b−c
c−>a⇒<c−a
Basta tomar = minb − c, c − a, daí temos que B (c) = (c − , c + ) ⊆ (a, b). Logo,
c ∈ int(a, b). Assim sendo, (a, b) ⊆ int(a, b). Portanto (a, b) = int(a, b), isto é, (a, b) é
aberto.
Exemplo 16. Considerando o conjunto [a, b), vemos que ele não é aberto, pois a ∈ [a, b),
mas a∈
/ [a, b), já que (a−, a) ⊆ (a−, a+) contém pontos que não estão em [a, b), ∀ > 0.
−
De fato, seja (x, 0) ∈ A, para todo > 0 temos que B ((x, 0)) * A, pois x, ∈ B ((x, 0))
2
−
e x, ∈/ A.
2
Exemplo 18. O conjunto X = {(x, y) ∈ R2 : x > 0} é um conjunto aberto
Isto é,
x
a − x > −r = − .
2
Por m,
x x
a>x− = > 0.
2 2
Isto nos diz que (a, b) ∈ X. O próximo resultado nos diz que a união (respectivamente
Rn .
Tm
i) Se A1 , A2 , · · · , Am são abertos, então i=1 Ai é aberto;
24
S
ii)Se (Aλ )λ∈L é uma família de conjuntos abertos, então λ∈L Aλ é aberto.
Demonstração.
Tm
i)Seja x∈ i=1 Ai , então x ∈ Ai , ∀ i = 1, 2, · · · , m. Com isso, existem r1 , r2 , · · · , rm > 0
tais que
Bri (x) ⊆ Ai , ∀ i = 1, 2, · · · , m,
S
item ii)Seja x∈ λ∈L Aλ , então ∃λ0 ∈ L tal que x ∈ A λ0 é aberto, então ∃r > 0 tal que,
[
Br (x) ⊆ Aλ0 ⊆ Aλ
λ∈L
S S
Portanto, x ∈ int λ∈L Aλ . Por m, λ∈L Aλ é aberto.
necessariamente é aberto.
tem uma relação fundamental com o Teorema do ponto xo para contrações ou ainda
fechado. Assim sendo, nesta seção, mostraremos tal denição como também outros aspectos
importantes que estão ligados a esse assunto e ainda algumas propriedades importantes que
25
Denição 15. Seja X ⊆ Rn . Dizemos que x ∈ Rn é ponto aderente a X se ∃(Xm ) ⊆ X tal
que lim xm = x.
1 1
Exemplo 20. Seja X={ : n ∈ N}. É fácil ver que lim = 0. Daí, 0 é ponto aderente a
n n
X. Observe que 0∈
/ X.
1
Exemplo 21. Seja X={ : n ∈ N} vimos que o ∈ X, mas 0∈
/ X. Logo X ( X.
n
Exemplo 22. Seja kxk = r x não
então
pertence à bola aberta B = Br (0) porém é aderente
1
a ela. Com efeito, pondo xk = 1 − x, para todo k ∈ N. Assim sendo
k
xk ∈ Br (0), ∀ k ∈ N, e lim xk = x. Logo x ∈
Br (0).Reciprocamente,x ∈ Br (0), então x = lim xk com kxk k < r, ∀ k ∈ N. Portanto
kxk = limkxk k ≤ r. Concluí-se então que x ∈ Br (0) ⇔ kxk < r, ou seja, Br (0) = Br [0]. O
mesmo argumento mostra que fecho de toda bola aberta Br (a) é bola fechada Br [a].
Exemplo 24. Vamos provar que Br (x). Seja y ∈= Sr [x], então ky − xk = r. Vamos provar
Assim,
1 1 1
kxm − xk = k 1 − (y − x)k = 1 − k(y − x)k = 1 − r < r, ∀m ∈ N
m m m
26
Ou seja, (xm ) ⊆ Br (x). Além disso,
lim xm = x = (y − x) = y
m−→∞
Ou seja, y ∈Br (x). Com isso, Br (x) ⊆Br (x).Agora, seja z ∈ Br (x), então ∈(xm ) ⊂
Br (x)tal tal que lim = .Assim,
m−→∞
Demonstração.
⇒)Seja x ∈ X ,então existe (xn ) ⊆ X tal que lim xn = x. Assim sendo,dado > 0,
xn0 ∈ B (x) ∩ X.
B (x) ∩ X 6= ∅.
⇐)Suponha que
B (x) ∩ X 6= ∅, ∀ > 0
B 1 (x) ∩ X 6= ∅, ∀ n ∈ N.
n
1
Logo, ∃ B 1 (x) ∩ X, ∀ n ∈ N. Portanto, kxn − xk < , passando o limite, quando n −→ ∞,
n n
obtemos 0 ≤ lim kxn − xk ≤ 0. Dessa forma, lim xn = x. Isto nos diz que x ∈ X.
Exemplo 25. Vamos mostrar que Z(o conjunto dos números inteiros )é fechado, isto é,
Z ⊆ Z. Suponha, que x∈
/ Z, então, ∃ > 0 tal que (x − , x + ) ∩ Z = ∅. Daí pelo Teorema
(falta referencia), x∈
/ Z. Ou seja CZ ⊆ CZ. Logo, Z ⊆ Z. Por m, Z é fechado em R.
Agora, relacionaremos as denições de conjunto fechado e aberto em Rn .
27
Teorema 8. X ⊆ Rn é fechado ⇔ X c = Rn X é aberto.
m
1. Se X1 , · · · , Xm são fechados, então∪i=1 Xi é fechado
C ∪m m
i=1 Xi = ∪i=1 CXi é aberto. Assim, ∪m
i=1 Xi é fechado.
2. (Xλ ) uma família qualquer de fechados, então C (∩λ Xλ ) = ∩λ CXi é aberto. Logo, ∩λ
pe fechado.
Exemplo 26. Sabemos que B1 (0) = ∪x∈B1 x. Assim, n so é verdade que uma união qualquer
28
4.2.4 Limites de Funções
Denição 18. Sejam f : X ⊆Rm −→ Rn e a ∈ X'. Dizemos que o limite de f (x) q, quando
Com efeito, devemos provar que dado um >0 arbitrário, podemos encontrar um δ>0
tal que , para kx − 3k < δ , se tenha k(x + 5) − 8k < pe equivalente a kx − 3k < . Portanto,
basta considerar que δ = . Concluiremos então que o limite da função (x+5) quando x
tende a 3 é 8.
4.2.5 Continuidade
contração aparecerá a ideia de continuidade uniforme e ambas tem uma relação importante.
29
Exemplo 30. Seja f :R→R uma aplicação denida por:
sin 1
, se x 6= 0;
f (x) = x
0 , se x = 0.
0 1
Veja que 0 ∈ R ∩ R = R. Temos ainda que lim sin não existe. Daí, segue que
x−→0
x
1 1
lim sin 6= 0 = f (0). Logo temos que lim sin 6= f (0). Ou seja, f não é contínua
x−→0 x x−→0 x
em 0.
Agora, veremos uma outra maneira de denir uma função ser contínua em um ponto.
Logo,
⇐) Considere que f não seja contínua em y, então ∃ > 0 tal que para todo δ > 0,
podemos encontrar xδ ∈ X com kxδ − yk < δ e kf (xδ ) − f (y)k ≥ .. Assim. ∃(xm ) ⊆ X com
1
kxm − yk < e kf (xm ) − f (y)k ≥ .
m
Logo,lim kxm − yk = 0. Por outro lado, lim f (xm ) 6= f (y).
30
4.2.6 Continuidade Uniforme
estabelece o que é uma função uniformemente contínua, pois, relacionaremos tal denição
De fato, dado > 0. Observe que ∀(x, y), (a, b) ∈ R2 , temos as seguintes equivalências:
31
⇐) Suponhamos válida a recíproca estabelecida no teorema. Se f não fosse
1
kxm − ym k < e kf (xm ) − f (y)k ≥ .
m
Então teríamos
lim kxm − ym k = 0
m−→∞
Sem que fosse lim kf (xm ) − f (ym )k = 0. Esta condição conclui a a prova do teorema.
mas,
1 1
f (xm ) − f (ym ) = m2 + 2 + 2
− m2 = 2 + 2 > 2.
m m
Logo, não se tem lim[f (xm ) − f (ym )] = 0
1
1
= lim 1 = 0
lim kxm − ym k = lim
(m, 0) − m,
= lim
0, −
m−→∞ m−→∞
m
m−→∞
m
m−→∞ m
Mas,
1
lim |p(xm ) − p(ym )| = lim p(m, 0) − p m, = 1 6= 0
m−→∞ m−→∞ m
. Logo, pelo Teorema anterior, p não é uniformemente contínua.
Observação 15. É fácil ver que toda função uniformemente contínua é contínua. Porém, a
recíproca não é verdadeira. No exemplo acima vimos que p não é uniformemente continua,
32
4.2.7 Funções de Lipschitz
kf (x) − f (y)k = kax + b − (ay + b)k = ka(x − y)k = |a|kx − yk, ∀x, y ∈ R
Logo, dado > 0, ∃ δ = >0 tal que ∀x, y ∈ X com kx − yk < δ , tem-se
c
kf (x) − f (y)k ≤ ckx − yk < c.δ = c. =
c
Exemplo 35. A recíproca da proposição não é verdadeira. Seja f : [0, 1] → R, dada por
√
f (x) = x, é uniformemente contínua, mas
√
√ x−y |x − y|
|f (x) − f (y)| = | x − y| = √ √ = √ √
x− y x+ y
1
Veja que, para xm = e ym = 0∀ ∈ N, tem-se que
m2
1 1 1
√ √ =r = = m −→ ∞
xm + y m 1 1
m2 m
33
1
Logo,∀c > 0, ∃ ko ∈ N tal que √ √ > c. Logo,
xm + y m
|xm0 − ym0 |
|f (xm0 ) − f (ym0 )| = √ √ > c|xm0 − ym0 |
xm0 + ym0
Nesta subsubseção, trataremos das derivadas parciais que estão inclusas na denição
existe i= 1, ··· , n
∂f f (a + tei ) − f (a)
Neste caso, escrevemos (a) = lim para a derivada de f em relação a
∂xi t−→0 t
i-ésima variável.
Outras notações: ∂f
∂xi
(a) = ∂i f (a) = Di f (a) = fxi (a).
xy
Exemplo 36. Seja f : R2 −→ R2 dada por f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
xy + y2
Então,
∂f
Analogamente,
∂xi
(0, 0) = 0.
Observação 16. É importante ressaltar que as derivadas parciais existirem não garante que
a função seja contínua, olhemos para o exemplo anterior, as derivadas parciais existem mas
34
Porém,
1
kf (xδ , yδ )k = epsilon =
2
Observação 17. Para cada a ∈ U, onde f: U −→ Rn possui uma i-ésima derivada em a,
temos que
∂f f (a + tei ) − f (a)
(a) = lim
∂xi t−→0 t
(∈ Rn ), caso o limite exista.
Exemplo 37. Seja f : R2 −→ R2 dada por f (x, y) = (x cos y, ex sin y). Temos que fé
diferenciável em (x, y) ∈ R2 . Veja que
Logo,
∂f f (a + tv) − f (a)
(a) = lim
∂v t−→0 t
de derivada direcional de f em a ∈ U, caso este limite exista. Caso contrário, diremos que a
35
Exemplo 38. Seja f : R2 −→ R2 denida por
x3 y
f:
x4 + y 2
t3 x3 ty t4 x3 y tx3 y
lim = lim 3 2 4 = lim 2 4 =0
t−→0 t(t4 x4 + t2 y 2 ) t−→0 t (t x + y 2 ) t−→0 (t x + y 2 )
∂f
Portanto,
∂v
(0, 0) =0
4.2.10 Diferenciabilidade
conceito.
Denição 24. Seja f: U −→ Rn uma função real denida no aberto U ⊆ Rn . Dizemos que
f é diferenciável em a ∈ U se
∂f ∂f ∂f
1.
∂x1
(a), ∂x 2
(a), · · · , ∂x n
(a) existem
n
X ∂f
f (a + v) − f (a) = (a) · vi + r(v)
i=1
∂x i
r(v)
Onde lim =0
v−→0 kvk
Dizemos que f é diferenciável em U se f é diferenciável em todo a ∈ U.
∂f ∂f
1.
∂x
(−1, 1) =2 e
∂y
(−1, 1) = 3;
36
∂f ∂f
2. Note que, para r(x, y) = ∂x
(−1, 1) ·x+ ∂y
(−1, 1) ·y obtemos
f = (f1 , · · · , fn ).
f (a + v) − f (a)
Demonstração. f é diferenciável em a ∈ R⇔ f '(a) existe ⇔ lim = f 0 (a) ⇔
v−→0 v
f (a + v) − f (a) − f 0 (a) |f (a + v) − f (a) − f 0 (a)|
lim ⇔ lim = 0 ⇔ f é diferenciável em a
v−→0 v v−→0 |v|
∈ R.
√
Exemplo 40. Considere a função f : R−→ Rdada por f (x) = x . Veja que f não é
√
f (x) − f (0) x−0 1
lim = lim = lim √ .
v−→0 x−0 v−→0 x v−→0 x
r(v)
Demonstração. Se f for diferenciável em a ∈U, então lim = 0. Daí,
v−→0 kvk
r(v)
lim r(v) = lim · kvk = 0
v−→0 v−→0 kvk
37
Logo,
" n # n
X ∂f X ∂f
lim [f (a + v) − f (a)] = lim = = 0,
v−→0 v−→0
i=1
∂xi (a) · vi + r(v) i=1
∂xi (a) lim vi + lim r(v)
v−→0 v−→0
alguns exemplos para que haja uma melhor compreensão acerca das denições.
Exemplo 41. Seja f : R2 −→ R2 dada por f (x,y)= (x cos y, ex sin y). Temos que fé
diferenciável em (x,y) ∈ R2 . Veja que
Logo,
O vetor denido
∂f ∂f
5f (a) = (a), · · · , (a)
∂x1 ∂x2
é chamado gradiente de f em a.
38
Outra notação : gradf (a)
espaços reais de dimensão maior ou igual a um. Com isso, precisamos estabelecer,
precisamente, como estender a conhecida derivada vista em Análise na Reta. Esta nova
|f 0 (a)| = Jf (a),
Exemplo 43. Vimos que para f (x,y) = xey , a matriz jacobiana no ponto (x,y) é dada por
cos y −x sin y
Jf (x, y) =
ex sin y ex cos y
Por m,
39
Teorema 12. Seja f: U −→ Rm uma aplicação diferenciável em a ∈ U denida no aberto
f (a + v) − f (a) = T · v + r(v)
Logo,
f (a + tv) − f (a) ∂f
T · v = lim = (a) = f 0 (a) · v
v−→0 t ∂v
Portanto, segue que T = f '(a)
Exemplo 44. Seja f : Mn (R) −→ Mn (R) uma aplicação diferenciável denida por f (X) =
X2 onde Mn (R) é o conjunto das matrizes reais n × n. Vamos utilizar o teorema acima para
f (X + H) =f (X) + XH + HX + r(H)
(X + H)2 =X 2 + XH + HX + r(H)
X 2 + XH + HX + H 2 =X 2 + XH + HX + r(H)
H 2 =r(H)
kr(H)k = kH 2 k
Consequentemente,
kr(H)k kH 2 k
= = kH
kHk kHk
Portanto,
kr(H)k
lim = lim kHk = 0
H−→0 kHk H−→0
Ou seja, Df (X) · H = XH + HX .
40
Exemplo 45. Seja f: U −→ Rm e g: U −→ Rp diferenciáveis em z ∈ U ⊆ Rn aberto.
∈ U e
De fato,
satisfazem,
r1 (v) r2 (v)
lim = lim =0
v−→0 kvk v−→0 kvk
Este teorema nos ajudará na demonstração do Teorema da função Inversa. Por isso,
n
∂f X ∂f
f (a + v) − f (a) = (a + θv) = h5f (a + θv), vi = (a + θv) · vi
∂v i+1
∂x i
onde v = (v1 , ·, vn )
λ(t) = a + tv
41
Pelo Teorema do Valor Médio para funções em que temos que ∃ θ ∈ (0, 1) tal que
Portanto,
à ideia de contração.
Denição 29. Seja f : [a, b] −→ Rn uma aplicação contínua em [a, b]e derivável em t ∈ (a, b).
Considere que kf (t)k ≤ c = constante , ∀t ∈ (a, b). Então
Consequentemente,
Logo,
42
Teorema 14. (Desigualdade do Valor Médio). Sejam U ⊆ Rm aberto e f : U −→ Rm uma
kf 0 (x)k 6 M, ∀x ∈ U,
kf (a + v) − f (a)k 6 M kvk.
Assim sendo,
e λ0 (a + tv) · v .
6kλ0 (a + tv) · vk
6kλ0 (a + tv)kkvk
6M kvk
43
4.2.15 Resultados Básicos de Álgebra Linear
Apresentaremos uma breve noção sobre transformações lineares entre espaços vetoriais e
v = v1 + v2
V = V1 ⊕ V2
Exemplo 46. O espaço R3 é uma soma direta dos espaços U = {(x, 0, 0); x ∈ R} e
V = {(0, y, zy, z ∈ R)} É imediato que U ∩ V = {(0, 0, 0)}. Por outro lado, para cada
(x, y, z) ∈ R3 , temos
V = V1 + V2 , então V = V1 ⊕ V2 ⇔ V1 ∩ V2 = {0}
v =v+0=0+v
44
Reciprocamente, considere queV1 ∩ V2 = {0}. Como V = V1 + V2 , então todo v ∈ V
v1 + v2 = w1 + w2
Assim,
v1 − w1 = v2 − w2
conseguinte,
v1 − w1 = 0 ⇒ v1 = w1
v2 − w2 = 0v2 = w2
Ou de forma equivalente
Observação 18. Dada uma transformação linear, temos que T (0) = 0. De fato, onde
T (0) = T (0 + 0)
Assim,
T (0) = 0
45
Exemplo 47. A transformação identidade I : U −→ U dada porI(u) = u ∀u ∈ U. é uma
transformação linear.
Com efeito,
T (x, y, z) = (x + 1, y + z)
ker T = {v ∈ V ; T (v) = 0}
temos que
se,
(x + y, 2x − y) = (0, 0)
ou seja,
x+y = 0
2x − y = 0
x=y=0
46
Proposição 5. O núcleo de uma transformação linear T : U −→ W é um subespaço vetorial
de V.
Portanto, ker T = 0
u − v = 0 =⇒ u = v
Portanto, T é injetiva.
W.
47
Demonstração. Note que 0 pertence a imagem T , pois 0 = T(0) .
Logo, ImT 6= ∅.
Demonstração. Seja {v1 , v2 , · · · , vn } uma base do KerT ⊆ V. Podemos completar tal base
1) β1 é L.I. Sejam ai j ∈ R,
=⇒ a1 u1 + · · · + ak uk ∈ Ker
=⇒ a1 u1 + · · · + ak uk = x1 v1 + · · · + xn vn
=⇒ a1 u1 + · · · + ak uk − x1 v1 − · · · − xn vn = 0
Note que a igualdade acima representa uma combinação linear da base de V. Logo,
a1 = · · · = ak = x 1 · · · = x n = 0
48
2) hβ1 i gera ImT
Como v ∈ V, então,
v = λ1 v1 + · · · + λn vn + λj u1 + · · · + λk uk
w =T (v)
=T (λ1 v1 + · · · + λn vn λj u1 + · · · + λk uk )
w = λj T (u1 ) + · · · + λk T (uk )
Portanto,
Nesta seção trabalharemos o método das aproximações sucessivas do qual faremos uso
para alcançar nosso objetivo principal. Para tal, recorreremos as denições de difeomorsmo,
49
Denição 34. Um homeomorsmo do conjunto U ⊂ Rn sobre o conjunto V ⊂ Rn é uma
√ √
f (x) − f (0) 3
x−0 3
x 1
lim = lim = lim = lim √
x−→0 x−0 x−→0 x − 0 x−→0 x x−→0 3
x2
não existe.
Observação 19. Pela denição 4.3.1 temos que todo difeomorsmo é um homeomorsmo,
já que toda função diferenciável é contínua. A recíproca não é verdadeira, pois o fato de ser
Denição 36. Seja uma f: U −→ Ruma função denida no aberto U⊆ Rm . Dizemos que
k
f é de classeC e escrevemos f ∈ CK em que, 1 6 k 6 ∞, se em cada ponto de U, f possui
f ∈ CK, ∀ K ∈ N.
Exemplo 52. Seja f ; R2 −→ Ruma aplicação dada por f (x, y) = exy , temos que
∂f ∂ 2f ∂ 2f
(x, y) = yexy , (x, y) = y 2 exy , (x, y) = exy + xyexy = exy (1 + xy)
∂x ∂x∂x ∂x∂x
∂f ∂ 2f ∂ 2f
(x, y) = xexy , (x, y) = x2 exy , (x, y) = exy + +xyexy = exy (1 + xy)
∂y ∂y∂y ∂x∂y
Logo, f ∈ C 2. Fazendo essas derivadas de maneira sucessiva, temos e forma clara que
f ∈ C∞
50
aberto Vx , e que x ∈ vx ⊂ U e a restrição de f a Vx é um difeomorsmo sobre um aberto Wx
( que contém f (x)). Quando f é de classe Ck, dizemos que f é um difeomorsmo local de
classe Ck.
Porém, a recíproca não é válida. Este fato será justicado pelo Teorema da Função Inversa.
onde f (U ) ⊆ V . Então
e,
s(w) r(v)
onde lim =0 e lim = 0. Com isso,
w−→0 kwk v−→0 kvk
g ◦ f (a + v) = g(f (a + v))
= g(f (a) + w)
= g(b + w)
51
p(v)
Seja p(v).r(v) + s(w). Devemos provar que lim = 0. Mas
v−→0 kvk
kwk
Além disso, é limitado quando v é sucientemente pequeno. De dato, primeiramente
kvk
observe que
r(v)
v −→ 0 ⇒ w = f 0 (a)v + r(v) = f 0 (a)v + kvk −→ 0
kvk
r(v)
Pois f 0 (a) é contínua e lim = 0. Logo,
v−→0 kvk
r(v) kwk
Como lim = 0, então é limitado para v sucientemente pequeno. Por m,
v−→0 kvk kvk
p(v) r(v) s(w) kwk
= g 0 (b). + . −→ 0
kvk kvk kwk kvk
quando v −→ 0.
Exemplo 53. Se f : R−→ R2 é dada por f (x) = (cos x, sin x) e g : R−→ Rpor g(x) = x2 ,
temos que f ◦ g : R−→ R2 é dada por
Daí,
52
Corolário 2. Se f : U −→ Rn , g : V −→ Rp , onde V ⊆ Rn e V ⊆ Rn são abertos e
(g ◦ f )0 ≡ (g 0 ◦ f ) ◦ f 0 : U −→ L(Rn , Rp )
Se f, g ∈ C 1 , então
(g ◦ f )0 = (g 0 ◦ f ).f 0 ∈ C 0
Logo, f, g ∈ C 1 . Se f, g ∈ C 2 , obtemos
(g ◦ f )0 = (g 0 ◦ f ).f 0 ∈ C 1
(g ◦ f )0 ∈ C k−1 . Portanto, (g ◦ f )0 ∈ C k .
g −1 ◦ g = IdVx
Derivando , obtemos
D(g −1 ◦ g) = D(IdVx )
53
pois IdVx é linear. Portanto, se v ∈ ker D(g(x)), onde Dg(x) : Rm −→ Rm é linear, temos
que
−1
v = Idm
R (v) = D(g )(g(x)) ◦ D(g(X)) · v.
já que, D(g −1 )(g(x)) é linear. Logo, temos que v = 0 e , pelo Teorema do Núcleo e da
Exemplo 54. Dada a aplicação f : R−→ (0,∞), denida por f (x) = ex , temos que f
é um difeomorsmo de classe C∞ . Logo fé um difeomorsmo local de classe C ∞, em
queDf (x) : R −→ Ré f
dada por D (x)·λ = λf '(X) = λex . f
Sabemos que D (x) é linear,mas
Além disso,
Com efeito, se λ ∈ ker Df (x), então Df (x) · λ = 0, isto é, λex = 0. Como ex 6= 0, segue
isomorsmo.
54
homeomorsmo sobre Vx . Em geral
V = Ux∈U (Vx ∩ V )
arbitrária de abertos.
4.3.2 Contração
alguns resultados que estão inteiramente relacionados com o Teorema da Função Inversa.
Denição 38. Seja X ⊆ Rm . Uma aplicação f : X →Rn chama-se uma λ-contração quando
existe 0≤λ<1 tal que
Observação 21. Quando não houver possibilidade de confusão, escreveremos k.k para
√ √
1 1
kf (x) − f (y)k =
2x + 2 − 2y + 2
1
=
(x − y)
2
1
= kx − yk, ∀x, y ∈ Rm .
2
Observação 22. É fácil ver que toda λ-contração é uma função função Lipschitziana.
Como toda função Lipschitziana é uniformemente contínua, segue que toda λ-contração
é uniformemente contínua.
55
4.3.3 Ponto Fixo
Nesta subsubseção, daremos nome aos pontos que são mantidos pela lei de transformação
Denição 39. Um ponto xo de uma aplicação f : X ⊆ Rm →Rm é um ponto x∈X tal
que f (x) = x.
Exemplo 56. Seja f :R2 →R2 uma aplicação denida por f (x, y) = (x, y) o ponto (1, 2) ∈
R2 é um ponto xo pois f (1, 2) = (1, 2).
π
f (x, y) = sin(x), − cos(y)
2
π
O ponto 0, é um ponto xo de f, pois,
2
π π π π π
f 0, = sin(0), − cos = 0, − 0 = 0,
2 2 2 2 2
Por outro lado, é fácil ver que (0, π) não é ponto xo de f, já que,
π π π+2
f (0, π) = sin(0), − cos (π) = 0, + 1 = 0,
2 2 2
A seguir demonstraremos o Teorema do Ponto Fixo para Contrações que tem uma
56
Demonstração. Como f :F →F é uma λ-contração, então existe λ ∈ [0, 1) tal que
Portanto,
≤ λkxk − xk−1 k
≤ λ2 kxk−1 − xk−2 k
kxk+1 − xk )k ≤ λk kx1 − x0 k.
pois,
p−1 p−1 p−1 ∞
X
k+i
X
k i k
X
i k
X 1 λk
λ = λ .λ = λ λ ≤λ λi = λk =
i=0 i=0 i=0 i=0
1−λ 1−λ
P∞
É importante destacar que 1−λ > 0 e i=0 λi é uma série geométrica. Como λ ∈ [0, 1),
então kxk+p − xk k −→ 0,quando p −→ ∞. Assim (xk ) é uma sequência de Cauchy em Rm .
57
Como Rm é completo, então existe a ∈Rm tal que lim xk = a. Mas F é fechado e (xk ) ⊆ F ,
então a ∈ F. Vamos provar agora que a é o ponto xo de f. Como f é uma λ-contração
então f é uniformemente contínua, logo
ou seja, f (a) = a, daí a é ponto xo de f. Vamos provar que a é o único ponto xo de f.
Seja b um ponto xo de f, então b = f (b), logo
kb − ak − λkb − ak ≤ 0 =⇒ kb − ak(1 − λ) ≤ 0.
f.
Lema 1. Seja f : X →Rm uma λ-contração. Se X contém a bola fechada Br [a] tal que
kf (a) − ak ≤ (1 − λ)r, então f admite um ponto xo em Br [a].
Demonstração. Vamos provar que f (Br [a]) ⊆ Br [a]. De fato, seja y ∈ f (Br [a]) então
ky − ak = kf (x) − ak
≤ λkx − ak + (1 − λ)r.
Teorema do Ponto Fixo para Contrações que f admite um ponto xo em Br [a].
tal fato seja nalizado utilizaremos o Lema 1 juntamente com as denições de λ-contração,
58
homeomorsmo e conjuntos abertos.
= kx − y + ϕ(x) − ϕ(y)k
≥ kx − yk + kϕ(x) − ϕ(y)k
Logo f (x) 6= f (y). Portanto f é injetiva. Ou seja, f é uma bijeção sobre f (U ). Agora vamos
1
kf −1 (w) − f −1 (z)k ≤ kw − zk, ∀w, z ∈ f (U ).
1−λ
soma de funções contínuas. Portanto como f é uma bijeção contínua e sua inversa, f −1 ,
também é contínua, segue que f é um homeomorsmo. Vamos provar agora que f (U ) é
aberto. Tomemos b ∈ f (U ), devemos mostrar que ∃s > 0 tal que Bs (b) ⊆ f (U ). Mas,
∃a ∈ U tal que b = f (a) = a + ϕ(a).Como U é aberto, então ∃r > 0 tal que Br [a] ⊆ U .
Vamos denir ξy : Br [a] →Rm , onde y ∈Rm é xo, por ξy (x) = y − ϕ(x), ∀x ∈ Br [a]. Então
59
É fácil ver que ξy é λ-contração. De fato,
= kϕ(x) − ϕ(x0 )k
≤ λkx − x0 k, ∀x ∈ Br [a],
= ky − (ϕ(a) + a)
= ky − bk
≤ (1 − λ)r,
pois, y ∈ B(1−λ)r [b]. Logo, pelo Lema1 ,ξy tem um ponto xo em Br [a]. Ou seja,ξy (x) =x⇔
f (x) = y, x ∈ Br [a].. Daí B(1−λ)r [b] ⊆ f (Br [a]) ⊆ f (U ), pois, Br [a] ⊆ U . Seja
r
s = (1 − λ) ,entãoBs (b) ⊆ f (U ).
2
Ou seja, f (U ) é aberto. Agora provaremos que se U =Rm , então f (U ) =Rm . Sabemos
que f (U ) é aberto, então basta mostrar que f (U ) é fechado. Seja (yk ) ⊆ f (U ) uma sequência
tal que yk −→ y ∈Rm , então ∃(xk ) ⊆ U =Rm tal que f (xk ) = yk e vimos que
com (1 − λ) > 0. Como (yk ) é convergente, (logo, de Cauchy) então (xk ) é de Cauchy em
60
Corolário 3. Sejam U ⊆Rm um aberto e f : U →Rm uma aplicação denida por
f (x) = T x + ϕ(x), onde T :Rm →Rm é uma aplicação linear invertível e ϕ : U →Rm satisfaz
= kT −1 (ϕ(x) − ϕ(y))k
≤ kT −1 kkϕ(x) − ϕ(y)k
61
Demonstração. Denotaremos por g a aplicação f −1 . O único candidato para Dg(b) é
s(w)
Vamos mostrar que lim = 0. Seja v = g(b = w) − g(b). Então,
w−→0 kwk
r(v)
w = f (a + v) − f (a) = Df (a).v + r(v), onde lim = 0.
v−→0 kvk
Logo,
v = g(b + w) − g(b)
= Df (a)−1 .w + s(w)
s(w) s(w)
Daí, s(w) = −Df (a)−1 .r(v) ⇒ = −Df (a)−1 . . Como Df (a) é isomorsmo, então
kwk kwk
1 r(v)
Seja c = , então,kDf (a).vk ≥ 2ckvk, ∀v ∈ Rm . Como lim = 0, então
2kDf (a)−1 k v−→0 kvk
62
∃δ > 0 tal que kvk < δ ⇒ kr(v)k < ckvk. Logo,
kwk = kf (a + v) − f (a)k
≥ 2ckvk − ckvk
s(w) r(v)
lim = − lim Df (a)−1
w−→0 kwk w−→0 kwk
−1 r(v) kvk
= − lim Df (a)
w−→0 kvk kwk
=0
63
5 Conclusões
mencionados anteriormente e para tal objetivo faremos o uso de todos os resultados que
Este teorema trata da possibilidade de inverter uma função, mesmo que localmente. Além
inverso. A seguir, enunciaremos e demonstraremos esse Teorema para que através do mesmo,
Portanto, r(x) = f (x) − Df (0)x é de classe Ck, pois f é de classe Ck e Df (0) é linear.
Além disso,
1
Seja λ tal que 0<λ< (Df (0) é um isomorsmo). Como r ∈ Ck , então
kDf (0)[ − 1]k
m
Dr : U −→ L(R ) é contínua e assim,
64
com isso, ∃δ > 0 tal que kxk < δ ⇒ kDr(x)k < λ. Isto é, existe V = Bδ (0) vizinhança
de x0 = 0 tal que
kDr(x)k < λ, ∀x ∈ V
aberto W que contém f (x0 ). Como f ∈ C k , então Df : U −→ L(Rm ) é contínua. Além disso,
Df (x0 ) é um isomorsmo, isto é [Df (x0 )]é ma matriz invertível. Portanto, diminuindo V se
necessário, [Df (x)] é invertível (basta usar a continuidade do determinante), ou seja, Df (x)
é um isomorsmo, ∀x ∈ V . Pelo lema da Diferenciabilidade do Homeomorsmo Inverso,
f |V : V −→ W é um difeomorsmo.
Vamos agora mostrar que g ∈ Ck. Note queDg = i ◦ Df ◦ g , onde i(x) = x−1 é de classe
Exemplo 58. Seja f : R2 −→ R2 dada por f (x, y) = (ex cos y, ex sin y . Daí, a matriz
Portanto, det[Df (x, y)] = e2x 6= 0, ∀(x, y) ∈ R2 . Logo, Df (x, y) é um isomorsmo para
vimos que f não é um difeomorsmo. Isso justica que nem sempre um difeomorsmo local
é um difeomorsmo.
Exemplo 59. Lembre que uma matriz X é uma raiz quadrada de uma matriz Y quando
X 2 = y. Vamos utilizar o Teorema da função Inversa para provar que próximo da identidade
65
toda matriz tem uma raiz quadrada. Seja f : Mn (R) −→ Mn (R) dada por f (X) = x2 , onde
Mn (R) é o conjunto das matrizes reais n × n. Assim,
f (I) = I 2 = I, f ∈ C 2 e Df (X)H = XH + HX
Em particular,
∀I ∈ f (V ), ∃!x ∈ V ; f (X) = Y
I = f (I)).
Implícita.
cada x∈V há um único ξ(x) ∈ F tal que (x, ξ(x)) ∈ Z e (F (x), ξ(x)) = c. A aplicação
Demonstração. Dena φ : U −→ E× Rn por φ(x, y) = (x, f (x, y)). Note que φ ∈ Ck, pois f
66
Dξ(z0 )(h, k) = (h, ∂1 f (x0 , y0 )h + ∂2 f (x0 , y0 )k), ∀(h, k) ∈ Rm+n
difeomorsmo de classe Ck de uma vizinhança z0 em uma vizinhança de (x0 , c). Esta última
f ◦ h(x, w) = w, ∀(x, w) ∈ V × W,
(x, w) =φ ◦ h(x, w)
67
f ◦ h(x, w)), ∀ ∈ V × W.
Além disso, ξ = h2 (., c) : V −→ F . Como h = φ−1 é de classe Ck, então ξ ∈ Ck. Além
disso,
Agora vamos provar a unicidade de ξ(x). Seja (x, y) ∈ Z tal que f (x, y) = c, então
(x, y) =h ◦ ξ(x, y)
∂1 f (x, ξ(x)) + ∂2 f (x, ξ(x)) ◦ Dξ(x) = 0 ⇒ Dξ(x) = −[∂2 f (x, ξ(x))]−1 ◦ ∂1 f (x, ξ(x))
Implícita
Suponhamos que o Teorema de Função implícita seja válido, vamos provar, a partir deste,
que o Teorema da Função Inversa é verdadeiro. Assim, como já provamos a recíproca, estes
68
F (x, y) = f (y) − x
F (x0 , y0 ) = f (x0 ) − y0 = y0 − y0 = 0
Função Implícita existe uma vizinhança V de y0 tal que para cada x ∈ V, ∃!ξ : V −→ Rm
∈ Ck tal que
Além disso,
Portanto,
Dξ(x) = −[∂2 f (x, ξ(x))]−1 ◦ Idv = [Df (x, ξ(x)) ]−1 ◦ Idv , ∀x ∈ V
Em particular,
ξ ◦ ϕ(x) = x, ∀x ∈ W
69
Logo,
ξ ◦ f = Idw ef ◦ ξ = Idv .
y0 = f (x0 ).
Assim, com esta aplicação, podemos provar que próximo a identidade qualquer matriz
tem uma raiz quadrada, desta vez utilizaremos o Teorema da Função Implícita . Com efeito
Logo,
Com isso,
φ(Y )2 − Y = 0, ∀Y ∈ V
Portanto,
φ(Y )2 = Y, ∀Y ∈ V
70
Ou seja, Y possui uma raiz quadrada em V.
71
6 Perspectivas
Espera-se que a pesquisa contribua de modo que possamos interagir com as mais variadas
melhor desempenho no curso acadêmico. Nossa meta está pautada, que todos participantes
estudos em um novo projeto, aprofundando ainda mais na teoria, de maneira mais geral.
72
7 Referências
Referências
[1] HOFFMAN, K., KUNZE, R., Linear Algebra. Second Edition. New Jersey: Prentice-
[2] LIMA, E. L., Álgebra Linear. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Coleção Matemática
Universitária, 2012;
[4] LANG, SERGE, Real Analysis, Yale University, New Haven, 1969.
[5] LIMA, E. L. Análise Real, Vol. 1, Rio de Janeiro, IMPA. Coleção Matemática
Universitária, 1999.
[6] LIMA, E. L. Análise Real, Vol. 2, Rio de Janeiro, IMPA. Coleção Matemática
Universitária, 2015.
Euclides).
[8] MITRINOVIC, D. S., PECARIC J. E., FINK, A. M., Classical and New Inequalities in
Analysis. Springer, 1st ed., 1993;
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8 Outras Atividades
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