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Yahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiru

Volume 2

Capítulo 2: Hikigaya Komachi com certeza vai se casar com seu


Onii-chan quando ela crescer (Eu acho)
Isso foi duas semanas antes dos exames semestrais.
Um estudante do Ensino Médio modelo é aquele que para em um restaurante
familiar, no caminho para casa, apenas para poder estudar. Aconteceu de eu parar em
um, no dia em que os professores visitaram o Departamento Municipal de Educação, o
que significava que as aulas acabaram mais cedo e as atividades dos Clubes foram
canceladas.
Eu estava fazendo um trabalho simples, apenas escrevendo algumas palavras em
Inglês repetitivamente. Eu era como um monge budista de antigamente. Você poderia
até mesmo dizer que eu era como o Shinran[1]. Aliás, Shinran foi a pessoa que pregava a
doutrina ‘Confie nos outros para encontrar a iluminação’ – Ele era um grande homem. Esses
ensinamentos causaram uma grande impressão em mim e, então, eu também decidi confiar
em alguém. Eu pensava como um budista, então eu era totalmente como o Shinran.
Após alguns minutos, eu terminei de tomar notas e olhei para meus arredores enquanto
engolia meu chocolate. Foi quando isso aconteceu.
– Yukinon, desculpe por não termos ido ao Saize.
Disse a garota.
– Nós vamos provar o arroz à milanesa da próxima vez, okay? Eu também recomendo o Bife
de Hamburgo com vegetais e salsa, no entanto...
– Eu particularmente não me importo com onde vamos. Todos os lugares fazem as mesmas
coisas.
Disse a outra garota.
– Pensando nisso, Bife de Hamburgo é mesmo um prato Italiano?
Eu escutei vozes familiares.
– Oh!
Uma voz exclamou.
– ... Ah.
Disse a outra voz.
– Droga.

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Eu reclamei.
Nós três vimos os rostos uns dos outros e nos deslocamos na direção uns dos outros. O
que, nós éramos a cobra, o sapo e a lesma[2]? Eu tinha a sensação de que eu era a lesma.
As duas garotas com uniforme escolar que haviam entrado eram Yukinoshita Yukino e
Yuigahama Yui. Para minha consternação, eu também as conhecia como minhas companheiras
de Clube. (Aliás, ‘companheiras de Clube’ é o termo usado para se referir aos membros dos
Clubes Culturais, ao contrário de ‘companheiro de time’ dos Clubes Esportivos. Essa era a
primeira vez que eu tentava usar esse termo.)
– Hikki, o que você está fazendo aqui?
Yuigahama perguntou.
– Er, um, estudando...
– Oooooh, não esperava ver você aqui. Yukinon e eu íamos estudar um pouco por aqui...
então, um, quer se juntar a nosso grupo de estudos?
Yuigahama disse enquanto seu olhar transitava entre meu rosto e o de Yukinoshita.
– Sim, tanto faz.
Eu disse.
– Bem, eu tenho que estudar as mesmas coisas que vocês.
– ... De fato.
Disse Yukinoshita.
– Ter você aqui não muda muita coisa.
Pela primeira vez, nós não estávamos mordendo a cabeça um do outro. Por um momento,
Yuigahama inclinou levemente a cabeça, surpresa com esse desenvolvimento, mas ela deixou
isso de lado com um “Okay, está decidido! ” e correu para minha mesa.
Nós ajudamos a pegar as novas bebidas no bar de bebidas self-service e, quando estávamos
para levá-las de volta para nossa mesa, Yukinoshita fixamente olhou para o balcão vazio. Ela
segurava seu copo na mão direita e, por alguma razão, uma pequena moeda na mão esquerda.
Depois de uma pausa, ela disse:
– Ei, Hikigaya-kun. Onde você coloca o dinheiro?
– Hum?
Ela estava me passando a perna? Será que nossa querida Yukinoshita-san realmente não
sabia como funcionava um bar de bebidas self-service? Que tipo de infância protegida ela
teve?
– Nah, você não precisa de dinheiro. É apenas, sabe.... como um buffet apenas de bebidas?
– ... O Japão é um país bastante generoso.

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[2] Esta é uma referência a uma lenda Japonesa sobre os poderes das cobras, dos sapos e das
[1] Shinran foi um monje budista Japonês.
lesmas. Qualquer semelhança com Naruto não é mera coincidência.
Yukinoshita disse, com um sorriso obscuro nos lábios, mostrando emoções que eu não
compreendia. Enquanto ela falava, ela desistiu de sua posição a minha frente na fila. E então,
ela observou intensamente enquanto eu enchia meu copo. A máquina soltava um zumbido à
medida que derramava coca no meu copo e Yukinoshita assistia ao que estava acontecendo
com brilho nos olhos.
Eu estava sem palavras. Apenas para ter certeza de que eu não estava enganado sobre o
que eu havia acabado de ver, eu coloquei meu copo sob a máquina de café expresso enquanto
estava nisso. Quando eu pressionei o botão para chocolate, ela deixou escapar um baixo “Oh,
então é assim que se faz isso...”.
Com a mão trêmula, Yukinoshita encheu seu copo com a bebida que queria e nós três
voltamos a nossos lugares juntos. Já estava na hora de nosso grupo de estudos começar.
– Okay, vamos começar.
Ao sinal de Yuigahama, Yukinoshita prontamente colocou seus fones de ouvido. Eu a olhei
de canto de olho e, então, coloquei meus próprios fones de ouvido.
Yuigahama olhou para nós com um olhar horrorizado no rosto.
– Hum!? Por que vocês estão ouvindo música!?
– Sabe, você supostamente escuta músicas quando está estudando.
Eu disse.
– Isso bloqueia o barulho.
– De fato.
Disse Yukinoshita.
– O fato de que eu posso me concentrar ao bloquear os ruídos, é uma excelente prova de
que isso é eficaz em minha motivação.
Yuigahama bateu o punho sobre a mesa.
– Não é assim que isso funciona! Não em grupos de estudo!
Ela protestou.
Com a reação de Yuigahama, Yukinoshita pôs uma mão no queixo, em um gesto que
indicava que ela estava pensando.
– Então, o que você propõe que façamos neste grupo de estudos?
Ela perguntou, por fim.
– Uhhhh, descobrir o que vai cair no teste, fazer perguntas sobre as partes que não
sabemos... claro, vamos procurar por algumas brechas e discutir algumas coisas e, então,
trocar informações. E... vamos conversar um pouco, eu acho?
– Isso é apenas ficar falando o tempo todo...
Eu disse.

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Era um grupo de estudos sem nem mesmo um pouco de estudo. Você não poderia chamar
isso de perda de tempo?
– Estudar sempre foi uma atividade solitária por si mesma.
Yukinoshita disse, como se percebesse alguma coisa. Eu pensava da mesma forma.
Em outras palavras, se você fosse um solitário, estudar está completamente dentro das
suas habilidades! Eba, eba! Ei, isso é que diz aquele mangá que ensina sobre estudos em casa.
Yuigahama fez uma careta para a ideia de estudar desde o começo, mas quando ela viu o
modo como Yukinoshita e eu pretendíamos estudar em silêncio, ela deixou escapar um suspiro
resignado e começou a trabalhar.
E desse modo, cinco minutos se passaram. E então dez. E então uma hora.
Olhando para as duas, eu vi que o rosto de Yuigahama estava levemente contorcido e ela
mantinha sua mão parada. Yukinoshita, por outro lado, prosseguia resolvendo problemas
matemáticos sem nem sequer murmurar.
Eventualmente, Yuigahama voltou seu olhar para mim e perguntou, como se já não
pudesse mais suportar a intensa concentração.
– Er, um... então, sobre essa questão...
Ela perguntou corando, como se seu orgulho não pudesse lidar com a vergonha de
perguntar a mim, entre todas as pessoas, sobre a questão.
– O Efeito Doppler, hum...
Eu disse.
– Eu não sei muito sobre isso, uma vez que eu desisti das ciências. Agora, se você estiver
perguntando sobre Baki the Grappler[3], eu posso explicar para você, então, isso é bom o
bastante para você?
– Essa é a última coisa que eu quero! Luta profissional não tem nada a ver com nada!
Então isso não é bom o bastante, hum. E eu também tinha tanta confiança em meus
conhecimentos.
Yuigahama fechou seu livro e seu caderno, resignada, e bebeu seu chá gelado. Quando ela
ergueu o copo e olhou em volta, ela soltou um suspiro, como se tivesse percebido alguma
coisa.
Meu interesse foi despertado. Olhei na mesma direção e, de pé, havia uma garota de boa
aparência vestida com um uniforme de marinheira desalinhado, o que era fofo a sua maneira.
– É a minha irmãzinha...
Minha irmãzinha, Komachi, estava parada diante da registradora, sorrindo alegremente. Ao
lado dela, estava um garoto com uniforme do Fundamental.
– Droga, espere.

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[3] Baki the Grappler é um mangá sobre luta.
Eu disse, levantando-me do meu assento quando os dois estavam saindo. Porém, quando
eu saí do restaurante, os dois já não estavam mais a vista.
Relutantemente, eu voltei para dentro e foi nesse momento que Yuigahama falou:
– Então, uhhh, era a sua irmã mais nova?
– Ugh. Por que ela estava com um garoto em um restaurante familiar...?
Eu estava tão abalado que não poderia voltar a estudar. Não havia como a minha irmãzinha
estar matando tempo por aí em um restaurante familiar, ainda por cima com um garoto que
eu não conhecia.
– Ela devia estar em um encontro!
Yuigahama sugeriu.
– Isso é tolice... sem chance...
– Você realmente pensa assim? A Komachi-chan é bonita, então não seria nenhuma
surpresa se ela tivesse um namorado, certo?
– Eu não vou tolerar minha irmã mais nova ter um namorado quando eu não tenho uma
namorada— eu sou o irmão mais velho aqui! Irmãzinhas não devem superar seus irmãos mais
velhos!
Yukinoshita tirou seus fones de ouvido e olhou para mim.
– Por favor, pare de gritar essas declarações insípidas. Eu escutei você, mesmo usando
fones de ouvido.
Era como se ela estivesse me dizendo que estava segurando uma granada na mão. Faça um
movimento e está morto.
– Er, não. É só que, pensar que minha irmã estava com um misterioso e não identificado
garoto...
– Ele era um aluno do Fundamental, não importa como você olhe.
Yuigahama disse.
– Eu entendo que você esteja preocupado com a Komachi-chan, mas ela vai odiá-lo se você
ficar em cima dela, sabia? Ultimamente, o meu pai está todo tipo ‘Você tem um namorado? ’ e
isso é uma total droga.
– Hahahaha. Seu pai não tem nenhuma pista! Em nossa família, nós confiamos que minha
irmãzinha não tem um namorado, então ninguém pergunta a ela. Então, ver tudo isso foi uma
pena, para ser honesto.
Eu disse.
– Pensando nisso, como você sabe o nome da minha irmã?
Eu nunca disse o nome da minha irmã para ninguém. Inferno, ninguém nem mesmo sabia o
meu nome, muito menos o dela.

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– Hum!? Um, um, er, verdade... seu celular? Tenho certeza que vi o nome escrito nele...
Yuigahama disse, olhando para longe por alguma razão.
Oh, verdade, agora que ela mencionava isso, eu havia entregado meu celular para ela uma
vez. Ela poderia ter visto em uma mensagem.
– Então é isso? Que bom. Eu pensei que eu havia me tornado um desses siscons[4] e deixei o
nome dela escapar enquanto falava sobre o quanto eu a amo...
– Uh, essa é, realmente, uma reação siscon, eu acho...
Yuigahama disse, afastando-se de mim.
– Impossível! Eu certamente não sou um siscon. Na verdade, para mim, ela nem mesmo é
minha irmã e sim apenas uma outra garota... argh, isso é uma piada, é claro. Pare de me olhar
assim.
Com seu garfo e faca em mãos, Yukinoshita olhou para mim, completamente sem palavras
e com horror e nojo misturados em seu olhar. Ela estava, indubitavelmente, pensando em me
esfaquear e cortar minha carne fresca, até o momento em que terminei de falar.
– É assustador que eu não possa dizer se você está mesmo brincando quando diz isso.
Ela comentou. Após uma pausa, ela prosseguiu.
– Se você está tão curioso, por que não pergunta a ela em casa?
Tendo afirmado suas últimas palavras sobre o caso, Yukinoshita e Yuigahama voltaram a
estudar.
Porém, minhas mãos estavam estáticas, pois o tempo todo eu me lembrava da Komachi me
chamando de ‘onii-chan’, seguido por ‘Eu com certeza vou me casar com o Onii-chan quando
eu crescer! ’ e a desaprovação do meu pai por causa disso.
Tanto faz, quem realmente dá a mínima para irmãzinhas?
E então, eu não perguntei nada a ela quando cheguei em casa. Na-não é como se eu tivesse
pensado que ela iria me odiar se eu me metesse ou nada assim!

[4] Siscon é como são chamados aqueles que possuem o Complexo da Irmã, ou seja, sentem 6

atração por sua própria irmã.


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