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ESCOLA SENAI JOÃO MARTINS COUBE

Ariel Francisco Talon

César Turino Momesso

Francini de Freitas Piffanelli

Érika Cristina Oliveira Nascimento

Milton Pereira dos Santos

LEVANTAMENTO ACERCA DOS PROCESSOS DE MANUTENÇÃO E


PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE REJEITOS NO
BRASIL

BAURU
JUNHO/2019

Ariel Francisco Talon

César Turino Momesso

Francini de Freitas Piffanelli

Érika Cristina Oliveira Nascimento

Milton Pereira dos Santos

LEVANTAMENTO ACERCA DOS PROCESSOS DE MANUTENÇÃO E


PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE REJEITOS NO

BRASIL

Trabalho apresentado à Disciplina de Projetos como requisito para conclusão


do Curso Técnico em Edificações da
Escola SENAI João Martins Coube.

ORIENTADOR (A): Gabriela Gonçalves dos Santos

ORIENTADOR: Luiz Antônio Branco


BAURU

JUNHO/2019

Ariel Francisco Talon

César Turino Momesso

Francini de Freitas Piffanelli

Érika Cristina Oliveira Nascimento

Milton Pereira dos Santos

LEVANTAMENTO ACERCA DOS PROCESSOS DE MANUTENÇÃO E


PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE REJEITOS NO

BRASIL

Aprovado pelos membros da banca:

Nome do Avaliador

Nome do Avaliador

Nome do Avaliador
Bauru

JUNHO/2019

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus aos nossos familiares e amigos por toda a


dedicação e paciência contribuindo para que fosse mais fácil a nossa
caminhada durante esses anos de curso.

Aos professores e colegas que fizeram parte dessa caminhada, dividindo


momentos de descontração, estudos, discussões, experiências e conquistas.

Ao Senai por ter nos proporcionado este momento permitindo que todos
chegássemos até aqui.
RESUMO

Palavras – chave:
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1

2.JUSTIFICATIVA............................................................................................
3.OBJETIVOS..................................................................................................
3.1.OBJETIVO GERAL.....................................................................................
3.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................
4.BARRAGENS BRASILEIRAS....................................................................

5.TIPOS DE BARRAGENS (EXEMPLOS DE BARRAGENS) .......................

6.PLANEJAMENTO DE INFRA ESTRUTURA DA REGIÃO PARA


INSTALAÇÃO DE UMA BARRAGEM DE MINERIO.....................................

7.BARRAGENS DE REJEITOS DE MINERIO.............................................

8.CRONOGRAMAS DE MANUTENÇÃO (PREVENTIVA E CORRETIVA) ....

9.PATOLOGIAS NAS BARRAGENS DE MINEIRO.....................................

10.PLANOS DE AÇÕES: (ROTAS DE FUGA, TREINAMENTOS


EMERGENCIAS) ..........................................................................................

11.REUTILIZAÇÃO DOS REJEITOS (SOLUÇÃO)........................................

12.LEI DE FEVEREIRO DE 2019..................................................................

13.CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................
14.REFERÊNCIAS .............................................................................................

ANEXO...........................................................................................................

RELAÇÃO DE TABELAS..............................................................................

PRINCIPAIS SÍMBOLOS................................................................................

1.INTRODUÇÃO

Barragem é uma estrutura permanente ou temporária, sua criação está


associada a pequenas explorações agrícolas ou a abastecimento de pequenas
comunidades, com orçamentos limitados. Podem ser construídas para
irrigação, produção de energia elétrica, abastecimento público, regularização
de cheias, contenção de resíduos sólidos, abastecimento de indústrias
agropecuárias, piscicultura e recreação, entre outros.

Para garantir a segurança das barragens, devem ser adotadas medidas


de prevenção e controle. Essas medidas, asseguram uma probabilidade de
acidente reduzida ou praticamente nula, mas devem ser complementadas com
medidas de defesa civil, especialmente para casos em que ocorrem danos
significativos a meio ambiente e a população.
2.JUSTIFICATIVA

Devido aos últimos acidentes recorrentes com barragens de minério em


nosso país, e que causou danos irreparáveis ao ecossistema e a grande parte
da população que habitavam e habitam essas regiões, o trabalho tem como
foco informar todos os tipos de barragens construídas no Brasil, os processos
de manutenção utilizados no controle, prevenção e correção de possíveis
patologias, treinamentos para rota de fuga caso ocorra algum acidente e
possíveis maneiras de reutilização dos rejeitos de minério.
3.OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Este projeto tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico


acerca dos métodos de manutenção e prevenção de patologias que ocorrem
em barragens de rejeitos de minério, afim de discutir os acidentes ocorridos
atualmente no Brasil.

3.2 Objetivo Específico

Analisar os tipos de barragens de rejeitos de minérios existentes no


Brasil.

Realizar levantamento dos processos de manutenção e prevenção


adotados por empresas responsáveis por barragens de rejeitos.

Analisar as principais patologias ocasionadas em barragens de rejeitos


de minérios do Brasil.
04. BARRAGENS BRASILEIRAS.

Durante séculos foram utilizados procedimentos arcaicos para a


extração de minério. Os impactos causados não eram de suma importância na
época e por esse motivo eram descartados diretamente na natureza. Isso
ocorreu nos primeiros 300 anos de extração dos Minérios.

Com a chegada da Revolução Industrial houve um aumento significativo


na demanda, e como consequência ocorreu o aumento de Rejeitos, e assim
surgiu a necessidade de removê-los das áreas de produção para outros locais,
geralmente perto de curso de águas, para que pudessem ser depositados e
contidos e assim tornou-se a necessidade da construção de barragens e
diques de contenção. (Rejeitos..., C2016)
A partir da década de 80, os aspectos ambientais também
cresceram em importância. A atenção foi amplamente voltada
para estabilidade física e econômica das barragens,
considerando o potencial de dano ambiental e os mecanismos
de transporte de contaminantes. (Rejeitos..., apud Barragens
de rejeitos no Brasil – Rio de Janeiro: CBDB, 2012)
Devido aos últimos acontecimentos com barragens de rejeitos, foi
necessário readequar vários tipos de controles que em um período anterior não
era tão rigoroso. Em sua fase inicial, o controle de segurança das barragens
focava na segurança estrutural e hidráulico – operacional, atentando-se apenas
no potencial de ruptura da barragem. Adiante verificou-se a necessidade de
reforçar o controle de segurança a longo prazo. (Rejeitos..., apud Barragens de
rejeitos no Brasil – Rio de Janeiro: CBDB, 2012).
Com o aumento da demanda e como consequência o aumento da
produção, as áreas para a disposição desses rejeitos ficaram cada vez mais
escassos, e por esse motivo foi necessário um novo desenvolvimento de
projeto de engenharia permitindo a ampliação das barragens, porém se não
houver falhas devido a falta de aplicação adequada dos métodos, de projetos
mal elaborados ou de negligência de algum departamento na fase da
construção ou posterior a alguma auditoria para a conservação da mesma,
aumenta o percentual de risco para o surgimento de um grande fatal. .
(Rejeitos..., apud Barragens de rejeitos no Brasil – Rio de Janeiro: CBDB,
2012).
As barragens de rejeitos podem ser construídas utilizando-se solos
estéreis ou mesmo o próprio rejeito. De acordo com Davies & Martins (2000) o
acumulo de rejeitos gerados condicionados aos custos da disposição faz com
que a utilização desses materiais se tornem atrativo para a construção das
próprias barragens desde que sejam seguidas algumas normas como:
I) Separação da fração grossa e fina (as propriedades
geotécnicas são diferentes entre as frações),
II) Controle dos processos de separação (granulometria),
III) Utilização de sistemas de drenagens eficientes,
compactação dos rejeitos (aumento da densidade e da
resistência), e Proteção superficial da barragem, dentre
outras. (Rejeitos..., C2016)

Esses tipos de barragens são construídos ao longo do tempo tendo como


objetivo a diluição dos custos no processo de extração mineral, por meio de
alteamento sucessivo. Inicialmente é construído um dique de partida onde a
barragem passa por alteamento ao longo de sua vida útil, a mesma pode ser
construída com seu próprio rejeito ou com materiais provenientes de áreas de
empréstimos. Segue os três métodos utilizados:
I) montante,
II) jusante ou
III) linha de centro (Rejeitos..., C2016)

Figura 1: Métodos de alteamento de barragens


Fonte: Rejeitos..., (C2016)

A lei Nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, estabeleceu no seu


artigo 16, § 2, que o órgão fiscalizador deverá implantar o
cadastro das barragens sob sua jurisdição no prazo máximo de
02 (dois) anos, a partir da data de sua publicação. Da mesma
forma, estabeleceu que cabe ao órgão fiscalizador criar e manter
cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos
empreendedores, para fins de incorporação ao SNISB – Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens, assim
como exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização
das informações relativas às barragens de sua responsabilidade.
( Classificação..., C2019)
Desta forma, conforme exposto na Portaria que versa
sobre o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração,
os empreendedores deverão declarar todas as barragens
(em construção, em operação e as desativadas) de sua
responsabilidade no SIGBM. ( Classificação..., C2019)

Atualmente no Brasil, há registradas 769 barragens de minério no pais


conforme, figura 2 e figura 3 podemos notar que o maior número de barragens
está concentrado no estado de Minas Gerais.

Figura 2: Barragens de mineração inseridas na PNSB - Data base 02/2019

Fonte: Classificação..., (C2019)

Figura 2: Barragens de mineração não inseridas na PNSB - Data base 02/2019


Fonte: Classificação..., (C2019)

4.1 CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO

Figura 1.1: Cadastro Nacional de barragens de mineração


Fonte: Classificação..., (C2019)

Figura 1.1: Barragens inseridas na PNSB por UF

Fonte: Classificação..., (C2019)

Figura 1.1: Barragens inseridas na PNSB por UF


Fonte: Classificação..., (C2019)

Figura 1.1: Método construtivo PNSB

Fonte: Classificação..., (C2019)


5. TIPOS DE BARRAGENS

Desde a primeira vez que o homem tentou barrar os cursos d’água com
as mais variadas finalidades, as barragens evoluíram muito em tecnologia.
Mas, ainda hoje, alguns tipos mais primitivos de barragens persistem sendo
utilizados em obras de pequeno porte e pequenas proporções, principalmente
quando executadas por fazendeiros ou particulares, com o objetivo de
armazenar água para próprio consumo e da forma mais barata possível. Por
isso, quanto ao tipo, as barragens devem ser divididas em dois grandes
grupos: as barragens convencionais, que são as mais utilizadas e cujo
mecanismo é mais conhecimento na literatura especializada; e as barragens
não convencionais, que incluem as que são pouco utilizadas, embora algumas
delas possam ter sido desenvolvidas recentemente (COSTA, 2014; EMBRAPA,
1989).

5.1 BARRAGENS CONVENCIONAIS

5.1.1 Barragens de terra

5.1.1.1 Homogêneas: a barragem é considerada homogênea quando há


predominância de um único material na construção do dique, embora possam
ocorrer elementos diversificados, como filtros, rip-rap etc. (item ‘a’ na próxima
imagem), (COSTA, 2014).

5.1.1.2 Zonadas: nesse tipo de barragem, há um zoneamento de


materiais terrosos em função de suas características plásticas, granulométricas
e/ou permeabilidade (item ‘b’ na próxima imagem), cada zona do dique é
construída com um tipo de material visando uma propriedade específica do
material para exercer uma função específica no local, como impermeabilidade
para a argila, volume para terra mais grossa, etc (COSTA, 2014).

5.1.2 Barragens de enrocamento

5.1.2.1 Com núcleo impermeável: na barragem de enrocamento, o


material rochoso é predominante e a vedação da água, nesse caso, é feita por
meio de um núcleo argiloso, separado do enrocamento por zonas de transição,
para evitar o carreamento do material fino para o interior do enrocamento. O
núcleo pode ficar centralizado (item ‘c’ na próxima imagem) ou inclinado para
montante (item ‘d’ na próxima imagem), (COSTA, 2014).

5.1.2.2 Com face impermeável: nesse tipo de barragem, a vedação da


água é garantida pela impermeabilização da face de montante da barragem,
seja por uma camada de asfalto, seja por uma placa de concreto (item ‘e’ na
próxima imagem), ou ainda, por uma chapa de aço (item ‘f’ na próxima
imagem), (COSTA, 2014).

Imagem x, barragens de terra

Fonte: COSTA, Walter Duarte. Geologia de Barragem, Oficina de Textos, 2014


5.1.3 Barragens de concreto

5.1.3.1 Gravidade: são barragens maciças de concreto, com pouca


armação, cuja característica física é ter sua estrutura trabalhando apenas à
compressão (item ‘a’ na próxima imagem). Essa barragem pode ter seu traçado
retilíneo (crista) ou em curva (em arco).

5.1.3.2 Gravidade aliviada: trata-se de uma estrutura mais leve, onde a


barragem de gravidade convencional acha-se vazada com o objetivo de
imprimir menor pressão às fundações ou economizar concreto, que pode atingir
menos da metade do consumo de uma barragem de gravidade. Nesse tipo de
barragem, ocorrem esforços de tração que exigem um maior uso de armação
(item ‘b’ na próxima imagem). A exemplo da barragem de gravidade, essa
barragem pode ter seu traçado retilíneo ou curvilíneo (COSTA, 2014).

5.1.3.3 Em contraforte: essa barragem assemelha-se à de gravidade


aliviada, porém é ainda mais leve (item ‘c’ na próxima imagem). Por concentrar
em pequena área da fundação os esforços causados pela pressão hidrostática,
apresenta maiores tensões de contato, exigindo uma maior armação. Das três
barragens de concreto, é a que apresenta menor volume de concreto (COSTA,
2014).

5.1.3.4 De concreto rolado ou compactado: trata-se de uma barragem de


gravidade em que o concreto é espalhado com trator de esteira e depois
compactado. Como o concreto não é vibrado, a sua estanqueidade é garantida
por uma camada de concreto convencional construída no paramento de
montante (item ‘d’ na próxima imagem), (COSTA, 2014).

5.1.3.5 Abóbada: as barragens de concreto abóbadas ou em arco são


aquelas em que a curvatura ocorre em duplo sentido, ou seja, na horizontal, ao
longo de seu traçado, e na vertical (item ‘e’ na próxima imagem). São, por isso,
chamadas de barragens de dupla curvatura, e os arcos formados podem ser
simples (item ‘f’ na próxima imagem) ou múltiplos (item ‘g’ na próxima imagem).
Nesse tipo de obra, parte das pressões hidráulicas é transmitida às ombreiras
pelo efeito de arco. Por ser uma obra esbelta, é a que consome menor volume
de concreto por metro quadrado de superfície represada (COSTA, 2014).

Imagem x, barragens de concreto

Fonte: COSTA, Walter Duarte. Geologia de Barragem, Oficina de Textos, 2014

5.1.4 Barragens mistas

A barragem pode ser considerada mista em sua seção ou em seu traçado. A


barragem de seção mista é aquela constituída por diferentes materiais ao longo
de uma seção transversal. Os tipos mais conhecidos são: terra/enrocamento
(item ‘a’ na próxima imagem); terra/concreto (item ‘b’ na próxima imagem); e
enrocamento/concreto (item ‘c’ na próxima imagem). A barragem é mista ao
longo do seu traçado quando parte da obra é de um tipo e parte, de outro, entre
as barragens convencionais. Não se considera barragem mista aquela em que
o corpo principal é de terra ou enrocamento e o vertedouro é de concreto,
mesmo que constitua uma continuidade do traçado (item ‘d’ na próxima
imagem), (COSTA, 2014).

5.2 BARRAGENS NÃO CONVENCIONAIS

5.2.1 Barragens de gabião

A barragem de gabião é uma obra de pequeno porte (geralmente inferior a 10


m de altura) projetada para ser parcial ou totalmente vertedoura. Conforme
mostra o item ‘e’ na próxima imagem, essa obra é constituída por uma parede
de gabião com extensão para jusante formando a bacia de dissipação e
aterrada a montante com material argiloso. Ela necessita de uma transição ou
manta de bidim entre a argila e o gabião para evitar o carreamento de finos.
Uma placa de concreto na parte de vertência deverá garantir a proteção do
coroamento para grandes vazões efluentes (COSTA, 2014).

5.2.2 Barragens de madeira

Essa barragem exige madeira de boa qualidade e deve ser revestida com uma
chapa de aço que garantirá a sua vedação. As caixas formadas pela armação
de madeira devem ser preenchidas com rocha para evitar o seu deslocamento
pelas pressões hidrostáticas (item ‘f’ na próxima imagem), (COSTA, 2014).

5.2.3 Barragens de alvenaria de pedra

Constitui uma variação da barragem de gravidade, em que o concreto é


substituído pela alvenaria de pedra rejuntada manualmente com cimento. Não
exige a utilização de armação nem de fôrma (COSTA, 2014).

Imagem x, barragens mistas


Fonte: COSTA, Walter Duarte. Geologia de Barragem, Oficina de Textos, 2014

5.2.4 Barragem subterrânea

As barragens subterrâneas são basicamente de irrigação e compõe-se do


barramento transversal de um curso de água subterrânea, ou seja, a aplicação
de um dispositivo que venha a estancar o fluxo da água que ocorre nos
sedimentos arenosos de um rio superficialmente seco, proporcionando
condições para que a água fique armazenada e posteriormente captada para
usos múltiplos na agricultura nas regiões semiáridas do nordeste brasileiro.
Esse tipo de barragem é uma tecnologia recente usada principalmente em
regiões onde o solo é constituído de terras cristalineas e de predominância
arenosa com rochas desprovidas de poros (EMBRAPA, 1989).
Construção de uma barragem subterrânea em Bom Sucesso, no sertão da
paraíba pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Nesse
exemplo o dique tem profundidade de cerca de 20 metros:

Imagem x, barragem subterrânea

Fonte:http://www.candidonobrega.com.br/files/artigos/78f4235207177179t84o1
1o1_foto.jpg (acesso em 170319)
7 BARRAGENS DE REJEITO DE MINÉRIOS

De acordo com a classificação dos tipos de barragens por COSTA 2014,


podemos inferir que as barragens de rejeitos de minérios se enquadram no tipo
de barragem convencional, no subtipo de barragem de terra, e na classe
homogênea, quanto aos materiais constituintes e construtivos do dique.

Essas barragens de contenção objetivam reter água de forma


temporária ou acumular sedimentos e resíduos industriais ou rejeitos de
mineração. No caso de retenção de água, essas barragens têm também a
finalidade de amortecer a onda de enchente para evitar inundações a jusante.
A onda de cheia é temporariamente armazenada junto ao material e liberada
de forma que a vazão efluente não cause danos a jusante. As barragens na
sua retenção de carga sólida ou mista buscam evitar que os materiais retidos
danifiquem o leito dos cursos d’água a jusante, tanto fisicamente, por meio do
assoreamento, quanto quimicamente, quando tais materiais contêm produtos
que possam causar poluição tóxica ao meio ambiente (TEIXEIRA, 2014),
(COSTA, 2014).

Barragens de contenção devem apresentar o máximo de segurança


quanto à possibilidade de escape dos produtos tóxicos armazenados, tanto por
superfície quanto por meio de infiltrações, quando podem poluir as águas
subterrâneas contaminando assim o lençol freático (COSTA, 2014).
No meio acadêmico também se defende que esse tipo de barragem se
destina basicamente como depósito dos rejeitos oriundos do processo de
extração e beneficiamento de minérios. (TEIXEIRA, 2014)

As barragens de rejeito de minério são divididas em três tipos, de acordo


com o método de alteamento do açude. São esse: Alteamento à montante;
Alteamento à jusante; e alteamento da linha de centro.

Figura x, tipos de alteamento de barragem de rejeito de minério

Fonte: autor

7.1 Alteamento à montante

No sistema ou método de alteamento à montante é construído um dique


inicial e nos alteamentos o eixo se desloca para montante, ou melhor dizendo,
para o interior do dique; o material é lançado através torneiras ou diretamente
de tubulações advindas dos hidrociclones na crista do dique, ficando essas
tubulações apoiadas sobre o material existente, formando com o despejo da
lama hidrociclonada, uma praia de rejeitos, a qual decantara e a partir do
momento que solidifique, será a base para o próximo alteamento; O dique
obedece um sequenciamento de apoio no topo do dique anteriormente
construído. Devem existir preocupações relativas a subpressão, causada pela
variação de percolação da água armazenada; Os tamanhos dos diques nos
alteamentos é uma variável que depende das necessidades operacionais da
mina; O dique de partida deve ser maior que os diques das etapas seguintes
(TEIXEIRA, 2014).

Imagem x, alteamento à montante

Fonte: RAFAEL, H.M.A.M., Análise do Potencial de Liquefação de uma


Barragem de Rejeito, Dissertação de mestrado, PUC-Rio, 2012

7.2 Alteamento à jusante

Inicialmente é construído um dique de partida e nos alteamentos o eixo


se desloca para frente dessa peça inicial e para fora do dique, o que na
nomenclatura de barragem se diz à jusante; Esse método é o mais seguro
porém, usa 3 vezes mais material que o método à montante.

O talude interno da barragem ou talude chamado de montante, nos


alteamentos, é impermeabilizado. A drenagem interna e a impermeabilização
do talude de montante não é obrigatória, uma vez que os rejeitos possuem
características de alta permeabilidade e ângulo de atrito elevado; Neste método
os rejeitos também são hidrociclonados e o subproduto que cai do hidrociclone
é lançado na jusante. Somente são utilizados os rejeitos grossos no
alteamento, os quais são compactados assim que o teor de umidade permite;
Pode-se, todavia, utilizar material de empréstimo, ou estéril da lavra de
mineração devido ao grande volume solicitado para esse tipo de alteamento
(TEIXEIRA, 2014).

Imagem x, alteamento à jusante

Fonte: RAFAEL, H.M.A.M., Análise do Potencial de Liquefação de uma


Barragem de Rejeito, Dissertação de mestrado, PUC-Rio, 2012

7.3 Alteamento da linha de centro

Inicialmente é construído um dique de partida e o rejeito que sai da


tubulação do equipamento de hidrociclonagem é lançado à montante
perifericamente da crista do talude até formar uma praia no interior do dique.

Neste método os rejeitos que são ciclonados e o resíduo sólido que cai
por baixo do equipamento de hidrociclonagem são lançados por caminhões ou
máquinas, do alto do dique para à jusante. Somente são utilizados os rejeitos
mais grossos no alteamento, os quais são compactados assim que perdem
humidade de forma a permitir essa trabalhabilidade com segurança;

O deslocamento do eixo da barragem a partir do dique inicial ocorre no


mesmo alinhamento vertical, sempre sobrepondo-se um dique a prumo sobre o
outro;
É uma solução intermediária entre o método de montante e o método
de jusante que utiliza 2 vezes a quantidade do material que se utilizaria no
método à montante; Por ser necessário uma razoável quantidade de material,
pode-se utilizar também, material de empréstimo ou estéril da mina.
(TEIXEIRA, 2014)

Imagem x, alteamento da linha de centro

Fonte: RAFAEL, H.M.A.M., Análise do Potencial de Liquefação de uma


Barragem de Rejeito, Dissertação de mestrado, PUC-Rio, 2012

7.4 Comparativos de vantagens e desvantagens de cada método

É possível fazer um comparativo com cada espécie de barragem de


rejeito de minério e verificar, de acordo com o projeto, qual o tipo de barragem
mais se adequa àquele local e situação, analisando as vantagens e
desvantagens, pela questão da segurança, da possibilidade de espaço para o
dique, tempo de execução e custos esperados do empreendimento, (RAFAEL,
2012):

Imagem x, comparativo de vantagens e desvantagens segundo o tipo de


alteamento
Fonte: autor
REFERÊNCIAS

Agencia Nacional de Aguas (Brasil) Guia Prático de Pequenas Barragens –


Brasília: ANA,2016.

Agencia Nacional de Aguas (Brasil) Diretrizes para a Elaboração do Plano de


Operação, Manutenção e Instrumentação de Barragens - Brasília: ANA, 2016.

EMBRAPA CPATSA, Boletim de Pesquisa 36 – Construção e Manejo de


Barragem Subterrânea, 1989.

RAFAEL, H.M.A.M., Análise do Potencial de Liquefação de uma Barragem de


Rejeito, Dissertação de mestrado, PUC-Rio, 2012, p. 24,31,32.

TEIXEIRA, S.H.C., Métodos Construtivos de Barragens de Rejeito, UFPR TC


O7OA14, 2014, P. 1ª-12

COSTA, Walter Duarte. Geologia de Barragem, Oficina de Textos, 2014.

http://www.candidonobrega.com.br/files/artigos/78f4235207177179t84o11o1_fo
to.jpg (acesso em 170319)

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