Você está na página 1de 66

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7

Cadernos PDE

II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Título: O diálogo entre a literatura e outras artes brasileiras no início do século XX

Autor: Maiza Gonçalves Borgato


Língua Portuguesa/ Literatura
Disciplina/Área:
(ingresso no PDE)

Colégio Estadual Paiçandu, Ensino Médio


Escola de Implementação do Projeto
e sua localização: Normal e Profissionalizante

Município da escola: Paiçandu

Núcleo Regional de Educação: Maringá

Professor Orientador: Alexandre Villibor Flory.

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá


Teatro, música, artes plásticas
Relação Interdisciplinar:
(indicar, caso haja, as diferentes
disciplinas compreendidas no trabalho)

Resumo: O objetivo deste projeto é ampliar o conhecimento


(descrever a justificativa, objetivos e de alunos do terceiro ano do Ensino Médio, dando
oportunidade a eles de estudar algumas obras
metodologia utilizada. A informação
literárias modernistas e relacioná-las à outras
deverá conter no máximo 1300
caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial formas de arte produzidas na mesma época. Além
ou Times New Roman, tamanho 12 e disso, eles devem aprender a articular arte e
sociedade, recebendo subsídios para sua
espaçamento simples)
contextualização histórica e para a verificação de
que as rupturas estéticas não ocorrem isoladas do
mundo, mas expressando-o. Assim, poderão
perceber a importância e a utilidade da literatura –
e da arte em geral – para a vida em sociedade. Para
isso, levaremos em conta referências sociais,
históricas e estéticas da chamada 1ª fase
Modernista. Ao realizar a leitura de textos literários
e conhecer o diálogo duplo que a arte trava dentro
do campo estético (com ela mesma) e no contato
com o campo social os alunos podem perceber o
significado complexo da literatura e da arte,
desenvolvendo suas capacidades leitoras. Vale
ainda lembrar que um dos objetivos dessa proposta
é a atualização dessa discussão.
Literatura e outras artes; Arte e sociedade; Leitura
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras) literária.

Caderno Pedagógico
Formato do Material Didático:
Público: Alunos do 3º ano do Ensino Médio
(indicar o grupo para o qual o material
didático foi desenvolvido: professores,
alunos, comunidade...)

LINHA DE ESTUDO: Literatura e escola: concepções e práticas


DETALHAMENTO DA LINHA DE ESTUDO: A relação dialógica da Literatura com
outras linguagens artísticas, outras áreas do conhecimento e com os temas sociais
contemporâneos
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

MAIZA GONÇALVES BORGATO

O DIÁLOGO ENTRE A LITERATURA E OUTRAS ARTES


BRASILEIRAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX

MARINGÁ

2014
MAIZA GONÇALVES BORGATO

O DIÁLOGO ENTRE A LITERATURA E OUTRAS ARTES


BRASILEIRAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX

Produção Didático Pedagógica apresentado à


Coordenação do Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE,
Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
em convênio com a Universidade Estadual de
Maringá, como requisito para o
desenvolvimento das atividades propostas para
o período de 2014/2015 sob orientação do
Professor Dr. Alexandre Villibor Flory.

MARINGÁ
2014
Sumário

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 4
2.MATERIAL DIDÁTICO ............................................................................................................. 6
3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................... 6
4. ENCONTROS

1º ............................................................................................................ 8

2º ......................................................................................................... 10

3º ......................................................................................................... 11

4º ......................................................................................................... 15

5º ......................................................................................................... 17

6º ......................................................................................................... 19

7º ......................................................................................................... 22

8º ......................................................................................................... 27

9º ......................................................................................................... 33

10º .................................................................................................. 37

11º ....................................................................................................... 42
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 43
6.REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 45
7. ANEXOS.. ......................................................................................................................47
APRESENTAÇÃO

Esta produção didática é relevante para a formação do professor por ser


importante para o desenvolvimento e ampliação do conhecimento da literatura,
partindo do pressuposto de que a arte expressa questões relevantes de um dado
momento histórico e nos ajuda a compreendê-lo e agir no mesmo. Assim,
observa-se que o desenvolvimento desta proposta será significativo para os alunos
porque obras literárias modernistas serão relacionadas à outras formas de artes,
habilitando-os a fazer articulações entre várias artes e a sociedade, assim como
contextualizá-las historicamente. E, também, poderão perceber a importância da
literatura para a nossa vida, para a sociedade em geral.

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de


diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a
oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de
interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará
à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir
no âmbito de uma sociedade letrada. (DCE, 2008, p. 48).

Cabe a nós professores apontar técnicas, elementos, formas diferenciadas


e ludopedagógicas de apresentar o amplo mundo literário para que os alunos
possam apreciar, entender e criar gosto pela leitura. Como se percebe pela citação
acima, a DCE (Diretrizes Curriculares da Educação Básica), de uma certa forma,
está de acordo com tais questões a serem abordadas nesta produção didática.
Daremos atenção a um estudo comparado entre algumas artes, com
especial atenção para a literatura. Mais especificamente, no campo do teatro
trataremos de O Rei da Vela, de Oswald de Andrade; no da música discutiremos
aspectos da obra de Villa Lobos Bachianas nº2, parte dela conhecida como
Trenzinho Caipira; no da pintura, obras de Tarsila do Amaral (Abapuru, Os
operários, a Negra); no da narrativa Macunaíma, de Mário de Andrade; no da
poesia, Manuel Bandeira (Os Sapos, entre outros). Levando em conta referenciais
sociais, históricos e culturais característicos da chamada 1ª fase Modernista, no
início do século XX, pretendemos desenvolver capacidades leitoras críticas,
explicando as rupturas com o passado e algumas pontes para a arte hoje.
Ao conhecer o diálogo duplo que a arte trava – dentro do campo estético
(com ela mesma) e no contato com o campo social – morrendo e renascendo,

4
transformando-se, os alunos poderão compreender os significados complexos do
texto literário, não só ampliando seus conhecimentos históricos, sociais e culturais
mas, também, desenvolvendo suas capacidades leitoras e, desta forma,
conseguirão detectar historicamente o diálogo entre as mais diversas artes e seus
diversos materiais, como: narrativa, pintura, música, poesia e teatro.
Antonio Candido afirma, a respeito de uma arte literária compreendida
como parte da vida social e a forma com que esta se relaciona com a literatura:

De fato, antes procurava-se mostrar que o valor e o significado de uma


obra dependiam de ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e
que este aspecto constituía o que ela tinha de essencial.
Depois, chegou-se à posição oposta, procurando-se mostrar que a
matéria de uma obra é secundária, e que a sua importância deriva das
operações formais postas em jogo, conferindo-lhe uma peculiaridade
que a torna de fato independente de quaisquer condicionamentos,
sobretudo social, considerado inoperante como elemento de
compreensão.
Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma
dessas visões dissociadas; e que só a podemos entender fundindo texto
e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, (...)
(CANDIDO, 1985, p. 4).

Há originalidade nesta proposta porque o professor irá discutir, em aula,


como as artes influenciam-se mutuamente, e como formalizam questões do
mundo social. Para tanto, far-se-á um estudo sincrônico de obras artísticas do
Modernismo Brasileiro, já mencionadas. E o instrumento mediador entre o sujeito
(aluno) e o conhecimento são as artes desta época, que se relacionam com o
contexto histórico e cultural deste período, isto é, o diálogo que obras artísticas de
diferentes materiais mantém entre si. E neste sentido, o conteúdo será tratado de
acordo com a contextualização histórica/social da literatura no início do século
XX. Vale ainda lembrar que essa discussão não ficará parada no campo da história
do início do século XX, pois ela importa muito para entendermos a relação entre
arte e sociedade no início do século XXI, e a atualização dessa discussão também
é um dos objetivos dessa proposta, mesmo que se toque nela de modo indireto.

Assim sendo, as mudanças radicais que foram propostas a partir do


Modernismo (1ª geração) no Brasil são muito impactantes para a arte brasileira,
tendo seus efeitos ainda hoje para nossa criação artística. Uma maneira de se
aproximar desse objeto complexo se dá pelo diálogo entre as mais diversas artes,
pois todas elas têm uma perspectiva em comum. Por base há o questionamento: de

5
que forma ampliar o conhecimento cultural por meio dessas obras? Ou ainda –
como propor ou disponibilizar para os alunos do Ensino Médio conhecimentos
culturais e sociais presentes nessas obras? Como torná-las úteis hoje? Como
utilizar pedagogicamente a relação entre as artes?

Objetiva-se com o desenvolvimento das atividades oferecer subsídios


para que os alunos do 3º ano do Ensino Médio possam ter contato instrutivo e, ao
mesmo tempo, atraente sobre um dos períodos mais instigantes da arte brasileira,
referente à literatura modernista da 1ª fase.

Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso social na prática


pedagógica, o processo de ensino aprendizagem de literatura pretende oferecer
subsídios para os alunos entenderem a relação entre a arte e sociedade no início do
século XX mais especificamente 1ª fase do Modernismo Brasileiro,, assim como o
rompimento com as amarras do passado e de que forma torná-las atuais e úteis.
Assim como, aprofundar seus referenciais históricos e culturais que dialoga com
outras artes (pinturas, filmes, músicas, cinemas, peças teatrais, dentre outros)
assim, subsidiar, por meio da leitura de textos literários, o pensamento crítico e a
sensibilidade estética, proporcionando uma visão mais dinâmica da oralidade, da
leitura e da escrita

2. MATERIAL DIDÁTICO

UNIDADE DIDÁTICA

3.ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

6
“A literatura é uma arte polissêmica e polifônica,
dialoga constantemente com outras artes,
notadamente as artes plásticas. O escritor, para usar
uma expressão de Murilo Mendes, mantém sempre
o“olho armado” e, à maneira de um pintor ou
escultor, fixa a eternidade de um momento.”
(Maciel,XXX)

A presente produção didática surge como outra possibilidade de


diálogo entre diferentes áreas artísticas, a partir do estabelecimento de um olhar
que aproxime a literatura de outras artes. Para tanto, o trabalho se propõe a fazer
uma análise comparativa entre estas artes distintas, cada uma com as
especificidades de uma área específica, com materiais idem – narrativa, pintura,
poesia, música e teatro – tomando como referência articuladora o Modernismo
brasileiro.

O que o aluno poderá aprender com o desenvolvimento desta produção didática:


Conhecer o momento histórico em que o modernismo foi desenvolvido;
Estudar as características da 1ª fase do modernismo, que são diferentes
para cada uma das áreas acima citadas;
Perceber que a literatura dialoga com outras artes;
Discutir as produções artísticas do período;
Analisar a obra dos poetas modernistas da 1ª fase frente às transformações
profundas vividas no mundo, articulando os dois primeiros itens dessa lista;

Professor!
Nesta fase a literatura assume um tom de denúncia social, de crítica da própria
linguagem como instrumento. Exponha para os alunos que também as demais
artes – como a música e a pintura – adotam esse olhar de denúncia e crítica social,
cada uma a seu modo, de acordo com seu material. Explique que as mensagens
implícitas nessas diferentes manifestações artísticas são muito importantes para o
despertar de uma visão crítica sobre o mundo.

7

Número de aula: 2 aula

Objetivo: Oferecer subsídios para que os alunos do 3º ano do Ensino Médio


possam ter contato instrutivo e, ao mesmo tempo, atraente sobre um dos períodos
mais instigantes da arte brasileira, referente ao modernismo em sua 1ª fase.

Material utilizado: Tv pen drive

Apresentação:

Professor, a intenção desta proposta é levar aos alunos conhecimentos


sobre a Arte Brasileira (Modernismo 1ª fase), mas com ênfase para a
literatura, que é nosso ponto de partida, inclusive por estarmos numa
disciplina de Língua Portuguesa. Desta forma, deve-se analisar várias
manifestações de arte, da literatura (narrativa, poesia, texto dramático) às demais
(pintura, música, teatro). Veja que o texto teatral é parte da literatura, o teatro,
que prevê a encenação, já pisa em outros terrenos. Todas as obras relacionadas ao
início do século XX. Depois, deve-se também conhecer algumas características
do Modernismo. Ou seja, primeiro as obras em si, depois a tentativa de agrupar
características comuns, sem esquecer as especificidades. Num terceiro momento,
deve-se analisar o diálogo que estas artes mantêm com o contexto social e
histórico em que estão inseridas.

Professor!!! Atenção: Os quatro primeiros encontros são para situar os


alunos quanto ao estilo literário a ser trabalhado – Modernismo1ª fase.

Por volta de 1890, até meados do século XX, o mundo passou por grandes
transformações, que foram determinantes para uma nova fase da história. O
mundo abateu-se com duas guerras mundiais, ao mesmo tempo em que sugriam
novas descobertas e invenções. Nesse momento surgem manifestações
estéticas que orientam a inauguração de um novo momento para o campo das
artes, convencionado como Modernismo, uma das fases mais marcantes da
história da arte, e que fecunda muito do que ainda hoje é realizado. A ruptura
com o passado se fez de forma crítica. Esse momento histórico turbulento levou
ao desenvolvimento de um pensamento cada vez mais complexo, sendo que a
arte expressa, a seu modo, esse momento de conturbado do homem e do
mundo.

Anexo 1 Imagens para introduzir a produção didática.


Professor!

8
Este comentário abaixo é uma base geral para o desenvolvimento de todo o
caderno, por isso, leia-o atentamente. E neste momento junto com as imagens
passe apenas uma noção do que será desenvolvido nas aulas para interar os alunos
do que será realizado no decorrer dos encontros. Aqui é só uma introdução.

Primeiro, uma breve introdução sobre as mudanças no mundo até chegar à época do
modernismo. Depois, para cada arte tem um passado anterior ao modernismo, o modernismo
e a atualidade. Na pintura, de um realismo tridimensional e de cenas históricas heroicas para
obras não-realistas, que retratam pessoas simples, de modo alegórico – o negro de mãos
enormes, a natureza em traços simples e o contraste de cores exagerado, por exemplo. No
teatro, o amor que rompe quaisquer barreiras, até a da morte, de um Romeu e Julieta, e o fim
de qualquer idealização em O rei da vela, em que o casamento é visto como um negócio por
todos. Na narrativa, o indianismo patriótico de O guarani cede espaço ao anti-herói
Macunaíma, na música Villa-Lobos articula a tradição da música clássica europeia a ritmos e
temas brasileiros, sem idealização também. Para que o Modernismo seja localizado na
história, para cada arte faremos um contraste entre o que havia como arte tradicional e a
ruptura modernista. Enquanto passa os slides, o professor explicará aos alunos quais
obras serão consideradas, postas em dialogo com outras artes do início do século XX,
mais especificamente da 1ª fase do Modernismo brasileiro. Primeiro no campo do
modernismo, na pintura analisaremos as telas Abapuru, A negra e Os operários, de
Tarsila do Amaral; a música de Heitor Villa Lobos participa com as Bhachianas nº 2 –
Trenzinho Caipira; para o teatro a peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade
(Professor o aluno deve estar ciente desde o primeiro dia de aula que deverá ler essa
peça inteira); o campo da narrativa será contemplado com Macunaíma, de Mário de
Andrade (texto e cinema) e, para concluir, o Poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.
Essas obras foram criadas com pequena distância de tempo, tendo questões comuns.
Deve-se apresentar, portanto, de que forma essas artes dialogam com a sociedade da
época. Para fazermos uma comparação e entender como cada campo da arte rompeu
com o passado, faremos uma breve analise da pintura produzida no século XIX pela
pintura A Batalha de Guararapes, de Victor Meirelles; pela música de Carlos Gomes
“O Guarani”; pelo teatro com Romeu e Julieta, de William Shakespeare ; pela
narrativa com a temática de O Guarani de José de Alencar (pela via de uma adaptação
para História em Quadrinhos); no poema com ―O Beijo”, de Olavo Bilac,
Parnasianismo (século XVIII) Em cada caso, há uma maneira de fazer antes do
modernismo que é renovada. Para concluir, os alunos farão uma pesquisa dessas artes
nos dias de hoje, observando o diálogo que elas mantém entre si, assim como no
passado.

Professor!! o aluno deve estar ciente desde o primeiro dia de aula que deverá ler na
integra a peça o Rei da Vela,de Oswald de Andrade

Coleta de impressões na oralidade – questionar os alunos

9

Número de aula: 1aula

Objetivo: Compreender a diferença entre Moderno, Modernismo e Modernidade.

Material utilizado: Folhas de papel impressa, Tv pen drive.

Apresentação:
Ao iniciar a apresentação sobre o movimento artístico/literário a ser trabalhado é
importante o professor apresentar a diferença de significado das palavras:
"moderno" "modernidade" e "Modernismo". Nessa discussão deve-se deixar claro
para o aluno diferença entre o que consideramos como moderno/modernidade no
senso comum (aquilo que é novo) e o movimento artístico/literário do
modernismo, situado em um tempo relativamente definido da história da
Literatura Brasileira.

Falar para os alunos que o modernismo não é uma invenção brasileira. Em toda
Europa diversas correntes modernistas experimentaram novos padrões estéticos,
propondo novas formas de se fazer arte. O Modernismo brasileiro, no entanto,
fará uma apropriação particular desses modelos estrangeiros e não se reduzirá a
nenhum deles. Isso porque seu ―problema central é a busca de uma identidade
nacional, o que o situa diante de uma questão de histórica de primeira
ordem‖. (Fernandes, 2013) ( grifos meus)

Mais informações podem ser conseguidas no seguinte endereço:


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?pagina
=espaco%2Fvisualizar_aula&aula=52394&secao=espaco&request
_locale=es Acesso em 21/10/2014
Podemos imprimir este quadro e apresentar para o aluno diferenciar:

pertence ao tempo presente ou a uma época relativamente


recente – aquilo que é novo

10
um ideário ou visão de mundo que está relacionada ao
projeto de mundo moderno

Movimento artístico/literário que se desenvolveu


nos mais variados campos artísticos, como na música, literatura, teatro, e também
na arquitetura.

Coleta de impressões pela discussão oral – questionar os alunos

A
TIVIDADES

1. ESCREVAM EXEMPLOS DE FATOS OU SITUAÇÕES


QUE DIFERENCIEM MODERNO, MODERNISMO E
MODERNIDADE.
2. EXPLIQUE O QUE VOCÊ ENTENDE POR MODERNISMO.


Número de aula: 5

Objetivo: Oferecer subsídios para os alunos entenderem a relação entre a arte e sociedade
no início do século XX, assim como o rompimento com as amarras do passado e de que
forma torná-las atuais e úteis;

Material utilizado: Tv pen drive, banner ou cartazes folhas impressas com atividades.

Apresentação:
Este encontro terá início com um caça-palavras contendo o nome de todos os
autores e das obras que serão trabalhadas no decorrer das aulas. Assim como será
realizado um estudo do texto abaixo, que representa um pouco da estética
modernista. Os alunos também assistirão a vídeos informativos, concluindo este
encontro com atividades (questões)

Professor!
Pode-se reproduzir o texto abaixo em formato de banner com imagens ou em
um cartaz, deixando-a exposta na sala de aula em todos os encontros. Pedir

11
aos alunos que coletem imagens que materializem esse texto e, assim, ilustrar
o cartaz ou criar um pequeno texto a partir desse dado para expor na sala

A Arte agora é Moderna, inquieta. A ordem é recomeçar, rever, reeducar,


chocar, buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e
incompreensão, autenticidade e novidade. Vanguarda - estar à frente,
repudiar o passado e sua arte. Abaixo o padrão cultural vigente.

Anexo 2 Caça palavras

Desafio: Quem conseguir encontrar todas as palavras sem o banco de palavras.

VÍDEO
Em seguida, o professor exibirá o vídeo abaixo, que retrata algumas das
personalidades (Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Monteiro
Lobato, dentre outros) e de artistas brasileiros organizando e realizando a Semana
de Arte Moderna de 1922. Após assistir o vídeo, completar o roteiro e responder
as questões.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zc2AHqe9zrw>.


Acesso em 20 de outubro de 2014. Um só coração – Rede Globo

Coleta de impressões via conversa com os alunos

Para completar as informações necessárias e para completar o roteiro, o professor


apresentará um vídeo sobre a 1ª fase do Modernismo no Brasil e os alunos farão
as anotações necessárias.

12
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=6Rcv6g-LE0s>
acesso em 10/10/2014 Aula do Modernismo 1ª fase

Após assistir ao vídeo responder as questões.


Enquanto assistem aos vídeo, os alunos deverão observar a força das imagens e das palavras. O
professor entregará a eles um roteiro que deve ser lido antes de começarem a assistir, por isso os
alunos devem atentar para os detalhes do filme e completarem o roteiro corretamente. Após
assistirem o vídeo, socializar o que eles conseguiram anotar.

A
TIVIDADES

Anexo3

1) O Modernismo no Brasil teve influência de várias correntes artísticas


estrangeiras. Como estas correntes são chamadas?

(Duas palavras, 10 e 9 letras)

2) As características marcantes das obras da Primeira Fase do Modernismo


no Brasil são:
a) ( ) Temáticas pessimistas; entrada no campo espiritual; crítica social;
descontração e irreverência; presença de formas tradicionais clássicas; uso
do verso livre e bárbaro.
b) ( ) Linguagem escrita aproximada da falada; construção da imagem
brasileira baseada no popular e no cotidiano; presença da paisagem e
sensibilidade da história da terra; presença do nacionalismo; predomínio
do humor, ironia, descontração e irreverência; rejeição de padrões
literários e gramaticais tradicionais.
c) ( ) Construção da imagem brasileira baseada na figura do índio herói e
na natureza exuberante; sentimentalismo; subjetivismo.
d) ( ) Nacionalismo, presença da paisagem e sensibilidade da história da
terra;
e) ( ) Presença de símbolos e imagens que sugerem a realidade, sem mostrá-
la objetivamente; gosto por temas vagos, como o sonho; temáticas pessimistas;
entrada no campo espiritual.

3) O que foi a Semana da Arte Moderna? Cite os principais artistas


envolvidos.

4)O que foi o manifesto Antropofágico?Quem idealizou? Quais os objetivos?


Quais as consequências?

5) Quais autores representam esse período da Literatura Brasileira?

13
a) ( )Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado,
José de Alencar.
b) ( )Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cecilia Meireles, Vinicius de Moraes,
Mário de Andrade, Oswald de Andrade.
c) ( )Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de
Alcântara Machado, Guilherme de Almeida.
d) ( )Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Guilherme
de Almeida.
e) ( )Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Guilherme de Almeida,
José de Alencar, Machado de Assis.

6) Quais os autores brasileiros do início do século XX citados no vídeo?

7) Qual a importância dos autores do início do século XX para a sociedade


brasileira?

9) Por que esses autores são rotulados como modernos?

10) Quais as manifestações artísticas e culturais que são apresentadas na SAM?

11) Qual a importância das manifestações culturais do Modernismo Brasileiro


para a cultura contemporânea?

12) Quais as manifestações artísticas você se identificou mais?

13) Na sua opinião qual a importância da Semana da Arte Moderna para a cultura
brasileira?

As questões acima são baseadas no site


http://rachacuca.com.br/quiz/56423/exercicios-de-modernismo-no-brasil/

Artigo Exercícios de Modernismo no Brasil, escrito por Ana


Gabriela Figueiredo Perez

Em seguida o professor fará oralmente um feedback às respostas e, desta forma,


completará algumas questões.

Tarefa
Os alunos farão como tarefa uma pesquisa de um dos autores da 1ª fase do
Modernismo que serão estudados nesta sequência didática, e apresentarão os
resultados à medida que a professora ministrar suas aulas. Por exemplo, no dia
em que a professora discutir a peça de Teatro O Rei da Vela, de Oswald de
Andrade, o grupo de alunos responsável pela pesquisa dessa peça deve apresentar

14
em forma de seminário, de modo criativo (com slides, teatro, cartazes, monólogo,
etc) momentos decisivos da biografia do autor

Número de aula: 2

Objetivo: Subsidiar, por meio da leitura de determinados textos, o pensamento crítico e a


sensibilidade estética, proporcionando uma visão mais dinâmica da oralidade, da leitura
e da escrita. Assim como aprofundar seus referenciais históricos e culturais e
desenvolver suas capacidades leitoras.

Material utilizado: Texto impresso

Apresentação:
Neste encontro, o professor entregará uma cópia do texto abaixo para cada aluno
ler e ampliar seus conhecimentos à respeito da arte no início do século XX.

Anexo 4

Início do século XX: apogeu da Belle Époque.


A sociedade é composta de burgueses comportados, tranquilos, contando
seus lucros. ´
O capitalismo monetário gera a industrialização e o neocolonialismo.
Porém, a massa faz reivindicações e greves. Há no ar a ameaça do Socialismo.
O progresso científico é alcançado: eletricidade, motor a combustão; automóvel,
avião; telefone, telégrafo. É o mundo da máquina, da informação, da velocidade.
Nos grandes centros comerciais do país, as pessoas deslumbram-se com concreto
armado: ―arranha-céu‖. Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa.
A Literatura e as Artes Plásticas pregam a abolição de todas as regras
impostas pelo passado. Nada de modelos a seguir.
A Arte agora é Moderna, inquieta. A ordem é recomeçar, rever, reeducar,
chocar, buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e
incompreensão, autenticidade e novidade. Vanguarda - estar à frente, repudiar o
passado e sua arte. Abaixo o padrão cultural vigente.
Imaginaram esse mundo novo?
O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu
fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do
século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. Comparado a
outros movimentos modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na

15
década de 1920. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências
culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que
antecedeu a Primeira Guerra Mundial, tendo como exemplo do Cubismo e do
Futurismo, refletindo, então, na procura da abolição de todas as regras anteriores e
a procura da novidade e da velocidade. Contudo, pode-se dizer que a assimilação
dessas ideias europeias deu-se de forma seletiva, rearranjando elementos artísticos
de modo a ajustá-los às singularidades culturais brasileiras. Considera-se a
Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de
partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento
eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos
oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o tempo,
suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e
aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em
relação a esse marco. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a
primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de
irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes
romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo por
vários autores, que se opunha de certo modo à primeira e era por isso
ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.
Primeira geração (1922-1930)
A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e
marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera.
Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas
múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a
língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi
empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através
da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à
necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi
a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor.
Milene Marczal, 2014

Discussão sobre o texto com os alunos – primeiras impressões para subsidiar


o pensamento crítico

As questões abaixo serão desenvolvidas oralmente, para observar o que o aluno absorveu
do texto e do vídeo (do encontro nº 3) e como ele analisa essas inovações e suas
atualizações no mundo de hoje.

a) Conseguem imaginar esse mundo novo?


b) O que pensam dele?
c) Notam que são as ideias da Semana de Arte Moderna que começam a
comandar as posturas?
d) E hoje? Como a arte repercute nos meios sociais?
e) Hoje a arte procura absorver o que acontece na atualidade? Cite
exemplos.

16
f) Na sua opinião, que acontecimentos poderão ficar para a história?
g) Na sua opinião, que acontecimentos poderão ficar para história e
influenciar a arte literária?

A
TIVIDADES

Faça um resumo do texto acima - Início do século XX: apogeu da


Belle Époque

Número de aula: 2

Objetivo: Subsidiar, por meio da leitura de texto literário e de características do


Modernismo, o pensamento crítico e a sensibilidade estética, proporcionando uma visão
mais dinâmica da leitura e do papel social da arte.

Material utilizado: leitura

Apresentação:
Neste momento a proposta é expandir o conhecimento apresentando para os
alunos algumas características da 1ª fase do Modernismo e um trecho do
Manifesto Antropofágico, que são essenciais para que os alunos compreendam os
pressupostos básicos do Modernismo brasileiro.

Anexo 5
“1ª Fase do Modernismo Brasileiro - 1922 a 1930
São inúmeras as características do Modernismo, todas em
oposição aos conceitos tradicionais. Elas fizeram uma
verdadeira ruptura. Principais características:
- Total liberdade de forma de expressão;
- Uso da linguagem coloquial (cotidiano);
- Uso do verso livre e bárbaro;
- Descontinuidade cronológica e espacial;
- Humor na poesia (Poema-piada);
- Inclusão dos fatos do momento;
- Nacionalismo, presença da paisagem e sensibilidade da história
da terra;
- Regionalismo, folclore, lendas, tradições e mitos brasileiros;
- A ação do enredo perde a importância;
17
- Linguagem direta, predominância dos substantivos;
- Universalismo.‖ (PAES, 2011, p. 21).

Professor!
Se achar conveniente, pode ser feita uma cópia para cada aluno ou escrever no
quadro essas características da 1ª fase.

Propomos a leitura de pelo menos um trecho do ―Manifesto Antropófago‖, um


texto programático essencial para que os alunos compreendam os pressupostos
básicos do Modernismo brasileiro. A leitura pode acontecer a partir de uma
projeção em data-show.

Anexo 6

MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos
os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi or not tupi, that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama.
Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o
mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano
informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a
hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país
da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca
soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no
mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da
vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a revolução Francesa. A unificação de
todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria
sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.
.....................................................................................................................

18
Oswald de Andrade -

Discussão oral com os alunos sobre o texto lido

Veja o Manifesto na integra com comentários no site:


http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf

Anexo 7

A
TIVIDADES

Após a leitura e discussão faça as perguntas abaixo aos alunos:

1. Como você definiria Antropofagia?


2. Dê um exemplo de Antropofagia.
3. Por que ser Antropófago, segundo o autor?

Número de aulas: 4

Objetivo: Oferecer subsídios referentes ao gênero literário Modernismo 1ª geração


referentes ao início do século XX. Assim como aprofundar os referenciais
históricos e culturais e desenvolver as capacidades leitoras dos alunos.
Disponibilizar meios para a discussão sobre a relação entre o modernismo literário
e o teatro,via literatura dramática, ou texto teatral.

Material utilizado: A peça O Rei da Vela e data show

Apresentação:
Para introduzir as questões relativas ao teatro o professor deve ouvir o
grupo que fará a apresentação sobre a biografia de Oswald de Andrade. Em
seguida, o professor toma a direção dos trabalhos.

Neste momento o trabalho terá o propósito de expandir a leitura,


associando-a a outros conceitos, a outros enfoques temáticos, tais como na arte, na

19
música, na pintura,na narrativa e na poesia e no teatro. No caso desse momento, o
assunto é o teatro. O módulo terá como objetivo fazer a leitura do texto O Rei da
Vela, de Oswald de Andrade, escrita em 1933. Após a leitura, discuti-la com os
alunos e tecer comparações dela com a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare,
escrito há mais de 400 anos.

Antes da leitura será feito uma discussão oral baseada em algumas questões:
1) Você conhece esta peça de teatro?
2) Você imagina o tema?
3) Por quê um título como O Rei da Vela?

Professor!
Seria melhor se os alunos já tivessem realizado a leitura em casa. Caso isso não
ocorra é possível realizar a leitura oral em sala de aula. Podemos aproveitar para
trabalhar recursos tônicos, rítmicos e de interpretação do texto – afinal, o modo
como se lê já se configura como uma primeira interpretação. Uma pequena frase
como ―Eu te amo‖ pode ganhar entonações paródicas, irônicas, de descoberta do
amor, de dúvida, de receio, de súplica, de conquista... Ler em voz alta já é,
portanto, uma interpretação possível entre muitas outras, o que o professor pode e
deve explorar com seus alunos, fugindo da fria análise das categorias de análise
literária que marcam a abordagem tradicional. Uma leitura ‗séria‘ e outra ‗irônica‘
da mesma passagem já mostra a riqueza dessa perspectiva. Uma leitura cômica e
outra grave de um mesmo trecho também tem o mesmo efeito.

Num debate prévio, observar o que os alunos sabem sobre textos dramáticos para
que, posteriormente, o professor leve adiante a discussão, trazendo novos
elementos para a mesa. Como não vamos produzir uma peça, devemos deixar
claro apenas os elementos do texto teatral necessários para fazer uma leitura
compreensiva da peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade. Esta leitura será
realizada na sala de aula. Cada aluno deverá providenciar uma cópia ou o livro
mesmo. Após a leitura da peça, o professor pode aprofundar a compreensão do
texto com a apresentação dos tópicos principais dos artigos O país desmascarado
e O rei da Vela: Manifesto Oficina, importantes para isso.

Saiba +!
Nesta obra Oswald inovou o teatro brasileiro mostrando a realidade
brasileira de forma irreverente e inovadora, porém esbarrou na censura da época e
não pôde assistir a sua peça sendo encenada. [Oswald] faz uma análise histórico-
literária; trata de temas do nacionalismo econômico; apresenta a luta das classes, o
declínio da economia cafeeira, o início da industrialização; a queda da República e
a Ascensão do Estado Novo. O Rei da Vela busca desmascarar o Brasil da década
de 30.
Nos três atos desta peça pode-se perceber as intenções de Oswald. O
primeiro ato se passa numa São Paulo desenvolvida, coração do capitalismo. O
local da ação é um escritório, que passa a ser a metáfora de todo um país
20
hipotecado ao imperialismo. A burguesia brasileira lá está retratada com sua
caricatura. Uma representação futurista, o movimento e a confusão da cidade
grande. O segundo ato é o ato da Frente Única Sexual passado numa Guanabara,
uma utopia de farra brasileira. O terceiro ato é a tragicomédia da morte, agonia
―eterna‖ da burguesia brasileira, das tragédias de todas as repúblicas latino-
americanas. Lima (2010, s/p), em seu artigo, diz: “O Teatro Oficina baseou-se na
ideia de antropofagia para compor os três atos da encenação da peça em 1967,
absorvendo e combinando três formas muito diferentes entre si: o teatro de
revista, o circo e a ópera.‖

A peça O Rei da Vela (escrita em 1933) distancia-se em onze anos do


evento que veio transformar o ambiente artístico-cultural brasileiro, marcando
assim o início do Movimento Modernista no país. Após 34 anos de sua escrita a
peça foi representada. O motivo [se entende] no espetáculo através das várias
metáforas presentes no texto, nos acessórios, no cenário, nas músicas. ―Tudo
procura mostrar o imenso cadáver que tem sido a não-história do Brasil destes
últimos anos, à qual nós todos acendemos nossa vela para trazer, através de
nossa atividade cotidiana, alento. 1933-1967: são 34 anos. Duas gerações pelo
menos levaram suas velas.” (OLIVEIRA, 1968, s/p).

Professor!
Podemos observar, na peça, alguns traços da ideia antropofágica e retomar o texto
estudado no encontro 5.

Anexo 8

A
TIVIDADES

De acordo com a leitura e estudo da peça O Rei da Vela, de Oswald de


Andrade, responda as questões abaixo.

1) Quais os significados possíveis para a imagem da vela?


2) Caracterize as personagens principais, especialmente Abelardo I, Abelardo
II e Heloísa de Lesbos.
3) Caracterize as personagens principais relacionando-as historicamente a
algum acontecimento do início do século XX.
4) Agora caracterize as personagens ligando-as a alguma personalidade atual.
Se possível faça desenhos ou caricaturas.
5) Das características estudadas da 1ª fase do Modernismo brasileiro, quais
podemos associar à peça?

Professor!
Para efeito comparativo analisaremos a Obra Romeu e Julieta, de
William Shakespeare, em relação ao seu enredo, inspirado no destino dos dois

21
jovens que viveram um amor proibido, com desfecho trágico devido à rivalidade
das famílias Montecchio (de Verona) e Capuleto (de Cremona). Há diferenças no
modo como o romance dos jovens enamorados foi expresso por Shakespeare e por
Oswald, nas obras vistas? E quando comparado à sua expressão atual, por
exemplo, em telenovelas? Quem está mais próximo do modo típico das
telenovelas brasileiras, Romeu e Julieta ou O rei da vela? Seria importante
discutir isso com os alunos, pois está claro que em O rei da vela a aceitação
completa de que o casamento é um negócio, e o amor um jogo de interesses, sem
grandes conflitos dramáticos – como ciúmes, traição, empobrecimento etc – é
muito diferente do que vemos nas telenovelas, marcadas pelo realismo cênico e
pela idealização do amor e do casamento. O intuito crítico de Oswald ainda é
enorme hoje, 81 anos depois de sua escrita.

Número de aulas: 3

Objetivo: Oferecer subsídios para a compreensão da 1ª fase do Modernismo por meio de


pinturas do início do século XX. Assim como aprofundar os referenciais históricos e
culturais dos alunos, desenvolvendo suas capacidades leitoras. Disponibilizar meios
para verificar a aproximação da literatura modernista brasileira com outras artes, no
caso agora a pintura.

Material utilizado: Internet, Data show ou Tv pen drive

Apresentação:
Para introduzir a pintura o professor deve primeiramente dar espaço para um dos
grupos apresentar elementos da biografia de Tarsila do Amaral. Em seguida faz-se
a complementação, passando no data show imagens de várias obras de Tarsila,
para conhecimento prévio, podendo usar a do site
http://www.base7.com.br/tarsila/ VÁRIAS telas DE TARSILA .
Em posse das informações sobre a pintora, leve os alunos para a sala de
informática para que façam pesquisas sobre as telas a serem analisadas –
Abapuru, A Negra e Os operários. Os alunos deverão prestar atenção às
características das telas e dados históricos, sociais e culturais ali inscritos – o

22
objetivo dessa apresentação é levar o aluno a ter contato com essa arte. Na
sequência retornaremos para a sala, socializaremos as informações e faremos a
discussão sobre as telas citadas acima. Não se deve esquecer de ligar essa pintura
à peça vista no encontro anterior, como por exemplo a perspectiva crítica sobre a
modernização brasileira nos anos 1920, por uma arte que se colocava contra as
tendências idealizadoras ou ufanistas, embora com muito desejo de discutir o
Brasil. Arte que faz questão de ser vista como arte, não como ilusão de vida – daí
o abandono do realismo literário e pictórico.

A artista brasileira Tarsila do Amaral estudava em Paris e, quando soube da SAM


(Semana da Arte Moderna), voltou para o Brasil para participar das artes
modernas, trazendo consigo características da pintura europeia que serviram de
influência para as artes brasileiras do início do século XX. Em suas telas usa cores
intensas e temas regionais, visão nacionalista, porém crítica da realidade brasileira
(conceito nacionalista do modernismo). Contudo, a primeira exposição individual
no Brasil dividiu a crítica, pois o público ainda não entendia sua arte.

Professor!
Abaixo temos as telas e uma breve análise como sugestão.

Quer saber mais sobre as telas? Acesse o site:


http://www.webartigos.com/artigos/o-texto-e-o-contexto-na-vida-e-
obra-de-tarsila-do-amaral/71557/ . acesso em: 21/11/2014

Anexo 9
Imagens A Negra, Abapuru, Os Operários e A Batalha dos Guararapes

Negra: A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois
essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas
vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da
arte moderna brasileira.

23
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=330&evento=1

Já Abaporu significa homem que come carne humana, o antropófago. A


figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura
europeia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo brasileiro. A
análise crítica era muitas vezes bastante ácida, virulenta, sem papas na língua
como vemos nos quadros de Tarsila, de uma beleza que incomoda.

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1

E finalmente, em Operários, Tarsila deu início à pintura social no Brasil,


ao abordar temas sociais como o trabalho, a pobreza e a injustiça social. Começa a
retratar os acontecimentos sociais e as pessoas vindas de todos os pontos do Brasil
para São Paulo e Rio de Janeiro, com objetivo de trabalhar nas fábricas, que

24
começavam a surgir na época. Podemos seguir adiante com a análise e observar os
vários rostos, suas diferenças de cores, formatos, fisionomias, psicologias, todos
amontoados como coisas, como objetos, alinhados, com a fábrica e seus canhões
(as chaminés) atrás etc. Há presença do negro, do japonês, do velho, do jovem
negro, do careca, do bravo, do resignado, do agressivo, do anestesiado, do
sonhador,etc, uma galeria de tipos sociais e etnias e cores que formam o Brasil.

http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=70&evento=2#menu -galeria

O resgate dos ideais nacionalistas reforçados pela estética Romântica Brasileira,


sobretudo na poesia, foram reelaborados e difundidos pelos artistas que inauguraram a
tendência multiartística denominada Modernismo, fundada na Semana de Arte de 1922.
Um dos pressupostos dessa vanguarda estética era ressaltar a cor local e reproduzi-la de
forma evidente na pintura, escultura, literatura e música, como resposta às influências
europeias que influenciavam esse campo cultural.
A estratégia foi pensar num Manifesto que veiculasse o ideal antropofágico, cujo
pressuposto era deglutir as vanguardas europeias e substituí-las ou transformá-las numa
concepção de arte que fosse genuinamente brasileira. É a saída foi resgatar
metaforicamente a prática canibal cultuada pelos indígenas. Nesse universo primitivo, um
quadro serviu de emblema a essa concepção: Abaporu. O termo, originado do Tupi-
guarani, significa ―aba‖ = homem, ―poru‖ = que come. O quadro foi feito pela artista
Tarsila do Amaral para presentear o marido Oswald de Andrade. A tela apresenta uma
figura primitiva com corpo desproporcional, pé, nariz e braço exageradamente grandes.
Além de ter o cacto, céu azul e sol como símbolos do sertão e, consequentemente, de um
país tropical

Quer saber mais? Acesse o site: texto completo você encontra no site
Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3
4108 Acesso em:19/10/2014

25
Agora em posse de informações referentes a algumas telas de Tarsila,
referentes à 1ª fase do Modernismo Brasileiro, vamos olhar, ver, comparar e
conhecer a tela do período anterior (Romantismo), para compreender em que
medida rompe e inova a arte moderna brasileira.

Professor!
Para efeito comparativo tomemos um modelo que se manifestou nas artes
do final do século XVIII ao final do século XIX, o Romantismo, que tinha como
característica defender a liberdade de criação, favorecer a emoção, o
individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza e os temas
nacionais. Como exemplo ilustrativo e contrastivo entre as características e
estéticas do Modernismo e do Romantismo nas telas, podemos nos remeter à tela
Romântica A Batalha de Guararapes, de Victor Meirelles (1832-1903).

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/116guararapes.jpg

Coleta de impressões na oralidade – questionar os alunos

A
TIVIDADES

Professor, peça aos alunos que observem o contraste com as


obras sociais de Tarsila já mencionadas. Ao fazer uma análise
comparativa entre épocas e estilos pode-se perceber e contrastar a inovação que o
modernismo realizou em comparação ao passado, ou seja, as grandes mudanças
que a 1ª fase modernista brasileira marcou das estéticas anteriores.

26
Como forma de motivação para estudar o assunto, o professor deverá levar
os alunos a uma sala de vídeo ou a local apropriado para que possam assistir aos
vídeo no site abaixo. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=QLbMnQBMO4c&feature=related acesso em
19/10/2014

Anexo 10

A
TIVIDADES

1. Em seguida deverá pedir aos alunos que façam apreciações


comparativas sobre as telas e registrem no caderno.
2. Cite as diferenças significativas entre as pinturas do Romantismo e do
Modernismo.
3. Tarsila do Amaral inovou a arte brasileira. De que forma?
4. Quais as características das telas de Tarsila do Amaral?
5. Na sua opinião, o que é mais belo, a pintura Romântica ou a do Modernismo?
Por quê?
6. Após assistir o vídeo você consegue discutir como a arte é vista hoje?

Número de aulas: 5

Objetivo: Oferecer subsídios para o estudo e compreensão da 1ª fase do


modernismo brasileiro. Assim como aprofundar seus referenciais históricos e
culturais, desenvolvendo suas capacidades leitoras. No caso agora em questão, o
subgênero é a narrativa.

27
Material utilizado: Tv pen drive, atividades impressas

Apresentação:
Como introdução, como sempre, teremos a apresentação de aspectos importentes
da biografia de Mário de Andrade. Para o desenvolvimento dessa parte
utilizaremos a rapsódia Macunaíma – o herói sem nenhum caráter, de Mário de
Andrade, usando sua adaptação para o cinema, na direção de Joaquim Pedro de
Andrade, para apresentar o relacionamento que a narrativa mantém com o cinema,
já apontando para a atualização dessa obra decisiva da arte brasileira.
“Em ambas obras, do gênero épico (cinema e narrativa), o fio condutor é a saga
de um herói cuja marca é o bordão “Ai! Que preguiça”. Contudo, as
apropriações que se podem fazer desse anti-herói são bastante distintas.”
(FERNADES, 2013)

Para efeito comparativo (do Romantismo) faremos a leitura de trechos da obra O


Guarani, de José de Alencar, adaptado para o formato das Histórias em Quadrinhos. Para
finalizar com uma remissão á literatura contemporânea, faremos comentários sobre a obra
A culpa é das estrelas.

Faremos comparações de como é o herói de cada obra em épocas distintas.

A
TIVIDADES

A oportunidade de assistir o filme facilita a compreensão da rapsódia


Macunaíma. O aluno deverá fazer o levantamento de alguns dados ao
assistir o filme.
a- ambientação;
b- caracterização dos personagens;
c- impressões sobre a linguagem;
d- paráfrase;
e- opinião crítica.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hEWmzBgnuLE


Acesso em: 18/11/2014

Em seguida faz-se a complementação da apresentação do grupo com o vídeo


acima - Mario de Andrade: reinventando o Brasil (biografia de Mário de Andrade)
que dará continuidade a esse encontro.

Neste momento do encontro assistiremos o filme Macunaíma, de


Joaquim Pedro de Andrade, de 1969, baseado na obra homônima.

28
Filme – Macunaíma Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ApxlxDPkTxs acesso em:
18/11/2014

Discussão oral com os alunos sobre o filme

O professor passa o filme para os alunos, porém não pode deixar de dizer que o
livro é a fonte primária, e deve ser lido. Aliás, cabe ao professor apresentar as
diferenças da adaptação do texto de Mário de Andrade, pois há elementos novos,
há exclusões e por aí afora. Como a obra modernista é o texto de Mário de
Andrade, e não o filme, que é de 1969, o filme é um recurso para nos
aproximarmos do material ficcional do romance-rapsódia. É importante ler com
os alunos ao menos algumas partes da obra. A narrativa de Mário de Andrade,
como já dito, ―é uma rapsódia (a rapsódia utiliza os mitos indígenas, as lendas,
provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até
então pouco conhecidos) que conta aventuras de Macunaíma, anti-herói lendário
de uma tribo indígena. Macunaíma perde um amuleto, vai a São Paulo em busca
dele, volta no final para o Amazonas”.

Professor!
Aproveite a riqueza do filme ao fazer a discussão. Estimule a leitura do original de
Mário de Andrade. Neste momento o professor deve apresentar a história em
quadrinhos, uma adaptação da obra O Guarani, de José de Alencar disponível no
site abaixo e, em seguida, passar a tabela para os alunos completarem.

Discussão oral com os alunos sobre Macunaíma

Referente à obra Macunaíma, de Mário de Andrade, responda as questões:


1. Identifique qual é o tema dessa obra;
2. A linguagem utilizada é de fácil compreensão? Cite alguns
exemplos.
3. Há alguma informação implícita? Qual (is)?
4. Descreva o herói.
5. De que forma o romance amoroso é descrito?
6. Os elementos da narrativa (apresentação, conflito, clímax e
desfecho) estão presentes no texto? Descreva-os.
7. Vocês percebem traços de antropofagia?
8. Qual(is) característica(s) do Modernismo estão apresentes?

Professor!
Se achar viável pode levar os alunos à sala de informática
ou passar no data show a história em quadrinhos da obra O
Guarani. Disponível em:

29
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web
&cd=1&ved=0CB4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.slideshare.ne
t%2Fjeronimojaf%2Fo-guarani-hq-jos-de-
alencar&ei=lYJrVMeUCcOkNvOlgpAF&usg=AFQjCNGog-
SPxL_JjF4Z_eqSY0H5hF38bQ&sig2=4bgV0NmoXBQiEoy2Zwz
BJQ acesso em 18/11/2014
Tem também um livro de algumas editoras que conta a narrativa
de O Guarani em quadrinhos. Como exemplo: O Guarani - Em
Quadrinhos Alencar, Jose De; Vetillo, Walter / CORTEZ

A
TIVIDADES

Complete a tabela comparativa entre a obra Romântica O


Guarani, de José de Alencar, e Macunaíma, de Mário de Andrade

É um bom exercício didático diferenciar o Romantismo do


Modernismo, estéticas tão distantes em estilos e características, porém relativamente
próximas no tempo histórico. São obras e autores de grande repercussão, cada um ao
seu modo, e não se deve fazer um juízo de valor e definir quem é melhor ou pior, mas
mostrar como a arte expressa questões do momento histórico – o romantismo afirma
identidades, de modo positivo e, de certo modo, idealistas, contribuindo para o
momento de afirmação da nacionalidade, enquanto o modernismo já diz respeito a um
contexto completamente diferente, de crítica ao patriotismo.

Após assistirem o filme, os alunos apresentarão seus pontos importantes


completando a tabela comparativa entre O Guarani e Macunaíma. O Romantismo traz
para a literatura a noção do progresso indefinido da humanidade e da relatividade da
evolução das civilizações, enquanto o Macunaíma de Mário de Andrade Vé pela chave
da ironia. “Contudo, há uma semelhança importantíssima, pois tanto um quanto outro
escritor procurou valorizar o nacional, o brasileiro e seus modos de ser, de agir.”
(TRINDADE, 2013, s/p).
O professor passará os dados da obra ―O guarani‖ e os alunos completam com a obra
―Macunaíma‖.

Anexo 11

MACUNAÍMA / O GUARANI / ROMANTISMO


MODERNISMO
valoriza o nacional o valoriza o nacional o brasileiro
brasileiro e seus modos de e seus modos de ser, de agir;
ser, de agir;
criador do “herói de tematizou o indígena e suas
nossa gente”, explorou o expressões, trabalhou a natureza
e inovou com a linguagem,
folclore, os mitos do
aproximando-a do falar do povo;
Brasil, a cultura
indígena;

30
publicado em 1928; publicado em 1857;

Chamada de rapsódia o cenário paradisíaco e o herói


pelo próprio autor, indígena é claro, seguindo os
modelos europeus. Há, ainda, a
trabalha intensamente o
presença do amor servil e de
folclore, as lendas algumas aventuras fantásticas;
nacionais;
Linguagem bem Inovou com a linguagem,
brasileira, tendo reunido usando expressões indígenas e
até se afastando dos padrões da
várias expressões
língua portuguesa, o que gerou
indígenas e populares, a muita polêmica, mas dotou suas
língua falada; obras de maior brasilidade;

Religiosidade - macumbas Religiosidade - Cristã –


e diz acreditar em várias católica;
seitas, de acordo com as
situações que lhe vão
surgindo e suas
necessidades;
Herói - é negativamente Herói - é um símbolo do
descrito, como “o herói orgulho nacional, advindo da
Independência política do país,
sem nenhum caráter”,
pois é nobre de espírito,
desde o título. Ele corajoso, leal, tem características
também, além de de herói europeu: católico, forte,
preguiçoso, se mostra destemido e honrado.
extremamente esperto, é
um anti-herói: sem
caráter, covarde e sem
grandes ambições.

Mário de Andrade, em Macunaíma (a obra central e mais característica do


movimento), compendiou alegremente lendas de índios, ditados populares,
obscenidades, estereótipos desenvolvidos na sátira popular, atitudes em face do
europeu, mostrando como a cada valor aceito na tradição acadêmica e oficial
correspondia, na tradição popular, um valor recalcado que precisava adquirir
estado de literatura. (CANDIDO, 1985, p.122)

Anexo 12

31
A
TIVIDADES

De acordo com o filme e o livro Macunaíma, responda as questões


abaixo:

1. Caracterize a personagem principal.


2. Quanto podemos dizer que a antropofagia está presente em Macunaíma?
3. A obra de Mário de Andrade, Macunaíma, é uma tentativa de construção
do retrato do povo brasileiro. Você concorda? Explique.
4. Às vezes o enredo pode parecer confuso ao leitor acostumado às narrativas
realistas, seja pela construção da ação ou pela psicologia dos
personagens. É difícil aceitar o fato de o protagonista morrer duas vezes
no romance; ou que Macunaíma, numa fuga, possa estar em Manaus e,
algumas linhas depois, aparecer na Argentina; ou o fato de o herói
encontrar uma poça que embranquece quem nela se banha. O que se deve
entender por isso?
5. Uma das características do Modernismo é a valorização do índio
verdadeiramente brasileiro. Macunaíma é valorizado? Explique
6. Na sua opinião, confirma-se a ideia de que, com a leitura de Macunaíma e
das outras obras modernas já vistas nessas aulas, é possível uma análise
mais profunda das relações entre o homem e a natureza, e entre o homem e
a sociedade?
7. Já vimos que Macunaíma tem como característica marcante a busca de
uma identidade nacional autêntica. Hoje, o que haveria de mais próximo
de uma obra que procure discutir o que é a identidade brasileira?

Macunaíma, de Mário de Andrade


Redigido em seis dias, Macunaíma é considerado a obra mais
expressiva do modernismo brasileiro. Fundindo lendas
indígenas com a cultura da metrópole, o livro foi influenciado
pela leitura que Mário de Andrade fez da obra do antropólogo
alemão Theodor Koch-Grünber, que havia estudado as lendas e
os mitos brasileiros.Macunaíma, o personagem principal, sai da
selva amazônica, onde vivia preguiçosamente de comida e sexo,
e vai para São Paulo a fim de recuperar a muiraquitã — talismã
que dele foi furtado. Durante todo o trajeto na cidade grande,
são muitas as metamorfoses pelas quais passa o protagonista e
outros seres folclóricos do livro. A obra veio a romper com o
tempo e espaço dos romances tradicionais da época. A
solenidade do tom épico-lírico, a leveza da crônica cômica, a sem-cerimônia e os
atrevimentos da paródia, fizeram do livro uma das mais ousadas e eficientes
experiências formais da primeira geração do modernismo brasileiro.
Saiba +!

32
Disponível em:
http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=437
acesso em 15/10/2014

Professor!
Com este módulo o aluno poderá compreender os pressupostos históricos,
políticos e estéticos da primeira geração modernista brasileira. A partir disso,
poderá situar a obra Macunaíma nesse contexto, atentando-se para suas
particularidades no que se refere ao problema da construção de uma identidade
nacional.

Número de aulas: 3

Objetivo: Oferecer subsídios para o estudo da 1ª fase do Modernismo brasileiro,


por meio do poema referente ao início do século XX. Assim como aprofundar os
referenciais históricos e culturais, desenvolvendo as capacidades leitoras dos
alunos. Nesse encontro estudaremos o poema modernista.

Material utilizado: Folhas impressas com os poemas

Apresentação:
Para introduzir o tema o professor deve ouvir o grupo que fará a
apresentação da biografia de Manuel Bandeira. Em seguida faz-se o
aprofundamento dos estudos, apresentando a poesia Os Sapos, de Manuel
Bandeira. Tomaremos como base de comparação Olavo Bilac (1865-1918), que
em seus poemas parnasianos combina a tradição clássica portuguesa com o
parnasianismo francês. Daí teremos, novamente, a oportunidade de comparar o
clássico com o modernista, este pelo poema Os sapos, aquele pelo poema O beijo.
E, como representante da poesia contemporânea, analisaremos o poema Sou um
eu-lírico, de Weslei Cândido.

A Semana da Arte Moderna foi um marco do Modernismo Brasileiro e o


poema ‗Os sapos‘, de Manuel Bandeira, (fonte para o nosso estudo) com espírito
demolidor e renovador, também marcou a Semana. E pode-se dizer que o ‗sapo

33
cururu‘ representa, para o cenário brasileiro, o nascer de uma nova poesia ou arte
brasileira: simples, cotidiana e à margem da ‗grita acadêmica‘. E que a crítica aos
Parnasianos é visível. O poema foi declamado por Ronald de Carvalho sob vaias e
gritarias. O público, durante a leitura, gritava em uníssono: ―Foi, não foi!‖
segundo MENEZES (2013)

―Ao ridicularizar os parnasianos por seu apego à métrica, Os


Sapos representou uma espécie de declaração de princípios dos modernistas. A
partir de então, estavam liberados os versos sem rima. Tiraram, enfim, os
grilhões da poesia”. (MENEZES, 2013, s/p).

Saiba +!

Ao longo do poema o eu-lírico constrói a crítica aos parnasianos e à sua


estética, por conta das rimas, da descrição dos objetos clássicos, do uso de
aliterações em ―p‖ e ―b‖ e das assonâncias em ―u‖ e ―a‖ que preservam o som
duplo do sapo, assim como o jogo de palavras ―Não foi! – Foi! – Não foi!‖ que
faz analogia ao coachar dos sapos, e também pela composição de todos os versos
com a mesma métrica (cinco sílabas). Os Sapos é criado em redondilhas menores,
isto é, uma forma simples, como também a estrutura em quadra. Os últimos versos
fazem alusão a uma cantiga popular brasileira, usa linguagem simples, porém
educada, com muita musicalidade.

Anexo 13

Os sapos–
Manuel Bandeira (1918) –
—— Vede como primo
Enfunando os papos, Em comer os hiatos!
Saem da penumbra, Que arte! E nunca rimo
Aos pulos, os sapos. Os termos cognatos.
A luz os deslumbra. –
— O meu verso é bom
Em ronco que a terra, Frumento sem joio.
Berra o sapo-boi: Faço rimas com
– “Meu pai foi à guerra!” Consoantes de apoio.
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não —
foi!” Vai por cinquenta anos
– Que lhes dei a norma:
O sapo-tanoeiro Reduzi sem danos
Parnasiano aguado, A formas a forma.
Diz: — “Meu cancioneiro –
É bem martelado. Clame a saparia

34
Em críticas céticas: (Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
Não há mais poesia,
–“Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”
Mas há artes poéticas…”


Longe dessa grita,
Urra o sapo-boi:
Lá onde mais densa
– “Meu pai foi rei” — “Foi!”
A noite infinita
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não
Verte a sombra imensa;
foi!”


Lá, fugido ao mundo,
Brada em um assomo
Sem glória, sem fé,
O sapo-tanoeiro:
No perau profundo
– “A grande arte é como
E solitário, é
Lavor de joalheiro.


Que soluças tu,
Ou bem de estatutário.
Transido de frio,
Tudo quanto é belo,
Sapo-cururu
Tudo quanto é vário,
Da beira do rio…
Canta no martelo.”


Outros, sapos-pipas
—-ATIVIDADESAAAAAAAA

Anexo 14

A
TIVIDADES

Professor!
Para realizar essa atividade, divida os alunos em grupos, para
trabalharem com o o poema Os sapos. Cada um dos grupos será
responsável por preparar uma análise interpretativa do poema.

De acordo com o poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, observe e registre


completando as questões abaixo:
Qual sentido de cada uma das estrofes?
Transcreva as características modernistas presente no poema
(verso livre, críticas, etc). Transcreva-as.
Qual é o tema do poema?
Há fatos históricos relacionados? Qual(is)?
No poema, ―Os sapos‖, o poeta chama de sapos os poetas parnasianos
por quê?
De que forma o Manuel Bandeira apresenta os poetas parnasianos
como sapos?

35
Obs. Pretende-se que os alunos compreendam uma das características principais
do modernismo brasileiro: a crítica ao verso formal dos parnasianos.
Ao final das atividades os alunos podem fazer um coral e apresentar o poema os
sapos

Professor!
Em seguida apresente para os alunos os versos abaixo e peça que os alunos os
comparem com Os Sapos:

Anexo 15

Um beijo

Olavo Bilac – ( Paranasiano – meados do séc. XIX)

Foste o beijo melhor da minha vida,


ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:


queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,


batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,


beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/olavo_bilac9.pdf

Professor!
Agora peça aos alunos para pesquisar poesias escritas atualmente e fazer a comparação
com os poemas de Manuel Bandeira e de Olavo Bilac, descrevendo semelhanças se
houver, diferenças e inovações (devem escrever e entregar ao professorem no formato de
texto do gênero argumentativo).

Como sugestão para comparação pode-se usar a poesia ‗Sou um eu-lírico‘

36
Anexo 16

Sou um eu-lírico
Weslei Candido – 2014

Sou um eu-lírico
fadigado do anonimato.
Quero meu nome,
exijo minha identidade,
perdida em séculos
de versificação.
Emprestado a inúmeros poetas,
Que covardemente se ocultam
Atrás deste termo.
Sim, virei um mero termo,
Vocábulo de dicionário poético,
Porém tenho mil faces
E o sentimento do universal
Cabe em mim. (Candido,2014,p43)

Quer conhecer mais este poeta? Visite o blog:


http://protocolodeleitura.blogspot.com.br/ acesso em
21/11/2014

10º

Número de aulas:3

Objetivo: Oferecer subsídios para o estudo da 1ª fase do modernismo brasileiro por


meio da música. Assim como aprofundar os referenciais históricos e culturais dos
alunos e desenvolver suas capacidades leitoras.

37
Material utilizado: TV pen drive ou data show, folhas impressas com a letra das
músicas

Apresentação:
Para introduzir o tema o professor deve ouvir a apresentação do grupo
sobre a biografia de Heitor Villa Lobos. Em seguida, faz-se o aprofundamento da
discussão. Apresenta a música que será analisada, Bachianas nº 2, o movimento
Tocata (O Trenzinho Caipira). Para efeito comparativo, serão ouvidos trechos da
Ópera O Guarani, de Carlos Gomes. E, para trabalhar com música na atualidade,
utilizaremos a letra que Ferreira Gullar fez para o Trenzinho Caipira.

A música (do início do século XX) brasileira expressa a ligação do homem


com sua origem, e deixa transparecer o diálogo da música com a sociedade. Ela
deixa de lado o sentimentalismo que o romantismo nos legou, e passa a transmitir,
pelas canções, uma plenitude criativa e um momento histórico de afirmação da
nacionalidade, que é a expressão do modernismo na música. Não podemos deixar
de dizer que a SAM 22 realizou-se cem anos depois da Independência do Brasil,
em 1822, que também pretendia autonomia, assim como os escritores modernos
queriam autonomia em suas artes. Observa-se que a música está repleta de sinais
nacionalistas, buscando as origens, a singularidade, a pureza de princípios e
expressões populares como a música folclórica, localizada nas zonas rurais.

Heitor Villa Lobos foi um inovador no campo das técnicas musicais no


Brasil no início do século XX, sempre tendo em vista como articular a música
europeia e as tradições populares, sem demérito para nenhum dos lados. Foi a
partir da semana da Arte Moderna que as discussões sobre a realidade brasileira se
intensificaram e percorreram novos rumos. A obra do maestro Heitor Villa-Lobos
se enquadra neste espírito da busca de uma noção de brasilidade: ―Sim, sou
brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares
deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas
florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que
escrevo.” (NICOLA, 2008, p. 276). Mesmo sendo um compositor respeitado,
não deixou de receber críticas conservadoras contra sua modernidade.

Saiba +!
Fez composições usando como tema o folclore brasileiro, em especial a
música caipira, e compôs as Bachianas brasileiras, série de nove composições
subdivididas em variados estilos musicais. Aqui, trataremos especificamente da
Bachianas nº 2, em um de seus movimentos, a Tocata, conhecida como O
Trenzinho Caipira, onde há a imitação sonora do movimento de
uma locomotiva feita pelos instrumentos da orquestra. O trem caipira significa
tanto a vida do interior, um quadro algo romântico, quanto a ideia do progresso a
que a ferrovia está ligada, além da ideia de mudança para as pessoas que o trem
também traz consigo, ligando lugares distantes.

38
Villa Lobos inovou quando apresentou suas composições durante a
Semana da Arte Moderna, escandalizando os puristas ao mesclar música de
orquestra a tambores, instrumentos populares de congado e folhas de zinco para
um público que não estava acostumado e pronto para ouvir essa mistura de
instrumentos. Tudo isso era uma forma para se desfazer as amarras com as
características musicais do passado, às quais até então o público estava preso.

Professor!
Primeiramente os alunos irão apenas ouvir, depois apreciarem o vídeo com as
imagens. O professor poderá passar o vídeo da música de Villa Lobos que os
alunos possam apreciarem os diferentes sons. Disponíveis nos sites abaixo:

Bachiana Brasileira Nº 2 de Villa – Lobos Disponível em:


http://www.youtube.com/watch?v=pjDZUetrDCM ( ilustração com a ferrovia)acesso em
19/11/2014

http://video.baidu.com.br/s?tn=SE_gbrvideonewui_lw8zxfnz&ie=utf-
8&gvideo=1&cl=2&wd=o-trenzinho-caipira%20com%20legenda%20-
%20vila%20lobos&pn=&oq=o-trenzinho-caipira%20com%20legenda%20-&st=8 (mais
atual imagens coloridas) – acesso em 19/11/2014

http://www.youtube.com/watch?v=OUI18IyRRtU ( orquestra tocando, aparece os


instrumentos) acesso em 21/10/2014

Discussões orais livres sobre as impressões dos alunos sobre a Tocata

Saiba +!
A leitura que nos dá a ideia do progresso a que a ferrovia está ligada, além
do conceito de mudança para as pessoas, que o trem traz consigo, ligando lugares
distantes, sai fortalecida com a letra composta por Ferreira Gullar, que
analisaremos logo abaixo.

Tomaremos, como exemplo comparativo, trechos da música de Carlos


Gomes para a Ópera O Guarani, baseada na obra homônima de José de Alencar.
A música de Carlos Gomes, de temática brasileira e estilo italiano, era bem
diferente da de Villa-Lobos, que primava pela estética nacionalista. No caso de
Carlos Gomes, embora a temática fosse brasileira, a forma não era.

39
Anexo 17
Louvor pra quem se amar
O Guarani Louvor, louvor, louvor
Salve o verdadeiro amor

Sim, é o amor, viva o amor


Compositor: Carlos Gomes - Lá no céu, na terra e na tribo
séculoXVIII Guarani
Letra : Carlos Santorelli
É uma história de amor
É o amor, viva o amor O puro e belo amor
Lá no céu, na terra e na tribo De um homem por uma mulher
Guarani que escolheu para amar
É uma história de amor Um terno amor divinal
O puro e belo amor Vivido em grande ardor
De um homem por uma mulher É Peri e Ceci se amando
que escolheu para amar Num sonho de amor
Um terno amor divinal – bis –
Vivido em grande ardor Saudemos e cantemos com
É Peri e Ceci se amando ternura e com calor
Num sonho de amor Todos enamorados neste hino de
louvor
Saudemos e cantemos com Louvor ao bem querer
ternura e com calor Louvor pra quem se amar
Todos enamorados neste hino de Louvor, louvor, louvor
louvor Salve o verdadeiro amor
Louvor ao bem querer

Conversa com os alunos


Há relação com a tonicidade da música com a letra?
De qual gostam mais, da ópera ou da música cantada?

Música e letra, disponível em:


http://www.vagalume.com.br/carlos-santorelli/o-guarani.html
acesso em18/11/2014

A ópera O Guarani, de Carlos Gomes, completa 144 anos da estreia, que se deu no dia 2
de dezembro de 1870 no Teatro Lírico Fluminense, em homenagem ao aniversário do imperador
Dom Pedro II. Para escutar a abertura da obra que imortalizou Carlos Gomes, é só assistir ao

40
vídeo. A música é tema do programa radiofônico Hora do Brasil, que começou a ser transmitido no
dia 22 de julho de 1935, tornando-se obrigatório durante o Estado Novo (1938). Em 1971, no
governo Médici, passou a se chamar A Voz do Brasil.

http://acertodecontas.blog.br/cultura/o-guarani-de-carlos-gomes-um-dos-
maiores-temas-musicais-do-brasil/

Conversa com os alunos


Que diferença eles percebem no som entre a música de Carlos Gomes e Villa
Lobos?

Professor, neste momento do encontro poderá ser apresentado aos alunos a letra
da música de Ferreira Gullar, escrita na segunda metade do século XX, para a
composição de Villa Lobos.

Anexo 18

Trenzinho Caipira
Composição -Heitor Villa Lobos Letra: Ferreira Gullar

Lá vai o trem com o menino


Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar no ar no ar
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar

http://letras.mus.br/heitor-villa-lobos/507893/

41
Neste vídeo Temos informações básicas sobre Villa Lobos, Ferreira Gular e a
letra da música Trenzinho Caipira.Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=7R6l86DbYag acesso em 21/10/2014

Quer saber mais sobre Ferreira Gullar e Villa Lobos? Disponível no site:
Acesso em: http://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/vertentes/Vertentes_36/marcus_vinicius.pdf
08/13/2014 ou
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=151
32 acesso em 08/12/2014 - Também fazem parte da Bachianas nº2.

Tarefa
Professor!
Neste momento, peça aos alunos para pesquisarem e produzirem uma letra própria
para a música Bachianas nº2. Agora vocês são os compositores da letra. Você
deve usar temas como o trem, o interior do Brasil, o restante será livre, porém
com embasamento contemporâneo.

11º

Número de aula: 2

Objetivo: Observar e analisar por meio da produção textual o que o aluno foi
capaz de aprender no decorrer dos encontros.

Material utilizado: Folhas para produção de texto

Apresentação:
Professor, essa sequência didática permite que se faça uma avaliação a cada encontro
do aproveitamento dos alunos, analisando, em especial, a capacidade que eles têm de
expor argumentos sólidos e pertinentes ao analisar as artes apresentadas com enfoque
no diálogo entre elas, assim como uma produção final para completar a avaliação. O

42
professor também deverá, frequentemente, observar o interesse, a participação e o
envolvimento dos alunos durante todos os encontros. E os seminários
apresentados durante as aulas.
Deixe espaço para que eles deem sugestões e façam críticas, pois o olhar dos
alunos é muito importante para o sucesso da proposta de construção do
conhecimento. É indispensável ouvi-los.

Faça um texto dissertativo argumentativo posicionando-se diante das manifestações


de arte brasileira estudadas. Pode-se sugerir algumas questões para motivação ou
roteiro da produção escrita.
ou

Escreva um artigo de opinião posicionando-se diante das manifestações da arte


modernista brasileiras estudadas. Lembre-se de que um texto de opinião deve ter
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Atenção! Você pode seguir o roteiro abaixo para produzir seu texto.
Com qual das expressões artísticas você mais se identificou? Por quê?
Qual o artista que mais o atraiu? Por quê?
Que característica desta fase é específica da obra da sua produção?
Qual a atualidade dessas formas artísticas?
Você seria capaz de procurar afinidades entre essas artes hoje, como foi feito ao
longo dessas aulas?
Estabeleça uma relação de proximidade entre Macunaíma, o Trenzinho caipira e
algum quadro de Tarsila.

Professor !
A cada momento que pedir a produção de um texto, é pertinente explicar as
características referentes ao gênero

Sugestão!
Para concluir a produção didática pode-se fazer uma semana da arte
contemporânea baseado nas artes modernistas do séc. XX, só que focando na sua
atualização pela arte contemporânea. Se for possível fazer parcerias com
professores de História e de Artes, o projeto só tem a ganhar.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo foi provocado inicialmente pelo interesse em


estabelecer um diálogo entre as artes que causaram grandes mudanças no início do
43
século XX. Para tanto, buscou-se destacar os aspectos sócio-históricos, além da
abordagem sobre a manifestação transitória do Modernismo, e como a arte é vista
hoje. O fio condutor para o desenvolvimento foi a relação entre as mais diversas
artes em um mesmo período histórico, sendo que este influencia quase que
diretamente nos processos criativos dos artistas, fazendo do diálogo entre o teatro,
a pintura, a música, a narrativa e a poesia algo muito fecundo, norteador desta
produção. Desta forma, pudemos analisar com mais afinco os acontecimentos que
influenciaram cada proposta artística e que tais passagens foram de suma
importância para a arte em estudo, uma época de tantas inovações como foi o
modernismo. No caso brasileiro, a forma como a literatura se relacionou com as
outras artes também foi resultado de inovações e estranhamentos gerados na
época.

Professor!
Para dar continuidade ao trabalho, sugerir novos olhares, novas sugestões de
interpretação a serem exploradas na música, no teatro, na pintura, na narrativa e
na poesia em diálogo com outras artes do século XIX.

44
6. REFERÊNCIAS

ANDRADE, Oswald de. O manifesto antropófago. In: TELES, Gilberto


Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica
dos principais manifestos vanguardistas. 3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL,
1976. Disponível em: http://ebookbrowseee.com/manifesto-antropofago-pdf-
d646203704 Acesso em 02/12/2014.

ANDRADE, Oswald de. O rei da vela. São Paulo: Editora Globo, 2ª edição, 2003
/ 11ª reimpressão, 2011.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 7ª edição revista pelo autor. Companhia


editora nacional: São Paulo, 1985.

CANDIDO, Weslei. Memória das Palavras. Editora Multifoco: Rio de Janeiro,


2014.

FERNANDES, Juliana Ventura de Souza. A narrativa modernista em Macunaíma


de Mário de Andrade. Postado em 25/09/2013. Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=53199 Acesso em
22/10/2014

__. O Modernisnmo brasileiro na Literatura. Postado em 25/09/2013. Disponível


em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=52394
acesso em 08/12/2014

45
LIMA, Bruna Della Torre de Carvalho. Desventuras da subversão: Oswald de
Andrade, o Teatro Oficina e os dois momentos de O Rei da Vela. In: Revista
PROA, Nº 4 vol 1. Publicado em 25/mai/2013 Disponível em:
http://www.revistaproa.com.br/04/?page_id=237 Acesso em 08/08/2013.

MACIEL, Luiz Carlos Junqueira. A literatura em diálogo com outras artes:


Módulo didático de Língua Portuguesa. Disponível em:
http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/banco_objetos_crv/4_A_LITERATUR
A_EM_DIALOGO_COM_OUTRAS_ARTES.pdf Acesso em 08/12/2014

MARCZAL, Milene. Modernismo - Plano de Trabalho Docente – Formação de


Docentes. In: Blog falabarão. Postado em 04/04/2011. Disponível em:
http://falabaraoczm.blogspot.com.br/2011/04/plano-de-trabalho-docente-
modernismo.html acesso em 10/10/2014

MENEZES, Cynara. Blog: Semana de Arte Moderna - 91 anos: Os Sapos, de


Manuel Bandeira. Publicado em 13/02/2013. Disponível em:
http://socialistamorena.cartacapital.com.br/semana-de-arte-moderna-91-anos-os-
sapos-de-manuel-bandeira/. Acesso em 08 de agosto de 2013.

NICOLA, José de; TERRA, Ernani. Gramática Literatura e Redação. 2ª ed. São
Paulo: Editora Scipione, 2003.

OLIVEIRA, Ana de. Tropicália – Eubioticamente atraídos Verbo tropicalista – O


Rei da Vela – Manifesto. Publicado em 5/02/1968. Disponível em:
http://tropicalia.com.br/eubioticamente-atraidos/verbo-tropicalista/o-rei-da-vela-
manifesto. Acesso em 08/06/ 2013.

PAES, Maria D. L. O Texto e o Contexto na Vida e Obra de Tarsila do Amaral.


Publicado em jul-2011. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/o-
texto-e-o-contexto-na-vida-e-obra-de-tarsila-do-amaral/71557/ .

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação (DCE) Diretrizes Curriculares da


Educação Básica: Língua portuguesa. Curitiba, SEED, 2008.

PEREZ, Ana Gabriela Figueiredo. Exercícios de Modernismo no Brasil.


Unicamp, 2010. Disponível em: http://rachacuca.com.br/quiz/56423/exercicios-
de-modernismo-no-brasil/ Acesso em 19/11/2014.

RABONI, André. O Guarani, de Carlos Gomes: um dos maiores temas musicais


do Brasil – Postado em 02/12/ 2008. Disponível em:
http://acertodecontas.blog.br/cultura/o-guarani-de-carlos-gomes-um-dos-maiores-
temas-musicais-do-brasil/ Acesso em 20/11/2014.

TRINDADE, Paula. Modernismo 1ª fase. Publicado em 26/08/2013. Disponível em


http://campoliterario.wordpress.com/2013/08/26/modernismo-1o-fase/. Acesso em
20/jun/2014.

46
Anexo1
Imagens para introduzir a produção didática.

47
48
49
50
Anexo 2

Caça palavras

Anexo 3

1) O Modernismo no Brasil teve influência de várias correntes artísticas


estrangeiras. Como estas correntes são chamadas?

(Duas palavras, 10 e 9 letras)

2) As características marcantes das obras da Primeira Fase do


Modernismo no Brasil são:
a) ( ) Temáticas pessimistas; entrada no campo espiritual; crítica social;
descontração e irreverência; presença de formas tradicionais clássicas;
uso do verso livre e bárbaro.
b) ( ) Linguagem escrita aproximada da falada; construção da imagem
brasileira baseada no popular e no cotidiano; presença da paisagem e
sensibilidade da história da terra; presença do nacionalismo;
predomínio do humor, ironia, descontração e irreverência; rejeição de
padrões literários e gramaticais tradicionais.
c) ( ) Construção da imagem brasileira baseada na figura do índio herói e
na natureza exuberante; sentimentalismo; subjetivismo.
d) ( ) Nacionalismo, presença da paisagem e sensibilidade da história da
terra;

51
e) ( ) Presença de símbolos e imagens que sugerem a realidade, sem
mostrá-la objetivamente; gosto por temas vagos, como o sonho;
temáticas pessimistas; entrada no campo espiritual.

3) O que foi a Semana da Arte Moderna? Cite os principais artistas


envolvidos.

4)O que foi o manifesto Antropofágico?Quem idealizou? Quais os objetivos?


Quais as consequências?

5) Quais autores representam esse período da Literatura Brasileira?


a) ( )Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado,
José de Alencar.
b) ( )Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cecilia Meireles, Vinicius de Moraes,
Mário de Andrade, Oswald de Andrade.
c) ( )Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de
Alcântara Machado, Guilherme de Almeida.
d) ( )Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Guilherme
de Almeida.
e) ( )Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Guilherme de Almeida,
José de Alencar, Machado de Assis.

6) Quais os autores brasileiros do início do século XX citados no vídeo?

7) Qual a importância dos autores do início do século XX para a sociedade


brasileira?

9) Por que esses autores são rotulados como modernos?

10) Quais as manifestações artísticas e culturais que são apresentadas na SAM?

11) Qual a importância das manifestações culturais do Modernismo Brasileiro


para a cultura contemporânea?

12) Quais as manifestações artísticas você se identificou mais?

13) Na sua opinião qual a importância da Semana da Arte Moderna para a cultura
brasileira?

Anexo3
Início do século XX: apogeu da Belle Époque.
A sociedade é composta de burgueses comportados, tranquilos, contando
seus lucros. ´
O capitalismo monetário gera a industrialização e o neocolonialismo.
Porém, a massa faz reivindicações e greves. Há no ar a ameaça do Socialismo.
O progresso científico é alcançado: eletricidade, motor a combustão; automóvel,
avião; telefone, telégrafo. É o mundo da máquina, da informação, da velocidade.

52
Nos grandes centros comerciais do país, as pessoas deslumbram-se com concreto
armado: ―arranha-céu‖. Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa.
A Literatura e as Artes Plásticas pregam a abolição de todas as regras
impostas pelo passado. Nada de modelos a seguir.
A Arte agora é Moderna, inquieta. A ordem é recomeçar, rever, reeducar,
chocar, buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e
incompreensão, autenticidade e novidade. Vanguarda - estar à frente, repudiar o
passado e sua arte. Abaixo o padrão cultural vigente.
Imaginaram esse mundo novo?
O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu
fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do
século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. Comparado a
outros movimentos modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na
década de 1920. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências
culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que
antecedeu a Primeira Guerra Mundial, tendo como exemplo do Cubismo e do
Futurismo, refletindo, então, na procura da abolição de todas as regras anteriores e
a procura da novidade e da velocidade. Contudo, pode-se dizer que a assimilação
dessas ideias europeias deu-se de forma seletiva, rearranjando elementos artísticos
de modo a ajustá-los às singularidades culturais brasileiras. Considera-se a
Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de
partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento
eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos
oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o tempo,
suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e
aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em
relação a esse marco. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a
primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de
irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes
romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo por
vários autores, que se opunha de certo modo à primeira e era por isso
ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.
Primeira geração (1922-1930)
A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e
marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera.
Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas
múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a
língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi
empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através
da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à
necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi
a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor.
Milene Marczal, 2014

Anexo 5
“1ª Fase do Modernismo Brasileiro - 1922 a 1930
São inúmeras as características do Modernismo, todas em
oposição aos conceitos tradicionais. Elas fizeram uma
verdadeira ruptura. Principais características:

53
- Total liberdade de forma de expressão;
- Uso da linguagem coloquial (cotidiano);
- Uso do verso livre e bárbaro;
- Descontinuidade cronológica e espacial;
- Humor na poesia (Poema-piada);
- Inclusão dos fatos do momento;
- Nacionalismo, presença da paisagem e sensibilidade da história
da terra;
- Regionalismo, folclore, lendas, tradições e mitos brasileiros;
- A ação do enredo perde a importância;
- Linguagem direta, predominância dos substantivos;
- Universalismo.‖ (PAES, 2011, p. 21).

Anexo 6

MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos
os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi or not tupi, that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama.
Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o
mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano
informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a
hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país
da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca
soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no
mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da
vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a revolução Francesa. A unificação de
todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria
sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.
.....................................................................................................................
Oswald de Andrade - http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf

54
Anexo 7

Após a leitura e discussão faça as perguntas abaixo aos alunos:

1. Como você definiria Antropofagia?


2. Dê um exemplo de Antropofagia.
3. Por que ser Antropófago, segundo o autor?

Anexo 8

De acordo com a leitura e estudo da peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade,


responda as questões abaixo.
1) Quais os significados possíveis para a imagem da vela?
2) Caracterize as personagens principais, especialmente Abelardo I, Abelardo
II e Heloísa de Lesbos.
3) Caracterize as personagens principais relacionando-as historicamente a
algum acontecimento do início do século XX.
4) Agora caracterize as personagens ligando-as a alguma personalidade atual.
Se possível faça desenhos ou caricaturas.
5) Das características estudadas da 1ª fase do Modernismo brasileiro, quais
podemos associar à peça?

Anexo 9

55
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=330&evento=1

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1

56
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/2/1374xenofobiaquadrotarcila.jpg

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/116guararapes.jpg

57
Anexo 10

1. Em seguida deverá pedir aos alunos que façam apreciações comparativas sobre
as telas e registrem no caderno.
2. Cite as diferenças significativas entre as pinturas do Romantismo e do
Modernismo.
3. Tarsila do Amaral inovou a arte brasileira. De que forma?
4. Quais as características das telas de Tarsila do Amaral?
5. Na sua opinião, o que é mais belo, a pintura Romântica ou a do Modernismo?
Por quê?
6. Após assistir o vídeo você consegue discutir como a arte é vista hoje?

Anexo 11

Complete a tabela comparativa entre a obra Romântica O Guarani, de José


de Alencar, e Macunaíma, de Mário de Andrade
MACUNAÍMA / O GUARANI / ROMANTISMO
MODERNISMO
valoriza o nacional o brasileiro
e seus modos de ser, de agir;

tematizou o indígena e suas


expressões, trabalhou a natureza
e inovou com a linguagem,
aproximando-a do falar do povo;

publicado em 1857;

o cenário paradisíaco e o herói


indígena é claro, seguindo os
modelos europeus. Há, ainda, a
presença do amor servil e de
algumas aventuras fantásticas;

o cenário paradisíaco e o herói


indígena é claro, seguindo os
modelos europeus. Há, ainda, a
presença do amor servil e de
algumas aventuras fantásticas;

Inovou com a linguagem,


usando expressões indígenas e
até se afastando dos padrões da

58
língua portuguesa, o que gerou
muita polêmica, mas dotou suas
obras de maior brasilidade;

Religiosidade - Cristã –
católica;

Herói - é um símbolo do
orgulho nacional, advindo da
Independência política do país,
pois é nobre de espírito,
corajoso, leal, tem características
de herói europeu: católico, forte,
destemido e honrado.

Anexo 12

De acordo com o filme e o livro Macunaíma, responda as questões abaixo:

1) Caracterize a personagem principal.


2) Quanto podemos dizer que a antropofagia está presente em
Macunaíma?
3) A obra de Mário de Andrade, Macunaíma, é uma tentativa de
construção do retrato do povo brasileiro. Você concorda? Explique.
4) Às vezes o enredo pode parecer confuso ao leitor
acostumado às narrativas realistas, seja pela construção da ação ou pela
psicologia dos personagens. É difícil aceitar o fato de o protagonista
morrer duas vezes no romance; ou que Macunaíma, numa fuga, possa
estar em Manaus e, algumas linhas depois, aparecer na Argentina; ou
o fato de o herói encontrar uma poça que embranquece quem nela se
banha. O que se deve entender por isso?
5) Uma das características do Modernismo é a valorização do índio
verdadeiramente brasileiro. Macunaíma é valorizado? Explique
6) Na sua opinião, confirma-se a ideia de que, com a leitura de
Macunaíma e das outras obras modernas já vistas nessas aulas, é
possível uma análise mais profunda das relações entre o homem e a
natureza, e entre o homem e a sociedade?
7) Já vimos que Macunaíma tem como característica marcante a busca de
uma identidade nacional autêntica. Hoje, o que haveria de mais
próximo de uma obra que procure discutir o que é a identidade
brasileira?

59
Anexo 13

OS SAPOS – MANUEL BANDEIRA

Anexo 14

De acordo com o poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, observe e registre


completando as questões abaixo:
Qual sentido de cada uma das estrofes?
Transcreva as características modernistas presente no poema
(verso livre, críticas, etc). Transcreva-as.
Qual é o tema do poema?
Há fatos históricos relacionados? Qual(is)?
No poema, ―Os sapos‖, o poeta chama de sapos os poetas parnasianos
por quê?
De que forma o Manuel Bandeira apresenta os poetas parnasianos
como sapos?

60
Anexo 15

Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:


queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,


batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,


beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/leit_online/olavo_bilac9.pdf

Anexo 16

Sou um eu-lírico
Weslei Candido – 2014

Sou um eu-lírico
fadigado do anonimato.
Quero meu nome,
exijo minha identidade,
perdida em séculos
de versificação.
Emprestado a inúmeros poetas,
Que covardemente se ocultam
Atrás deste termo.
Sim, virei um mero termo,
Vocábulo de dicionário poético,
Porém tenho mil faces
E o sentimento do universal
Cabe em mim. (CANDIDO,2014,p.43)

Anexo 17
61
Louvor pra quem se amar
O Guarani Louvor, louvor, louvor
Salve o verdadeiro amor

Sim, é o amor, viva o amor


Compositor: Carlos Gomes - Lá no céu, na terra e na tribo
séculoXVIII Guarani
Letra : Carlos Santorelli
É uma história de amor
É o amor, viva o amor O puro e belo amor
Lá no céu, na terra e na tribo De um homem por uma mulher
Guarani que escolheu para amar
É uma história de amor Um terno amor divinal
O puro e belo amor Vivido em grande ardor
De um homem por uma mulher É Peri e Ceci se amando
que escolheu para amar Num sonho de amor
Um terno amor divinal – bis –
Vivido em grande ardor Saudemos e cantemos com
É Peri e Ceci se amando ternura e com calor
Num sonho de amor Todos enamorados neste hino de
louvor
Saudemos e cantemos com Louvor ao bem querer
ternura e com calor Louvor pra quem se amar
Todos enamorados neste hino de Louvor, louvor, louvor
louvor Salve o verdadeiro amor
Louvor ao bem querer

http://www.vagalume.com.br/carlos-santorelli/o-guarani.html

Anexo 18

Trenzinho Caipira
Composição -Heitor Villa Lobos Letra: Ferreira Gullar

Lá vai o trem com o menino


Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar

62
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar no ar no ar
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar no ar no ar

http://letras.mus.br/heitor-villa-lobos/507893/

63

Você também pode gostar